I know escrita por Tom


Capítulo 2
Capítulo dois


Notas iniciais do capítulo

Eu poderia ter escrito até a boate, mas iria ficar muito longo, então... ATÉ O FINAL DA NOITE EU TERMINO O TERCEIRO CAPÍTULO!
Bom meus queridos e queridas, desejo uma boa leitura! ♥



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Embora eu soubesse que é feio encarar as pessoas, tive de levar vários beliscões de minha mãe e da minha própria irmã para conseguir parar de olhar para o Padre Felipe.

Creio que tenha sido convidado várias e várias vezes para fazer parte de um encontro de jovens, até minha mãe aceitar por mim e pela minha irmã.

(1) “Querida mãe, quem você pensa que é para me jogar na igreja?”

(2) “E se vai me jogar na igreja, por que vai me jogar lá com o demônio da minha irmã?”

O jantar acabou e os pais de Duda foram embora, os três.

Duda e meu irmão entraram no meu quarto, sabe o que isso significa? Eu iria dormir no quarto da minha mãe.

Bati na porta do meu quarto.

– O que?!

Meu irmão perguntou gritando.

– Preciso pegar a blusa do meu uniforme e preciso pegar meus materiais.

– Onde tá?!

Conversar com a porta era mais fácil do que encarar meu irmão e sua namorada seminus e provavelmente em cima da minha cama, que era um pouco maior do que a dele.

– Preciso de uma calça jeans, que está na segunda gaveta. Minha blusa de uniforme, que está na terceira. Meu tênis, na prateleira de sapatos. E meias, na última gaveta.

Depois de um tempinho, ele rapidamente jogou as coisas para fora do quarto e fechou a porta.

– Pronto, vai pro quarto da mamãe.

“O garotão vai ter uma noite incrível na minha cama e eu vou dormir na cama da mamãe” – Pensei.

– Matheus, meu material!

Ele jogou minha mochila para fora do quarto. A minha sorte, era que a minha escola usava I-Pads ao invés de livros, eu só precisava carregar dois cadernos e um estojo.

Juntei minhas coisas e fui para o quarto da minha mãe.

Na manhã do dia seguinte:

Cheguei na minha sala, do jeito que eu sempre chego, atrasado.

Fiquei pensando em várias maneiras de contar para a minha amiga, Letícia, sobre o meu jantar com o padre, tinha sido no mínimo estranho e ela adorava essas coisas.

Letícia não era muito simpática, muito menos a pessoa mais legal da escola, mas ela com certeza tinha um estilo único, talvez tenha sido por isso que eu tenha a forçado a ser minha amiga. No momento que a vi, decidi que ela iria andar comigo. Letícia era uma grande amiga, eu a conhecia como ninguém e ela me conhecia como ninguém também.

Todos os dias, sem nenhuma exceção, eu chegava na escola com pelo menos dez minutos de atraso, a culpa não era minha, era a van que nunca chegava a tempo. E todos os dias, sem nenhuma exceção, eu chegava na sala e a via debruçada em sua mochila, com os fones de ouvido escutando algo como Guns ou Nirvana e quase dormindo.

Pedi licença, entrei na sala e fui direto para a minha carteira, passando pela dela, que era bem ao lado da minha e a acordando com um tapa.

– Bom dia!

Eu disse.

– É...

Ela respondeu.

– Mau humorada...

– Bom dia Pedrinho!

Luana soltou um gritinho das mesas de trás.

Tinham três fileiras na sala. A da parede, a do meio e a das janelas. Todas tinham duas carteiras.

Eu e Letícia sentávamos na da parede, bem atrás da porta.

– Oi Lu!

Eu respondi com a maior gentileza matinal que eu poderia ter.

Comecei a prestar atenção na aula, Artes.

Depois de alguns minutos de aula, Lola olhou para o celular e bufou.

– O que foi?

Perguntei.

– Já passou um tempão e ainda não chegou meio dia e quinze!

Eu ri, a aula acabava meio dia e quinze.

– Só tem vinte minutos que a aula começou.

– Exatamente!

Começamos a rir.

