How much I love U – 2 escrita por Sherry


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Então gente, voltei! A outra temporada ainda não terminou de fato, mas só falta a segunda parte do epílogo, então não achei que daria algum spoiller importante pro enredo de lá.

Então, sem mais, boa leitura sz'



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Dias atuais. Japão – Osaka. /Verão de 2015.



Faltava uma hora para começar o casamento, e tudo estava impecável.

Também não teria como não estar, foi um ano inteiro de preparativos para esta data.
Karin fora contratada para decoração e organização do casório; Depois de se formar na escola, não era novidade para ninguém, que a ruiva seguiria este caminho profissional, e também, seria um crime se ela não seguisse, já que Karin era excepcional em harmonizar espaços decorativos, e organizar toda equipe descoordenada de empregados contratados, convidados e até as damas de hora.

Falando em damas de hora, todas estavam aos seus postos, exceto uma.

— Ino! — Karin exclamou exasperada, acenando com a prancheta para a loira — Oque você ta fazendo ai? Precisa entrar, os convidados já chegaram quase todos! — completou, aproximando-se ansiosa.

Ino estava na porta de entrada dos fundos do salão, olhando para rua, naquele fim de tarde, esperando seu acompanhante que não chegava nunca.
Ela estava usando um dos vestidos de dama de honra, longo, rosa champanhe de ceda de cetim; O cabelo estava preso em um coque simples, e ela usava apenas argolas prateadas de joias. A maquiagem era basicamente como a das outras damas, clara e simples, ela que havia elaborado, afinal estavam no verão, e em um casamento a única exuberante era a noiva.

— Estava esperando meu par, mas pelo jeito ‘o tralha’ não vem. — a loira respondeu, fazendo pouco caso, indo na direção de Karin.

A ruiva paralisou no lugar, com uma expressão de pavor. Ino percebeu aquilo, e se adiantou em dar a solução antes do surto.

— Eu sei que eu não posso aparecer sozinha. Todas as damas tem seus acompanhantes. Vai ficar um espaço desarmonioso... Eu sei de tudo isso. Não se preocupa, não vou deixar meu ficante cafajeste estragar todo o nosso trabalho! — a Yamanaka tagarelou, e deu um sorriso confiante no final.

Precisa ser confiante, afinal, ela também havia colaborado muito para este casamento. Encomendou toneladas de flores, com o contato que tinha por trabalhar na floricultura, e ainda deu um senhor desconto.

— Você tem vinte minutos pra achar alguém pra te acompanhar! — a ruiva falou, assentindo consigo mesma, e saiu andando.

Já estava virando a curva no corredor dos fundos do salão, quando se virou de volta para Ino, e olhou para a loira por baixo dos óculos.

— Não fica assim porque algum idiota te deu o bolo. Mulheres como nós, precisam ser fortes. — falou, seriamente — Afinal, os partidões como o Naruto, dispostos a se casar com dezenove anos, não conseguiriam lidar com feras como nós! — completou, com um ar mais despojado, e saiu andando.

Ino sorriu consigo mesma, pensando em como concordava com as palavras de Karin. Em sua adolescência, talvez Ino fosse correr para chorar, por ter levado o bolo de algum rapaz, mas hoje em dia... Depois de tudo que passou, e depois de tanta terapia, não se culpava mais pelos fracassos de seus relacionamentos transitórios com esses rapazes imaturos, agora, ela apenas aproveitava o máximo de tudo que podia viver, e seguia em frente, sabendo que a vida é curta demais para se lamentar pelas escolhas dos outros.



Não houve problema algum para Ino arranjar um novo acompanhante, já que seu irmão fez questão de ir para a comissão de apoio ao lado do altar, aguardar a procissão do casamento.

Deidara, Ino, Itachi, Sakura, Neji, e Tenten, assim estavam eles, respectivamente, de pé, formando uma espécie de fila lateral, há poucos metros do juiz de paz, enquanto aguardavam os últimos minutos para a entrada da noiva.

Ino respirou feliz por ser dama de honra, de um casamento tão importante e lindo!

Os bancos eram de madeira, e o tecido que os revestia era de branco perolado, assim como toda o resto da decoração; A clara boia do salão estava aberta, deixando entrar aquela luz branda e avermelhada do fim da tarde; As centenas de lírios brancos, estavam espalhados pelos arranjos, junto com margaridas; Deixar a clara boia aberta, também dava uma vazão no local, deixando o vento correr fresco entre eles, levando o perfume das flores por todos os lados.

— Mas, oque aconteceu com o cara que viria? — Sakura perguntou, em um sussurro discreto.

Devido a formação que se encontravam, Itachi acabou ouvindo a pergunta de Sakura, e a loira precisou se inclinar levemente por trás das costas dele, para que os convidados do banco da frente não ouvissem sua resposta.

— Parece que ele morreu. — a loira respondeu, tentando manter o ar sério.

Sakura arregalou os olhos, mas assim que percebeu a expressão sacana da amiga, rolou os olhos.

