Na manhã seguinte, Chaveco e Chompiras deram início ao plano. Como Chaveco havia levantado primeiro, ele foi até a cozinha e encontrou Seu Lúcio.

—Bom dia Chompiras. - disse Lúcio.

—Sou o Chaveco Seu Lúcio. - respondeu ele, rindo baixo.

—Ah sim, ainda tenho que me acostumar, sente-se, vamos esperar as crianças.

—Espera, antes será que o senhor poderia fazer algo pro Chompiras? Ele não levantou ainda e tá com medo de ficar em volta de tanta gente porque viveu isolado a maior parte da vida dele, então eu queria levar algo para ele comer lá no quarto.

—Tudo bem, faço num instante.

Logo ele voltou e entrou no quarto dele, porém, enquanto Peterete dormia, Chompiras não estava na cama que dormiu. Ele então presumiu que ele poderia estar num canto da casa. Assim, ele saiu do quarto pra procurar o irmão quando encontrou com Kokimoto, Quico e Pópis. 

—Bom dia Chaveco. - disse Quico.

—Bom dia crianças, como vão? - perguntou ele.

—Bem. E você? - perguntou Koki.

—Muito bem. 

—Que bom, não vai tomar café? - perguntou Koki.

—Vou sim, mas depois. - respondeu ele.

—Ok, estamos esperando você e o Peterete lá. - sorriu Pópis.

—Não precisa, mas obrigado. - disse ele e saiu pelo corredor até os fundos. As três crianças foram até a cozinha e perto da escada, ouviram um barulho de porta, se assustaram do nada e se viraram. Quando olharam, ficaram intrigados com o que viram: Chaveco estava saindo do banheiro com uma roupa diferente, mas como ele podia ter saído do banheiro se ele estava no corredor há menos de um minuto? Sem entender, decidiram espiar um pouco para descobrirem o que estava acontecendo. Seguiram o misterioso homem que saiu do banheiro e depois foram até ele.

—Chaveco? - perguntou Quico.

—Sim? - disse Chompiras, se passando pelo irmão.

—A gente estava com você no corredor e menos de um minuto depois você saiu do banheiro, isso é muito estranho para nós, não acha? 

—É que agora eu tenho poderes para me teletransportar para onde eu quiser.

—Que mágico, então agora você é um mutante? - riu Pópis animada.

—E desde quando você é super herói? - debochou Koki.

—Não precisa ter superpoderes pra ser um herói! - riu Chompiras.

—E desde quando você adquiriu esse poder? 

—Desde que fui sequestrado pelo Coalhada. 

—Nossa, vou pedir pra ele me sequestrar então. - disse Quico e todos riram.

—Vai nessa! - riu Pópis.

Após as crianças todas entrarem na cozinha e começarem o café da manhã, Chaveco e Chompiras decidiram que iriam parar a brincadeira por algum tempo, só voltarem depois do café. Então Chompiras ficou tomando seu café no quarto enquanto Chaveco foi para a cozinha. Mas Kokimoto, que não era bobo, terminou o café antes de todos e decidiu subir para o quarto dele, mas na verdade, ele não foi para o quarto dele, foi pro quarto do Chaveco. Abriu a porta devagar e lá estava Chompiras, de costas pra ele, sem desconfiar que a porta fora aberta.

—Quem é você? - perguntou Kokimoto e Chompiras se virou assustado.

—Calma garoto, sou eu. - disse Chompiras sem entender.

—Você não é o Chaveco, o verdadeiro Chaveco está na cozinha tomando café. Quem é você?

—Está bem. - suspirou Chompiras, derrotado - Eu não sou nenhum bandido ou algo assim, sou o irmão gêmeo do Chaveco.

Chocado com a revelação, Kokimoto voltou pra cozinha puxando o homem e logo o revelou para todos.

—Dois Chavecos? - perguntou Quico, confuso.

—Calma crianças, vamos explicar tudo. Ele é meu irmão gêmeo, eu só não falei antes porque eu não o via faz tempo e não tinha esperanças de encontrá-lo, então nós decidimos fazer uma brincadeira com vocês. Enganar que estávamos em vários lugares ao mesmo tempo. - explicou Chaveco.

—Então temos mais um morador aqui na mansão? - sorriu Pópis.

—Isso mesmo. - disse Chompiras e todos foram dar as boas vindas ao Chompiras e ele, mesmo desacostumado com tanta gente em volta, retribuiu os cumprimentos e voltou pro quarto, onde já tinha terminado seu café, mas era seu aconchego.

Enquanto isso, Paulo, Davi, Alícia e Cirilo vão pra sala testar um jogo novo pra eles, Pokémon Sun e Pokémon Moon.

—Tomara que o jogo seja legal. - sorriu Davi.

—Ah vai ser sim Davi, você vai ver! - sorrio Paulo animado.

—Você vai ver o Pokémon super forte que eu vou pegar! - riu Davi.

—Ah, eu também vou pegar um Pokémon super forte!

—O meu será o mais forte de todos! - riu Cirilo.

—Não, o meu será. - falou Alícia e logo ligaram o jogo. Então eles começaram a apostar quem venceria e quem pegaria qual Pokémon, aumentando um pouco o tom das vozes das torcidas. 

—Droga, não se pode dormir em paz? Mas eu vou dar um jeito nisso. - sussurrou Lorenzo, que ouvia os gritos dos meninos em seu pedestal. Quando eles pararam de jogar para irem almoçar, ele voou até o jogo e foi lá ver. Quando ele chegou próximo ao aparelho, viu os dois jogos ali em cima da mesa e os pegou. - Agora eu quero ver alguém me perturbar.

Assim, ele voou até o laboratório do Professor Inventivo que por algum motivo, estava com a porta aberta e logo os escondeu em uma prateleira qualquer. Depois, voltou para seu devido lugar e disfarçou.

—Ué, cadê os jogos que estavam aqui? - perguntou Paulo.

—Não faço a menor ideia, alguém deve ter pego. - disse Davi.

—Mas quem poderia pegar? - perguntou Alícia.

—Não sei, temos que procurar. - sussurrou Cirilo.

Então os quatro foram procurar pelos jogos mas não encontravam em lugar nenhum. Porém, ao passarem pelo corredor e chegarem perto da porta do Professor Inventivo, uma explosão foi ouvida.

—Professor, o senhor está bem? - perguntou Paulo, assustado.

Não houve resposta. Paulo abriu a porta e viu que a de acesso ao laboratório estava um pouco amassada, como se uma explosão tivesse empurrado a porta com força para fora. Mais assustado ainda, os quatro foram até a porta e a abriram, mas não acreditaram no que viram.