Behind Blue Eyes escrita por Two Lovely Girls


Capítulo 25
I might never be your hero


Notas iniciais do capítulo

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Logan adentrou sua sala e prontamente se jogou sobre sua cadeira. Não conseguia tirar as provocações sugeridas por Victoria outro dia, não que fosse o tipo de homem que se deixava levar por boatos, tampouco um que se sentia ameaçado por quaisquer coisas, mas o medo de que aquilo tudo fosse verdade o assustava e era a primeira vez que sentia isso, afinal, sempre se considerou um homem seguro de si. Era incrível o poder de Elisabeth de muda-lo sem ao menos tentar de fato, e ele a amava por isso. Não a perderia, de maneira alguma, ainda mais sem lutar. E considerando sua última conversa, nada agradável, com Theodore presumia que deveria fazer algo o mais rápido possível. Pegou seu celular em mãos e discou o número dela. Quando a voz de Lisa soou ele não pôde deixar de sorrir.

—Meu amor... – Logan cantarolou ouvindo-a rir com aquelas palavras. – Podendo falar? – Perguntou.

—Claro, eu acabei de ficar com um tempo livre. – Elisabeth respondeu carinhosamente.

—Eu estava pensando em jantarmos juntos no final de semana, na minha casa. – Sorriu. – Eu te garanto que não há lasanha melhor do que a minha. – Completou. Lisa riu.

—Então em tão pouco tempo de namoro você já vai me mostrar seus dotes culinários? – A voz dela era marota. – Sabe que corre o risco de me ganhar pra sempre pelo estômago, quer correr esse risco? – Zombou.

—Você sabe que eu sou tenebroso, é tudo um plano frio e calculista pra te fazer ficar pra sempre comigo. – Logan riu também. – Sabe eu coloco maconha na lasanha, pra viciar e ter certeza de que você sempre voltará ainda que por ela. – Comentou. Elisabeth gargalhou agora.

—Eu vou amar jantar com você. – Disse retornando a seu estado normal.

—Então eu já estou ansioso pra sábado. – Logan corou enquanto sorria frouxo. – Eu tenho que desligar agora, reunião... – Rolou os olhos.

—Tudo bem. – Lisa sorriu antes de se despedir e desligar o telefone. Deixou seus olhos correr pelo rosto daquele que agora estava numa pose firme e rígida em sua frente. – Stormfield. – Falou pra ver Theodore bufar em uma demonstração grátis de irritação. – A que devo a honra da sua desagradável presença? – Zombou.

—Eu vim deixar bem claro que não vou tolerar mais piadas suas no meu ambiente de trabalho. – Theodore rebateu fazendo Logan sorrir ironicamente.

—Eu me deixei levar. – Falou encarando o vazio com certo desdém. – Mas quer saber foi besteira minha me preocupar tanto, afinal, é óbvio que uma mulher como a Lisa nunca ficaria com um babaca como você. – Se pôs de pé. Theodore rolou os olhos deixando uma risada debochada aparecer ali.

—Sua atitude naquela reunião me demonstra que não pensa bem assim. – Retrucou.

—As coisas vão mudar, Stormfield. – O fitou firmemente. – Eu e ela vamos ter um final de semana romântico... No meu apartamento... – Sorriu. Theodore sentiu todos seus músculos se enrijecerem de ódio ao pensar nas possíveis intenções de Logan, assim como por pensar que ele a teria em seus braços, colocando suas mãos sobre ela. – E eu tenho certeza de que depois de demonstrar todo o meu amor a ela, ela vai entender que anda ficando tempo demais na sua casa. – Comentou.

—E o que você acha que pode fazer a respeito? – Theodore se inflou ficando ainda maior.

—Espere e verá. – Logan se gabou.

—Eu acho bom que não ouse tentar afastar a Lisa dos meus filhos contra a vontade dela. – Theodore falou raivoso. – Eu nunca a obriguei a nada, ela ama estar com eles, e nada do que você fale a fará ter uma atitude diferente. – Theodore sorriu. – Ou você não foi avisado que os horários da Lisa foram escolhidos por ela? – Completou. Agora era Logan quem queimava ainda mais em ódio. – De uma maneira ou de outra saiba que no meu ambiente de trabalho, na frente dos meus funcionários e colegas, eu exijo que você deixe seus ciúmes e inseguranças de lado e aja como um empresário de verdade. – Bradou.