— Depois você me conta. — a rosada sussurrou de volta.

Ino assentiu, e virou a cabeça para frente discretamente. Na movimentação, a loira viu que Itachi estava observando-a pelo canto do olho.

— Você fica melhor sem ele. — o moreno sussurrou para ela, em um tom fraternal.

Ino assentiu, dando um pequeno sorriso amigável; Desde que passou para a faculdade em Osaka no começo deste ano, Ino ficou sem ter onde ficar, afinal não teria como fazer a viagem de Osaka para Konoha todos os dias, então Itachi ofereceu um quarto vago seu flet para Ino morar, enquanto estudava.
É claro que Sakura estava morando com ele também, e a loira suspeitava de que a generosa oferta do Uchiha, para ela morar por ali, tivesse dedo de sua amiga rosada.
De qualquer forma, os meses passaram com os três dividindo o mesmo teto em Osaka, e isso mostrou muitas coisas para a Yamanaka; Ela percebeu que Itachi não era aquela pessoa fria e reservada que ele aparentava ser no colégio, ele era atencioso, gentil, educado, e mais organizado do que ela e Sakura juntas. Ino percebeu que era fácil e descomplicado conviver com um casal como eles dois, era como se estivesse em família; Cuidavam um do outro, dividiam as despesas, e as vezes até surgia algum desentendimento bobo... A convivência só mostrava que ela estava certa em fazer aquela comparação.

Interrompendo sua reflexão, o coro de harpas começou a tocar a conhecida melodia de casamento. A noiva estava entrando no salão.

Hinata estava acompanhada de Hiashi; Ela usava um vestido típico de casamento de verão, leve e simples, mas com um grande toque de elegância na saia vaze branca, e no corpete com detalhes prateados, o véu estava perfeitamente posicionado no topo de sua cabeça, caindo como uma cascata sob seus cabelos ondulados, que estavam estrategicamente puxados para trás.

No altar, Naruto era todo sorrisos em seu terno branco. Ino precisava se concentrar para se manter séria quando olhava para Naruto, afinal Sasuke havia dito que o loiro estava parecendo um bicheiro com aquele terno branco; Bicheiro ou não, Hinata ficou com o queixo tremendo e as bochechas vermelhas quando se aproximou do altar e seu pai colocou sua mão sobe a mão de Naruto, e se retirou, deixando os pombinhos se encarando cheios de amor. Era óbvio que eles dois eram um casal lindo e muito apaixonados, não só pelo olhar de amor e carinho que trocavam a todo segundo, mas também, porque estavam se casando antes dos vinte.

Depois de que o juiz de paz começou a falar, o clima pré-choro começou, então, quando Naruto começou a ler os votos de casamento... Os prantos foram inevitáveis. Por incrível que pareça, Sakura foi a primeira das damas a cair no choro, depois disso Ino não pode se conter, e logo atrás delas veio Tenten.

A loira estava se sentindo tão emocionada! Duas pessoas se unindo para todo o sempre, e antes dos vinte! Era tanto amor no ar, que podia sentir em seus poros, e escorria por seus olhos.


Depois disso, as coisas se seguiram na seguinte ordem:
Foi parabenizar o mais novo casal toda emocionada.
Foi arrastada junto com os noivos e as outras madrinhas e padrinhos para tirar fotos.
A fotógrafa pediu para ficar ao lado de Sasuke para enquadrar bem a foto, Sasuke perguntou onde estava o acompanhante dela, o clima ficou chato.
As madrinhas e os padrinhos foram liberados da seção de fotos e a terceira pessoa perguntou pelo acompanhante dela, logo, Ino correu para a mesa do bufê, atrás de uma grande taça de champanhe.

Por lá encontrou companhia e começou a conversar com um novo amigo de Naruto, o cara que fazia ciências da computação na faculdade, já havia falado com ele algumas vezes no intervalo de suas aulas; Ele havia chegado atrasado no casamento, e resolveu ficar discreto pelos cantos.

A loira sequer percebeu que havia passado meia hora que estava ali, de pé bebendo, e conversando com aquele rapaz.

— Sabia que você foi o único que não me perguntou sobre meu acompanhante hoje?! — a loira perguntou retoricamente, olhando ele por cima dos olhos.

A loira estava louca para uma segunda opinião. Queria que ele desse algum parecer sobre o assunto.

— Seria problemático que eu falasse sobre isso . — ele falou casualmente, olhando desinteressado para sua taça de champanhe — Mas, já que você foi a primeira a tocar no assunto, presumo que esse tópico não seja mais um tabu aqui. — completou, olhando-a com preguiça.

Ino sorriu brevemente, e assentiu.

— Você é bem espertinho hein?! — ela comentou, servindo-se de mais champanhe.

Quando encheu sua taça, viu que o Shikamaru estava oferecendo o braço para ela. Não havia percebido, mas as pessoas estavam seguindo para fora do salão, em direção ao jardim, e ele estava indo também.

