O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 26
Capítulo 26 - Dormir de conchinha


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
CAPÍTULO NOOOOOOOVO! Este que eu, particularmente gosto muito.
Ah, se ligaram no título? Ele em si já é uma prévia, né?
Então divirtam-se, crianças! (Não se preocupe se você tiver 15, 30 ou 60 anos. Eu chamo todo mundo de criança)
Boa leitura!



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E lá se foram cinco dias. Era fim de tarde e Luana estava em alguma praça perto de sua casa. O lugar era lindo, de fato. Repleto de diversificados tipos de flores e muito verde. Haviam alguns bancos velhos, onde em um deles, a ruiva estava sentada.

Em sua frente, havia o chão coberto de pequenas pedras e detrás um morro de grama baixa que se estendia até o outro lado da praça. Os pássaros já voltavam para seus ninhos nas altas árvores. Infelizmente o grande barulho dos carros que passavam ao redor, os muros pichados e tantos outros fatores acabavam com o encanto do lugar. Seus cabelos balançavam com o vento, assim como as folhas que emitiam altos sons ao ter contado com a fresca brisa. Até que se ouve o toque do celular.

— Daniel?

— Oi, Lua. Será que pode vir aqui em casa?

— Claro que sim. Agora?

— Agora.

— Está bem. Chego em meia hora.

...

O barbixa então desligou o telefone e foi para o quarto. Trocou de roupa e pôs uma bermuda escura e uma blusa verde água, de mangas longas, e encurtou-as na altura dos cotovelos. Olhou-se no espelho do guarda roupa. É, estava apresentável.

Se fosse por ele, nem veria Luana hoje. Estava cansado, só queria dormir, mas como prometeu que a encontraria, teria que cumprir. Se bem que era uma promessa em partes cumprida, já que eles não sairiam como era o esperado. Daniel foi para a sala, onde jogou-se no sofá cama e esperou que ela chegasse.

Na TV, nenhum programa lhe agradava. Ficou mudando de canal repetidas vezes, até que decidiu assistir ao jornal. Pouco tempo depois, caiu num sono. Acordou com o toque da campainha. Era Luana. Levantou-se apressadamente, chegando até a sentir a vista escura depois do gesto abrupto. Reação do cérebro. Foi até a porta e abriu. Ela riu ao vê-lo.

— Que foi?

— Seu cabelo está todo bagunçado. – Disse aproximando-se dele e passando a mão pelos seus fios castanhos. Ele fitava seus olhos verdes enquanto ela o penteava com os dedos. Então Luana passou a fitá-lo também, até que o barbixa tomou a primeira iniciativa de beija-la. Ela, ainda com a mão em seus cabelos, cravou-os enquanto o outro apertava sua cintura. Um beijo longo e de tirar o fôlego. Assim que separaram os lábios, pôde-se ouvir um está-lo. Após o beijo quente, ele a puxou para dentro, fechando a porta. – Estava com saudade de mim, hein?

— Você nem imagina o quanto.

— Imagino sim. – Ele a olhou de cima a baixo enquanto ela andava até o centro da sala. Estava linda, irresistível. Se não fosse pelo fato de ele estar praticamente morto de cansaço, já teria levado-a para a cama sem dúvidas. Vestia uma jardineira clara e uma blusa cinza de mangas longas, encurtadas até o cotovelo, assim como a dele. Tinha os longos cabelos soltos e levemente bagunçados. Sem contar no seu perfume, o cheiro que o fascinava.

Ao ver as louças postas sobre a mesa, ela perguntou:

— Vamos jantar aqui?

— Sinto lhe dizer, mas sim. Não estou disposto a arredar os pés de casa hoje.

— O que importa não é lugar, são as pessoas com quem se está.

— Você não criou isso agora, ou criou? – Perguntou ele com uma expressão duvidosa.

— Não, eu li numa revista mesmo. – Eles riram. Realmente, Luana não tinha talento algum para frases românticas ou poéticas.

— Sente-se aqui, senhorita. – Disse ele estendendo-lhe a mão enquanto puxava a cadeira para trás com a outra. Ela apenas lhe concedeu a mão e sentou-se. O esperou até que ele pusesse a comida nos dois pratos e trouxesse uma garrafa escura, com algo escrito em outra língua, provavelmente francês. – Vinho? – Ele ofereceu pondo duas taças na mesa.

