Fallen escrita por Milly Winchester


Capítulo 9
Uma visita ao céu


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus lindos e sábios cabritinhos! Tudo bem com vocês?
Me desculpem pela demora. Aqui estou eu, finalmente, trazendo mais um capítulo de Fallen. Eu não faço ideia do que dizer nas notas iniciais, entretanto, eu prometo que o capítulo está legal kkkk
Eu publiquei no tumblr de Fallen cenas do capítulo 10, portanto, se estiverem curiosos, visitem: http://fallen-fanfic.tumblr.com
A boa notícia é que já temos 37 acompanhantes na fanfic e isso me deixa muito feliz, obrigada, seus lindos! Enfim, chega de enrolação, boa leitura a todos!

Música do capítulo:

Angel With a Shotgun — The Cab



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Castiel caminhou no corredor cristalino. Sua expressão era séria e seu andar era preciso, ele parecia estar focado no caminho e preparando-se para algo. O sobretudo caramelo balançava devido à sua velocidade, ele aparentava estar com pressa. Os olhos azuis estavam imóveis, olhando apenas para a frente e não distraindo-se com as portas brancas nas duas paredes que o cercavam.

O anjo estava concentrado. Piscou-se e viu em um lugar diferente. Estava no jardim do céu. Ele estava no corredor das almas há pouco tempo.

— O que diabos…

Quando Castiel viu o que estava acontecendo ali, franziu o cenho e abriu a boca, surpreso. Anjos em massa estavam na sua frente, todos em fila e organizados. Todos eles tinham a lâmina angelical em suas mãos e possuíam uma postura perfeita. Eles deram um passo atrás e uma fumaça surgiu na frente de cada um dos anjos. A fumaça se dissolveu e lá estava um humano, ou pelo menos a simulação de um.

— Quando eu disser já… — disse uma voz feminina. — Já!

No mesmo instante, todos os anjos atravessaram suas lâminas angelicais nos devidos humanos que estavam à sua frente. Castiel ergueu ambas as sobrancelhas, pensando se aqueles eram realmente humanos de verdade ou simulações de um. Ergueu-se na ponta dos pés para ver se conseguia avistar quem estava dando as ordens, entretanto, logo a voz feminina soou novamente.

— Por hoje é só! Com licença.

Os anjos se afastaram e abriram caminho para que a dona da voz passasse. Castiel observou a mulher se aproximando e deduziu que era um anjo. Seus cabelos longos e loiros estavam presos em um rabo de cavalo no topo de sua cabeça. Apesar da aparência frágil, seu rosto transmitia uma confiança que, às vezes, não parecia ser boa. Ela trajava uma roupa social e, quando se aproximou do anjo, abriu um sorriso tímido.

— Castiel… O que faz aqui?

— Helena — deduziu, incrédulo. — O que era isso que estava ordenando?

— Apenas um treinamento — respondeu, dando de ombros e em seguida sorrindo novamente, levando as mãos à gravata de Castiel e ajustando-a delicidamente.

Castiel, em um gesto rápido, afastou as mãos de Helena e o anjo loiro à sua frente franziu o cenho. Ela cruzou os braços e sua expressão cristalina transformou-se em uma expressão sarcástica.

— Não posso nem ser educada?

— Diga logo — exigiu Castiel, encarando-a friamente.

— Pois bem — ela bateu ambas as mãos uma na outra, como se estivesse limpando a sujeira das mesmas. — Se está tão interessado no futuro que planejei, não vejo problema em contar-lhe.

Helena estalou os dedos e os dois anjos viram-se em uma sala totalmente branca, muito parecida com a sala de Naomi. Aquela era provavelmente a sala de Helena.

— Sente-se — Helena apontou para a cadeira do outro lado da mesa. — Você prefere mesmo ficar de pé?

Castiel fuzilou Helena com o olhar e por fim rendeu-se, sentando-se na poltrona de couro branca após dar um suspiro pesado. Helena, em um ato delicado, soltou seus cabelos louros e abriu um sorriso caloroso, pronta para contar tudo para Castiel.