Assim que passaram pelo grande arco de divisão, a Yamanaka já estava tagarelando nos ouvidos do rapaz novamente, e antes que pudesse perceber, algo acertou sua cabeça, fazendo-a calar a boca em um susto.

A loira se alarmou, e procurou quem havia acertado sua cabeça com sabe-se la oque, mas antes que pudesse soltar um palavrão, viu que os olhos de várias mulheres estavam sobre si. Hinata estava mais a frente no jardim, de costas, com uma expressão curiosa.

— Onde ta o buque? — a recém casada perguntou, sua voz doce e baixa, se sobressaindo no silêncio do momento.

Então, em um momento de perplexidade, Ino se abaixou e pegou o singelo arranjo de rosas brancas e vermelhas, e levantou no alto, mostrando para Hinata que ela de certa forma, pegara o buque.

Uma onde de gritinhos e felicitações se seguiram, dizendo que ela seria a próxima a se casar; A garota ficou estagnada exatamente onde estava, e então, naturalmente todos voltaram as suas atividades normais.

Shikamaru ainda estava de braços dados com ela quando coçou a nuca desconcertado, e resolveu falar algo.

— Mulheres quando pegam buquês em casamentos deveriam ficar felizes, não é? — ele perguntou em um sussurro.
— Claro. — ela respondeu com a voz trêmula de choro.

Só podia ser o destino querendo esculhambar com ela. Sua amiga de escola mais nova estava se casando, sua melhor amiga já morava com o namorado, e o acompanhante de Ino nem aparecia. E agora para completar, o buque acerta sua cabeça, como um enorme sinal de sacanagem do destino.

— Hmm, parece problemático, quer que eu te leve pra casa? — ele perguntou, vendo que ela estava prestes a cair no choro.
— Não, claro que não! — ela respondeu virando-se para ele com uma animação ligeiramente forçada — É o casamento da minha amiga, a gente tem muito oque comemorar e beber! — completou, dando um sorriso.




x-x-x

A festa de casamento acabara na madrugada de sábado para domingo, segunda de manhã na faculdade, Ino ainda estava superando a ressaca.

A maior prova disso, era o cabelo preso em um coque meio desajeitado, os óculos escuros e o jeans amarrotado.

— É bom saber que você ta viva. — Shikamaru falou, aproximando-se dela no corredor.

Quando a garota olhou para ele por baixo dos óculos escuros, ele prendeu o riso.

— Mais ou menos viva. — ele se corrigiu, e passou a caminhar ao lado dela no corredor.

Desde que Ino arrastou Shikamaru pelo casamento, conversou, dançou e bebeu com o ele a noite toda, uma nova intimidade surgiu entre os mais novos amigos, afinal, fora ele quem arrastou ela para casa, quando a festa acabou.

— Eu não podia imaginar que um champanhe tão caro, desse uma ressaca tão mortal. — Ino respondeu emburrada, e parou em frente seu armário.
— Você vai me dizer que nunca tinha bebido champanhe antes? — o moreno perguntou descrente, cruzando os braços ao lado dela.
— Não na proporção que eu bebi naquele casamento. — ela explicou, remexendo no armário.
— Não faz essa cara. — ele pediu, vendo que a loira havia empacado, vidrada com o olhar para dentro do armário — Vou confessar que meu domingo foi de ressaca também. — completou, tentando anima-la.
— Não, não é isso. — ela respondeu de imediato, com o olhar ainda fixo dentro do armário.

Shikamaru não quis espiar para saber oque tinha ali dentro, então esperou que ela falasse.
Ino tirou os óculos escuros lentamente, e os colocou em cima da cabeça, depois, em um movimento muito calculado, ela tirou uma pequena flor de dentro do armário, e observou por alguns segundos.

— Eu quero saber do que se trata? — ele perguntou, cansado de esperar por alguma coisa.
— Isso aqui, isso aqui que você ta vendo, é oque? — ela perguntou estupefata, esticando a flor para cima do rapaz.
— Uma flor?! — Shikamaru respondeu, esticando o pescoço para trás.
— É, uma flor! — Ino confirmou ansiosa, quase alarmada — Um lírio vermelho não é? — perguntou, quase enfiando a flor dentro do nariz do rapaz.

O Nara precisou dar um passo para trás, para não engolir a bendita flor.

— Acho que sim... Você deve saber mais do que eu, já que trabalha numa floricultura. — ele falou, ligeiramente perturbado pelo comportamento da garota.
— Eu tirei um lírio vermelho, de dentro do meu armário. — ela repetiu para si mesma, observando a flor com perplexidade.

Shikamaru esperou pacientemente que o surto de loucura da garota tivesse fim, mas ela apenas continuou parada encarando a flor em uma espécie de estado catatônico.

— Sim, acho que é um lírio vermelho mesmo... — Shikamaru resolveu falar, depois de ver que a garota não sairia daquela — Mas essa flor não é coisa rara por essa região do Japão? — completou, questionador.

