I know escrita por Tom


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, esse é o Pedro, essa é só uma introdução dele e da família dele para que os conheçam, logo logo as coisas começam a ficar mais legais e divertidas.
Espero que gostem ♥



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Acordei assustado, o portão abria devagar, só para eu sentir o medo invadir o meu corpo por cada vez mais tempo.

Enquanto os quatro pneus rodavam fazendo o carro estacionar na garagem, eu mal respirava, só pensava no que ela ia fazer comigo, todo o desespero se acumulou ao eu ouvir a porta sendo destrancada. Tudo se resumia a aquele momento desesperador em que... A sua mãe chega em casa e você não fez nada do que ela pediu.

Fui direto pra cozinha fingir que fiquei a tarde toda estudando e só tive tempo de cumprir as outras tarefas naquela hora.

Ela entrou na casa olhou o estado dela e foi para onde eu estava.

- O que fez a tarde inteira?

- Eu estudei muito.

Eu disse com um tom de certeza na voz. Minha mãe teria que ser super treinada para saber que era mentira, mas o que eu não sabia era que...

- Aham... Pedro, dá próxima vez pelo menos espalha uns livros pela cama quando for fingir que estudou.

Ela era super treinada em dezessete anos de mim.

Dei um sorrisinho amarelo.

- Como descobriu?

- Sua cara está amassada. Termina isso aí e vai pro carro, vamos passar na escola da sua irmã.

- Fazer o que?

- Vamos passar lá.

Ela estalou os dedos.

Terminei de lavar a louça, me vesti e fui para o carro. Conectei o meu celular pelo Bluetooth ao som.

Depois de um tempinho ela entrou no carro deu partida e saímos.

Estava com a sensação de ter esquecido alguma coisa importante.

Chegamos na escola e ela me mandou descer para busca-la.

Eu já tinha estudado na escola, então as professoras todas me conheciam, eu odiava entrar lá, porque eu tinha que abraçar todo mundo e falar que tudo mudou pra melhor, que sou um ótimo aluno e tudo mais... O que era em parte mentira.

Então eu entrei e fui recebido por algumas das “tias” que ficavam no portão da escola, falei que ia buscar minha irmã mais cedo e elas me mandaram subir.

Bati na porta da sala, a professora que estava na sala já tinha me dado aula, na oitava série, abriu um sorriso que ia de uma orelha á outra ao ver que era eu.

- Pedro!

Ela gritou abrindo a porta.

- Oi... Professora.

Eu não lembrava o nome dela, então me limitei a chama-la de professora.

- O que está fazendo aqui?

- Eu vim buscar a minha irmã.

- Sua irmã estuda aqui?! Quem é?

- Aquela – Apontei – Vem Júlia.

A professora sorriu e bagunçou meu cabelo.

Júlia arrumou o material com pressa e veio até mim.

- Parece um idiota.

Disse passando por mim e indo para a saída da escola. Eu a segui.

Entramos no carro depois de todas as tias se despedirem de mim.

- Quando chegarmos em casa, cada um vai tomar banho, depois coloquem uma roupa bonita e finjam que são ótimas crianças e que amam seu irmão incondicionalmente.

Minha mãe ordenou.

- Por quê?

- A família da namorada do Matheus vai vir jantar com a gente.

Minha irmã respondeu com arrogância.

- Pra quê?

- Você faz parte dessa família Pedrinho? Eles vão ficar noivos!

- Ah... Interessante.

Lembrei do que tinha esquecido.

Bom, estão aí grandes coisas da minha vida que devo comentar, já que estou escrevendo sobre a minha pessoa.

(1) “ Que não vou admitir que isso é um diário, vai ser um caderninho e ninguém vai saber da existência do caderninho, porque eu já tenho motivos o suficiente para ser zoado na escola e em casa, não preciso de mais esse.”

(2) “Que tenho dois irmãos, os dois são muito populares nos seus ciclos sociais e eu nunca vou chegar aos pés deles nesse sentido.”

(3) “Os meus pais se separaram no meu aniversário de quinze anos. Eles me deram um cachorro pra eu não ficar triste. Eu não soube lidar com os meus sentimentos e chamei o cachorro de Divo.
Eles acharam que eu era gay na época, mas era “Divo” de divórcio.
Hoje em dia eu gosto mais do meu cachorro do que da minha irmã. Pelo menos ele demonstra felicidade e não lança um olhar de ódio quando me vê.
O meu pai é médico e a minha mãe é advogada. Embora separados, os dois gostam e se preocupam muito comigo e com os meus irmãos. E eu admiro isso neles.”

Quando chegamos em casa, eu e a minha irmã fizemos o que nossa mãe mandou. Depois ela serviu a mesa e eu fui colocar o Divo no cercadinho dele.

Eu fico me perguntando á quantos psicólogos minha mãe me levaria se descobrisse o real motivo do nome do Divo ás vezes, mas depois de um ano e muitos meses, é meio tarde pra mudar o nome do cachorro.

- Pedrinho, que roupa é essa?

Minha mãe perguntou invadindo o quarto.

- Minha roupa bonita – Ela resmungou alguma coisa e começou a vasculhar o meu armário procurando por outra – Mãe?

- O que?

- O papai vem pro noivado do Matheus?

Ela abaixou o olhar e deu um sorriso meio triste, depois colocou a roupa em cima da minha cama e acariciou o meu rosto.

- Ele está de plantão Pedrinho.

Respondeu e saiu do quarto.

Troquei de roupas e fui para a sala de estar esperar pelo meu irmão, que não demorou muito para chegar.

- Por que demorou tanto?

- Eu fui ao médico com a Duda.

Ele disse batendo os pés. Estava agitado.

- Tomou seu remédio hoje?

- Hã? Sim, eu tomei... Eu só estou nervoso.

Respondeu sorrindo.

Meu irmão tinha TDH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), então ele sempre ficava muito agitado sem os remédios, por isso fazia muitos esportes e acabou ficando com um dos melhores portes atléticos da família.

- Por que está nervoso?

- Ah, o pai da Duda vem jantar.

- E qual é o problema?

- Ham... Eu não conheço o pai dela.

- Claro que conhece! Você já pediu a benção dele, você não lembra? Foi no aniversário da avó dela!

- Não, esse é o padrasto dela. O pai dela deixou a mãe dela pra virar padre.

- Ah... Hum... Então isso é bem confuso...

- Eu sei.

Ele continuou batendo os pés.

- Matheus, por que você está nervoso?

- Nada não... Relaxa...

Ele foi para o nosso quarto fazer alguma coisa.

- O que ele tem?

Minha mãe e minha irmã perguntaram juntas.

- Um padre vem aqui.

- Hã?

Minha irmã disse parecendo mais confusa.

- O pai da Duda é padre.

- Eu não entendi.

- Eu também não.

Ficamos nos olhando um tempinho, até ela cansar e ir embora.

Depois de um tempo, estávamos todos sentados á mesa com a família de Duda, mas eu não conseguia parar de encarar o pai dela, ele estava vestido como um monge.

Foi uma noite estranha, falamos muito sobre Deus e as graças do casamento.


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Notas finais do capítulo

Bom gente. é um começo, e aí? O que acharam?



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