A Vingança escrita por mazu


Capítulo 4
Sumiço.


Notas iniciais do capítulo

Só digo uma coisa:
Me superei nesse capítulo.
Abraços



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Eu acordo e olho a hora no meu telefone, são 5:30 da manhã. Me levanto e olho ao redor, Shinji e Ren ainda estão dormindo. Pego um casaco, o visto e saio do quarto. A casa está silenciosa então provavelmente as meninas ainda estão dormindo. Desço as escadas, vou até a cozinha e preparo um café. Coloco o café numa caneca que eu encontro dentro de um armário, subo até o quarto, pego meu maço de cigarros, desço, pego a minha caneca e vou pra fora de casa.
Eu lembro que havia uma mesa de pedra perto do lago, então resolvo verificar se ela ainda estava lá. Quando chego, vejo ela no mesmo lugar de sempre, em baixo de uma macieira que o avô dos meninos plantou anos antes deles nascerem. Me sento na mesa, coloco os cigarros e a caneca em cima dela e fico encarando a paisagem, eu senti muita falta desse lugar, dos meus amigos, dessa vida simples, e ainda sinto saudades do Seiji e do Ryo...
Quando estava prestes a acender um cigarro eu sinto uma presença perto de mim e olho pra trás, Erin estava lá, com seus cabelos loiros caindo no rosto e me encarava com a expressão triste.
–Desde quando você fuma, Hiroshi?
–Por favor, não fiquei triste... Na verdade nem eu sei. Eu até tento parar mas não consigo. -Digo abaixando o cigarro e ela se senta na mesa comigo.
–Me dê isso.
–Não! É meu.
–ME DÁ.
Ela grita e eu entrego o cigarro e o maço pra ela. Ela pôe o cigarro no maço, olha pra mim e me dá um tapa na cara.
–RIDÍCULO! Se você botar uma merda dessa na boca de novo eu mato você.
–Sim senhora, me desculpa.
Mal sabe ela dos outros 5 guardados...
–Agora que já resolvemos esse problema vamos resolver outro. -Ela diz e segura as minhas mãos.
–Você quer ajuda?
–Em relação a?
–Hiroshi não se faça de idiota. Olha pra você! Você sempre foi cheinho agora está mais magro que um esqueleto de laboratório, você tem olheiras, a quanto tempo não lava o cabelo? Parece um ninho de passáros, você fuma. HIROSHI VOCÊ FUMA.
–Eu sei, não precisa ficar repetindo várias vezes.
–Em fim, eu quero te ajudar. Posso?
–... Pode! Por favor.
–Então ok! Vamos entrar.
Ela diz, se levanta e me puxa da mesa. Erin segura no meu braço e nós andamos juntos até em casa. Quando chegamos o pessoal já tinha acordado, menos Miya, e eles estavam juntos na sala. Eles nos olham e estreitam os olhos.
–Hummmm... Que é isso hein? -Shinji pergunta.
–Tô de olho em vocês. -Ren diz.
–Gente, que horrível! Eu tenho namorada. -Digo com os olhos arregalados. Povo ridículo.
–Ignora eles e vamos. -Erin diz e ela me guia até o banheiro.
–Você agora vai tomar um banho, vai lavar o cabelo com o shampoo amarelo que é o meu e quando você voltar eu vou te fazer uma transformação.
–Certo.
Digo e entro no banheiro. Eu tenho um certo medo da Erin, quando ela fica nervosa ela começa a gritar e armar barraco.
(...)
–Tudo pronto? -Erin me pergunta depois que me arrumo ao sair do banho.
–Tudo, o que você vai fazer?
–Vem.
Ela diz e começa a me puxar em direção ao quarto de Miya no 3°andar. Em cima da cama dela haviam secadores de cabelo, escovas, gel, perfumes e essas coisas, ela me manda sentar e eu obedeço. Erin começa a secar o meu cabelo, que é grande mas nem muito.
–Me sinto uma garotinha.
–Fica na sua ai, amiga! Me deixa trabalhar.
–Sem graça.
Ela passa um tempinho secando meu cabelo. Quando acaba ela pega a escova e penteia ele.
–Nojento! Seu cabelo é bom.
–Bom... Igual uma palha.
–Ah para de fogo, Maruyama!
Ela termina de pentear meu cabelo, passa um perfume em mim, passa uma coisa estranha no meu rosto, disse que é pra esconder as olheiras.
Quando ela diz que eu estou pronto me levanto e ela me encara.
–Pronto, gato de novo.
Ela diz e me olho no espelho, realmente é um choque. Dou um sorriso e penso "Quem é esse?" muito difícil de acreditar que essa criatura sou eu.
Saímos do quarto e quando chego na sala todos se assustam.
–Quem é você? O que fez com o Hiroshi? -Lizzie pergunta.