Não quer ele fosse um especialista em flores, mas tinha uma vaga noção sobre o assunto, já que seu pai sempre o incumbia de escolher as flores que daria a sua mãe de presente de casamento.

— É. Um lírio vermelho... — ela falou, parecendo anestesiada — Dentro do meu armário... De novo. — completou, o olhar vago e perdido.

Ino ficou perdida dentro de si mesma revivendo algo que acreditava já não mais existir. O frio na barriga e o suadouro nas costas eram chocantes.

— Você ta bem? — Shikamaru perguntou, fazendo a garota desgrudar os olhos da flor em suas mãos.
— To. To bem. — ela se forçou a falar, dando um sorriso afetado.

O rapaz ergueu as sobrancelhas, descrente, mas resolveu não insistir. Ela agradeceu por isso, não saberia como explicar para ele. Não sabia nem, como se explicar.

Antes que mais alguma coisa fosse dita, o sinal da primeira aula tocou, e a garota pegou os materiais de qualquer jeito, fechou o armário e saiu andando para sua sala, dando um vago ‘até logo’, para o novo amigo.

Não iria surtar, de jeito nenhum! Precisava assistir a aula, aquela flor não iria mudar nada em sua vida, talvez não significasse nada! Não iria criar esperanças, ou desestabilizar toda sua vida por uma suposta chance de um ex-namorado desequilibrado ter reaparecido!
Com essa ideia em mente, Ino jogou o lírio dentro da primeira lixeira que encontrou, e entrou na sala de aula, colocando em pratica tudo que aprendeu com seus três anos de terapia. Equilíbrio mental, e controle emocional.


...



Meio dia em ponto, as aulas da Yamanaka acabaram. Ela seguiu até o refeitório afim de comprar algo para comer; Estava entretida procurando o dinheiro em sua bolsa, quando sentiu um par de mãos tocar suas costas.

Ela se virou para ver quem era, já quase gritando de susto.

— Akira?! — ela perguntou perplexa — Sai fora. — completou, virando-se para a fila novamente.
— Ino, não, pera. Desculpa não ter aparecido no casamento da sua amiga. — ele começou a tagarelar, tentando entrar no campo de visão dela — Eu não pude ir, é sério. Me escuta. — completou, agoniado.

Ino cruzou os braços e olhou para ele pelo canto do olho. Akira era um veterano da faculdade. Cursava engenharia, era alto, tinha um belo corpinho, e belos olhos cor de mel... E roxo. Não pera, Akira não tinha olho roxo.

— Deuses, oque aconteceu com seu rosto? — a garota perguntou, depois de notar o olho roxo no rapaz.
— É disso que eu to tentando te falar. — ele falou fazendo uma pequena careta desconfortável.

Ino assentiu, o segurou pela mão, e o puxou para o canto do refeitório, afim de conversarem. Sua fome podia esperar, seu ficante estava com um olho roxo, talvez ele tivesse um bom motivo para ter dado o bolo nela no casamento.

— Eu fui assaltado no caminho pro casamento. — ele começou, parecendo estar sendo bem sincero, pois olhava-a diretamente nos olhos — Eu acho... — completou, franzindo o cenho.
— Acha? Como assim? — ela perguntou ansiosa, com um péssimo pressentimento.
— Foi bem rápido e estranho. Eu estava descendo do ônibus, a caminho do casamento, quando um cara me acertou um soco, aleatoriamente. Eu tava distraído então fiquei desorientado por alguns segundos, as pessoas do ponto do ônibus se afastaram* e o bandido tirou meu celular da minha mão, se enfiou dentro de um táxi e sumiu, tão rápido quanto apareceu. — tagarelou, ligeiramente perplexo — Sei que parece loucura, mas você precisa acreditar em mim. Eu não deixaria você esperando. — completou, com seriedade.

Ino ficou com a boca meio aberta por alguns segundos, e o olhar completamente fora de foco tentando formular alguma resposta.

— Eu até fiz um B.O na delegacia, se você quiser pode ir ver. Foi tudo verdade! — ele insistiu, segurando-a pelas mãos — Mandei mensagem pra você no facebook, mas você não entrou o final de semana todo... — tentou novamente, mas a garota ainda continuava aérea — Eu ligaria pra você mas, não sabia seu numero de cabeça, e só tinha gravado no celular, e o celular foi levado... — tagarelava — Ino, me responde, por favor! — pediu, apertando os dedos dela.

A Yamanaka soltou as mãos do rapaz em um rompante, e começou a andar refeitório a fora. Akira a seguiu, balbuciando desculpas.

— Akira, cala a boca. — a loira falou, ligeiramente grosseira.

O pobre do rapaz se calou, mas continuou seguindo-a.

— Eu acredito em você, mas acho que não é legal que a gente continue se vendo, ok? Então, tudo bem. — ela falou, com a voz ligeiramente esganiçada.
— Você encontrou outra pessoa no casamento? — ele perguntou, parecendo deprimido.
— Não! — ela quase gritou para ele, e parou no corredor — Sim! — corrigiu-se virando para ele.

