Dutch Love escrita por AfilhadaDeApolo


Capítulo 4
Monet ou Dalí?


Notas iniciais do capítulo

Hey, fofuxos.
Tenham uma boa leitura :D



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O dia com Shane e com Karma havia sido completamente maravilhoso. Tínhamos conseguido visitar os lugares mais famosos de Amsterdã sem precisar esperar muito tempo nas filas, já que, surpreendentemente, a cidade ficava meio vazia naquela época do ano. Nos divertimos muito e eu me aproximei bastante de ambos, o que me deixou bem feliz, levando em conta que eu precisaria de amigos para “sobreviver” a todo aquele tempo longe de casa. Shane era supersimpático e amável, nós tínhamos muito em comum e, em alguns momentos, ele parecia ler meus pensamentos; a conexão que estávamos formando era incrível. Karma também era muito divertida e gente boa, mas, não sei porque, eu ficava meio tímida perto dela. Cheguei até a tropeçar algumas vezes, distraída pela beleza da ruiva, enquanto caminhávamos apressados pelas ruas da cidade. Karma era diferente da maioria das pessoas que eu conhecia; ela me passava confiança e era extremamente compreensiva com relação a qualquer assunto, e isso me intrigava. Sobre os meus tropeços, eles acabaram por gerar comentários e risos de ambos os meus companheiros de passeio, e eu sabia que os mesmos não esqueceriam daqueles momentos tão cedo.

Assim que a noite chegou, Shane me levou até o hotel em que eu estava hospedada e, com um beijo na bochecha, me desejou boa noite. Quando comecei a descer do carro, Karma puxou meu braço de leve, chamando a minha atenção e me fazendo olhar para ela.

– Boa noite. – Ela disse, sorrindo de forma doce.

– Boa noite. – Retribui o sorriso enquanto acariciava sua mão.

Finalmente saí do carro e caminhei até a porta do hotel, olhando para trás pela última vez e notando os lindos olhos verdes de Karma ainda a me encarar, mesmo de longe.

“Merda, a Karma mexe comigo. ” – Concluí assim que entrei no elevador do hotel. Apressei-me para adentrar o meu quarto e sentei na borda da cama. Esfreguei a testa de leve com a mão direita e suspirei. Tudo que eu menos precisava nos anos que se seguiriam era de algum tipo de “paixãozinha” nova. Eu tinha que me focar nos estudos que em breve começariam e não poderia perder tempo com relacionamentos amorosos.

Com tais pensamentos ainda em mente, me despi e fui até ao banheiro para tomar uma ducha rápida. Liguei o chuveiro e, assim que entrei em baixo dele e comecei a sentir as gotas da água quente percorrerem meu corpo, rezei para que o misto de sensações relacionadas a ruiva que eu havia sentido durante o dia não passassem de um mal-entendido, de algo momentâneo.

Saí do banho e, assim que me troquei e me joguei na cama, senti meu celular vibrar. Acendi a tela do mesmo e havia uma mensagem nova. Quando fui ver o remetente, surpreendi-me ao ver o nome de Karma.

“Obrigada pelo dia. Adorei o passeio com você e com o Shane. Espero que possamos sair mais vezes :) ”. – Era o que a mensagem dizia.

“Não há de que. Também gostei muito da companhia de vocês dois. ” – Respondi a ela, tendo uma resposta de volta quase que instantaneamente.

“Está livre amanhã à noite? Poderíamos marcar alguma coisa. ”

“Merda. Amy, tome cuidado. ” – Pensei comigo mesma, segundos antes de mandar uma resposta afirmativa para Karma.

Combinamos então que iríamos fazer uma sessão cinema no hotel onde Karma estava hospedada às sete da noite do dia seguinte. Assim que desejei boa noite à ruiva, desliguei o celular e me afundei no travesseiro, já com os pensamentos a mil. Por que diabos eu estava tão nervosa? Ver a Karma não seria nada demais. Acabei pegando no sono um tempo depois.

No dia seguinte...

Acordei com o som do despertador às nove e meia em ponto. Naquela manhã eu iria a uma famosa exposição de arte no Museu local, onde eu apreciaria várias obras raras que eram expostas somente três vezes ao ano em diferentes cidades pelo mundo afora. Eu tivera a sorte de estar em Amsterdã justo no dia da exposição.

Levantei-me da cama mais animada do que de costume e fui até o banheiro lavar o meu rosto e realizar minha higiene matinal. Depois, voltei ao quarto e vesti uma jeans azul rasgada, junto com uma regata preta. Amarrei uma camisa xadrez vermelha e preta na cintura e calcei um par de all star vermelhos. Penteei meu cabelo, fiz uma maquiagem básica, peguei minha bolsa e sai do quarto.