— Depois que papai foi embora e depois que Metatron foi preso, o céu ficou sem um comandante. Os anjos ficaram confusos e assustados quando souberam da saída de Lúcifer da jaula. Pobres coitados…

O anjo de sobretudo, Castiel, coçou o queixo e continuou a fitar Helena.

— Então, eu me ofereci como uma líder. Sei que sou apenas um anjo, entretanto, sou mais sábia do que pensa. Eu ando treinando-os para a grande batalha.

— Batalha? — indagou o anjo. — Contra Lúcifer, você quer dizer?

— Não só contra ele. Contra todos os seres existentes na Terra, sejam eles demônios, monstros ou humanos.

Castiel levantou-se da cadeira imediatamente.

— Você quer acabar com a Terra? Quer acabar com os humanos?

— Vou ter que repetir? — sugeriu Helena, dando uma breve risadinha.

— Acha mesmo que nosso Pai iria orgulhar-se de seu ato?

Helena semicerrou os olhos e deu a volta na mesa, caminhando até Castiel e ficando próxima o suficiente para poder ameaçá-lo.

— Castiel, você é tão tolo. Por mais que papai esteja vivo, você acha que ele liga para tudo isso? A única coisa para qual ele liga é aquela filhinha dele que ele acabou de lançar na Terra. Ao invés de fazer dela um anjo, ele criou uma mera humana. Papai é tão tolo quanto você, Castiel. E, por incrível que pareça, essa tal Elizabeth consegue superar vocês dois juntos.

— Não ouse falar do Pai ou de Elizabeth dessa maneira — ordenou Castiel, se aproximando mais ainda de Helena.

— E por que eu não ousaria? Ora bolas, não tenho nada a temer. Aliás, eu não sou a vilã dessa história, Castiel. Tudo que eu quero fazer é acabar com o sofrimento, ou seja, ajudar. Pensei que você sabia o que era a necessidade de ajudar, já que uma vez foi humano.

Castiel continuou a encarando friamente.

— Eu pretendo acabar com tudo. Não só Lúcifer vai descarga abaixo, a Terra vai junto no pacote. E eu, na minha humilde opinião, sugiro que se acostume com a ideia, pois não há absolutamente nada que possa fazer. Ou melhor…

Helena ergueu sua lâmina angelical.

— Seu tempo acabou.

Sem hesitar e em um gesto extremamente rápido, Helena cravou a lâmina no baço de Castiel, que apenas olhou para ela com um olhar vazio. Logo, um clarão tomou o local e o corpo de Castiel caiu no chão, deixando visíveis suas asas negras marcadas no chão branco da sala. “

Abri os olhos e deixei um grito agudo escapar de meus lábios. Assim que percebi o quão alta era minha voz, tampei a boca e olhei ao meu redor. Havia sido apenas um sonho… Não, não era um sonho.

Sem pensar duas vezes, levantei da cama e apanhei uma muda de roupas limpas. Andei até a porta do quarto e a abri, dando de cara com Sam.

— Beth, o que houve?

— Assunto para depois — gesticulei, contornando o Winchester e correndo até o banheiro.

Tomei um banho o mais rápido que pude e vesti as roupas limpas. Fiz minha higiene e assim que eu estava pronta, desci as escadas do bunker às pressas e, à minha espera, lá estavam Sam e Dean, ambos de braços cruzados e com expressões sérias em seus rostos enquanto me encaravam.

— Por que está tão apressada? — questionou Dean.

Me aproximei da gaveta de uma mesa da biblioteca e abri a mesma, procurando por algum telefone. Achei um que, aparentemente, pertencia a Dean e busquei pelo número de Castiel nos contatos. Assim que encontrei, apertei no botão que servia para ligar.

— O que ela está fazendo? — sussurrou Sam.

— Não faço ideia — respondeu Dean.

