último Suspiro escrita por Enid Black


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Agora começaa a ação ..



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O primeiro dia passou voando, e, para minha surpresa, eu me diverti muito com todos,pois não teve motivos para me preocupar,e Edward nem tentou mais me dizer o que ele queria quando haviamos chegado. Todos estavam de bom humor, brincando com coisas que em outra situação não teriam graça. Apenas uma pessoa não participava dessa brincadeira, meu namorado, Rick ficou em um canto isolado a tarde inteira, ficava na barraca com fechada, eu não tinha idéia do que fazia ali, ele só se juntava a nós para comer, mas mesmo assim não dirigia a palavra a ninguêm. Eu havia tentado falar com ele, no fim de tarde,mas em troca recebi uma resposta direta e rispida. Fiquei irritada com aquela atitude dele, se não queria estar ali então por que concordou em ir no passeio? Estava um pouco intrigada com aquilo, mas logo esqueci, não iria deixar Rick atrapalhar minha felicidade surpresa.

Fomos dormir tarde, alguém havia lembrado de levar um relógio e quando olhamos já era começo de madrugada. Cada um foi para sua barraca, depois de vários "boa noite" distribuídos para todos. Edward olhou para mim, pela sua expressão percebi que ele iria tentar falar comigo sobre o assunto de mais cedo, mas eu não estava preparada para uma longa conversa, e, para completar, estava morrendo de sono. Por isso fingi que não tinha percebido que ele olhava para mim e fiz questão de ser uma das primeiras a entrar na barraca, fechei o ziper, sabendo que assim ele não teria a ousadia de tentar conversar e me deitei, obviamente, demorei menos de um minuto para conseguir dormir. Embora estivesse cansada, acordei várias vezes naquela noite, como se fossem sonhos eu voltava a dormir logo, mas era despertada pouco tempo depois com barulhos estranhos do lado de fora, em meus vagos momentos conscientes cheguei a ficar com medo do que poderia ser aquilo, mas fechei os olhos antes de poder pensar nas possibilidades. Acordei de novo com a luz do sol atravessando minha barraca, estranhei não ouvir vozes do meu grupo, ou algum outro som que mostrasse que eles tinham acordado, pensei que estivesse muito cedo e todos ainda estavam dormindo. Levantei no pouco espaço que tinha e fiquei irritada de acordar cedo, ficar na cama até tarde era um dos pontos fortes do acampamento. Sai da barraca e me deparei com algo que me deixou sem chão. Tudo estava destruido, não havia ninguem ali, apenas os restos das outras barracas e de todo o resto que haviamos levado, a fogueira do dia anterior era a única coisa que ainda estava no lugar, com exceção da minha barraca, que estava intacta, mas isso não servia de nada para mim. Eu não sabia o que fazer naquele momento, como eu sairia dali? Onde estavam todos? O que tinha feito aquele estrago? Meus joelhos ficaram fracos e tombei no chão, atordoada demais para sair da posição desconfortavel. Comecei a chorar ao pensar na perspectiva de estar perdida naquele pesadelo.
Fiquei ali ajoelhada até as ultimas lagrimas secarem, em uma vaga esperança de que alguem chegasse e me dissese que estava tudo bem. Mas isso não aconteceu. Olhei para minha barraca, sem nenhum arranhão, aquilo era muito estranho, o que quer que tinha destruido o acampamento deixara apenas eu ali, talvez seu plano fosse me buscar mais tarde, me arrepiei de pensar nisso. Foi quando me lembrei que minha mochila estava dentro da barraca, onde se encontrava meu celular, levantei depressa com um sorriso começando a se abrir, eu sairia dali. Abri a bolsa a procura do pequeno aparelho sentindo um gelo quando não consegui acha-lo, lembrei que estava em um dos bolsos de fora e me acalmei de novo. Peguei ele me sentindo grata como nunca por ter um celular, mas quando fui liga-lo não aconteceu nada, tentei de novo, nada, olhei a lateral e vi a luzinha de "sem bateria" piscando. Voltava a estaca zero. Me sentindo fraca de novo, coloquei o celular de lado e olhei o que mais tinha na minha bolsa, alguns salgadinhos, duas barrinhas de cereais e metade da minha garrafa de água. Ótimo, eu sobreviveria muito tempo assim. Meu estômago roncou, comprovando que eu não conseguiria ficar ali por muito tempo, deixei a comida para depois, tinha que racionar enquanto não tivesse um plano melhor andei pelas barracas a procura de algo que me ajudasse, mas não achei nada, apenas um celular aos pedaços e migalhas de salgadinhos pelo chão. O sol já estava alto, deixando minha garganta desconfortavelmente seca, que junto com meu estômago faminto me fizeram comer e beber um gole de água. Não sabia o que faria quando não tivesse mais meios de ficar ali, a mata era totalmente fechada e eu não fazia a minima idéia de que caminho levava a cidade.
