Comemoramos o noivado por mais um tempo e logo Alice e Peter resolveram fazer uma comemoração particular, deixando eu e Steve na boate e indo até um luxuoso hotel, que é claro que meu amigo já havia reservado. Logo, foi minha vez de ir embora, mas como Sharon havia me enviado uma mensagem falando que estava tudo bem e que Sarah já havia dormido, e que eu poderia busca-la pela manhã, já que em vinte minutos ela iria dormir também, Steve acabou me levando para um lugar mais aconchegante, um bar que parecia ter saído dos anos 50. Uma música antiga tocava ao fundo, e antes que fossemos sentar em algum lugar, puxei Steve até a pista de dança.

Encostei meu rosto em seu peitoral, e começamos a nos balançar lentamente.

—Adorei esse lugar Steve...Obrigada por me trazer até aqui.

—Agradece ao Sam... ele que me indicou.

—Sam? Acho que ainda não fui apresentada a ele.

—Acho que não... Quando ele voltar da missão dele, podemos sair com ele...

—Missão? Ri baixo e levantei a cabeça para encara-lo.

Steve praticamente parou de dançar... e tive a impressão que ele estava ficando nervoso.

—Bem. Pigarreou. –Ele está fora do país, trabalha na CIA.

—Ah. Tudo bem, sei como essas coisas são sigilosas, não precisa falar mais nada. Relaxa um pouco Steve. Não fica preocupado com essas coisas não. Olha, já observei que você fica um pouco alterado quando o assunto envolve qualquer tema relacionada a seu trabalho. Eu não ligo... me importo com a pessoa que você é e não o que faz.

—Obrigado Lena. Você deve ter alguma noção de como meu trabalho pode ser perigoso, e ... eu fico com receio que se você souber de algo, possa ficar em perigo.

—Steve. Confio em você... De qualquer modo, tenho o melhor professor de luta do mundo. Dei um selinho, o deixando mais tranquilo.

—Tudo bem...

Pov Narrador

Não demoraram mais que uma hora e foram para suas residências. Steve iria até dormir no apartamento de Helena, mas acabou recebendo um chamado “urgente” de seu trabalho.

Helena ficou um pouco decepcionada, porém, compreendeu que aquilo era necessário e que provavelmente iria conseguir lidar com futuras saídas repentinas como aquela, já que alguém lá fora precisaria mais do Steve do que ela.

Será que foi mais um incidente com mutantes? Pensou ficando preocupada. Resolveu não ficar sofrendo por antecipação, tomou um banho, preparou um chá e para seu quarto ler mais um capítulo do iluminado antes de dormir.

Assim que foi se acomodar em sua cama, percebeu um pequeno pedaço de papel no meio da mesma. Pegou aquele papel e ficou aliviada ao reconhecer as letras de Peter.

Desdobrou o papel e ficou intrigada ao notar a quantidade de texto que havia ali. Pegou a caneca com chá que havia deixado no criado mudo e bebeu três goles.

Respirou fundo e iniciou sua leitura.

“Helena eu sou seu amigo e como tal, tento fazer o que é melhor para você. Nem sempre acerto, e não sei se dessa vez o farei, mas eu tinha que fazer isso. Não quero te obrigar a nada, mas eu sei que você ainda não leu a carta que sua avó te deixou. Não se assuste, não estou te vigiando ou algo do tipo, posso te afirmar com certeza por que sua vó Lena deixou mais do que esta carta, ela me entregou algumas caixas também e me fez prometer que as passaria caso você pedisse, e bem... até agora você não tocou no assunto delas. Me perdoa se estou sendo invasivo, mas sua avó tinha certa urgência quando me entrou a carta e as caixas... então, deixo a decisão de lê-la para você mesma, não quero pressiona-la e sim te lembrar de algumas das últimas palavras da sua avó.” 

Helena ficou apreensiva com o que leu, havia realmente se esquecido da carta que Peter havia entregado no dia em que se conheceram e acabou ficando triste. Como poderia ter sido tão irresponsável com algo que era da sua avó? Pensou aumentando o sentimento de culpa.

Pegou a caneca e bebeu rapidamente todo o restante do conteúdo. Levantou-se e foi procurar a tal carta em uma pasta que havia reservado para documentos e quaisquer coisas que fossem importantes. Demorou mais do que esperado para encontrar aquele papel. Sentiu um pouco de alivio pois já começava a pensar que havia perdido a mesma. Voltou para sua cama e abriu lentamente o envelope.

