O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana
Notas iniciais do capítulo
Olá leitores, como vão?
CAPÍTULO NOOOOOOOVO! Este que eu, particularmente gosto muito.
Ah, se ligaram no título? Ele em si já é uma prévia, né?
Então divirtam-se, crianças! (Não se preocupe se você tiver 15, 30 ou 60 anos. Eu chamo todo mundo de criança)
Boa leitura!
E lá se foram cinco dias. Era fim de tarde e Luana estava em alguma praça perto de sua casa. O lugar era lindo, de fato. Repleto de diversificados tipos de flores e muito verde. Haviam alguns bancos velhos, onde em um deles, a ruiva estava sentada.
Em sua frente, havia o chão coberto de pequenas pedras e detrás um morro de grama baixa que se estendia até o outro lado da praça. Os pássaros já voltavam para seus ninhos nas altas árvores. Infelizmente o grande barulho dos carros que passavam ao redor, os muros pichados e tantos outros fatores acabavam com o encanto do lugar. Seus cabelos balançavam com o vento, assim como as folhas que emitiam altos sons ao ter contado com a fresca brisa. Até que se ouve o toque do celular.
— Daniel?
— Oi, Lua. Será que pode vir aqui em casa?
— Claro que sim. Agora?
— Agora.
— Está bem. Chego em meia hora.
...
O barbixa então desligou o telefone e foi para o quarto. Trocou de roupa e pôs uma bermuda escura e uma blusa verde água, de mangas longas, e encurtou-as na altura dos cotovelos. Olhou-se no espelho do guarda roupa. É, estava apresentável.
Se fosse por ele, nem veria Luana hoje. Estava cansado, só queria dormir, mas como prometeu que a encontraria, teria que cumprir. Se bem que era uma promessa em partes cumprida, já que eles não sairiam como era o esperado. Daniel foi para a sala, onde jogou-se no sofá cama e esperou que ela chegasse.
Na TV, nenhum programa lhe agradava. Ficou mudando de canal repetidas vezes, até que decidiu assistir ao jornal. Pouco tempo depois, caiu num sono. Acordou com o toque da campainha. Era Luana. Levantou-se apressadamente, chegando até a sentir a vista escura depois do gesto abrupto. Reação do cérebro. Foi até a porta e abriu. Ela riu ao vê-lo.
— Que foi?
— Seu cabelo está todo bagunçado. – Disse aproximando-se dele e passando a mão pelos seus fios castanhos. Ele fitava seus olhos verdes enquanto ela o penteava com os dedos. Então Luana passou a fitá-lo também, até que o barbixa tomou a primeira iniciativa de beija-la. Ela, ainda com a mão em seus cabelos, cravou-os enquanto o outro apertava sua cintura. Um beijo longo e de tirar o fôlego. Assim que separaram os lábios, pôde-se ouvir um está-lo. Após o beijo quente, ele a puxou para dentro, fechando a porta. – Estava com saudade de mim, hein?
— Você nem imagina o quanto.
— Imagino sim. – Ele a olhou de cima a baixo enquanto ela andava até o centro da sala. Estava linda, irresistível. Se não fosse pelo fato de ele estar praticamente morto de cansaço, já teria levado-a para a cama sem dúvidas. Vestia uma jardineira clara e uma blusa cinza de mangas longas, encurtadas até o cotovelo, assim como a dele. Tinha os longos cabelos soltos e levemente bagunçados. Sem contar no seu perfume, o cheiro que o fascinava.
Ao ver as louças postas sobre a mesa, ela perguntou:
— Vamos jantar aqui?
— Sinto lhe dizer, mas sim. Não estou disposto a arredar os pés de casa hoje.
— O que importa não é lugar, são as pessoas com quem se está.
— Você não criou isso agora, ou criou? – Perguntou ele com uma expressão duvidosa.
— Não, eu li numa revista mesmo. – Eles riram. Realmente, Luana não tinha talento algum para frases românticas ou poéticas.
— Sente-se aqui, senhorita. – Disse ele estendendo-lhe a mão enquanto puxava a cadeira para trás com a outra. Ela apenas lhe concedeu a mão e sentou-se. O esperou até que ele pusesse a comida nos dois pratos e trouxesse uma garrafa escura, com algo escrito em outra língua, provavelmente francês. – Vinho? – Ele ofereceu pondo duas taças na mesa.