Akira arregalou os olhos e espremeu os lábios. Parecia realmente deprimido. Cortava o coração de Ino mentir assim pra ele, mas precisava faze-lo sair de seu encalço, afinal, se estivesse acontecendo oque ela achava que estava acontecendo, era melhor que Akira não estivesse em cena.

— Olha, não é bem isso oque você ta pensando, mas a gente não pode mais se ver, sério. — ela falou, meio impaciente.

Se encararam por alguns segundos, o rapaz parecia tão perplexo quanto ofendido, então, antes dele falar alguma coisa, a garota saiu marchando, deixando-o plantado no corredor da faculdade.

Ela atravessou o campus, desvairada, afim de chegar no flet e contar tudo para Sakura.

Mas, quando chegou lá, Sakura e seu namorado estavam fazendo sala para o otouto de Itachi; Sasuke estava fora desde o começo do ano, havia viajado para a Inglaterra afim de cursar sua faculdade de direito em Cambridge. Entretanto, mesmo ocupado com a faculdade no exterior, Sasuke sacrificou dois dias de aula, para comparecer ao casamento de seu melhor amigo, então as pessoas estavam sendo agradáveis e dando total atenção a ele, pois estavam com saudades.

Ino também seria agradável com ele se não estivesse tão assustada e nervosa; Para ela não era sacrifício algum ser simpática com qualquer pessoa. Ino era dotada de uma personalidade muito afável e extrovertida, por isso, quando ela passou pela sala como um furacão, arrastando Sakura para quarto, sem sorrisos e cumprimentos calorosos, causou grande impacto em todos.

— Sakura, eu vou ter um derrame! — Ino começou, em um sussurro nervoso.

Ela trancou a porta de seu quarto, e se virou para a amiga com os olhos enormes.

— Vai mesmo. — a Haruno falou, olhando a loira especulativa — O Sasuke flertou com você na sala, e olha quem você arrasta pro quarto? Eu. Com certeza tem alguma coisa errada. — completou.
— Sasuke flertou comigo? Quando isso? — a loira perguntou em um misto de perplexidade e animação.
— Ali na sala, agora mesmo quando você cheg- a rosada ia falando mas a outra foi passando por cima.
— Não, espera, não importa! Oque eu tenho pra dizer é mais sério. — falou exasperada, gesticulando enquanto dava voltas ao redor da cama.

Sakura escancarou a boca, e se sentou na ponta da cama de Ino.

— Tudo bem amiga, fala. — a rosada pediu, preocupada.
— Hoje eu tirei uma flor do meu armário. E descobri que o Akira, não apareceu no casamento, porque foi “assaltado”. — contou, olhando fixamente para amiga.

Sakura piscou meio desnorteada, encarando a loira de volta. Ino olhava para ela, esperando alguma reação.

— Que bom que você e o Akira se acertaram... Espero que vocês deem certo... — a rosada falou meio incerta, receosa com a expressão lunática da amiga.
— Não, não, você não ta entendendo Sakura! — Ino falou quase histérica e se sentou ao lado da amiga na cama — A flor, e o atentado que o Akira sofreu, estão interligados. — falou, como se fosse óbvio.

Sakura estreitou os olhos, perdida e confusa.

— Não vejo como. — a Haruno finalmente respondeu.
— A flor que eu encontrei no armário foi um lírio vermelho, e o “bandido”, que assaltou o Akira, não fez nada além de socar a cara dele, e levar o celular. — a loira tagarelou, apavorada — Será que você não consegue fazer a conexão? — perguntou, segurando a amiga pelos ombros.

Sakura piscou duas vezes e escancarou a boca, chocada.
Era visível que ela estava se lembrando de quem havia deixado o lírio vermelho dentro do armário escolar de Ino, quando ela tinha 14 anos, e quem fora o rapaz mais agressivo que a loira namorou.

— Você não acha que... Ele, ta de volta, acha? — Sakura perguntou em um sussurro assustado — Não teria como ele te achar. — completou, tentando tranquilizar a amiga.
— Eu não acho Sakura, tenho certeza! — a Yamanaka coachou — Eu passei a minha adolescência toda com sequelas do relacionamento que eu tive com ele. Foi tão intenso, quanto foi rápido, você sabe como eu fiquei! — completou, encolhendo-se na cama.

Sakura se aproximou da loira, e a abraçou, puxando-a protetoramente para perto de si.

— Vai ficar tudo bem amiga, você sabe que apesar de muito estranho, ele nunca fez nada contra sua vontade... — Sakura falou, afagando as costas dela no abraço. — E agora que o Itachi é da polícia, você não poderia estar morando em uma casa mais segura. — completou, tentando conforta-la.

