O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 68
Capítulo 68 - Cada noite, cada riso, cada encontro


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
Caso alguns de vocês estejam viajando na maionese e ainda não saibam o porquê de haver um novo capítulo em plena quinta-feira, eu explico novamente: de agora em diante, essa história será atualizada não só nos domingos e nas terças, como também nas quintas-feiras.
E não se preocupem com relação ao tempo que tenho para postar. Por acaso eu já deixei algum de vocês na mão? Haha.
Enfim, aproveitem a novidade e boa leitura.



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Sentada sobre o sofá, Luana estava inclinada para frente, com os cotovelos apoiados nos joelhos e tinha os olhos fixos na tela do celular. A TV estava ligada, porém ela tão pouco se importava com a existência do televisor naquele momento. Ozzy, até então deitado em sua “cama”, levantou-se e começou a arranhar seus pés. Era como se o cachorro quisesse um afago, ou quem sabe, como se pressentisse a aflição que a dona sentia.

Olhando para o nome “Daniel Nascimento” na tela do dispositivo, ela lia-o e relia-o sem saber ao certo o que digitar. Ligar? Não. Não teria coragem de ligar. Enfim, depois de um longo tempo nessa angústia, ela enviou algo.

Luana Bell: Passa aqui no ap mais tarde. Quero falar com você.  

E ponto. Não queria demonstrar nenhuma reação alarmante, como letras em caixa alta ou excessivos pontos de exclamação. Assim do jeito que estava já era de bom tamanho.

Respirou profundamente e jogou o celular de uma vez sobre o sofá. Foi quando finalmente deu atenção a Ozzy, que ainda insistia em chamá-la. Pegou o cachorro nos braços e o pôs ao seu lado. Quase já nem conseguia com ele, pelo tamanho e peso do animal. Deitou-se perto do mesmo e começou a passar os finos dedos por seu pelo, macio e sedoso.

Ellen não estava em casa. Havia ido para o trabalho, e tão pouco Luana queria que ela ou qualquer outra pessoa estivesse presente quando o barbixa chegasse. Pegou o celular novamente e digitou com rapidez:

Luana Bell: O Daniel vai vir aqui hoje e eu preciso conversar com ele. Chega um pouco mais tarde, por favor, ok? Beijo.

As principais questões que não saíam de sua cabeça eram: O que diria a ele afinal de contas? E como diria? Como reagir em sua frente nessa situação?

Se mal sabia como lhe enviar uma mensagem, imagine ter uma DR pessoalmente. Talvez ele fosse melhor em argumentos. Ela pensava isso. Afinal, estava se tratando de um improvisador nato. Ela o temia e temia principalmente no que essa discussão ia resultar. Pensando bem, ela já sabia. Se houvessem provas convictas (Quem ela estava tentando enganar? É claro que haviam provas convictas), Luana não insistiria nessa união.

                                                    ...

4:00 da tarde. Ela ouviu o interfone tocar. Por certo, já sabia de quem se tratava. Levantou-se e atendeu a ligação sem muita pressa.

— Alô?

— O Daniel está aqui em baixo.

— Pode mandar subir. Ah e obrigada pelo aviso.

— De nada, querida. – Simpático como sempre, o porteiro disse-a.

A conversa se encerrou por ali. Porém só bastou isso para que a ruiva sentisse seu coração bater mais forte. Suava frio, e suas mãos estavam gélidas. Uma mistura de sentimentos a tomara a partir daí. A raiva, a angústia, o medo e o nervosismo pareciam travar uma batalha dentro dela, na disputa para ver quem era o dominante.

Mais que rápido, foi até o quarto. Olhou-se diante do espelho e conferiu como estava: usava um vestido floral, que misturava os tons de cinza, azul e branco. Os cabelos soltos e meio bagunçados, os pés descalços e a cara limpa de sempre, davam a entender que ela estava à vontade, embora seu estado de espírito não indicasse o mesmo.

