Dutch Love escrita por AfilhadaDeApolo


Capítulo 1
Pilot


Notas iniciais do capítulo

Primeira fanfic aqui no Nyah!
Espero que gostem.
Boa leitura.



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Olá. Meu nome é Amy Raudenfeld, tenho 21 anos e estou cursando o segundo ano de Artes Visuais no Instituto de Arte de Chicago (a segunda melhor universidade nesse curso do país). Há 3 anos, obtive excelentes resultados em diversas provas assim que terminei o Ensino Médio, sendo convidada a ingressar em quatro das dez melhores faculdades nacionais. Porém, escolhi vir para Chicago pelo ótimo programa de intercâmbio ainda durante a graduação que eles me ofereceriam (já que minhas notas nunca foram baixas e eu pretendia aumenta-las ainda mais no decorrer do curso).

Desde então, venho me esforçando ao máximo para ser a melhor da turma. Conheci pessoas incríveis aqui, fiz um número bom de amigos e, em três anos, aprendi muita coisa. Há alguns meses eu finalmente resolvi me inscrever para o tal programa de intercâmbio e, adivinha? Fui chamada pelo Conselho do Instituto e eles aprovaram a minha bolsa de estudos internacional. Pelas minhas ótimas notas, eu poderia eleger o continente para qual eu gostaria de ir e, ainda, teria cinco opções de países para escolher. Assim que optei pela Europa (meu sonho de consumo), fiquei entre Espanha, Portugal, Inglaterra, Holanda e Alemanha. Acabei optando em ir para a Holanda, afinal, ouve-se falar muito sobre os outros países anteriormente apresentados, ficando a Holanda meio “excluída” no imaginário da maioria das pessoas. Além disso, tenho uma curiosidade absurda e irracional em conhece-la.

Com o desenrolar do processo, acabou que eu irei para Amsterdã amanhã, e permanecerei lá pelos próximos dois anos e meio. Um sonho que se tornará realidade em breve, porém, as coisas nem sempre foram simples assim.

Minha vida se tornou verdadeiramente complicada quando eu completei dezesseis anos e, com a “ajuda” de alguns amigos, percebi que não era heterossexual. Levei meses para aceitar o meu verdadeiro eu e, quando o fiz, minha vontade de compartilhar tal fato com os mais próximos já havia superado quaisquer medos das consequências que poderiam vir. Resolvi contar sobre a minha verdadeira identidade sexual para os meus amigos mais chegados e, surpreendentemente, todos eles receberam a notícia muito bem, continuando a me tratar como sempre trataram. Sempre fizeram questão de deixar claro que, se eu estivesse feliz, nada mais importava. Era absolutamente perfeito o fato de eu ter o apoio de todos os meus amigos para quaisquer situações nas quais eu fosse precisar, e saber que eles me aceitavam exatamente do jeito que eu sou era melhor ainda.

Já minha mãe, não encarara a notícia nada bem. Quando completei 18 anos e recebi os e-mails das universidades dizendo que eu tinha passado, “convoquei” uma reunião com a minha família menor – ou seja, Bruce (meu padastro), Farrah (minha mãe) e Lauren (minha meia-irmã) – para contar a eles sobre a minha sexualidade.

Flashback on

– Eu já sabia. – Lauren exclamou, sorrindo.

– Desde que você esteja feliz, para mim, é o que importa. – Bruce falou, compreensivo.

Minha mãe ficou calada por um longo tempo, com um olhar aterrorizado em sua face, me deixando cada vez mais apreensiva. Finalmente, após mais alguns minutos, resolveu falar alguma coisa.

– Sério mesmo que a minha única filha vai me dar um desgosto desses?

– Farrah... – Bruce tentou intervir.

– Bruce, não se intrometa. – Ela repreendeu o marido. – Durante anos eu sonhei com o casamento de Amy, ela me dando netinhos e um ótimo sogro! Agora tudo isso foi por água a baixo! – Minha mãe completou, desolada.