—Não se gabe, Stormfield. – Logan disse enquanto o mesmo lhe dava as costas, caminhando em direção a saída sem hesitação alguma. - As coisas vão mudar. – Completou. Theodore apenas lhe lançou um olhar irritado e fechou a porta atrás de si em seguida. Logan, por sua vez bufou liberando a raiva que lhe tomava e sufocava, naquele início de noite chuvosa.

***

Horas mais tarde, Theodore saía de seu escritório. Ainda era bem madrugada, mas ele havia perdido o sono. A noite fora péssima depois do novo confronto entre ele e Logan. Pensar em Elisabeth era uma tortura nas atuais circunstâncias, ainda assim ele não conseguia deixar de fazê-lo. Mas sua mente logo mudou de foco ao avistar Annabeth dormindo no sofá. Franziu o cenho.

—Filha... – Chamou despertando-a. Ela o encarou com os olhos arregalados. – Calma... – Pediu. – Por que está dormindo no sofá e tão cedo? – Perguntou confuso.

—Tive um pesadelo... – Ela choramingou. Theodore a abraçou fortemente.

—Você anda tendo muitos pesadelos.- Theodore suspirou. – Mas por que não chamou o papai? Ou a Lisa como sempre faz? – Questionou.

—Eu não queria incomodar... – Annabeth secou as lágrimas.

—Annabeth, o que é isso? – Theodore a apertou em seus braços. – O que você tem, meu amor? – Perguntou.

—Eu só to com muito sono, mas to com medo de dormir. – Ela se explicou fazendo-o torcer os lábios.

—Vou te colocar na cama e ficar lá com você até dormir, tudo bem? – Sugeriu vendo-a assentir. A pegou em seus braços então e caminhou com ela pra cima. Na metade do caminho cruzou com Victoria que franziu o cenho.

—O que houve? – Perguntou fechando o roupão junto ao corpo.

—Ela não está muito bem. – Theodore explicou. – Pesadelos de novo... – Completou.

—Coitadinha. – Soou falsamente. – Theodore, coloque-a na cama, eu acho que precisamos conversar sobre isso... – Disse. Theodore assentiu e assim o fez, quando retornou até a sala Victoria o esperava na sala de seu escritório. Ele adentrou o local e se sentou para vê-la fechar a porta atrás de si. – Querido, estou preocupada com Annabeth. – Suspirou.

—Eu também estou. – Theodore coçou os olhos. – Ela sempre foi tão risonha e empolgada, e anda tão calada, e tendo esses pesadelos loucos, eu não sei o que fazer. – Falou.

—Querido, acho que temos que ficar mais atentos. – Victoria torceu os lábios.

—O que quer dizer? – Perguntou Theodore.

—Vemos coisas tão horríveis nos jornais, casos em todos os lugares de maus tratos às crianças... – Comentou. – Acho que devemos ficar mais atentos com quem cuida de nossos pequenos. – Disse.

—Não. – Theodore se pôs de pé com sua declaração. – Elisabeth nunca faria mal algum as crianças. – Bradou.

—Theodore, infelizmente não podemos confiar assim de olhos fechados em qualquer um. – Ela caminhou até ele e envolveu seus braços finos em seu pescoço. – Sei que é difícil pra você a possibilidade de ter errado em sua escolha, mas ficarmos atentos não é nenhum crime, é só precaução. – Sorriu carinhosamente. – E se não acharmos nada, saberemos com certeza que Annabeth precisa de algum psicólogo pra extravasar emoções que ela talvez não saiba lidar. – Disse.

—Victoria, eu não vou me atentar a nada. – Theodore relutou. – Elisabeth é como uma mãe pra eles, lhes enche de amor e carinho, eu não errei em minha escolha, na verdade foi a escolha mais acertada que fiz em minha vida! – Afirmou. Victoria o encarou incrédula. Ela engoliu a seco, sem dizer palavra alguma fazendo-o perceber o que a incomodava. – Desculpa... – Tentou dizer, mas logo a voz rouca dela o cortou.