Seus olhos começaram a lacrimejar um pouco assim que viu a caligrafia delicada da sua avó.

“Minha querida netinha. A quanto tempo não nos falamos? Devo estar a sete palmos do chão agora, não é? Espero que estava bem, se está, então tudo que fiz em meu leito de morte foi suficiente para deixar você e a Sarah seguras. Bem, meu amor, meu objetivo com essa carta, não é te fazer sofrer te fazendo lembrar de min. A alguns anos eu fiz uma promessa e eu não posso mais cumpri-la. Prometi guardar um segredo, e eu o guardaria até meus últimos dias, se este não estivesse causando tanto sofrimento. Antes de conta-lo mesmo, quero primeiro revelar que o pai do John esteve visitando a Sarah quando você não estava em casa desde que ela nasceu. Não fique brava, por favor. Ele foi muito insistente e teimoso e depois de um tempo eu não tive mais como manda-lo embora, o senhor Allen nunca faria mal a nenhuma das duas, quando ele te ameaçou, só estava tentando assegurar a escolha do filho, ele ama a Sarah e sonha com o dia em que poderia a ter realmente como neta e bem, você como nora. Ele acreditava que o John e você poderiam ter tido um futuro juntos. Enfim, ele fez uma conta para Sarah para o caso de uma necessidade ou para quando ela completar a maioridade, mas no fim, será sua escolha o momento certo de usa-la ou não. E sobre aquilo que atormenta a todos. Não tenho ideia de como seria a melhor forma para te revelar isso, bem serei direta, minha querida. Marie não pode ter filhos, ela é sua tia. Sua mãe morreu quase seis meses depois que você nasceu, o nome dela era Sarah, agora entende porque insisti tanto para que colocasse esse nome em sua filha. Bem, eu sei que será difícil para você acreditar, mas só alimentamos essa mentira por todos esses anos porque achamos que seria o melhor para você. Acredite minha linda, nós tivemos receio, eu mesma fui contra, mas seu pai estava tão desamparado, sem saber como cuidaria de você. Guardei tudo relacionado a sua verdadeira mãe e outros documentos e informações da nossa família e entreguei ao Peter, se for do seu desejo, poderá solicitar estes materiais a ele. Bem, me desculpe, me perdoe, era para tudo ter ocorrido bem, mas esse segredo só fez mal. Marie com o passar dos anos foi... se tornando outra pessoa. Ela começou a usar o segredo para controlar o seu pai, e isso o sufocou por todos esses anos. E além disso, eu sei o quanto você sofre pelo que Marie te fez e vivi em confronto pela mulher que ti criou como filha e a mulher que te expulsou de seu lar... Minha menina, agora você sabe a verdade, use-a com sabedoria e liberte-se de sua dor, seja feliz.

Com amor...

Helena Ocean, sua eterna Avó.”

Extra capítulo

Steve Rogers corria apressadamente até o jato da Shield, estava ansioso pois finalmente prenderia os responsáveis pelo ataque que quase machucou a suas garotas. Tony Stark, já estava a sua espera, e pela sua expressão, aqueles não eram inimigos comuns.

—Steve.

—Tony. Falou o cumprimentando. –Por favor, me diz que você tem uma informação para que possamos derrotar eles de uma vez por todas.

—Infelizmente não. Mas descobri algo... Tony disse com receio em continuar.

—Estou ouvindo. Steve disso como incentivo.

Stark respirou fundo, e após dar algumas instruções para o Jarvis, chamou Steve para que pudesse ver algo que seria projetado na tela.

Steve não pode disfarçar a sua surpresa. Era algo inacreditável.

—O que... Tentou falar.

—Não tenho ideia que diabos é isso, mas com certeza aquelas explosões foram resultado disso.

Steve olhava mais uma vez o vídeo de uma pessoa explodindo sem qualquer carga explosiva amarrada ao corpo.

—Pelo que observei, não é algo que tivesse sido planejado. Parece ser algum tipo de instabilidade...

—Instabilidade do que? Rogers questionou.

—Algo que está no corpo deles. Mas pelo menos descobrimos algo concreto sobre tudo isso... Eles atacam em nome de uma pessoa autointitulada como... MANDARIM.