Mesmo sabendo que não tinha escolha eu tentava fugir da idéia de entrar naquela mata, queria uma resposta mais simples e que não fizesse eu enfrentar uma das coisas que eu mais detestava. Fiquei o dia inteiro sentada ali, pensando o que poderia fazer para ficar no acampamento, alguem poderia chegar... Embora eu duvidasse, se algum dos meus colegas soubessem o caminho para casa já teriam ido e nem pensariam em resgatar os outros, os que estivessem perdidos estariam na floresta... Droga, de novo o meu pensamento havia voltado a única possibilidade que tinha: enfrentar meu medo. Cedi a essa idéia, mas quando vi o pôr-do-sol já pintava o céu com uma mistura de vermelho e violeta, ali estava uma desculpa maravilhosa para adiar um pouco a partida, eu não me atreveria a entrar em uma mata de noite, quando podiam ter inúmeros animais a espera de um declinio meu... Não, enfrenta-los de dia já seria bem assustador. Fui para dentro da minha barraca e me deitei, não fechei os olhos, vigilante para qualquer movimeto ou barulho como o da noite anterior. Nada aconteceu, mas mesmo assim não pude dormir, estava muito nervosa com a estratégia do dia seguinte para conseguir relaxar. Passei a noite em claro e vi os primeiros raios do amanhecer passarem pelo fino tecido da minha barraca, sai e me levantei, minhas pernas doeram por ficarem tanto tempo encolhidas, peguei minha mochila (que havia arrumado á tarde) e me comecei a caminhar. Quanto mais tarde fosse menos coragem eu ia ter, então tinha que fazer isso bem cedo. Passei pela grama alta que tampava o restante da floresta, e me deparei com um labirinto de grama e arvóres, naquele instante eu já sabia que não conseguiria achar o caminho de volta para nenhum lugar.
O lugar era pior do que eu imaginava, 5 minutos caminhando e já não aguentava a grama que grudava na minha blusa, o mato alto pinicava minha perna deixando-a toda vermelha de tanto eu coçar. Não que eu fosse contra a natureza, mas preferia ela em uma tela de televisão a vários quilometros de distância de mim. Por enquanto eu ainda tinha um pouco de comida guardada na mochila, mas não sabia o que faria quando ela acabasse, não me imaginava caçando qualquer coisa por ali, e, mesmo que isso acontecesse, a idéia de comer carne quase crua me embrulhava o estomago.
Andei por várias horas sem rumo, tentando me lembrar do caminho que haviamos feito de carro antes, mas tudo parecia igual e eu já não tinha idéia para que lado ficava a saida ou o acampamento. Achei que estava andando em circulos e fiquei apavorada com a idéia. A noite caiu mas eu não quis descansar, não sabia aonde poderia me deitar e o breu não me deixaria dormir com suas sombras que mais pareciam bichos a espreita parar me atacar. Decidi caminhar até clarear um pouco e eu ver tudo com mais clareza. Andando pela escuridão da madrugada, em poucos minutos me arrependi de entrar na floresta, o único som que eu ouvia era o farfalhar dos meus passos nas folhas secas porém em vagos momentos eu parecia ouvir passos além dos meus, parava e prestava mais atenção tentando escutar o som novamente e o estranho silencio voltava.
Depois de um tempo naquele ritmo, meus olhos quase se fechando sozinhos de tanto cansaço, encontrei um lugar para dormir aonde a grama era curta o bastante para não me incomodar, o sol já começava a despontar no céu e me senti mais segura. Me deitei usando minha mochila como um travesseiro improvisado e em poucos minutos estava inconsciente. Acordei horas depois com uma forte dor no pescoço, prometi a mim mesma que deixaria minha bolsa bem longe de mim na proxima vez. Me levantei e percebi que o pescoço não era a única parte do meu corpo que estava doendo. - Aiii! - exclamei quando tive uma forte cãimbra na perna que me fez sentar de novo. Massageei o local esperando a dor passar, quando escutei barulhos de passos atras de mim, como os da noite passada, meu coração começou a acelerar e entrei em pânico, vendo se tinha escapatória se aquilo fosse me atacar. Olhei na direção que vinha o som, rezando para que só fosse minha imaginação pregando peças em mim de novo e gritei.

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Notas finais do capítulo

Palpite de quem é ??