—Eu vou me deitar. – Fechou o roupão na frente do corpo novamente.

—Victoria, eu não quis sugerir nada... – Tentou explicar.

—Quer saber, Theodore, isso tudo me cansa. – Ela o fitou. – Como pode olhar nos meus olhos e dizer que ela é como uma mãe pra eles se eu serei a futura mãe deles? Como pode dizer que ela foi a decisão mais acertada de sua vida enquanto eu acabo de receber um pedido de casamento? – Riu irônica. – Acertou mais nisso também? – Deu sua cartada final saindo às pressas do escritório, com um sorriso maldoso em semblante, afinal, apesar da raiva em suas palavras sabia que seu plano estava funcionando cada vez mais. Theodore suspirou por perceber que deixou sair mais por seus lábios do que deveria e gostaria. Se sentou novamente sobre sua mesa e coçou os olhos, implorando que as coisas melhorassem de alguma maneira.

***

Naquele mesmo dia mais tarde, conforme o pedido de Matthew e Rose, todos os amigos estavam presentes agora em seu apartamento. Os dois sorriam estonteantemente, contagiando a todos ao redor, que não conseguiam ficar alheios a felicidade e ao amor do casal. Victoria fez questão de acompanhar Theodore, incomodando o suficiente Matthew que deixou bem claro que ela não era uma das suas convidadas.

—Bom, agora que todos chegaram. – Matthew falou chamando a atenção para ele e a noiva. – Temos convites especiais a fazer. – Sorriu pra ela que sorriu de volta.

—Nós escolhemos vocês que estão aqui para serem nossos padrinhos de casamento. – Vibrou Rose fazendo todos sorrirem.

—Acho que está faltando alguém então. – Victoria falou fazendo todos a encararem. – Quer dizer, a pobre Lisa está sem um par. – Comentou.

—Na verdade está tudo certo, porque como você não percebeu, você não tinha sido convidada, o que significa que você não vai ser madrinha de nada. – Matthew sorriu sarcástico. – Theodore vai ser meu padrinho ao lado da Elisabeth. – Completou fazendo os olhos de todos se arregalarem, especialmente o de Theodore e de Lisa, mas nada comparado ao semblante chocado e raivoso de Victoria que parecia poder voar em seu pescoço a qualquer momento.

—Como é que é? – Victoria se inflou na frente de Matthew que riu frouxo.

—Bom, até onde me lembro, você escolheu os padrinhos do seu casamento, então chegou minha hora de resolver os meus. – Sorriu da forma mais debochada que poderia enquanto a via bufar em ódio.

—Theodore! – Reclamou esperando alguma defesa do noivo que encarou o chão.

—Eu não posso fazer nada a respeito, é o casamento deles, será como eles quiserem. – Respondeu Theodore firmemente.

—Vamos ter muito a conversar em casa. – Victoria disse saindo em disparada pela porta do apartamento que bateu com força atrás de si. Theodore suspirou como se pedisse perdão por aquilo, mas Matt apenas riu.

—Eu to com uma dúvida. – Jennifer chamou a atenção pra si. – Isso significa que vão me fazer ficar a festa inteira ao lado do Phillips? – Perguntou incrédula enquanto o mesmo soltava uma risada característica.

—Achamos que formam um bom casal. – Rose brincou fazendo Nicholas encarar Jennifer com um sorriso maroto enquanto a mesma rolava os olhos.

—Nós não podíamos escolher outras pessoas, tinham que ser vocês, são nossos melhores amigos. – Rose sorriu pra eles que sorriram de volta.

—Estaremos lá por vocês. – Lisa disse carinhosa antes de caminhar até os dois e os abraça-los com carinho.

—Sabemos disso. – Rose riu frouxo. – E temos outro anúncio também. – Comentou.

—Façam o que quiserem, mas não deem o buquê pra Hunan, é nítido que ela está completamente apaixonada por mim. – Falou Nicholas fazendo todos rirem, exceto Jennifer.

—Vocês vão ter que fazer uma dança com a gente. – Matthew respondeu.

—Dançar? – Theodore perguntou antes de rir. – Sabe que eu não levo o menor jeito. – Completou.