Dou uma risada e me jogo no sofá. Todos ficam me encarando, mas por incrível que pareça não me sinto desconfortável como antes.
–Hey vocês viram a Miya? Quando acordei fui procurá-la mas não a encontrei, achei de ela estar lá fora com vocês, Hiroshi e Erin, mas ela não apareceu até agora. -Mina diz.
–Olha, eu acordei bem cedo, era umas 5:30... Mas não a vi lá fora, sinto muito. -Digo e a expressão de todos muda.
–Talvez ela tenha ido só dar uma volta, fazer uma caminhada ou algo do tipo. -Ren diz.
Eu duvido muito, se fosse o caso tenho certeza que ela ia arrumar um jeito de avisar, por bilhete ou algo tipo.
–E se não for isso? E se...O HOMEM! O HOMEM QUE VI! -Erin começa a gritar e Lizzie tenta acalmá-la.
–Não tem como Erin. O vizinho mais próximo fica na cidade vizinha, estamos isolados aqui. -Digo tentando acalmar ela.
–Vamos fazer o seguinte... Vamos dar um tempo! Se ela não aparecer entramos em pânico, ok? -Mina sugere.
–Acho melhor pular a parte do pânico. -Digo.
(...)
–Tá, já chega. Shinji e Ren, venham comigo. -Digo descendo as escadas.
–Pra onde? -Todos perguntam.
–Vamos procurar a Miya.
–Mas está de noite, Hiroshi. -Ren diz e eu o encaro com uma expressão de raiva.
–EXATAMENTE POR ISSO! ELA DEVE ESTAR LÁ FORA SOZINHA, COM FRIO. VAMOS AGORA! -Grito e eles se levantam rapidamente.
–Você tem convicção. -Shinji diz com os olhos arregalados e saímos da casa. Quando saímos as meninas trancam a porta.
–Desculpem pelo grito.
–Tudo bem. -Os dois dizem.
Antes de chegarmos a porteira eu peço a eles para pararem, me enfio no meio das árvores e volto com uma sacola. De dentro dela tiro duas espingardas e o taco de baseball de Seiji. Quando disseram que a Miya tinha sumido eu arrumei essa 'bolsa' pra caso tivessemos que sair de noite pra procurá-la.
–Escutem! Não sei o que mas algo muito estranho está acontecendo aqui. Vamos andar aqui fora então precisamos estar protegidos. Shinji você fica com o taco e você é o mais rápido dos 3, qualquer coisa você corre, pega as meninas e vai embora. Elas são prioridade. -Digo e começamos a andar.
Estamos andando a cerca de 10 minutos, está muito frio, escuro e quieto. Shinji fica cantarolando uma músiquinha só pra não ficarmos no silêncio assustador. Ren tira uma lanterninha no bolso (que não ilumina quase nada) e fica 'iluminando' o caminho.
–Hey, o que é aquilo? -Shinji pergunta e aponta pra alguma coisa estranha na estrada de terra.
Me aproximo, entrego a espingarda pro Shinji e pego o objeto do chão. É o anel da Miya! Porque ele está aqui? Olho mais a frente e vejo mais coisas estranhas, são pedaços de pano. Os pego e Shinji me diz para cheirá-los porque se forem da Miya vamos saber pois ela costumar usar perfumes bem forte. Os cheiro e eles tem o cheiro dela.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO? AONDE MIYA FOI PARAR?
Nós 3 nos encaramos e tinhamos certeza, estávamos compartilhando o mesmo sentimento:
Medo.
–Precisamos encontrá-la. -Ren diz e balanço a cabeça positivamente.
–Tem alguma pegada ou algo do tipo?-Shinji pergunta vasculhando o chão.
–Não... Não importa, vamos procurar até acharmos alguma pegada. A gente tem que encontrar a Miya. -Digo e sinto os olhos arderem. Eu quero chorar, quero deitar em posição fetal e chorar até morrer.
Começamos a andar novamente e ficamos assim por um tempo até o Ren parar e abaixar a cabeça.
–O que foi? -Shinji pergunta.
–E se... Não foi uma pessoa que fez isso?
–Ah então o que foi? Um leão da montanha? -Pergunto ironicamente.
–NÃO HIROSHI! E se... Foi o Ryo?
Quando ele diz isso meu coração congela! COMO? PORQUE?
–VOCÊ NÃO FALA ASSIM DO MEU IRMÃO!
Grito e tento partir pra cima dele mas Shinji me segura.
–RYO MORREU! ELE ESTÁ MORTO! E MESMO SE NÃO ESTIVESSE, ELE NUNCA FARIA ISSO COM A MIYA.
–Hiroshi, Hiroshi! Calma. -Shinji diz tentando me acalmar.
–EU NÃO VOU ME ACALMAR. RYO MORREU! MOR-RE-U!
–Exatamente. -Ren diz e eu paro de tentar me soltar... Eu entendi o que eles quis dizer... Só não posso acreditar.

Continua...


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