— Por gentileza. – Ela dizia como uma dama. O moreno pôs o líquido escuro e doce em metade da taça, fez o mesmo com a outra e sentou-se na cadeira a frente dela. – Quanto cavalheirismo. – Ele sorriu. – Você é sempre assim?

— Só com quem eu gosto. – E lhe atirou um olhar intimidador. Meio sem graça, ela retrucou.

— Você faz assim com todas que trás aqui? – Ele não esperava tal pergunta.

— Eu não sou o tipo de pessoa que usa uma mulher por uma noite e depois descarta como se ela fosse desprezível. – “É bom saber disso” pensou ela. Então se puseram a jantar. Acabaram pouco mais que meia hora depois, até que ele recolhesse a louça da mesa.

— Estava muito bom. Você quem fez? – Ela disse apontando o garfo para o prato vazio.

— Não, não. Eu pedi que a Silvia fizesse antes de sair. Já te disse que não cozinho bem. Cozinho, mas não faço direito.

— Espera. Eu ajudo a lavar a louça.

— Nem pensar. Você é minha convidada, deixa que eu faço.

— Vou fingir que não ouvi isso. Eu sujei, então eu também ajudo a lavar.

— Já disse que não. Deixa comigo. – Ela não deu ouvidos e tomou sua frente, já diante da pia e com o sabão e a esponja em mãos. – Você é teimosa.

— Já me disseram isso. – Vendo que já havia perdido a “discussão”, ele se pôs a enxugar e guardar toda a louça.

Enquanto ela lavava, deixou um pouco de água com sabão caír na cerâmica, e sendo que ele estava descalço, acabou escorregando e caindo de frente no chão. Deixou cair uma taça, esta que se quebrou, e um dos cacos acabou por perfurar seu pulso, fazendo-o sangrar bastante. Luana virou-se assim que ouviu o barulho.

— Daniel! – Gritou ao vê-lo já caído no chão. – Meu Deus, você se machucou?

— Não, eu estou bem. – Ele disse, sem ter notado ainda seu pulso cortado, mas sentiu a dor logo que usou a mão para se levantar. – AI!

— Que foi?

— Meu pulso!

— Droga, isso é culpa minha. Me desculpa.

— Não, não é culpa sua. Fui eu que caí sozinho.

— Mas eu que deixei a água cair no chão. – Ela disse enquanto pressionava seu pulso para que parasse de sangrar. – Dani, você não acha melhor a gente ir pro hospital?

— Hospital? Não precisa. Foi só um corte.

— Um corte profundo e doloroso. Tem certeza que não quer ir?

— Tenho. Absoluta. Eu faço um curativo aqui em casa mesmo.

— Vem, eu te ajudo. – Então ele levantou-se do chão com o apoio dela e foram até o banheiro, onde lavaram o ferimento e fizeram um curativo com gaze. Logo mais, ela voltou para a cozinha, limpou o chão sujo de sangue, juntou os cacos de vidro, terminou de lavar a louça e foi até a sala, onde ele estava. – O que você perdeu de sangue daria pra alimentar uma família inteira de vampiros. – Ele riu de tal comparação. – Ainda dói muito?

— Um pouco. Só quero ver amanhã, todo mundo perguntando o que foi isso no meu braço.

— Sei bem como é. Quando eu era criança, parecia fruta madura. Vivia caindo. E todo mundo vinha perguntar o que tinha acontecido no braço, perna, joelho, ou o que fosse.

— Quer dormir aqui hoje?

— Oi? – Ela surpreendeu-se com a pergunta. Por essa ela não esperava.

— Quer dormir aqui hoje?

— Eu... acho melhor não.

— Porque não?

— Por que... eu nem avisei a Ellen e...

— Você liga e avisa.

— Mas eu trabalho amanhã cedo.

— Eu te deixo lá.

— Mas eu nem trouxe roupa pra dormir.

— Você usa uma das minhas.

— Tá bom. Não tenho mais justificativa.

— Vou pegar uma das minhas blusas pra você. – Ele disse levantando-se do sofá.

