O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 19
Capítulo 19 - Lucas


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
Interessante esse título, não acham? (É. Eu sei que não acham). Simples e sucinto.
Desejo a todos uma excelente leitura.



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Tuca, quinta-feira, 19:08. Um homem acabara de estacionar próximo ao seu local de trabalho. Saiu do carro e entrou no teatro, como de costume. Ao chegar no camarim notou a falta de seus companheiros. Talvez eles já estivessem treinando. Pôs sua mochila no canto, comeu qualquer coisa que havia numa bandeja, checou rapidamente como estava sua aparência em um dos espelhos e enfim saiu fechando a porta. Foi até o corredor que dava acesso ao palco e lá encontrou os demais.

– Atrasado como sempre. – Anderson disse da cadeira, em um tom relativamente baixo, para que só ele ouvisse, já que não queria atrapalhar a cena que estava acontecendo no palco.

– Desculpa por isso. – Ele disse no mesmo tom e sentou-se na cadeira ao lado, discretamente.

– Foi o trânsito de novo?

– Foi.

– As mesmas desculpas de sempre...

– Ei! Será que as donzelas poderiam parar de conversar? A cena tá rolando aqui. – Disse Edu, o Mestre de Cerimônias da noite.

– Desculpa. – Daniel disse. Então ficaram calados, apenas assistindo a cena que acontecia, até que ela acabasse. Quando enfim foi dada como encerrada, Marco, que participava do treino, aproximou-se dele.

– E aí, Dani. – Estendeu a mão para que ele retribuísse o toque. – Chegou meio atrasado, hein?

– Meio não, completamente atrasado. – Elídio também aproximou-se e disse antes de beber um gole de água.

– Eu já pedi desculpas, tá? Agora será que dá pra eu treinar também?

– Vem, vamos treinar o Cenas. – Anderson disse levantando-se.

Horas depois de diversos treinos de jogos, exercícios vocais e descontração, eles voltaram para o camarim. Trocaram de roupa e esperaram pelo horário do espetáculo. Às 21:15, um dos produtores abriu a porta.

– 15 minutos, pessoal. – Disse simplesmente e os deixou a sós novamente.

Elídio estava sentado em um dos sofás com o celular em mãos e logo que ouviu o produtor, desligou o aparelho e levantou-se do estofado. Eduardo, Tauszig e Marco fizeram o mesmo. Anderson e Daniel, porém, permaneceram em seus devidos acentos e esperaram pelo segundo aviso. Dani estava tão concentrado em seu aparelho celular que mal notou o recado do produtor.

Daniel Nascimento: Já está aí?

Luana Bell: Sim. E você já está perto de vir?

Daniel Nascimento: Sim. Que bom que veio mesmo.

Luana Bell: Por quê?

Daniel Nascimento: Já esqueceu? Você está me devendo algo que eu estou esperando desde ontem pra receber. Refrescou a memória?

Luana Bell: Claro que eu não esqueci.

O produtor abriu a porta novamente.

– 10 minutos.

Anderson então levantou-se para juntar-se aos outros e notou que o companheiro não fez o mesmo.

– Dan, você não vem? – Ele demorou um pouco para responder, e quando o fez, não tirou os olhos do celular.

– Tô indo. – Mais um pouco se passava e Daniel não mexia um músculo para sair do lugar.

– Dani, temos que ir. – O outro não deu ouvidos. – Caramba, tá difícil, hein? Me dá isso aqui! – Ele disse tomando subitamente o aparelho das mãos dele, como quem brinca com o irmão mais velho.

– Ô! Devolve!

– Com quem você estava falando? – Ao ler no visor, “Luana Bell”, Anderson logo abriu um sorriso. – Huuuumm... Luana de novo, hein?! Vocês tão ficando?

– Anderson!

– Que é?

– Devolve. Esse. Celular. – Ele disse com pausas e partindo para cima de Anderson. Riram como dois bocós. Realmente como se fossem dois irmãos brigando pelo controle da televisão. E embora levassem tudo na brincadeira, Daniel tinha uma certa preocupação com o que o amigo faria. Afinal, do jeito que conhecia o outro, estava óbvio que ele simplesmente não tomaria o celular de suas mãos, ele faria algo mais. E seu pressentimento estava certo.

– Vamos ver o que vocês estavam conversando...

– ANDERSON!

– Hm... – Ele demorou apenas alguns segundos para ler a conversa. – O que ela está te devendo?

– Não interessa. Agora devolve! – Foram interrompidos pelo produtor.

