Dan! - gritou Max.

Dan ouviu o grito, ainda ligeiramente desconcertado. Balançou a cabeça e olhou para trás.

– Estou bem, e voltando - ele gritou.

Ele então saiu da caverna, reencontrando seus amigos, que mostravam uma expressão preocupada. Àquela hora o sol já estava a pino.

– Quanto fiquei lá dentro?

– Algumas horas. - respondeu Max.

– O que aconteceu Dan? Os soldados da cidade podem estar nos alcançando neste exato momento!

– Não sei direito. Parece que dormi e tive um sonho nebuloso.

– Bom, esse sono nos custou HORAS e, além disso, o que são essas marcas e as espadas?

– Não sei também - respondeu Dan, dando uma olhada mais firme nos braços e nas espadas.

– Deixe-me vê-las - disse Kress.

Dan entregou-as à Kress, que ficou intrigado. As espadas eram feitas de algo que lembrava aço, porém tinham as lâminas de um cinza levemente opaco, porém bonito. As empunhaduras, por outro lado, eram negras, feitas com algum material que lembrava vagamente madeira, à exceção do toque, pois quando Kress tentou pegar a arma pelo lugar apropriado, a mesma deu-lhe um choque. Entretanto, ao devolvê-la à Dan, o mesmo às segurou e definiu a sensação com algo que envolvia todo a mão e braço, dando firmeza e potência aos golpes. Além disso, as duas acompanhavam suas respectivas bainhas, que eram feito de algum tipo de couro, totalmente negro.

– São mesmo belas armas, Dan. Onde as conseguiu?

– Não consigo recordar. Apenas consigo dizer que são perfeitas. Tem um equilíbrio fantástico, um peso ideal para mim e parecem novas em folha. Não consigo entender nada.

Decidindo que não havia mais porque ficar ali, os três saíram do bosque, voltando à estrada e tentando manter um ritmo, já que estavam cansados depois da noite correndo. Embora o sol estivesse alto e o calor os fizesse suar, eles não podiam parar, graças à ameaça constante dos soldados os alcançarem.

Mantiveram o ritmo até a noite, quando, exaustos, optaram por parar e recuperar as energias. Os amigos avaliaram o ambiente ao seu redor, concluindo duas coisas. A primeira era a de que estavam perto do fim da estrada, com apenas cerca de dez quilômetros à sua frente. A segunda era que sua melhor opção para descansar ficava atrás de um pequeno monte ao largo esquerdo da estrada, de onde poderiam montar uma vigia e se preparar para fugir se houvesse perigo.

A noite estava estrelada e levemente clara graças à uma lua cheia que deitava sua luz sobre eles, já que a mesma começava a aparecer. Dan e Kress ajeitaram um pequeno espaço atras do monte para dormir, afastando qualquer sujeira e deixando apenas a grama para ficar abaixo de seus Daks.

Os Daks eram um conjunto de coisas, elaborado pelo Exército e que os três haviam conseguido roubar para a fuga. Serviam como sacos de dormir, ao mesmo tempo que, graças a um material originário de uma flor, facilitava tanto o dormir quanto o acordar, permitindo aos soldados dormir tranquilamente, bem como acordar ao menor sinal de perigo.

Max, entretanto, se colocou no cume do morro, prestando atenção na estrada e pronto para qualquer ameaça, enquanto Dan e Kress dormiam o que podiam, já que teriam que fazer os próximos turnos de vigia.

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Gritos. Choro.Frio. Um uivo na noite...

– Ah!

Dan Skarion acordou de sobressalto. Olhando para a frente notou que estava com a espada direita na mão em riste, apontando para frente, enquanto Kress o olhava intrigado.

– Pesadelos? - perguntou Kress.

– Sim - respondeu.

– Olhe amigo, talvez você não acredite no que vou dizer agora, mas a sua espada estava faiscando.