—Estão com sorte então, sou um bailarino profissional. – Nicholas falou animado.

—Não é o que meus pés diriam se pudessem. – Jennifer o fitou com um sorriso debochado que ele logo retribuiu.

—Eu não sei se me sinto a vontade... – Elisabeth corou. – Quer dizer, tem o Logan e a Victoria... – Disse antes de ouvir a voz de Theodore acompanhar a dela.

—Acho que ela tem razão. – Fitou os noivos.

—Seu namorado e sua noiva estarão lá no dia do nosso casamento. – Rose falou. – Eles vão saber separar as coisas, temos certeza. – Completou. – Theodore e Lisa se fitaram intensamente antes de assentirem.

—Então o que acham de antes de jantarmos colocarmos uma música pra idealizar o momento? – Sugeriu Matthew ligando o som e logo uma música lenta se fez presente ali. Ele tomou Rose pela mão que sorriu ao ser puxada com propriedade para juntar seu corpo ao dele numa dança romântica.

Theodore e Lisa suspiraram se encarando. A música começou a soar ali e ambos pareciam confusos do que fazer exatamente, mas então Theodore deu o primeiro passo esticando sua mão para ela. Elisabeth o encarou com afinco, mais do que queria e segurou firme em sua mão sentindo ele a puxar com cuidado para perto de si, muito mais perto do que ela se sentia capaz de aguentar. A mão dele então rodeou sua cintura fazendo-a gelar, enquanto a outra permanecia segurando sua mão. Elisabeth deixou sua mão livre correr até o pescoço dele, e aquele simples toque fez Theodore se arrepiar devido a intensidade dela, mas eles encaravam o chão, devido ao medo de se olharem demais. Jennifer, por sua voz encarou Nicholas com um semblante um tanto irritado.

—Não faça drama, Hunan... – Pediu ele tomando-a. – Não é a primeira vez que fazemos isso e se bem me lembro você amou a última vez. – Se gabou.

—Eu voltei pra casa usando suas frases sujas e referências idiotas, chegando à conclusão de que tudo o que eu mais quero é realmente ficar longe de você. – Ela sorriu falsamente.

—Eu acho é que você ficou sem jeito de ficar perto de mim de novo depois de sentir o clima que rolou entre nós depois do nosso quase beijo. – Ele a fitou.

—Ah, por favor. – Jennifer gargalhou. – Acha mesmo que aquilo me afetou? Eu estava atuando, mas já vi que você realmente se envolveu. – Cantarolou cheia de si.

—Eu posso atuar ao seu lado a noite inteira, Hunan, sua cabeça dura. – Nicholas retrucou.

—Eu duvido muito. – Ela sorriu.

—Você consegue ser extremamente insuportável, sabia? – Nicholas rolou os olhos. – Admiro sua intelectualidade e sua capacidade em me resistir, mas esse jogo fica a cada dia mais chato, então por que não admite que está louca por mim? – Riu frouxo.

—Cala a boca, Nicholas! – Implorou ela.

—Eu tenho que dizer que fico completamente excitado quando você fala meu nome, deve ser porque é extremamente raro. – Riu.

—Dá pra parar? – Jennifer o encarou. – Será que não percebe que é você quem está completamente rendido? Há dias que só elogia meu intelecto. – Falou espertamente fazendo-o rolar os olhos.

—Quer saber? – Disse. – Você é quem está a cada dia mais parecida comigo e até consigo entender agora porque me odeia. Hunan, você é uma chata, cheia de si. – Bradou.

—E você é um imaturo, vazio e prepotente. – Retrucou ela. Os dois logo rolaram os olhos e permaneceram em silêncio. Enquanto isso, o mesmo silêncio inundava Theodore e Lisa que permaneciam encarando o vazio com afinco, e já cansado disso Theodore se permitiu pigarrear a fim de despertá-la.

—Então... – Disse. – Seu namoro com o Logan deve estar muito bem... Você realmente se preocupa com o bem estar dele. – Comentou deixando escapar certo incômodo, mas este passou despercebido por Elisabeth.

—Não poderia ser diferente, não é... – Sussurrou. – Imagino que a primeira coisa na qual pensou foi a Victoria também. – Sua voz também deixava demonstrar o quanto aquilo tudo a incomodava.