Após algum tempo, Castiel finalmente atendeu o telefone.

Dean? Por que está usando seu número antigo? — disse o anjo do outro lado da linha.

Suspirei de alívio ao perceber que ele ainda estava vivo.

— Cas! Oi, é a Beth! Eu preciso muito falar com você. Está ocupado? — perguntei.

Na verdade, não…

— Ótimo! Então venha até aqui nesse exato momento, é importante.

Ok, eu vou…

— Isso mesmo! Tchau — o interrompi novamente, encerrando a ligação.

Guardei o celular na gaveta com cuidado e escutei um farfalhar de asas atrás de mim. Virei-me no mesmo instante e, surpreendendo Castiel, abracei-o com força, fechando os meus olhos e agradecendo por ele estar vivo, porém, meu sonho continuava sendo uma visão. Aquilo tinha grande probabilidade de acontecer e eu não poderia cometer o erro de fingir que não era verdade mais uma vez. Eu tinha que impedir.

— Deixe-me adivinhar — falei, me afastando. — Problemas no céu?

Castiel balançou a cabeça e olhou para cima, referindo-se ao lugar.

— Sinto uma estranha turbulência. Talvez seja melhor eu checar o que está acontecendo lá.

— Legal! Vamos, então — convidei, ajustando minha jaqueta.

Castiel me encarou de maneira esquisita. E Dean se intrometeu na conversa. Sua expressão não era nada boa.

— O que quer dizer com vamos? Está mesmo achando que vamos deixá-la ir no céu? — Dean ergueu as sobrancelhas.

— Não seja superprotetor, Winchester — rebati, cruzando os braços e disfarçando. Eu tinha que salvar Castiel, porém, contar a eles sobre a minha visão não seria uma decisão inteligente. — Eu só quero conhecer o céu, afinal, eu sou bem-vinda lá, eu sou um fruto do criador daquilo tudo. Além do mais, posso ajudar Castiel se ele…

Os dois Winchesters e Castiel me encararam e eu desisti de dizer correr perigo.

— Se ele precisar de ajuda — conclui, sorrindo desajeitadamente.

— Isso não colou. Não, você não vai — finalizou Dean, segurando em meu pulso e tentando me puxar.

Hey! Olha aqui, só porque eu sou novata nisso tudo não quer dizer que eu não posso sair por aí. Eu sou grandinha o suficiente para isso, acreditem, então, se me dão licença, temos um céu para checar — segurei na mão de Castiel. O anjo estranhou o ato e me fitou, porém, se acostumou. — Vamos antes que eu mude de ideia, Cas.

Castiel me olhou de maneira apreensiva e apertou mais a minha mão.

— Feche os seus olhos, Beth.

Fiz o que ele mandou e senti seus dedos encostarem na minha testa. Logo, eu senti a claridade atingir meus olhos e eu os abri, revelando o local no qual eu estava. O céu.

Estávamos no corredor das almas, assim como em meu sonho. Eu olhei ao meu redor e caminhei na frente de Castiel, analisando todo o lugar. Castiel me seguiu e eu observei todos os nomes escritos nas portas. Eram inúmeras, a propósito, mas conforme íamos andando, era como se nos teletransportássemos mais para frente, como algum tipo de atalho. Quando passamos por uma porta, Castiel parou de caminhar e encarou a porta, incrédulo.

Verifiquei o nome que estava escrito na porta. Bobby Singer. Eu reconheci aquele nome… Era o tio emprestado de Sam e Dean. Ele havia falecido?

— Eu sinto muito.

— Não… Não é nada. Ele está bem aqui — afirmou Castiel, encarando a porta vagamente. Em seguida, deu as costas e tomou a frente. — Vamos.

Eu olhei para a porta mais uma vez e suspirei, virando-me para seguir Castiel, porém, escutei um barulho atrás de mim e me virei, dando de cara com um homem velho e barbudo usando boné. Ele viu Castiel e arregalou os olhos, porém, quando olhou pra mim, estreitou os mesmos como se estivesse desconfiado.