Ino assentiu, sentindo toda a redoma do seu frágil equilíbrio emocional e psicológico ruir. O pior de tudo, não era achar que ele iria obriga-la a nada, se houvesse alguma possibilidade dele fazer isso, seria bom, porque assim ela saberia que não o queria, mas o pior de tudo era saber, que no fundo, ela estava ansiosa para reencontrá-lo, ansiosa para sentir seu cheiro novamente, para ouvi-lo dizer seu nome daquela forma lenta e autoritária, que só ele conseguia dizer.

Por todos esses anos, tudo oque Ino ansiou era poder senti-lo novamente... Por isso teve tantos parceiros, por isso não conseguia ser feliz com ninguém, ela já tinha alguém ocupando o espaço do seu coração, já havia encontrado alguém que a saciasse sexualmente... O homem que havia traçado uma marca de fogo em seu corpo e em seu coração, Gaara.



x-x-x

Vinte sete dias depois.

Sakura havia incumbido Itachi de, praticamente montar guarda ao redor de Ino, mas a loira não gostava de alugar tanto o namorado da amiga, afinal, ele já havia cedido espaço em sua casa para ela morar, e agora, precisava ficar dando uma de babá?

Era o cúmulo.

Não podia se aproveitar tanto do pobre homem, principalmente agora, que ele estava estudando para alguma prova federal, pelo jeito Itachi não cansava de ser gênio, e conseguiu ser indicado para um posto mais elevado dentro da hierarquia policial.

— Sakura, já tem quase um mês que achei aquela flor e dei aquele pequeno surto com você no quarto. — a loira sobressaltou, enquanto servia-se de suco na cozinha do flet — Não posso viver enclausurada ou alugando o coitado do Itachi pra sempre. — completou, apontando o copo para sua amiga.

Sakura estava emburrada em pé, no arco de soleira, entre a copa da cozinha e a sala. Itachi estava sentado em um banquinho, com alguns livros em cima da bancada da cozinha, bebendo café e estudando, Ino havia acabado de chegar da floricultura e anunciar que usaria aquele lindo Sabado, para sair, e Sakura, que estava na sala, escondida no sofá entre vários livros de medicina, resolveu se manifestar, e se mostrar totalmente contra a ideia da amiga de sair sozinha.

— Mas você não pode ir sozinha Porca! — a rosada insistiu, exasperada.

Ino deu uma golada em seu suco, e olhou para a rosada de baixo para cima, com um leve desdém.

Testuda, menos. — foi oque a loira respondeu.

A Yamanaka sabia que a amiga estava certa em estar preocupada, mas talvez, Ino estivesse de saco cheio de viver esperando Gaara se aproximar, simplesmente porque ela sabia que ele poderia esperar meses, ele era esse tipo de pessoa, mas Ino não, ela não tinha paciência, ou estrutura de ficar aguardando, vivendo esse suspense... Talvez, devesse de fato, confronta-lo a aparecer.

Ita’, fala pra ela amor! — Sakura falou, toda dengosa, indo na direção do namorado — Fala pra ela que ela não pode sair sozinha! — completou, se pendurando nas costas do moreno.

Itachi largou os livros e se levantou de seu banco para abraçar e amparar sua namorada preocupada. Ino olhou a cena, perplexa. Pobre Ita', faria qualquer coisa por Sakura, principalmente quando ela ficava toda dengosa.

Testuda! Pode parando! — a loira se adiantou em falar, prendendo o riso — Você não vai fazer o Itachi sair daqui, só pra me seguir com você, nas minhas aventuras de solteira desmiolada. — completou, apontando um dedo acusatório para a rosada — Itachi por favor, não se dê ao trabalho, eu vou sair com o Shikamaru, ta tudo bem. — completou mais seriamente, falando diretamente com o moreno.

Itachi olhou para Ino, aquele tipo de olhar perspicaz, e assentiu. Naquele instante, a loira soube que, de alguma forma, Itachi sabia que ela estava planejando sair naquela dia, para encontrar Gaara. Talvez fosse óbvio demais, ou talvez o moreno que era muito observador, seja qual fosse o motivo a loira sabia que conseguiria dar sua escapulida noturna, agora que o Uchiha parecia entende-la.

Ita’, vamos com ela... — a rosada pediu em um sussurro, se agarrando ao pescoço do coitado.

O rapaz fechou os olhos, e pendeu a cabeça para o lado, quase cedendo. Ino deu uma gargalhada, ela achava incrível como ele estava disposto a dar qualquer coisa que ela pedisse, e visse e versa; Era algo fofo e chocante, ao mesmo tempo.

— Acho melhor a gente ficar... — ele respondeu, arrastadamente, e se virou para a rosada com uma expressão que, deixava Ino desconcertada.

Ele murmurou alguma coisa no ouvido da rosada, que a deixou amolecida nos braços dele, antes dela soltar a resposta sussurrada, quase em um miado. Ino viu a sua deixa de sair dali, antes que eles dois começassem uma cena muito íntima.


...