—Claro... – Theodore mentiu. – Você tinha razão outro dia... Quando disse que eu não deveria criticá-lo, mas apesar de nosso afastamento, eu me preocupo com você e com seu bem-estar. – Ele falou fazendo-a franzir o cenho ao encará-lo. – Você cuida dos meus filhos. – Explicou.

—Eu estou muito bem. – Elisabeth bradou. – Não precisa se preocupar. – Completou.

—Conheço o Logan há anos, sei como ele costuma usar as mulheres. – Theodore disse prontamente fazendo-a bufar.

—Ele mudou. – Pontuou. – Como eu disse, ele é um homem de verdade. – Falou fazendo Theodore deixar escapar um riso irônico que a fez ficar séria.

—Desculpe, é difícil pra mim realmente acreditar que o Donovan pode ser levado a sério. – Criticou antes de rolar os olhos.

—E eu posso saber por que? – Questionou irritada.

—Por nada. – Theodore falou prontamente. Sabia que estava passando do limite, mas provaria pra si mesmo ser mais homem que Logan ao não apontar os erros dele, como sua cena na reunião, por exemplo, o que Elisabeth certamente não havia ficado sabendo. Sairia por cima dessa vez, afinal, contar isso pra Lisa só faria ela ficar ainda mais confusa e apesar de tudo, ele a queria feliz, se não até se permitiria ficar com ela. Ainda que fosse ao lado de Logan essa felicidade, Theodore se daria por vencido e aceitaria. O importante era manter aquele olhar e o brilho daquele sorriso. – Só quero que você faça a escolha correta e escolha um homem que te ame incondicionalmente e te respeite. – Bradou.

—Eu sei, e eu já escolhi... – Elisabeth se manteve firme, não fazendo a menor questão de esconder o quanto aquela conversa estava deixando-a incomodada. O que ele queria afinal? Enlouquece-la? Fazê-la se questionar se ele sentia ou não algo por ela? – Eu não quero mais falar do meu relacionamento com você... – Suspirou fazendo Theodore inspirar longamente.

—E então, vamos jantar? – Disse Matthew fazendo todos encará-lo assim que a música parou. Todos caminharam até a mesa onde o jantar prontamente fora servido por Rose que se orgulhava em dizer que havia preparado tudo junto a Matt. – E então o que acharam da primeira experiência como pares dançantes? – Brincou enquanto Rose se sentava ao seu lado.

—Não me impressionou nem um pouco. – Nicholas comentou despreocupado.

—Senti medo de ser engolida pelo ego dele. – Jennifer retrucou encarando-o com raiva.

—Acho que pisei no pé dela. – Theodore comentou quase num sussurro.

—Não pisou. – Elisabeth respondeu também em desânimo.

—Ah, espero que gostem do pato... – Rose desconversou.

—Eu tenho certeza de que vai estar maravilhoso. – Nicholas sorriu. – Vamos ver se a Hunan não tem nada inteligente ou sarcástico pra comentar, ah, já sei que tal dizer que o pato está tão seco quanto ela? – Tagarelou Nicholas zombeteiro.

—Desculpe, Phillips, eu feri seus sentimentos quando disse que não sinto nada além de desprezo por você? – Jennifer o fitou.

—Jennifer... – Ralhou Lisa percebendo a tristeza de Matt e Rose.

—Desculpem... – Jennifer pediu rapidamente ao perceber seu erro. – Sei que a gente se odeia, mas prometo que vamos deixar isso de lado por vocês... – Segurou firmemente na mão de Rose que sorriu.

—É, me desculpa. – Nick pediu dando um aperto de mão em Matt que apenas riu.

—Eu disse que seria o desenrolo mais engraçado da história. – Comentou Matthew.

—Não provoca. – Theodore comentou fazendo todos rirem.

—É tão melhor quando rimos juntos. – Rose disse. – Reuniões como essas deviam ser feitas mais vezes, mas relaxem, porque com toda a certeza vão ser. – Comentou espertamente fazendo todos suspirarem amedrontados.