— Bobby, por que saiu de lá? — Castiel se aproximou.

— Eu ouvi meu nome — respondeu Bobby, constrangido. Eu o encarei e ele me olhou furioso. — O que foi? Eu sou curioso! Afinal, quem é você, ruivinha?

Eu ia responder, porém, Castiel interrompeu.

— Ela é Elizabeth, filha de Deus.

Eu sorri timidamente e Bobby me fitou, em seguida revirando os olhos e fazendo uma careta de quem queria falar um milhão de palavrões.

— Essa foi boa, Cas, mas agora, eu gostaria que dissesse a verdade.

— Você quer a verdade? — me direcionei a ele. — Eu sou Elizabeth Corpus, filha de Deus. Lúcifer foi solto da jaula e esse bebê de sobretudo aqui me resgatou, jogando a bomba em cima de mim e dizendo que eu era a única que poderia acabar com o apocalipse e então aqui estou eu, pronta para salvar…

Antes que eu pudesse falar besteira, calei-me. Castiel semicerrou os olhos e me olhou.

— Salvar?

— O mundo, é claro! — disfarcei ironicamente. — Acredita em mim agora, Bobby?

O barbudo de boné continuou me encarando de maneira suspeita, mas assim que cedeu, ergueu a mão para um cumprimento. Eu o cumprimentei e Bobby cruzou os braços, encarando eu e Castiel.

— Lúcifer fora da jaula… Eu nunca pensei que isso ia acontecer. Mas enfim, não posso me preocupar com isso, afinal, estou morto, não há nada que eu possa fazer… Mudando de assunto, o que fazem aqui?

— Alguns problemas, nada de mais — falei, tentando enganá-lo.

— Você pode ser uma ruivinha esperta, porém, de boa mentirosa você não tem nada! Vai falar a verdade ou não?

Engoli em seco.

— Queira acreditar ou não, essa é a verdade. Eu só vim porque quis conhecer tudo aqui — menti, tentando soar convincente.

Bobby semicerrou os olhos e por fim rendeu-se, descruzando os braços.

— Eu só dei uma saída rápida, então… Vocês sabem… Preciso voltar.

— Tudo bem — garantiu Castiel, apertando a sua mão. — Bom te ver novamente.

— Você também, filho — Bobby depositou alguns tapinhas no ombro de Castiel e em seguida, olhou pra mim. — Foi um prazer em conhecê-la, ruivinha. Cuide deste anjinho e dos meus meninos.

— Pode deixar, senhor Singer — afirmei esperançosa.

— Senhor Singer não. Bobby, por favor — ele sorriu de canto. — Até uma próxima.

Bobby acenou e abriu a porta de seu recinto, entrando no mesmo. Eu e Castiel ficamos parados na frente da porta por um tempo. Eu não quis dizer nada, quis dar um tempo para Castiel, porém, logo ele pediu que prosseguíssemos e eu atendi prontamente.

Conforme andávamos, eu percebia a gigantesca semelhança entre o agora e a minha visão. A única diferença era que, em minha visão, eu não estava ali, ou seja, eu já tinha alterado a primeira parte. Entretanto, Helena poderia ainda tentar matar Castiel e eu não podia desistir, tinha que prosseguir.

O sobretudo de Castiel balançou com a velocidade que ele andava. A visão estava se tornando real. Supus que logo seríamos transportados para o jardim e lá encontraríamos Helena.

Eu pisquei e minha suposição tornou-se verídica. Estávamos no jardim e milhares de anjos estavam à nossa frente. Eles deram um passo para trás e a fumaça apareceu na frente de cada um, dissolvendo-se e transformando-se em um humano.

— O que diabos… — indagou Cas.