— Por gentileza. – Ela dizia como uma dama. O moreno pôs o líquido escuro e doce em metade da taça, fez o mesmo com a outra e sentou-se na cadeira a frente dela. – Quanto cavalheirismo. – Ele sorriu. – Você é sempre assim?
— Só com quem eu gosto. – E lhe atirou um olhar intimidador. Meio sem graça, ela retrucou.
— Você faz assim com todas que trás aqui? – Ele não esperava tal pergunta.
— Eu não sou o tipo de pessoa que usa uma mulher por uma noite e depois descarta como se ela fosse desprezível. – “É bom saber disso” pensou ela. Então se puseram a jantar. Acabaram pouco mais que meia hora depois, até que ele recolhesse a louça da mesa.
— Estava muito bom. Você quem fez? – Ela disse apontando o garfo para o prato vazio.
— Não, não. Eu pedi que a Silvia fizesse antes de sair. Já te disse que não cozinho bem. Cozinho, mas não faço direito.
— Espera. Eu ajudo a lavar a louça.
— Nem pensar. Você é minha convidada, deixa que eu faço.
— Vou fingir que não ouvi isso. Eu sujei, então eu também ajudo a lavar.
— Já disse que não. Deixa comigo. – Ela não deu ouvidos e tomou sua frente, já diante da pia e com o sabão e a esponja em mãos. – Você é teimosa.
— Já me disseram isso. – Vendo que já havia perdido a “discussão”, ele se pôs a enxugar e guardar toda a louça.
Enquanto ela lavava, deixou um pouco de água com sabão caír na cerâmica, e sendo que ele estava descalço, acabou escorregando e caindo de frente no chão. Deixou cair uma taça, esta que se quebrou, e um dos cacos acabou por perfurar seu pulso, fazendo-o sangrar bastante. Luana virou-se assim que ouviu o barulho.
— Daniel! – Gritou ao vê-lo já caído no chão. – Meu Deus, você se machucou?
— Não, eu estou bem. – Ele disse, sem ter notado ainda seu pulso cortado, mas sentiu a dor logo que usou a mão para se levantar. – AI!
— Que foi?
— Meu pulso!
— Droga, isso é culpa minha. Me desculpa.
— Não, não é culpa sua. Fui eu que caí sozinho.
— Mas eu que deixei a água cair no chão. – Ela disse enquanto pressionava seu pulso para que parasse de sangrar. – Dani, você não acha melhor a gente ir pro hospital?
— Hospital? Não precisa. Foi só um corte.
— Um corte profundo e doloroso. Tem certeza que não quer ir?
— Tenho. Absoluta. Eu faço um curativo aqui em casa mesmo.
— Vem, eu te ajudo. – Então ele levantou-se do chão com o apoio dela e foram até o banheiro, onde lavaram o ferimento e fizeram um curativo com gaze. Logo mais, ela voltou para a cozinha, limpou o chão sujo de sangue, juntou os cacos de vidro, terminou de lavar a louça e foi até a sala, onde ele estava. – O que você perdeu de sangue daria pra alimentar uma família inteira de vampiros. – Ele riu de tal comparação. – Ainda dói muito?
— Um pouco. Só quero ver amanhã, todo mundo perguntando o que foi isso no meu braço.
— Sei bem como é. Quando eu era criança, parecia fruta madura. Vivia caindo. E todo mundo vinha perguntar o que tinha acontecido no braço, perna, joelho, ou o que fosse.
— Quer dormir aqui hoje?
— Oi? – Ela surpreendeu-se com a pergunta. Por essa ela não esperava.
— Quer dormir aqui hoje?
— Eu... acho melhor não.
— Porque não?
— Por que... eu nem avisei a Ellen e...
— Você liga e avisa.
— Mas eu trabalho amanhã cedo.
— Eu te deixo lá.
— Mas eu nem trouxe roupa pra dormir.
— Você usa uma das minhas.
— Tá bom. Não tenho mais justificativa.
— Vou pegar uma das minhas blusas pra você. – Ele disse levantando-se do sofá.
