Dutch Love escrita por AfilhadaDeApolo
POV Karma
– Não sei pelo que você está passando, mas imaginei que precisasse relaxar um pouco. – Félix falou, assim que descemos do táxi.
Ao olhar para o horizonte, dei de cara com um enorme parque que ficava ainda mais bonito com apenas a luz do luar iluminando-o. As árvores eram dispostas por toda a sua extensão de forma irregular, a vegetação era bem diferenciada e um lago no centro completava a paisagem espetacular.
– Este é um ponto turístico bem conhecido. – Félix disse, enquanto eu observava a paisagem. – Porém, poucos sabem da beleza que ele tem a noite.
Olhei para o loiro durante alguns segundos e apenas sorri, voltando a observar a imensidão verde a minha frente. Ele sugeriu que nos aproximássemos do lago, eu concordei e fomos caminhando lentamente até o mesmo.
– Esse lugar é realmente libertador. – Comentei, ao sentar ao lado do garoto.
– Eu sei. Venho aqui sempre que preciso esvaziar a cabeça.
– Você é daqui então? – Perguntei, curiosa.
– Mais ou menos. Nasci nos Estados Unidos, mas me mudei para cá quando tinha dez anos. – Ele respondeu enquanto se ajeitava na grama.
– Tudo nesse país parece tão menos estressante. – Suspirei.
– Só parece, acredite. – Félix disse, fazendo-me rir um pouco. – Mas, e você? O que te trouxe a Holanda?
– A faculdade que curso, lá nos Estados Unidos, tem parceria de intercâmbio com a faculdade daqui. E como eu sou uma das melhores alunas no meu curso, modeste a parte, consegui a vaga para terminar a minha graduação aqui. – Expliquei a minha situação para o garoto.
– Que curso você faz? – Perguntou o rapaz, visivelmente intrigado.
– Música. – Falei, corando um pouco. – Na Julliard’s, Nova York.
– Uau! – Ele realmente estava impressionado. – Então quer dizer que eu tenho um pequeno gênio musical ao meu lado? – Félix brincou, ganhando um leve empurrão de minha parte. – Ei!
– Desculpa. – Falei rindo.
– Tudo bem. – Ele riu junto. Ficamos em silêncio por alguns segundos. – Mas então... O que a estava incomodando, lá na mansão? – Ao ouvir a pergunta, eu comecei a ficar tensa imaginando na resposta que eu poderia dar a ele.
– Quer saber de uma coisa? Isso não importa. – Falei, me aproximando mais do garoto. – Vamos aproveitar essa linda paisagem e a companhia um do outro. – Terminei a minha fala aproximando os nossos rostos e encostando os meus lábios nos de Félix, que retribuiu o gesto.
Após alguns selinhos demorados, Félix afastou os nossos rostos e me olhou, confuso.
– O que acabou de acontecer aqui?
– E isso realmente importa? – Falei, me aproximando dele novamente.
– Karma, você tem certe...
Félix não conseguiu terminar a frase, pois eu segurei o seu rosto e encostei os nossos lábios novamente. Entreabri a minha boca e o garoto repetiu o movimento, fazendo com que as nossas línguas se encontrassem e um beijo tranquilo e ritmado começasse. Félix alternava entre segurar em minha cintura e massagear o meu cabelo, enquanto eu apenas massageava e puxava o seu.
Após alguns minutos, ambos interrompemos o beijo para recuperar o fôlego.
– Uau... – Félix disse, respirando profundamente. – Isso foi...
– Bom. – Completei a sua frase, e o loiro assentiu.
– O que significa?
– Você tem mesmo que pensar em tudo desse jeito?
– Não. Eu só...
– Foi apenas um beijo. – O interrompi novamente, deixando transparecer um pouco de irritação em minha voz.
– Ok. – Ele respondeu, deitando na grama.
Repeti o gesto, voltando o meu corpo em sua direção.
– Me desculpe. – Falei, suspirando em seguida. – É só que... – Comecei a tentar explicar o que se passava em minha mente, mas me lembrei que nem eu mesma sabia direito. – Algo está acontecendo comigo. Quando eu souber o que é exatamente, eu prometo que te conto, tudo bem?
– Ok. – Ele respondeu, virando-se para mim.
– Posso te beijar de novo? – Perguntei, colocando a minha mão direita carinhosamente em sua bochecha.
Félix assentiu e me puxou para mais perto de si.
POV Amy
Eu e Reagan ficamos conversando e curtindo a companhia uma da outra no bar durante mais ou menos uma hora. Depois, voltamos para a pista de dança e dançamos bastante. Porém, após mais uma hora, senti que faltava alguém ali. E essa pessoa era Karma.
– Rea. – Chamei a atenção da morena. – Você viu a Karma por aí?
– Não. – Ela respondeu, séria. – Jura que você precisa ficar se preocupando com ela? Acho que a Karma já é bem grandinha e sabe tomar conta de si mesma. – Ela disse, visivelmente irritada.
– Ela é minha amiga. É claro que preciso me preocupar com ela. – Respondi, tão ríspida quanto a outra.
Afastei-me e deixei Reagan sozinha na pista de dança, partindo a procura de Karma. Falei com Shane e com Lauren – uma loira baixinha que eu conhecera na festa e pareceu-me bem gente boa –, mas nenhum dos dois a havia visto. “Estou começando a ficar preocupada de verdade.” – Pensei comigo mesma. Apanhei o meu celular e disquei o número da ruiva, que atendeu no quinto toque.
– Karms? Onde você está?
– Hey Amy! – Karma estava rindo. – A festa estava chata para mim, então eu fui embora.
– E onde você está agora? – Perguntei, já ficando irritada com a enrolação.
– Em um parque da cidade com um garoto que conheci aí na mansão. – Ela respondeu, e pude ouvir um riso masculino do outro lado da linha.
– Que garoto? E que parque? Eu vou aí te buscar agora!
– Pelo amor de Deus, Amy. Você não é a minha mãe. Já disse que estou bem, para de me encher o saco. – Karma disse, desligando o telefone logo em seguida.
– Droga! – Exclamei comigo mesma, colocando o aparelho no bolso.
Saí da mansão e peguei o táxi mais próximo, que me levou ao parque mais conhecido da cidade, o Voldelpark.
– Obrigada. – Paguei o taxista e saí do veículo.
Adentrei o parque e comecei a ouvir vozes animadas não muito longe dali. “Por favor que seja a Karma.” – Implorei aos céus, me aproximando cada vez mais rápido das duas silhuetas que estavam à beira de um lago.
– Karma! – Exclamei ao ver uma moça de cabelos ruivos deitada nos braços de um garoto loiro.
– Mas que merda você está fazendo aqui, Amy? – Ela gritou, após se levantar da grama. Estava visivelmente chapada.
– O que você andou usando? – Perguntei, enquanto sentia um cheiro cada vez mais nauseante conforme eu me aproximava.
– O Félix aqui. – Ela apontou para o garoto que estava sentado na grama. – Arrumou umas ervas pra gente. – E ambos riram.
– Caralho, Karma! – Exclamei, colocando as mãos em minha cabeça. – Você vai pra casa comigo, agora! – Puxei-a pelo braço. A ruiva resistiu de início, mas logo cedeu.
– Te vejo em breve, Fel. – Ela gritou para o garoto enquanto eu a arrastava para fora do parque.
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