Ela ficou sozinha na sala. Paralisou. Só pôde pensar: “E AGORA?”. Não sabia se iria apenas dormir ou se aconteceria algo mais. Optou por agir fria e calmamente, como se o que ia fazer fosse natural, o que para ela, de fato não era. Pegou o celular e ligou para Ellen. Ela atendeu no quarto toque.

— Alô?

— Oi, Ellen. É a Lua.

— Lua? Onde você tá? Que horas vai voltar pra casa?

— Calma, mãe. – Ela ironizou, já que a amiga tinha o péssimo costume de agir como tal. – Eu estou... na casa do Daniel.

— Na casa do Daniel? Você não ia só dar uma volta na praça?

— De fato eu fui, mas lembra que eu disse que provavelmente eu chegaria tarde porque iria pra outro canto? Então, estou aqui.

— E quando você volta?

— Talvez não hoje.

— Espera! Você vai dormir aí?!

— Bem... eu vou.

— Caramba, Lua! Que demais! O Daniel tem camisinha?

— Ellen!

— Ué. Não é por isso que você vai dormir aí?

— Ainda não sei.

— Mas...

— Espera, ele está vindo, tenho que desligar. Até amanhã, beijo.

— Tá, boa noite. E não esquece d... – Luana desligou, sem dar chances para que ela falasse mais alguma coisa.

— Era a Ellen? – Perguntou ele com uma camisa azul em mãos.

— Era. Já liguei pra avisar que não vou dormir em casa hoje.

— Toma essa blusa. É uma das minhas preferidas. Talvez dê em você. – Ela pegou a blusa, foi até o banheiro e vestiu. Ficou um pouco grande, mais lhe caiu bem. Em pouco tempo saiu do cômodo e voltou para a sala. – Olha só, não é que deu mesmo? Ficou bem em você.

— É, também achei. Então, onde eu durmo?

— Se quiser, no meu quarto.

— E... lá tem quantas camas exatamente?

— Uma.

— Uma? E você está propondo que eu durma com você? – Ele não respondeu sua pergunta, apenas colou seu corpo no dela e lhe segurou o queixo.

— Não vou te obrigar a nada. Se quiser apenas dormir, eu já me satisfaço, mas se quiser algo além disso... eu também vou aceitar.

— Acho que por hoje só quero dormir. – Por mais que sua vontade de fazer sexo com ele a dominasse, ela ainda não se sentia preparada para isso.

— Tudo bem, eu entendo. Além do que estou tão cansado hoje que só quero deitar e dormir. – Eles riram. – Vem, vamos pro quarto.

Ele esperou que ela deitasse para que pudesse apagar as luzes.

— Está confortável?

— Sim. – Ela disse, enquanto cobria-se com o edredom negro e macio. Ele enfim apagou as luzes e o quarto fechado tornou-se um completo breu. Ela sentiu e ouviu quando ele deitou-se na cama junto a ela.

— Boa noite. – Ele disse baixo.

— Boa noite. – Ela lhe respondeu no mesmo tom.

Enquanto dormiam, fazia frio não só lá fora, como também dentro do quarto e da casa inteira. Ela encolhia-se e arrepiava-se de tamanha friagem. Nos últimos tempos havia chovido bastante e nesta noite não foi diferente. A primeira garoa pôde ser ouvida até tornar-se uma chuva forte.

O barbixa foi acordando lentamente com o som da chuva que caía, além de que seu pulso ainda doía. Sentiu a pele gélida da ruiva dormindo ao seu lado. Pensou em fazer algo, não sabia se era adequado àquela situação e tão pouco se o que pensava era considerado um aproveitamento de sua parte, mas fez mesmo assim.

Aproximou-se dela, gelada como a neve, e a abraçou por trás. Quase que inconscientemente durante o sono, ela chegou ainda mais junto dele, aconchegando-se e facilitando aquele abraço. Ele pegou em sua mão macia por debaixo das cobertas e se pôs a dormir novamente. Isso mesmo. Dormiram de conchinha. Uma cena um tanto romântica e carinhosa de se ver e se viver.


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Notas finais do capítulo

Curtiram o capítulo? Eu espero que sim!
Bem, talvez nem seja do interesse de vocês, mas vou compartilhar mesmo assim: Amanhã é meu aniversário! OWN YEAH!
Não é a toa que meu nome aqui é Aquariana, certo?
Muito obrigada por lerem e até a próxima!



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