O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 7
Capítulo 7 - Surpresa improvável


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
Cheguei e trago capítulo novo. Peço mais uma vez que não deixem de ler as notas finais, tenho um recado importante.
Boa leitura!



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Luana levantou-se do tão aconchegante sofá azul, e andou pelo o corredor até chegar em seu quarto, mesmo não sabendo ao certo o que faria lá. Voltou. Rondou rapidamente seu olhar por toda a sala vazia e optou por ficar na varanda.

Do alto, a paisagem urbana sempre a encantava. Os prédios altos, as poucas árvores, o céu acinzentado porém repleto de nuvens alvas que ainda tentavam aparecer, e pareciam convergir com o horizonte. Luana andava muito impaciente e agitada. Não, não eram os efeitos da TPM. Eram os efeitos de sua longa espera. Ela havia comprado ingressos para o Improvável há alguns dias, mas o tempo parecia não querer passar. Ao menos faltava pouco: era amanhã.

A brisa fria emaranhava seus longos fios de cabelo. Enfim, a felicidade a invadia. Iria revê-los. Mas ela não costuma ser assim. A própria se considerava insensível, neutra e fria. Como uma legítima ruiva costumava ser considerada. Ela acreditava ou queria acreditar em lendas que favoreciam os cabelos de fogo. Lendas que firmavam sua obscuridade e sua magnitude. Mas afinal, o que estaria levando-a a se tornar tão graciosa com tudo? Nem ela mesma sabia. Tão pouco se interessava em saber.

De repente, sem motivo aparente, algo trouxe a ela uma felicidade imensa, que parecia não caber em seu peito. Chegava a doer. Talvez nada que acontecera a ela nunca houvesse a feito sentir tanto bem-estar e dor ao mesmo tempo. Se um sentimento tão estranho a fazia ter vontade de jogar-se do nono andar? Talvez. “Ok, Lua. Isso é meio doentio” ela pensava consigo mesma. “Melhor parar de ser feliz pra não fazer nenhuma bobagem, se é que isso faz sentido”. Inesperadamente, duas mãos gélidas taparam seu rosto.

– Adivinha quem é.

– Hm... deixa eu ver... acho que se eu moro com duas pessoas, uma mulher e um homem, e só elas tem a chave do apartamento, sendo que essa bendita voz é feminina, então pode ser que seja a Ellen. Assim, só acho. – Ela disse ironicamente.

– Adivinhou! Nossa, como tu é esperta, mulher! – Ellen respondeu na mesma moeda.

– Eu sei que sou.

– Então, o que estava fazendo?

– Querendo me jogar.

– Como é que é?!

– Ah, deixa pra lá.

– Deixa pra lá que nada. Estava querendo se jogar daqui de cima?

– Não dá pra se jogar de lá de baixo.

– Rá rá. – Ela da sua forma mais sarcástica.

– Não, mas eu não vou me jogar.

– E teria motivo pra fazer isso?

– Tem: felicidade.

– Hã?

– Ah, para com isso, você já deve estar cansada de saber que eu sou dessas.

– Você é maluca, isso sim.

– Quem sabe. – A ruiva olhou sorrateiramente para a outra e esperou reação de sua parte, que por sua vez correspondeu com um sorriso no canto dos lábios.

– Vem, vamos pra sala, já está anoitecendo.

– E omo foi lá no shopping?

– Ah, foi normal.

– Bela definição.

– Olha, eu comprei uma coisa pra você. – Ellen disse pegando uma das sacolas sobre a mesa de centro e entregando para a outra.

– Gente do céu! Onde você comprou isso? – Ela exclamou com entusiasmo ao ver um vestido plissado e alaranjado.

– Em uma loja que tinha por lá. Gostou?

– Eu adorei! É muito lindo. Obrigada.

– Assim que vi ele na vitrine, já achei a sua cara.

– Por que será? – Luana indagou sorridente, referindo-se a comparação entre a cor do vestido e de seus cabelos.

– E onde está o Lucas?

– Foi perturbar o Fernando na casa dele. – Fernando conhecia Lucas a onze anos e era um de seus melhores amigos.

– Ele disse que horas voltava?

– Não. Por quê?

– Não quer ver algum filme?

– Pode ser.

– Então vou na cozinha pegar alguma coisa pra comer. Enquanto isso, vai logo escolhendo um, contanto que não seja de terror. – A outra riu.

– Medrosa.