A loira foi para o banho e se arrumou minuciosamente, vestido tomara que caia lilás, saltos pretos, bolsa prateada, argolas prateados, cabelo solto e maquiagem. Quando saiu do seu quarto e passou pelo corredor para descer até a sala e logo até a porta de saída, pode ouvir alguns sons característicos vindo do quarto do casal de namorados, e não pode deixar de bater na porta e gritar “ To indo” só pra sacanear com eles.

...



A verdade era que Ino não havia marcado nada com Shikamaru. Ela foi para um pub de Osaka sozinha, com a cara e a coragem mesmo!
Ela sabia que, se saísse a noite, sozinha, e Gaara estivesse mesmo de olho nela, apareceria. Ela o conhecia a este ponto. Sabia que ele não perderia uma oportunidade dessas.

O lugar era de bom gosto, refrigerado, com mesas customizadas e cadeiras estofadas, o teto rebaixado e o chão limpo, em lajotas claras, pessoas bem apessoadas transitavam bebendo cerveja ou saque, um rock agradável tocava em som ambiente.

Se sentou em uma mesa que estava bem próxima a bancada do bar, e pediu uma taça de vinho tinto. Tomou a primeira taça enquanto olhava o celular distraidamente, tomou a segunda, e quando pediu a terceira, um homem que parecia ter idade para ser seu pai, ofereceu-se para sentar com ela. A garota negou educadamente, e pediu para que ele se retirasse, pois ela estava esperando alguém. Sem reclamar, o homem se afastou.

Passaram-se mais alguns minutos, e Ino recebeu cantadas de mais três homens, e até de uma mulher. Já era quase meia noite e uma garota bonita como ela estava sozinha em um pub elegante, era chamativo.

Quando terminou a terceira taça, a garota resolveu ir ao banheiro. Quando voltou, havia uma companhia em sua mesa.

Ele estava com a taça de vinho que ela havia bebido entre os dedos, como se estivesse averiguando o conteúdo vazio do objeto.

Estava com os cabelos um pouco maiores, ligeiramente despenteados, uma camisa de mangas de flanela, parecia que sua calça jeans era gasta e desbotada, e os sapatos eram daqueles tipo botas masculinas.

Ela parou em frente a mesa, com o coração palpitando na boca.

— Eu diria que é uma surpresa te ver, mas, não é. — ela falou, sentando-se na cadeira que estava de frente pra ele na mesa.

Gaara colocou a taça em cima da mesa lentamente, e levantou os olhos para ela. Houve aquele momento em que eles se encararam, e a loira precisou se manter firme para não pular em cima dele; Não sabia se cairia em cima dele amores, ou de porrada. Era muito confuso.

— Não, não é. — ele respondeu, cruzando as mãos por cima da mesa — Deixei você planejar esse encontro, achei que isso te deixaria confortável. — completou naturalmente, com os olhos fixos no decote do vestido dela.
— Deixou? — ela perguntou, fingindo que não estava vendo para onde ele estava olhando — Ta me dizendo que você sabia que, mais dia ou menos dia, eu sairia sozinha, na intenção de te encontrar? — ela perguntou, tentando soar sarcástica.

Estava emocionalmente perturbada, e instável, mas tentava se manter firme a todo custo.

— Sim. — ele respondeu, desviando os olhos para o rosto dela novamente — Assim como você sabia que eu viria. — completou, encarando-a intensamente.

A garota precisou desviar os olhos para não corar perante aquele olhar tão íntimo. Ora, veja só, Ino Yamanaka não corava! Não mais!

— Você ta bem mais falante do que a primeira vez que nos encontramos. — ela falou, dando um sorriso nervoso.

Ino nem soube exatamente porquê fez este comentário, tendo em vista que Gaara, passou a ser uma pessoa capaz de conversar depois de algum tempo juntos, mas isso foi há quase cinco anos atrás.

O ruivo pendeu a cabeça para o lado, e a fitou em silêncio por longos minutos. Ino aproveitou para pedir uma garrafa de vinho.

Quando a garrafa chegou, Gaara serviu o vinho na taça dela, e tomou um longo gole da garrafa, sem o menor problema. Pelo jeito, não havia mudado nada.

— Não estamos no nível de ‘primeira vez’ pra nada, Ino. — ele respondeu por fim, inclinando-se para o lado, para olhar o corpo dela — Você é minha, sempre foi. — completou, dando uma espécie de sorrisinho malicioso.

A garota se empertigou na cadeira sentindo o sangue pulsar mais forte e mais quente em suas veias.

— Então, você, também é meu? — ela perguntou cheia de ironia, e levou a taça de vinho a boca — Mesmo depois de todo esse tempo? Me poupe. — completou, dando uma golada.

O ruivo apenas assentiu positivamente com a cabeça, com toda naturalidade do mundo.
Ela quase deixou o vinho voltar, com a ideia de “Gaara ser seu”, só podia ser sacanagem. Tinha que ser sacanagem! Diabos, como queria uma sacanagem com ele.

— Você não pode sumir por quase cinco anos e depois aparecer dizendo que sou sua, e que você é meu, e tudo ficar bem! Eu tenho uma vida sem você! E... — ela desatou a falar, mas se interrompeu.