***

Victoria caminhava de um lado para outro à espera de Theodore que até então não havia dado notícias. A essa altura a impaciência lhe tomava e pensar que ele podia estar aos risos e toques com Elisabeth não ajudava em absolutamente nada, afinal, isso poderia estragar tudo sem grandes esforços. Precisava agir, mas como? O que poderia fazer? De repente sorriu, devido a uma ideia genial que lhe surgiu. Pegou o celular em mãos e discou o número.

—Eu pensei se devia ou não atender... – Comentou Logan assim que deixou sua voz soar ali, depois de alguns longos toques.

—Ainda bem que atendeu então. – Victoria sorriu maldosa. – Fiquei sabendo que você e sua namorada tem um jantar especial amanhã à noite. – Disse.

—Está muito bem informada. – Logan respondeu.

—Digamos que as paredes daqui de casa são finas demais para meus ouvidos atentos. – Riu frouxo.

—Não foi pra me pedir a receita da minha lasanha que você ligou, então fala logo o que quer. – Retrucou ele.

—Não é nada, querido, eu só fiquei sabendo que seu jantar originalmente seria hoje, mas a Lisa pediu pra adiarem, não é... – Cantarolou.

—Ela disse que teria um jantar com Matthew e Rose, algo relacionado ao noivado deles. – Comentou.

—Exatamente, eu acabei de vir de lá... – Victoria encarou as unhas bem-feitas. – Aliás, acho que ela deve estar se divertindo horrores, já que quando eu saí de lá ela estava recebendo a notícia de que ela e o Theo formariam o casal principal de padrinhos do casal. – Completou fazendo Logan franzir o cenho tentando captar bem a informação passada. – Aposto que a essa altura estão dançando juntos, de mãos dadas treinando a entrada, afinal, sabe que o clima de casamentos é tão romântico, não é mesmo. – Riu.

—Não finja que isso não está te incomodando. – Logan disse irritado.

—Meu querido, meu casamento é em poucas semanas. De uma maneira ou de outra Theodore estará em cima do altar, mas e sua querida Lisa? Já você não tem garantias. – Sorriu. – Considere isso como um conselho amigo e faça alguma coisa a respeito antes que acabe perdendo a sua princesinha pra um rei de verdade. – Comentou. Logan rapidamente desligou possesso em raiva e ciúme. Correu até quarto onde pegou sua jaqueta e se dirigiu para fora de seu apartamento o mais rápido que podia.

***

O jantar, apesar dos climas tensos, havia terminado bem. Rose e Matthew ficavam extremamente felizes em ver seus amigos mais calmos depois de uma boa alimentação e algumas taças de vinho bem escolhido.

—Estava tudo ótimo! – Jennifer sorriu. – Agora tenho mesmo que ir, eu ainda preciso passar na casa de uma amiga da faculdade hoje para terminar um trabalho com ela. – Riu frouxo.

—E eu tenho que parar em alguma boa boate. – Nicholas comentou fazendo-a bufar, tentando fingir que isso não a abalava nada.

—Então boa noite. – Jennifer disse grosseiramente a ele que apenas sorriu ironicamente e logo depois cumprimentou a todos. Os dois saíram um atrás do outro.

—Bom, eu também já vou. – Lisa se colocou de pé.

—Eu posso oferecer uma carona? – Theodore deixou sua voz soar ali.

—Não é preciso, eu pego um táxi. – Disse.

—Vou ter que passar por perto de seu bairro de qualquer maneira. – Theodore comentou. Ela o fitou com intensidade, mas logo correu seus olhos a Rose que assentiu com a cabeça. Suspirou.

—Tudo bem. – Disse.

