Fallen escrita por Milly Winchester


Capítulo 10
O limbo


Notas iniciais do capítulo

Olá, sábios cabritinhos!
Eu sei, eu sei que demorei, mas não partam para a agressão, aqui estou eu novamente! Já podem comemorar o/
Então, esse capítulo não está SUPER comprido, mas eu espero que gostem mesmo assim.
Queria dizer que estou super feliz pois atingimos a meta de 40 acompanhantes. Obrigada, pessoal! Saibam que isso é muito gratificante!
Então, sem mais delongas, boa leitura!



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Passei por Sam e corri até as escadas. Subi as mesmas o mais rápido que pude e abri a porta cuja deduzi que levava ao quarto de Dean. Lá estava ele, pesquisando alguma coisa no laptop de Sam. Assim que ele me viu, pigarreou, fechou o laptop, levantou da cama e cruzou os braços, disfarçando.

— O que foi?

Eu o empurrei e caminhei até o laptop, abrindo e vendo o que ele estava lendo. Era um ritual para ir ao purgatório.

— Você quer ir para o purgatório e não disse nada para Sam ou para mim?

Ele deu um sorriso fingido e coçou a nuca.

— Vai ficar com essa cara de tonto ou vai explicar isso? — falei em um tom autoritário e fechei o laptop, voltando à minha posição inicial e erguendo ambas as sobrancelhas.

— É uma longa história, Beth — respondeu após um suspiro.

Eu soltei uma risada irônica.

— Sem essa de Beth. Meu nome é Elizabeth. Bom, eu vou lhe ajudar — me aproximei mais do Winchester e olhei fundo em seus olhos, cruzando os meus braços. — Comece pelo motivo pelo qual não nos contou sobre esse seu plano.

Ele revirou os olhos. O que Dean estava pensando indo para o purgatório? É suicídio na certa. Será que lá havia alguma pista sobre derrotar Lúcifer? Ainda pensando nessa possibilidade, semicerrei os olhos, aguardando Dean se explicar com certa impaciência.

— Vocês iam ficar preocupados. É por isso que eu não contei nada a vocês — esclareceu, balançando a cabeça.

A troca de olhares prevaleceu e eu o examinei, tentando magicamente descobrir se ele estava dizendo a verdade. Sua expressão era calma, então deduzi que estava. Mesmo assim, eu ainda tinha perguntas que por enquanto não tinham respostas e eu não ia deixá-las presas em minha garganta.

— Ok — suspirei, baixando o olhar e em seguida encarando Dean novamente. — Por que diabos quer ir para o purgatório?

Ele fechou os olhos, como se isso fosse um assunto difícil de se discutir. Ele me passou a língua nos lábios, provavelmente tentando achar palavras para descrever o que se passava em sua cabeça.

— Porque no purgatório há um atalho para o inferno.

— O quê? — exclamei, indignada. — Você quer ir para o inferno? Ah, não me diga que quer…

— Não é nada do que você está pensando — informou, tentando manter-me calma. Aquele cara estava me deixando nervosa. — Indo para o inferno, posso conseguir respostas. Respostas de como e quando ele saiu de lá, pistas sobre o seu paradeiro. Você quer ou não quer matar o bastardo?

— Não se o preço for a sua vida — respondi, encostando meu indicador em seu tórax e tirando em seguida.

Ele riu de maneira sarcástica e estreitou os olhos, como se o que eu tinha acabado de dizer fosse uma piada.

— E quem disse que eu vou morrer, Elizabeth? — indagou ironicamente.

— É o inferno, Dean! Não diga que lá não corre perigo. Você sabe que corre — sussurrei.

— Eu nunca disse que não vou correr perigo. É claro que vou, contudo, isso não significa a minha morte. Pense bem, nós caçamos coisas terríveis todos os dias. Eu posso morrer a qualquer momento. Tentar não vai me custar nada.

Revirei os olhos.

— Vai custar sim! A sua vida, idiota. Vê se para de ser tão teimoso — reclamei, virando de costas para ele e cruzando os braços.

Senti a mão de Dean em meu ombro e eu me virei novamente, bufando. Ele ergueu as sobrancelhas.

— Nada que você faça ou diga vai me impedir. Temos problemas maiores nesse momento e eu não me importo em arriscar o meu pescoço — disse calmamente, dando meia volta e sentando-se na cama.

Dean pegou o laptop e abriu, dando um sorriso vitorioso em seguida. Franzi o cenho e o observei murmurar coisas inaudíveis. Ele parecia estar decorando o ritual.

— Achou um website satanista, é? — perguntei com um ar de ironia.

— Hoje em dia as coisas estão bem modernas — respondeu, dando de ombros. — É isso!