– Pessoal! 5 minutos! O que... vocês estão fazendo? – Ele perguntou ao ver os dois praticamente agarrados um ao outro.

– Sorte sua que vamos entrar em cena agora. – Anderson disse sorrindo maliciosamente, enfim devolvendo o celular.

– Andem logo. Já vão chamar vocês.

– Então ela veio hoje? – Anderson disse acompanhado do amigo até o corredor.

– Veio. Eu convidei.

– Você ainda vai me explicar que história é essa de que ela tá te devendo alguma coisa, viu? – Olharam-se e sorriram.

Quando seus nomes foram anunciados, subiram no palco. Os mesmos gritos, aplausos e assobios que recebiam todas as quintas. Uma ruiva tinha os olhos verdes a brilhar com a luz dos refletores. Ela gritava, aplaudia e assobiava como todos que estavam ali, como uma legítima fã. Daniel começou a procurar por ela com os olhos, mas seria meio difícil, afinal haviam centenas de pessoas em sua frente. Mas a encontrou, sentada mais para a direita da quinta fileira. Era como se aquilo lhe servisse de estimulo para encenar. Era fonte de inspiração.

Ao final de espetáculo, eles agradeceram o público, saíram do palco e voltaram para o camarim. Trocaram de roupa novamente, esperando pela sessão de fotos. Algumas pessoas iam embora, outras ficavam. Parte delas tinha pela primeira vez a oportunidade de conhecer seus ídolos, enfim abraçá-los, dizer algumas palavras e tirar a tão esperada foto. Outra parte já havia conhecido-os pessoalmente, já havia ido ao espetáculo e certamente já conhecia seu trabalho há muito tempo, porém sempre seria como na pela primeira vez.

Já sabendo dos privilégios de ser a última na fila, Luana assim fez. Quando chegou sua vez, e os viu, abriu um sorriso imenso. Foi até eles e os abraçou com vontade, um por um. Na vez do moreno de óculos, lhe deu um abraço mais que merecido, apertado e demorado.

– Oi, Lua! Gostou do espetáculo? – Anderson perguntou.

– Então ainda lembra de mim?

– Lembro. – Ele olhou sorrateiramente para Daniel, com um sorriso disfarçado, quase a mostra.

– Mas e então, você gostou?

– Muito. Parece que ficam melhor a cada dia.

– Ela é a última ou ainda tem mais pessoas? – Marco perguntou ao produtor.

– Não, ela é a última. – Ele respondeu conferindo ao olhar para fora.

– Ah Tauszig! Você mitou hoje viu? – Disse ela.

– Você achou? – O músico perguntou contentemente.

– Com certeza.

– Ah então quer dizer que só ele ganha elogios, não é? Certo. – Elídio disse virando a cara e fingindo estar indignado.

– Não, Elídio. – Ela disse rindo e apalpando suas costas. – Você também arrasou como mulher. – Todos caíram na risada.

– Bem, vamos tirar a foto? – Disse o mais alto. Depois da foto e de mais alguns minutos de conversa, o produtor olhou no relógio e alertou a todos.

– Pessoal, já é bem tarde. Precisamos fechar o teatro.

– Certo, eu já vou então. – Luana conferiu se tudo estava em sua bolsa, pegou o celular e despediu-se de todos. – Tchau gente, obrigado por tudo. –Com um coro meio dessincronizado, eles também despediram-se.

– Não está esquecendo de nada? – Daniel a puxou e disse baixo ao pé de seu ouvido, fazendo-a arrepiar-se totalmente.

– Não na frente de todo mundo. – Ela falava no mesmo tom. – Lá fora.

– Certo.

Ela então se retirou de lá e se posicionou próximo à saída, à sua espera. Distraída, esperando que ele viesse, foi surpreendida por nada mais nada menos que: Lucas. Isso mesmo. Lucas apareceu de súbito, empurrando-a contra a parede.

– Lucas?!

– Sssshi... – Ele pôs o dedo indicador à frente da boca, num gesto de silêncio.

– O que você...

– Surpresa, Luana? – Ele perguntou irônico, enquanto via em seus olhos a expressão de puro espanto.


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Notas finais do capítulo

Mistério, meus caros...
Afinal, quais os planos de Lucas? O que Luana fará quanto a isso? E o que acontecerá a partir daí? Sexta, no Globo Repórter.
(Ou melhor dizendo, domingo, no Nyah)
Obrigada por lerem e até a próxima!



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