Foi nesse instante que ouviu a campainha tocar. Respirou fundo, três vezes, na tentativa estúpida de se acalmar. Andou até a porta a curtos passos, como se quisesse prolongar seu tempo.

Quando a abriu, deu de cara com o belo barbixa. Vestido com uma bermuda clara e uma blusa de uma cor um tanto parecida, ele exalava o cheiro de seu magnífico perfume, que a fazia delirar. “Tentação”, pensou ela, com raiva por tê-lo tão lindo diante de si e não se achar no direito de agarrá-lo ali mesmo.

— Oi, ruivinha.

— Oi. – Ela disse em seco, forçando um sorriso que durou milésimos de segundo.

— Não me convida pra entrar?

— Por favor. – Luana lhe cedeu espaço. O outro passou por ela, deixando ainda mais evidências de sua fragrância. “TENTAÇÃO”, pensou, ainda mais louca, em todos os sentidos.

Daniel sentou-se no sofá, no mesmo lugar e posição em que Luana se encontrava há minutos atrás.

— Lembra da mensagem que te enviei?

— Claro. Foi por isso que vim até aqui. Quer falar comigo, não é? – Ele levantou-se devagar, indo até ela. Aproximou-se com um sorriso discreto, ficando a poucos centímetros de distancia de seu rosto e abraçando sua cintura. – Ou será que não quer algo mais? – Mordiscou seu pescoço, a caminho do próximo passo: um excitante beijo. Ela estava quase se rendendo a ele, porém num breve momento de lucidez, afastou-se com os braços.

— Na verdade, só conversar mesmo.

— Tudo bem. – Ele respirou fundo, na tentativa de controlar o incontrolável. Ambos permaneceram de pé, sem voltar a sentar por nenhum minuto.

— Não sei por onde começar, mas... – Ela passou sua mão trêmula pela testa, afastando sua franja, ou quem sabe tentando disfarçar o nervosismo que para ele já era evidente.

— Você me parece incômoda. O que aconteceu?

— Vou direto ao ponto. – Ela pegou seu celular que estava sobre um dos braços do sofá, e agilmente, mexeu até encontrar o que queria. – Você, Daniel, pode me dizer quem é essa? – Luana estendeu-lhe o aparelho. O barbixa olhou fixamente em seus olhos e sua expressão contida enquanto pegava-o em suas mãos. Ao ver na tela imagens as quais o próprio aparecia aos beijos com outra mulher, ele engoliu em seco. Os batimentos cardíacos de ambos exaltavam-se a cada segundo. Sem pensar muito, ele disse com incerteza e convicção ao mesmo tempo:

— O nome dela é Anastácia. – Os olhos de Luana arderam ao ouvir tais palavras, e por mais que não soubesse quem era tal mulher, sentiu-se mal pela descoberta.

— Anastácia...

— Foi só um beijo, eu posso garantir. – Notavelmente receoso, ele tentou se defender, sem muito sucesso.

— Pelo que as fotos mostram, não me parece ser só um simples beijo. Vocês estavam praticamente se agarrando.

— Eu sinto muito.

— Estou vendo o tanto que sente. – Ela usou seu tom mais sínico. – Se quisesse ficar com ela, terminasse tudo comigo primeiro. Seria bem mais fácil pra nós dois e bem mais honesto do que ficar me traindo pelas costas. – Ela lutava para não chorar, mas nessa dura guerra, acabou perdendo, deixando assim transparecer a emoção que sentia.  

— Está chorando? – Ele aproximou-se dela novamente e carinhosamente pôs as mãos em sua face, tentando enxugar suas lágrimas.

— Para com isso. – Ela deu tapas em suas mãos e procurou afastar-se novamente. – Quer saber, Daniel? Se você quer ficar com essa tal de... de Anastácia... – Luana pronunciou seu nome com nojo. – ...então fique. Se fez o que fez, é porque não sente mais o mesmo por mim, não é?