Já fora do hotel, fui até o ponto de ônibus mais próximo e esperei pacientemente pelo transporte. “Não posso me dar ao luxo de ficar gastando com táxis.” – Pensei divertida, ao lembrar da renda exata que eu tinha para gastar a cada mês, já que minha mãe não quisera me dar nenhum dinheiro a mais e impedira Bruce de fazê-lo. Eu tivera que conciliar trabalho e faculdade durante um bom tempo para conseguir juntar grana para “sobreviver” aos anos que eu passaria fora do meu país no programa de intercâmbio.

O ônibus não demorou muito a chegar, mas o trajeto até a rua onde o Museu ficava levou mais de meia hora. “E eu achando que o transporte público na Europa fosse melhor.” – Pensei irritada, ao descer do coletivo. Caminhei ainda alguns metros até finalmente chegar na entrada do Museu.

– Que roubo. – Falei baixinho para mim mesma logo após pagar a quantia requisitada para a entrada.

– Não é? – Escutei alguém atrás de mim responder. Ao me virar, dei de cara com Reagan.

– Oi Reagan! Que surpresa te ver aqui. – Cumprimentei a morena com um abraço amigável.

– Eu posso ser do ramo gastronômico, mas aprecio todo tipo de arte. – Ela respondeu, dando uma piscadela divertida e sorrindo.

– Bom saber que os seus horizontes culturais não se restringem só a comida. – Falei de brincadeira, ganhando um empurrão de leve por parte de Reagan.

– Será que a senhorita me daria o prazer da sua companhia durante a exposição hoje? – Reagan entrou na brincadeira, mudando até o timbre da voz ao pronunciar a frase.

Eu ri daquilo e assenti, e logo nós duas estávamos caminhando animadas pelo Museu, comentando e observando atentamente a cada obra de arte exibida.

– Qual o seu estilo de pintura favorito? – Perguntei para Reagan em um determinado momento.

– Impressionismo. – Ela respondeu, sem tirar os olhos de uma pintura de Monet que estava a nossa frente. – E o seu? – Repetiu a pergunta, olhando-me rapidamente.

– Surrealismo. – Falei, olhando de relance para a próxima pintura da “fila”, que era uma de Salvador Dalí.

Reagan sorriu para mim e continuamos a apreciar as pinturas a nossa volta.

Ao final do dia, nós duas estávamos deslumbradas com tudo aquilo que havíamos visto.

– Foi incrível! – Reagan comentou aos pulos enquanto saíamos do Museu.

– Sim! – Sorri para a morena. – Obras maravilhosas que eu achava que nunca teria a oportunidade de conhecer pessoalmente. – Comentei, ainda chocada.

– Exatamente. – Ela assentiu. – Adorei conhece-las, principalmente tendo você de companhia. – Ela disse, sedutora, me fazendo corar.

– Adorei passar esse tempo com você também. – Respondi, controlando o nervosismo que começara a brotar dentro de mim. Minhas reações acabaram por arrancar uma gargalhada por parte da morena.

– Não precisa ficar com vergonha de mim. – Ela falou, fazendo uma careta de “olhe como eu sou inocente”. – Podemos sair mais vezes, se você quiser. – Ela propôs.

– Seria ótimo. – Sorri, já mais calma.

– Te vejo antes das aulas começaram, então? – Reagan disse, se aproximando de mim.

– Claro. – Respondi e a abracei rapidamente.

– Até mais, então. – A morena se despediu, depositando um beijo demorado em minha bochecha.

Assim que ela virou as costas, eu caminhei um pouco e me sentei em um banco ali perto. “Sério que ela estava flertando comigo?” – Perguntei a mim mesma em pensamento, ainda atordoada pelo diálogo anterior. Tal momento de reflexão não durou muito, pois meu celular começou a tocar e me assustei ao ver o nome de Karma no visor.

– Hey Amy. Está tudo bem? – Ela perguntou, preocupada.

Afastei o telefone do ouvido por alguns segundos e chequei o horário. “Merda!” – Pensei comigo mesma ao ver que eu estava atrasada em quase meia hora.

– Hey Karma. Está sim. Me desculpe, saí de manhã para ver uma exposição de Arte aqui no centro e acabei perdendo a noção do tempo. – Confessei, com a voz cansada. – Mas já estou indo pra aí.

– Não esquenta. – A ruiva respondeu. – Estarei te esperando. – E desligou.

“Não vai ter jeito.” – Pensei, derrotada. Apanhei o celular novamente e chamei um táxi, que chegou em menos de dez minutos. Falei o endereço para o rapaz que o dirigia e cheguei ao hotel de Karma mais rápido do que eu imaginara.

Me apresentei ao recepcionista, que logo confirmou a minha entrada com a ruiva pelo telefone e eu me dirigi ao elevador. Cliquei no botão para o quinto andar – onde Karma estava – e, durante a subida do elevador, arrumei meu cabelo bagunçado no espelho do mesmo.

Sai do ascensor e bati a porta do quarto da ruiva, que a abriu com um sorriso no rosto.

– Hey, Amy.


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