– Mãe, não é porque eu também gosto de garotas que não posso me casar com um cara. E independentemente do meu futuro parceiro ou parceira, nada me impede de ter filhos, pelo modo natural ou até mesmo por meio da adoção. – Tentei explicar e, assim, acalmar minha mãe o máximo que conseguia.

– Nada do que você diga vai mudar a minha opinião! – Farrah esbravejou, se levantando do sofá onde anteriormente estava sentada. – Você é uma vergonha para a família, ouviu? Uma vergonha! – Ela terminou o seu discurso, subindo as escadas da casa em passos pesados, indo se trancar em seu quarto.

– Não esquenta. – Bruce falou, começando a se levantar. – Eu tentarei acalmá-la e conversarei com ela sobre tudo isso.

– Está tudo bem, Bruce. – Menti. – Eu vou embora daqui semana que vem mesmo... Eu só não queria mais esconder quem eu realmente sou de vocês.

Bruce sorriu ao ouvir isso e me deu um beijo na bochecha, começando a subir as escadas para o quarto logo depois.

– Eu estou contigo nessa. – Lauren sussurrou em meu ouvido, me dando um abraço de consolo logo em seguida.

Depois daquela conversa matinal, passei a semana seguinte o mais longe de casa, sem conversar com a minha mãe e tentando espairecer de qualquer forma. Costumava ir à loja de donuts e apreciar algumas daquelas delicinhas enquanto observava o movimento da rua, sair com Liam (meu melhor amigo) ou com Lauren e o namorado dela (Theo). Minha irmã estava sendo um verdadeiro porto seguro para mim nos últimos dias, e isso me confortava muito. Liam tentava também me colocar para cima, me fazer rir e não me preocupar, o que quase sempre funcionava.

Assim que o tão esperado dia chegou, fiz minhas malas e corri para o aeroporto para embarcar no primeiro voo da manhã para Chicago. Fui surpreendida ao chegar por todos os meus amigos, Lauren, Theo e Bruce com uma enorme faixa escrito “Boa viagem, Amy. Nós te amamos”, além de muitos presentinhos.

– Gente, vocês são incríveis! – Exclamei, ao me aproximar de meus amigos e familiares. – Eu vou sentir muita falta disso quando estiver lá. – Falei, já segurando as lágrimas.

– Vai nada! – Theo respondeu. – Você vai é amar Chicago, vai até esquecer da gente aqui. – Ele terminou a sua frase, rindo.

– Como me esquecer de doidos como vocês? Impossível! – O respondi, deixando escorrer algumas lágrimas e recebendo muitos “owns” em resposta.

Logo em seguida eu fui abraçada por todos que ali estavam e, em menos de quarenta minutos, já estava acenando em despedida para os mesmos enquanto caminhava até a sala de embarque. Antes de entrar, chamei minha irmã em um canto rapidamente.

– Cadê a minha mãe? – Perguntei, notando a ausência da loira maior.

– Ela preferiu não vir. Ainda não dirigiu sobre aquele assunto... – Lauren me respondeu, fazendo com que eu suspirasse em desapontamento.

– Ela está agindo feito uma criança. – Comentei, ganhando um aceno positivo em resposta. – Bom... Uma hora ela perceberá a merda que está fazendo. Enquanto isso estarei me divertindo em Chicago. – Tentei me auto animar.

Lauren sorriu, concordando, e logo me alertou sobre o andamento da fila onde eu me encontrava. Dei mais um beijo em minha irmã e logo adentrei a sala.

Não demorou muito até o horário do meu voo chegar e, assim que entrei no avião, respondi as últimas mensagens em meu celular e logo o desliguei. Quando o avião decolou, dei uma última olhada para fora antes de fechar os olhos e começar a dormir.

Flashback off.


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Notas finais do capítulo

Os capítulos serão postados semanalmente.
Até domingo, galera.
XOXO.



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