— Não diga isso. Eu sou apaixonado por você. Sou e você sabe. Só senti uma atração por ela e nada mais. Nada além do puro desejo masculino. E aparentemente ela queria a mesma coisa, porque mesmo sabendo que namoro com você, ela insistiu em se aproximar de mim e me querer. Se fui sonso de ter caído nos braços dela? Fui. Se fui tolo de não ter te respeitado como merece? Fui. Mas já prometi a mim mesmo que vou me afastar da Ana. Não quero criar mais confusão do que já criei.

— Viu só? Até chama a vadia pelo apelido!

— Também não precisa ofender a moça!

— A moça... – Luana debochou. Esbanjava ironia. – Você ainda quer ela, sim. A defende como se fosse inocente nessa história toda. Mas de santa essa Anastácia não tem nada. Por simples fotos eu já pude perceber isso. Não viu as roupas dela? O modo como ela se entregava a você? Ela é uma vagabunda!

— Lua! Já chega! Eu não quero ter que discutir, e eu não quero ela, ouviu bem? Eu quero você! Não precisa desse ciúme todo!

— Claro que precisa desse ciúme todo! Não caiu a ficha que o que fez foi errado? E outra: quem me garante que você realmente não gosta mais dela? Ou que você não já transou com ela? Hein? Tem provas? Eu acho que não.

— Que provas você queria? Claro que não tenho provas! Já não basta minha palavra?

— Lógico que não basta. Quem me esconde algo assim, não merece minha confiança. Você é um estúpido. Um imbecil! – Daniel não aguentava mais aquilo. Ter que suportar essa pressão, tolerar a culpa e o ódio que ele criou de si mesmo, e ainda ser xingado, aí já era demais. Se sentia o pior dos homens.  

— E você, sua idiota,  é exorbitantemente ríspida e rude! – Disse compassadamente alto, fazendo ela mesma se assustar com tamanha fúria que havia em seu olhar.

As mãos de Luana estavam coçando para fazer algo que queria há muito tempo. E por fim, fez. Depositou em sua face esquerda um forte e barulhento tapa. Ao sentir a dor e a ardência em sua pele, ele tentou segurar-se para não fazer nenhuma besteira. Mas no fundo, sabia que merecia tudo aquilo.

Sem dizer mais nada e sem esboçar quaisquer reações, ele olhou pela última vez em seus olhos verdes e avermelhados, cheios de mágoa, e o próprio tratou de se retirar dali. Deu meia volta e saiu do apartamento batendo a porta com toda força. Luana se assustou novamente, dessa vez com o estrondoso som que ecoou dali. Sem acreditar bem no que acabara de acontecer, ela praticamente caiu sobre o sofá.

Definitivamente, Luana não precisava ter agredido-o. Mas para sua infeliz desgraça, não teve controle de si mesma em tal momento e acabara por fazer o que fez. Abraçada à almofada, e em posição fetal, agora se perguntava se sua melancolia era por causa dele, por causa da outra ou por causa dela própria.

Passou um bom tempo ali, e foi exatamente ali que lembrou-se de cada riso ao seu lado, de cada encontro, de cada espetáculo que já fora, cada piada e cada noite em claro. As memórias alegres não seguiam a correnteza de seu rio de lágrimas, e ela tinha medo de afogar-se nelas, pois sua respiração falhava, o ar lhe faltava e tudo parecia sufoca-la.   

Dentre uma enxurrada de dúvidas, uma tomava posse de sua mente: Acabou tudo afinal?


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Notas finais do capítulo

Tenso.
E vou abrindo espaço para um breve recado:
Hoje é uma data importante, meus caros. Para quem ainda não sabe, é o dia da estréia de Procurando Dory, o segundo filme dublado pelos Barbixas! Imenso é o orgulho que todos os fãs estão sentindo agora. Tenho certeza disso. Então quem tiver interesse e puder, aconselho que assistam ao filme. Ele promete!
Espero vocês no capítulo que vem.
Um forte abraço e até a próxima!



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