Engoli em seco ao escutar a voz de Helena. Era ela que matava Castiel e era ela que desejava a destruição do planeta Terra. Eu tinha que impedi-la. Assim que ela proferiu as últimas palavras, os anjos, após esfaquearem as simulações de humanos, abriram espaço para que Helena passasse e ela parecia estar surpresa com a minha vinda.

Ora, ora, ora, vejamos o que temos aqui. Elizabeth! — ela ergueu a mão para que eu a cumprimentasse, mas eu ignorei. — Tudo bem, então…

Helena caminhou até Castiel e abriu outro sorriso, porém, desta vez, um sorriso tímido.

— Castiel… O que faz aqui?

— Helena — deduziu, incrédulo. — O que era isso que estava ordenando?

— Apenas um treinamento — respondeu, dando de ombros e em seguida sorrindo novamente, levando as mãos à gravata de Castiel e ajustando-a delicadamente.

A visão estava realmente tornando-se real. Tudo estava muito semelhante ao sonho. Droga...

Castiel, em um gesto rápido, afastou as mãos de Helena e o anjo loiro à sua frente franziu o cenho. Ela cruzou os braços e sua expressão cristalina transformou-se em uma expressão sarcástica.

— Não posso nem ser educada?

— Diga logo — eu exigi, encarando-a friamente.

— Pois bem — ela bateu ambas as mãos uma na outra, como se estivesse limpando a sujeira das mesmas. — Se estão tão interessados no futuro que planejei, não vejo problema em contar-lhes.

Helena estalou os dedos e logo estávamos em uma sala totalmente branca. Aquela era provavelmente a sala de Helena.

— Sentem-se — Helena apontou para as duas poltronas.

— Não, obrigado — respondi. Castiel pareceu entender o recado e não sentou-se na poltrona.

Helena deu de ombros e suspirou, cruzando as pernas e ajustando a postura na cadeira atrás de sua mesa. Ela soltou os cabelos loiros que outrora estavam amarrados e preparou-se para iniciar seu discurso ridículo.

— Depois que papai foi embora e depois que Metatron foi preso, o céu ficou sem um comandante. Os anjos ficaram confusos e assustados quando souberam da saída de Lúcifer da jaula. Pobres coitados…

Castiel coçou o queixo e nós dois continuamos a fitar Helena.

— Então, eu me ofereci como uma líder. Sei que sou apenas um anjo, entretanto, sou mais sábia do que pensa. Eu ando treinando-os para a grande batalha.

— Batalha? — indagou o anjo. — Contra Lúcifer, você quer dizer?

— Não só contra ele. Contra todos os seres existentes na Terra, sejam eles demônios, monstros ou humanos.

Apertei meus olhos e tentei fazer com que meus poderes funcionassem, porém, foi em vão. Talvez eu estivesse fraca por conta dos tulpas no dia anterior. Parti para outra opção; me aproximei de Helena e puxei-a pela gola de sua camisa social.

— Você tem certeza de que quer fazer isso? Pois se quiser, terá de passar por mim primeiro — ameacei, notando que ela não estava levando a sério.

— Vou ter que repetir? — sugeriu Helena, dando uma breve risadinha.

— Acha mesmo que nosso Pai iria orgulhar-se de seu ato? — disse Castiel, atrás de mim.

Eu a encarei e ela fez uma careta. Soltei a gola da camisa dela e ela se recompôs, pigarreando. Ela semicerrou os olhos.

— Castiel, você é tão tolo. Por mais que papai esteja vivo, você acha que ele liga para tudo isso? A única coisa para qual ele liga é você, Elizabeth. Ao invés de fazer você um anjo, fez de você uma mera humana. Papai é tão tolo quanto você, Castiel. E, por incrível que pareça, você — ela apontou para mim — Consegue superar os dois juntos.

— Não ouse falar do Pai ou de Elizabeth dessa maneira — ordenou Castiel, se aproximando mais ainda de Helena.