Ele olhou para ela com curiosidade, esperando que ela concluísse, mas a garota não poderia enfiar o pobre do Akira naquela confusão. Ela havia o dispensado, justamente porque temeu por ele.

— Vai falar do viadinho que eu zuei? — Gaara perguntou debochado.
— Então, foi você mesmo que bateu e roubou o celular do Akira? — ela perguntou em um sussurro de perplexidade.

Ele olhou para ela parecendo entediado. Era óbvio que havia sido ele. Ela sabia que ele gostava de observar tudo antes de tomar alguma atitude.

— Foi só uma brincadeira. — o ruivo se defendeu, totalmente desinteressado — E eu não roubei nada, só joguei o celular dele fora. — explicou-se, sem o menor arrependimento.
— Que infantil! — ela exclamou, ultrajada.

A maior parte do ultraje que ela sentia, era por estar completamente derretida por ele naquele momento. Oh, céus, ele era um canalha, mas era um canalha capaz de tudo por ela.

— Você transou com aquele cara? — ele perguntou casualmente, olhando para a garrafa de vinho.
— Eu transei com algumas pessoas desde que você resolveu sumir de Konoha, há anos atrás, sem deixar nenhum rastro. — ela rebateu de imediato.

A resposta veio na ponta da língua, parece que até podia ouvir Sakura dizer “ Corte rápido, Tramontina.

— Hm... — ele continuou com os olhos baixos, e encheu a taça dela de vinho novamente.

Ino pegou a taça, e bebeu o vinho rapidamente. Estava tão frustrada, irritada, excitada, ansiosa, emocionada... Confusa!

— E você diria que essas pessoas foram satisfatórias, ou só somaram números na sua vida? — ele perguntou, finalmente olhando para ela.

Ele parecia completamente disperso com o fato dela ter acabado de falar, que esteve com outros homens. Mas afinal, qual era seu problema? Gaara sempre fora tão ciumento, porque parecia não se importar com oque ela havia dito?

— Essa é uma pergunta muito íntima. — ela respondeu, em um fio de voz.
— Não existe nada em você, que eu já não visto e tocado, então, intimidade não é o problema. — ele respondeu, pegando novamente a garrafa de vinho — Acho que o problema, é que você sabe, que ninguém pode te satisfazer como eu, porque você me ama. — completou, bebendo da garrafa com casualidade.
— Amo é? Como você pode ter essa certeza toda? Depois de todo esse tempo? — ela tentou debochar, e cruzou os braços, emburrada.
— Você ainda ta aqui, não ta? — ele perguntou retoricamente, e colocou a garrafa de volta na mesa.

A garota se inclinou na mesa e esbofeteou a cara dele, em um rompante. Algumas pessoas viram, e observaram esperando alguma reação dele.

A garota tentava se situar, e não perder o controle novamente. Não poderia fazer uma cena, não poderia se desequilibrar tanto.

— Você não pode fazer isso comigo! Não pode! — ela afirmou, em um fio de voz.

Novamente, fragilizada.

Ele se levantou também, e ficaram frente a frente, apenas com a mesa entre eles. A loira percebeu o quanto ele havia crescido, mesmo que ela estivesse de salto, ele ainda era bem maior que ela.

— Não acho que as coisas tenham mudado... — ele começou, tirando dinheiro do bolso da calça — Eu ainda fico excitado quando você dá na minha cara. — completou naturalmente, e colocou o dinheiro em cima da mesa.

Ino escancarou a boca, em um misto de perplexidade e excitação.

Muito tranquilamente, ele deu a volta na mesa e parou ao lado dela, há um centímetro de distancia. Dali, ela podia sentir o cheiro dele...

— Vamos? — ele perguntou, já andando.

A loira olhou ele andar até a porta do pub. Ele não olhou para trás, ou insistiu. Ele estava fazendo um convite. Como sempre, deixando a decisão nas mãos dela. Para onde iriam? Ela não sabia, mas só iria se quisesse... E esse era o perigo, ela queria ir. Como queria ir. Deuses, se tinha algo que queria fazer, era ir!

Quando ele atravessou a porta e saiu de vista, ela correu, e o alcançou na calçada movimentada do pub.

Se fitaram por alguns segundos. Ele tocou o próprio lábio inferior, e então tocou o dela, rápido e delicadamente... Ele fazia isso quando ficava mais de um dia sem ver Ino, na época da escola; Era o jeito dele de dizer que estava com saudades.

— Eu senti tanta saudades! — ela balbuciou, entre lágrimas, e se jogou nos braços dele.

Então, ele a recebeu, envolvendo-a em seus braços firmemente, sem deixar qualquer brecha para mais nada.

Naquele momento ela soube, que ela sempre o aceitaria, e ele, sempre a receberia naquele abraço forte e firme, que a protegia de tudo e de todos.


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Notas finais do capítulo

Espero reviews, e até o próximo sz'