Ela ficou sozinha na sala. Paralisou. Só pôde pensar: “E AGORA?”. Não sabia se iria apenas dormir ou se aconteceria algo mais. Optou por agir fria e calmamente, como se o que ia fazer fosse natural, o que para ela, de fato não era. Pegou o celular e ligou para Ellen. Ela atendeu no quarto toque.
— Alô?
— Oi, Ellen. É a Lua.
— Lua? Onde você tá? Que horas vai voltar pra casa?
— Calma, mãe. – Ela ironizou, já que a amiga tinha o péssimo costume de agir como tal. – Eu estou... na casa do Daniel.
— Na casa do Daniel? Você não ia só dar uma volta na praça?
— De fato eu fui, mas lembra que eu disse que provavelmente eu chegaria tarde porque iria pra outro canto? Então, estou aqui.
— E quando você volta?
— Talvez não hoje.
— Espera! Você vai dormir aí?!
— Bem... eu vou.
— Caramba, Lua! Que demais! O Daniel tem camisinha?
— Ellen!
— Ué. Não é por isso que você vai dormir aí?
— Ainda não sei.
— Mas...
— Espera, ele está vindo, tenho que desligar. Até amanhã, beijo.
— Tá, boa noite. E não esquece d... – Luana desligou, sem dar chances para que ela falasse mais alguma coisa.
— Era a Ellen? – Perguntou ele com uma camisa azul em mãos.
— Era. Já liguei pra avisar que não vou dormir em casa hoje.
— Toma essa blusa. É uma das minhas preferidas. Talvez dê em você. – Ela pegou a blusa, foi até o banheiro e vestiu. Ficou um pouco grande, mais lhe caiu bem. Em pouco tempo saiu do cômodo e voltou para a sala. – Olha só, não é que deu mesmo? Ficou bem em você.
— É, também achei. Então, onde eu durmo?
— Se quiser, no meu quarto.
— E... lá tem quantas camas exatamente?
— Uma.
— Uma? E você está propondo que eu durma com você? – Ele não respondeu sua pergunta, apenas colou seu corpo no dela e lhe segurou o queixo.
— Não vou te obrigar a nada. Se quiser apenas dormir, eu já me satisfaço, mas se quiser algo além disso... eu também vou aceitar.
— Acho que por hoje só quero dormir. – Por mais que sua vontade de fazer sexo com ele a dominasse, ela ainda não se sentia preparada para isso.
— Tudo bem, eu entendo. Além do que estou tão cansado hoje que só quero deitar e dormir. – Eles riram. – Vem, vamos pro quarto.
Ele esperou que ela deitasse para que pudesse apagar as luzes.
— Está confortável?
— Sim. – Ela disse, enquanto cobria-se com o edredom negro e macio. Ele enfim apagou as luzes e o quarto fechado tornou-se um completo breu. Ela sentiu e ouviu quando ele deitou-se na cama junto a ela.
— Boa noite. – Ele disse baixo.
— Boa noite. – Ela lhe respondeu no mesmo tom.
Enquanto dormiam, fazia frio não só lá fora, como também dentro do quarto e da casa inteira. Ela encolhia-se e arrepiava-se de tamanha friagem. Nos últimos tempos havia chovido bastante e nesta noite não foi diferente. A primeira garoa pôde ser ouvida até tornar-se uma chuva forte.
O barbixa foi acordando lentamente com o som da chuva que caía, além de que seu pulso ainda doía. Sentiu a pele gélida da ruiva dormindo ao seu lado. Pensou em fazer algo, não sabia se era adequado àquela situação e tão pouco se o que pensava era considerado um aproveitamento de sua parte, mas fez mesmo assim.
Aproximou-se dela, gelada como a neve, e a abraçou por trás. Quase que inconscientemente durante o sono, ela chegou ainda mais junto dele, aconchegando-se e facilitando aquele abraço. Ele pegou em sua mão macia por debaixo das cobertas e se pôs a dormir novamente. Isso mesmo. Dormiram de conchinha. Uma cena um tanto romântica e carinhosa de se ver e se viver.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Curtiram o capítulo? Eu espero que sim!
Bem, talvez nem seja do interesse de vocês, mas vou compartilhar mesmo assim: Amanhã é meu aniversário! OWN YEAH!
Não é a toa que meu nome aqui é Aquariana, certo?
Muito obrigada por lerem e até a próxima!