The Eyes Of a Panther escrita por Jibrille_chan


Capítulo 11
Capítulo 11




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/6537/chapter/11

A neve já havia começado a cair. O tempo parecia ser um mero detalhe, depois de tudo o que havia acontecido na minha vida. Depois que Uruha aconteceu na minha vida. Sei lá... ainda me parecia muito surreal tudo aquilo. Mas ele sempre me sorria, tão adorável quanto poderia ser. E... talvez até para não quebrar o encanto de tudo aquilo, eu meio que... havia fugido dele naquele dia.

Afinal, era aquele dia.

Já havia anoitecido, e eu estava caminhando pelo pátio do templo de Kai, pensando. Eu não havia retornado as ligações dele, havia evitado de falar com ele naquele dia... E sabia que ele ficaria bravo. E com razão. Mas...  Infernos. Tem certas coisas que não se muda de uma hora pra outra. Cutuquei a neve, vendo como ela se contrastava com o pêlo negro... quando  senti algo macio bater com força na parte de trás da minha cabeça.

- Eu devia te levar pro zoológico! Pro circo! Pro inferno que fosse!

Me virei, assustado. Bem eu havia dito que Uruha ficaria bravo. Mas errei. Ele ficou furioso.

- Mas que droga, Shiroyama! – continuou, me golpeando com um cobertor dobrado pelo que eu podia ver. – Custava ao menos ter me avisado, falado qualquer coisa?

Rugi alto, as garras pra fora enquanto brandia a pata pra ele parar. Ele recuou dois passos, assustado. Bufei, cansado. Não queria assustá-lo, só fazê-lo parar. Fui para o lado começando a desenhar kanjis na neve. Era a única forma de me comunicar com ele  naquele momento.

Depois de muito ir pro lado, tomar cuidado pra não desfazer o que já havia feito, finalmente consegui terminar de escrever "Gomen" na neve. Depois fiquei olhando pra ele, tentando transmitir as minhas desculpas pelo olhar. Desculpas por eu ser um idiota, por agir como um idiota.

Ele se aproximou, olhando a neve. Seus lábios estavam levemente arroxeados, e ele tremia minimamente de frio. Aquilo só me deixava mais culpado. Me aproximei, cauteloso, apenas olhando suas reações. Ele ficou um bom tempo olhando os kanjis na neve, um sorriso mínimo brotando nos lábios. Se abaixou, os braços me envolvendo com carinho.

- Quando é que você vai colocar nessa sua cabecinha oca que eu amo você, e não estou nem aí se você deixa de ser humano por uma noite, ou não. Que não adianta você fugir de mim que eu vou atrás de você até te achar, mesmo que seja do outro lado do mundo.

Suspirei, derrotado. E eu só queria poder dizer que eu o amava de volta, que se eu o afastava era porque eu queria protegê-lo, mesmo que fosse de mim mesmo. E subitamente, eu comecei a sentir frio. Muito frio. Como se eu estivesse nu no meio da neve... Mas espera aí. Eu ESTAVA nu no meio da neve!

- Yuu? Ai meu deus!

Uruha desdobrou o cobertor, me cobrindo. E eu me negava a ver o que eu via. Eu... estava na minha forma humana. Encarei Uruha, que tinha os olhos arregalados, parecendo tão perdido quanto eu. Pelo menos eu poderia fazer o que eu queria a alguns minutos... beijá-lo.

Fomos interrompidos por uma risada estranha e medonha. Nos separamos,  encarando o dono da risada. Ou melhor, a dona. A mulher que assombrava os meus pesadelos.

- Você!!!

A cigana sorriu. Ah, cretina.

- Então você finalmente aprendeu, Shiroyama Yuu. Eu disse... – ela se aproximou,  pegando a minha mão – que esse anel não deixaria sua mão, até que você compreendesse... o Amor.

E ela simplesmente tirou aquele maldito anel da minha mão. Como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Depois de dez anos... dez anos... simplesmente saiu. Que vontade de arrebentar a cara daquela mulher.

- Na verdade, só o que você precisava... era que alguém declarasse seu amor pra você, enquanto na outra forma. – Uruha parecia um pimentão de tão vermelho. – E que fosse recíproco, claro. Eu realmente espero que você seja feliz, menino que não acreditava no amor...

E sem mais nem menos, ela sumiu. Eu e Uruha nos encaramos por um tempo, sem saber o que dizer. Depois eu me lembrei que estava nu no meio da neve. Me embrulhei direito no cobertor, puxando Uruha pra dentro da casa de Kai. Antes de entrarmos, o parei, olhando pra ele.

- O que foi, Yuu?

- Eu... amo você.

Aquilo nunca me pareceu tão verdadeiro como daquela vez. Uruha sorriu, me abraçando e me puxando pra algum lugar abrigado longe do frio. Ah sim, o grito de surpresa de Kai foi impagável. Mas só o que me importava... era que eu estava com Uruha. Por ele, havia valido a pena esses dez anos de solidão.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Último capítulo antes do Epílogo!!!!
É, eu sei que vocês vão me xingar até por non ter posto lemon. Direito de vocês, vão lá.
mas é que realmetne non consegui encaixar lemon nessa fic. porque se eu fosse escrever, non iria sair como o resto da fic [leia: fluffy]. E eu sou daquelas do "antes non faça do que fazer mal-feito".



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Eyes Of a Panther" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.