—Boa noite então. – Rose a abraçou fortemente e depois fez o mesmo com o cunhado. Já Matthew apenas lançou um olhar de reprovação sobre o irmão que ignorou enquanto apertava sua mão. Ele e Lisa caminharam em silêncio até o carro. Theodore fez questão de carregar as bolsas de Lisa que devido ao empréstimo de alguns livros com Rose eram muitas e pesadas. Os desceram em silêncio. Theodore deu a volta no carro colocando as bolsas de Lisa no banco de trás e em seguida abriu a porta pra ela que sorriu em agradecimento antes de entrar. Ela se perguntava se aceitar a carona dele era a coisa mais correta a ter feito. Afinal, apesar de seus esforços pra se manter longe de Theodore, era como se algo sempre a puxasse de volta para perto dele, e não podia negar o quanto aqueles olhos a desconcertavam. Ele adentrou o carro e segurou firmemente o volante, começando a manobrar o veículo. Ela preferiu permanecer em silêncio, por mais constrangedor que o mesmo fosse. Theodore pensava o mesmo, aliás, nem sabia exatamente o que estava fazendo, sabia apenas que estava sendo totalmente controlado por sua mente, não conseguia decidir de maneira sã se devia ou não tomar atitudes como aquela, ainda assim não conseguia evita-las também. A casa de Elisabeth não ficava muito longe dali, e logo o carro estacionou bem em frente ao prédio rústico e bem cuidado, de cor viva e jardim bem cuidado.

—Obrigada pela carona. – Elisabeth sorriu curtamente e deixou sua mão correr até a maçaneta da porta abrindo-a, mas logo sentiu a mão grossa dele segurar seu punho.

—Eu te ajudo a carregar tudo isso pra cima. – A voz máscula dele soou nos ouvidos de Lisa fazendo-a sentir um arrepio desde a espinha.

—Não precisa. – Relutou prontamente.

—Não vou deixar carregar tanto peso. – Theodore insistiu já descendo do carro. Deu a volta no mesmo e retirou as bolsas com os braços fortes. Lisa o observava ficar com o braço tensionado devido ao peso, e não podia negar que aquilo era tentador. Assentiu em agradecimento e abriu a porta de entrada do prédio dando espaço para ele. Theodore subiu as escadas com cuidado, seguindo-a que permanecia em silêncio. Queria dizer algo, qualquer coisa, afinal, era insuportável não vê-la ao menos sorrir pra ele. Queria tanto isso de volta pra sua vida, mas como? Não era certo desejar algo do tipo em meio as circunstâncias. Os dois pararam em frente a porta do apartamento. Elisabeth o fitou intensamente.

—Mais uma vez obrigada por me ajudar com o peso... – Lisa disse um tanto sem jeito por ver como ele a encarava fielmente.

—Lisa... – Ele disse antes de suspirar. – Sei que andamos nos evitando, brigando e as vezes até alfinetando um ao outro, mas quero que saiba que realmente me preocupo com você... – Ia dizendo, mas a voz dela o cortou rapidamente.

—Theodore... – Disse encarando o vazio. – Por favor, para. – Pediu.

—Eu pararia se pudesse. – Theodore se aproximou, deixando as bolsas no canto da porta. – Mas apesar de tudo o que tem acontecido não consigo deixar de me importar com você e querer saber se está bem. – Explicou.

—Você não se preocupou se eu estava bem quando simplesmente de um dia para o outro apareceu com a Victoria como sua noiva. – Elisabeth soltou raivosa, mas logo se arrependeu disso. Theodore suspirou. – Olha, desculpa, eu estou sendo estúpida, é óbvio que você não me devia explicações. – Continuou.

—Eu devia sim. – Theodore rebateu. – Sei que você nunca vai entender, mas pretendo garantir que está bem. – Ele deixou sua mão tocar o rosto dela com afinco. – Sei que pra você eu sou apenas um idiota que mudou do dia para a noite, mas ainda assim me importo se você está bem, se está feliz. – Acariciou suas bochechas fazendo-a fechar os olhos. Se aproximou sem conseguir evitar fazê-lo. – Eu não quero perto de você nada que a faça mal. – Continuou. Ficando cada vez mais perto. – Eu só quero que você me desculp... – Sua voz logo foi cortada pelo barulho da porta se abrindo. Elisabeth abriu os olhos devido ao susto pelo mesmo, afinal, Jennifer não estava em casa, então quem seria o autor daquilo? Se virou rapidamente para encarar aqueles olhos conhecidos e claramente irritados com a cena diante deles. Suspirou, ainda boquiaberta, enquanto Theodore se permitia tomar uma postura inflada, bufando em frustração. Ela engoliu a seco, sem saber exatamente o que fazer.

—Logan? – Soltou incrédula e ainda em choque. 


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