Katherine C. Black.

– Filha? Katherine? – minha mãe apareceu no quarto, suspirando aliviada.

Eu estava deitada na cama, de costas para a porta, e se quer me virei quando ela chegou. Nem sabia o motivo de estar dessa maneira, mas eu me sentia suja, com um buraco enorme dentro de mim, incapaz de ser coberto.

– Não sabe o susto que nos deu. – ela sentou-se ao meu lado, alisando os meus cabelos. Virei-me para a mesma, sem levantar. – Filha, você está chorando?

Levei uma das mãos ao meu olho, onde realmente haviam lagrimas e eu nem havia sentido.

– O que aconteceu? – meu pai perguntou entrando no quarto. – Tudo bem?

Sentei-me na cama tentado dizer as palavras que tanto ensaiei desde que ele saiu desse quarto. Eu enlouqueceria se continuasse por mais tempo em La Push, se continuasse perto dele. A situação já estava saindo de controle, e o pior é que eu não tentei impedir. E por mais que odeie admitir, eu gostei, e muito.

– Pai, eu amo você, e sei que isso pode e vai magoa-lo. Mas ... – suspirei. – não posso continuar aqui. Eu quero voltar e ficar com a minha família.

– Eles também são sua família, Katherine. – ele disse, magoado.

– Eu sei disso. Mas, não me encaixo nesse lugar. Vi o quanto estão felizes por aqui, e tudo o que eu quero é que continuem assim. Então, a única coisa que peço é para que me deixem voltar.

– Te fizeram alguma coisa? – minha mãe perguntou, neguei.

– Por favor. – pedi.

– Não podemos deixar La Push de lado. – meu pai suspirou. – Você pode voltar. Em breve estaremos lá de novo.

– Durma, vou resolver os detalhes da sua viagem. – Renesmee disse.

**************

– Tudo pronto? – perguntei, pela milésima vez. – Vou até a casa de Emily me despedir.

Já havia me despedido de Billy mais cedo. Ele também pareceu bem chateado.

– Vou com você. – Jacob disse.

Assim que chegamos lá estavam Emily, Sam, Seth e para a minha infelicidade, Paul. Ele ao menos virou o rosto pra me cumprimentar ou algo do tipo, foi como se eu não estivesse ali. Então quebrei o silencio.

– Vim me despedir. – abracei Emily, em quanto todas as atenções se voltaram a mim. – Muito obrigado.

– Você vai embora? Mas, já?

– O meu lugar não é aqui, Emily. – lancei um olhar para ele, que me olhava com o cenho franzido. – Nunca vai ser.

– Bom, então, mantenha contato. Boa viagem. – sorri.

– Onde você vai? – eu paralisei, ao ouvir de quem era a voz.

– Voltar pra casa, de onde eu nunca deveria ter saído. – respondi, secamente.

– Você não pode! – ele grunhiu, levantando-se da cadeira, em quanto tremia pronto para se transformar. – Não vai à lugar nenhum.

– E por que não, Paul? – Jacob perguntou, tremendo ao meu lado.