Enquanto isso, Ellen afastava-se e só voltara minutos depois, com pipoca amanteigada, refrigerantes e brigadeiro de panela. Já se passavam quase uma hora de filme e a morena estava completamente entretida com ele, porém o mesmo não se podia dizer de Luana. Por mais que amasse filmes de tal gênero, este não lhe agradava. Ela aproveitou a distração da outra, que estava sentada no grande tapete da sala, e começou a mexer no celular.

As redes sociais eram sua prioridade naquele momento e era quase inevitável não checar as da sua Cia. de humor preferida. No página do trio no facebook, as postagens de sempre: a divulgação do vídeo de terça-feira passada e o anúncio do dia, horário e convidados do próximo espetáculo, o qual ela estava extremamente ansiosa para ver. Sem muitas novidades, ela partiu para o facebook de Anderson, mas aparentemente este barbixa não acessava a web com tanta frequência, assim como Elídio, talvez devido a falta de tempo que o trabalho corrido dispunha.

O próximo seria Daniel, este que não dispensava o humor e sempre postava com uma graça aqui e uma piada acolá. Ao ver que o mesmo havia alterado a foto de perfil, ela decidiu porventura comentar, tirando onda com seu figurino: “Melhor roupa”. Riu de sabe-se lá o que, e como claramente seu comentário seria apenas mais um entre vários, ela logo ignorou. De relance, pôde notar que o filme já estava no final e concentrou-se nas últimas cenas, bloqueando o celular.

– Pronto. – Disse Ellen. – Acabou. Vamos dormir? Estou com sono.

– Não vai esperar o Lucas?

– Quem foi que mandou ele sair de casa e não voltar mais? Não vou esperar coisa nenhuma. – Dito isso, ambas o viram entrar pela porta no mesmo instante.

– Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo, senhor Lucas? – Disse Luana levantando-se do sofá e recolhendo as louças sujas para lavar na pia da cozinha.

– Desculpa a demora. Me distrai com o videogame. Então, perdi alguma coisa?

– A Ellen voltou do shopping e trouxe um vestido pra mim. – Lucas olhou para Ellen como quem espera algo e como não obteve resposta, não recuou em perguntar:

– E pra mim?

– Você também queria um vestido, Lucas? – Ellen disse fazendo a outra rir da cozinha, de onde era possível ter uma visão ampla da sala.

– Não Ellen! Um presente ou alguma coisa, sei lá.

– Claro que trouxe. – Ela sorriu de lado. – Toma aqui. – E lhe entregou um embrulho.

– Pelo menos é de comer. – Ele disse sorridente ao ver uma embalagem de bombons de chocolate. – Obrigado.

– Por nada.

– Não sei vocês, mas já vou dormir. – Disse ele direcionando-se a seu quarto.

– Nós também. – Luana disse enquanto lavava as louças.

Todos arrumaram-se para deitar e foram para seus respectivos quartos. Luana abriu a porta, entrou e trancou-a por dentro. No quarto escuro, iluminado apenas pela luz do celular, a mulher esparramou-se em sua cama e ficou debaixo das cobertas. Ao abrir o facebook novamente, ela pôde notar uma notificação e uma nova mensagem.

Após conferir, teve que forçar a vista e coçar os olhos ao menos umas duas vezes antes de ter certeza do que estava vendo. Daniel havia curtido seu comentário, e além de tudo, foi o próprio quem lhe mandou a nova mensagem. Sabe aquela felicidade que a deu vontade de pular do nono andar? Pois é. Ela sentiu isso de novo, só que dessa vez mais forte, e teve que se segurar para não gritar.

– Não acredito nisso! Não acredito. – Ela falou consigo mesma, o que era estranho, já que falar sozinho não é lá uma coisa tão normal assim. Mas isso não importava mais. A única coisa que importava era aquilo que o celular em suas mãos indicava, e que ela estava a ponto de pular na cama de tamanha alegria.

Depois de um bom tempo encarando o celular, ela enfim criou coragem para ler tal mensagem.

Daniel Nascimento: Então lembra de mim?

Luana riu como nunca. Riu de felicidade, riu da piada óbvia que ele havia feito. Sem sombra de dúvidas, ela estava contente. Tão contente que poderia passar a noite inteira acordada, feliz e sorridente como se não houvesse amanhã.


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Notas finais do capítulo

Então, queridos, caso ainda não tenham notado, as Notas da História foram editadas por mim, e com isso trago novidades:
Agora, a fanfic será atualizada também aos domingos, ou seja, toda terça e domingo haverá capítulo novo aqui no Nyah!
Espero que curtam, obrigada por lerem e até a próxima!



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