— E por que eu não ousaria? Ora bolas, não tenho nada a temer. Aliás, eu não sou a vilã dessa história, Castiel. Tudo que eu quero fazer é acabar com o sofrimento, ou seja, ajudar. Pensei que você sabia o que era a necessidade de ajudar, já que uma vez foi humano.

Castiel continuou a encarando friamente.

— Acha que acabar com o sofrimento é acabando com as vidas deles? Você é realmente patética — cerrei os punhos.

— A única patética aqui é você, Elizabeth, achando que conseguirá assumir seu posto de heroína celestial e salvar todo mundo. Alguns passarinhos me contaram que a senhorita não consegue controlar os seus poderes. É uma pena, não é? Saber que suas próprias habilidades vão lhe matar e que são suas próprias ruínas — ela levantou-se da cadeira e chegou mais perto, perto o suficiente para ficar cara a cara comigo. — Eu pretendo acabar com tudo. Não só Lúcifer vai descarga abaixo, a Terra vai junto no pacote. E eu, na minha humilde opinião, sugiro que se acostume com a ideia, pois não há absolutamente nada que possa fazer. Ou melhor… Seu tempo acabou.

Helena ergueu a mão direita e eu fui lançada para longe. Antes que Castiel pudesse fazer alguma coisa, ela pôs a lâmina angelical em seu pescoço, prendendo-o, entretanto, não matando-o logo de primeira. Levantei a cabeça para fitá-la e ela sorriu maliciosamente.

— Vamos fazer um trato… Você vai embora e deixa Castiel aqui em troca de eu não acabar com o mundo. O que acha?

Eu olhei para Castiel, denunciando o meu desespero e a minha confusão.

— Vá embora, Beth!

— Shhh… — Helena pressionou mais a lâmina contra a garganta de Castiel. — Quietinho, bebê. Então, Elizabeth? É agora ou nunca.

Uni todas as forças que ainda me restavam e pensei na minha visão. Pensei na morte de Castiel e pensei no quanto aquilo me machucaria se acontecesse. Eu não podia deixar isso passar, eu precisava ser forte, eu precisava derrotá-la. Levantei do chão e a encarei, vendo-a arregalar os olhos.

— Beth… Seus olhos estão azuis… Até demais… — informou Castiel, com a voz falhando.

Fiz um gesto com a mão e Helena largou a lâmina angelical. Castiel se afastou e eu lancei Helena para longe, fazendo com que ela batesse com as costas na parede e caísse no chão. Passei por Cas, peguei a lâmina angelical e me aproximei daquele anjo ridículo. Me abaixei para vê-la melhor e pressionei a lâmina em seu pescoço, ameaçando-a.

— Eu disse que teria que passar por mim, não disse? Muito bem. Trate de não tentar aniquilar a Terra ou eu irei aniquilar você — comentei, desafiadora.

Helena assentiu, balançando a cabeça rapidamente e arregalando os olhos por sentir o ar que respirava se esvaindo por contra da pressão na garganta. Pensei em matá-la, porém, joguei a lâmina longe e me levantei, deixando Helena ali, desolada.

Olhei para Castiel e suspirei, me aproximando dele e o abraçando.

— Ela ia matar você, Cas. Eu vi. Foi por isso que pedi para vir com você. Eu não podia deixar…  — sussurrei contra seu ombro.

Me afastei e ele sorriu de canto.

— Vamos embora.

Cas tocou em minha testa e eu abri os olhos. Estávamos no bunker. Olhei ao meu redor e vi Sam olhando alguns livros em cima da mesa. Sua expressão era preocupada e nada boa. Me aproximei dele, encostando em seu ombro.

— Sam?

— É o Dean, Beth. Ele está planejando algo e não nos contou. Dean quer ir para o purgatório.

 


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?
Deixem reviews, meus lindos. No próximo capítulo, alguém da quarta temporada vai aparecer... Fica no ar o mistério!
Um beijo e até o próximo. Não esqueçam de dar uma olhadinha na playlist legal que eu coloquei no tumblr da fanfic:
http://fallen-fanfic.tumblr.com