– O Pedro e a Letícia não param de conversar. O Lucas e o povão do fundo também...

A professora nos chamou a atenção.

– Desculpa.

Eu disse.

– Eu estou aqui com quase dezoito anos... E não entendi a utilidade da aula de artes até hoje.

Let resmungou.

– Para nos mostrar que crianças de oito anos fazem desenhos bem mais legais que os seus.

Resmunguei também.

– Merda.

– Merda.

Resmungamos juntos.

Depois de várias tediosas aulas, acabei esquecendo de falar sobre o Padre para ela.

O sinal do intervalo tocou. Saímos da sala.

No intervalo com nossos outros amigos:

– Dormiu no quarto com a sua mãe? O que foi?

– Teve um pesadelo?

Esses eram meus amigos Thiago e Lucas França. Eles são gêmeos, que fazem questão de me zoar por tudo.

– Lucas... Thiago... Vocês não dividem quarto e não tem um irmão com uma namorada gostosa.

Letícia me deu um tapa na nuca.

– Você disse que eu não sou gostosa?

Let é namorada Lucas.

– Não foi isso que eu quis dizer...

– Foi sim.

Heitor teve o trabalho de parar de olhar para o celular e se intrometer só para causar a discórdia.

– Não foi isso que eu quis dizer. Só falei que eles não dividiam quarto e...

– Você falou que nenhum deles tinha uma namorada gostosa.

Ele continuou.

– Olha, vocês estão distorcendo as minhas palavras.

Eles riram da minha cara.

Eu não tinha os amigos mais competentes do mundo, mas tenho certeza de que eles são os melhores.

O primeiro que conheci do grupo foi o Heitor. Ele é da minha van, mas ele só vai nela na volta para casa. Nos conhecemos desde o fundamental, a gente andava de bicicleta quando mais novos. Mas a minha mãe não gosta mais dele, por causa do piercing no septo e das tatuagens no braço.

A segunda foi a Letícia. Entrou na minha sala e nunca mais nos separamos. Consequentemente após conhecer Let, conheci seu namorado e o irmão dele.

E agora nós somos um quinteto. Temos nossos problemas? Temos. Somos retardados? Somos. Mas a gente é feliz.

Depois de um tempo e conversa sendo jogada fora, o intervalo acabou.

Esperei o ritual de separação matinal de Letícia e Lucas e voltei com ela para a sala. Horário vago, o professor adoeceu.

– E aí? Já decidimos para onde vamos no seu aniversário?

– O Heitor quer ir á uma boate, mas eu não sei, não parece divertido. Pensei em ir no cinema.

– Ah não Pedrinho! São dezoito anos, tem que ser alguma coisa legal.

– Cinema é legal.

– O Heitor sempre leva uma das ficantes, que leva uma amiga, que fica com o Thiago. E eu e o Lucas ficamos juntos. Aí você acaba ficando de vela.

Então era isso, eu ia ser arrastado no meu próprio aniversário para um lugar fechado e com pouca luz, música alta e cheio de gente suada, onde normalmente não são só os banheiros que fedem a urina. Essa é a definição de “legal” deles? Bom, não é a minha.

Conversamos um pouco sobre a ideia, acabei sendo convencido.

A aula acabou, eu e Heitor fomos para a van.

Na volta descobrimos o que o autor da música infantil “motorista, olha o poste! Não é de borracha, vai bater!” quis dizer. Significa que a porra do poste não é de borracha, e se bater quebra!

A questão é que motoristas de transportes escolares acham mesmo que os postes, outros veículos e qualquer outra coisa que esteja na frente deles é de borracha, e que eles são intocáveis, mas eu tenho uma notícia, a maior parte dessas coisas não são de borracha e se continuar pensando assim vamos todos morrer.

Nós seguramos naqueles bancos como se nossas vidas dependessem disso, e dependiam mesmo! Não foi uma manhã muito agradável. Acho que isso começou na hora que eu fui expulso do meu próprio quarto.


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Notas finais do capítulo

BOM GALERE, o que acharam? Não deixem de comentar!
Vou correr aqui pra terminar o próximo, bjs de luz!



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