Dean levantou da cama e deixou o laptop ali mesmo. Sem nem me olhar, passou por mim e saiu pela porta do quarto. Eu fiquei ali, plantada, pensando no que diabos Dean estava pensando, mas assim que lembrei que parada eu não era nem um pouco útil, virei e segui Dean, que agora descia as escadas do bunker.

Sam e Cas estavam no andar de baixo, olhando para mim e para Dean aparentando estarem confusos.

— O Losechester aqui quer ir para o purgatório e depois pegar um atalho para o inferno.

Dean, que se direcionava à biblioteca do bunker, parou de traçar o seu trajeto e virou-se para mim, revirando os olhos e me olhando como se eu tivesse contado seu maior segredo.

— Posso saber porque, Dean? — questionou Sam olhando para o irmão.

— Eu vou para o inferno. De novo. Tenho que explicar isso mais uma vez? — reclamou Dean, me encarando de maneira impaciente.

Balancei a cabeça positivamente e Dean revirou os olhos novamente.

— Eu achei um ritual para ir para o purgatório. Você sabe que lá existe um atalho para o inferno, Sammy. E eu vou para o inferno para descobrir mais sobre a saída de Lúcifer do inferno. Simples assim — explicou, sorrindo descaradamente e apalpando seus bolso para verificar, provavelmente, se suas armas estavam ali.

— E como você pretende fazer esse ritual? — indagou Castiel.

— O ritual deve ser feito em solo sagrado com sangue humano. É bastante simples, para falar a verdade, portanto, vou a uma igreja e pronto, um ticket de ida para o purgatório providenciado — respondeu, não importando-se muito com os detalhes.

— E como fica o seu ticket de volta? — ergui uma sobrancelha.

— Volto do mesmo jeito que voltei com o Benny — Dean arrancou uma folha de um caderno e escreveu algumas palavras em latim nela. Aquelas eram as palavras do ritual. — Que seja, eu definitivamente não tenho muito tempo. Tenho que chegar la até a meia noite e já está quase no horário.

— Tudo bem. Eu vou com você — anunciou Sam, após soltar um suspiro impaciente.

— Nada disso. Eu é que vou — rebati, segurando firme na minha jaqueta de couro.

Dean olhou para mim e para Sam com olhar de reprovação. Ele não queria que nenhum de nós fôssemos. Desgraçado.

— Nenhum dos dois vai — disse firmemente, gesticulando. — Sam, você sabe que eu gosto de fazer esse tipo de coisa sozinho, e Beth, você acabou de voltar do céu, precisa descansar. Eu vou sozinho.

Eu sorri ironicamente.

— Olha, você pode impedir Sam, entretanto, não pode me impedir. Vai querer mesmo ter uma briga com a filha de Deus?

O Losechester revirou os olhos e eu entendi que ele estava se rendendo. Vibrei e corri até a saída do bunker.

— Vamos?

— Que seja — respondeu, enfiando o facão no compartimento do seu cinto e ajustando a camisa xadrez em seu corpo. Em seguida, guardou o papel que contia o ritual dentro da mochila que estava em cima da mesa, pôs a mesma em seu ombro e me seguiu.

***

— Então…

Eu encarei Dean, que parecia querer arranjar um assunto para conversar já que nenhuma música boa estava dando na rádio. Já estávamos na estrada faziam quase dez minutos pois Dean queria fazer o ritual em uma igreja abandonada. Ele apertou mais o volante com os dedos, como se o silêncio estivesse o deixando constrangido. Mirou o olhar na estrada e suspirou.

— Então o quê? — sussurrei por fim, apertando meus braços ao redor do meu corpo, já que fazia um pouco de frio.

— Como foi no céu?

Eu engoli em seco, relembrando a minha visão e a morte de Castiel.

— Antes de ir, eu tive uma visão. Na visão, Castiel encontrou um anjo e ela o matou.

— Ela? — indagou, olhando para mim e depois voltando a olhar para a estrada.

— Sim. Seu nome é Helena. Foi exatamente por isso que eu insisti em ir para o céu junto com Cas. Lá, nós encontramos o Bobby e…

— Bobby? — ele ergueu as sobrancelhas, fingindo que aquele o assunto não o abalava, entretanto, seus sentimentos eram bastante visíveis.

— É, estávamos no corredor das almas e ele disse que ouviu as nossas vozes. Eu o conheci. É um bom homem. Quer dizer… Era — corrigi delicadamente, tentando não falar nada de errado que pudesse magoar Dean, entretanto, nada parecia machucá-lo mais do que a ausência de Bobby. — Enfim. Depois disso, eu conheci Helena e ela realmente tentou matar Castiel.

— E você a impediu? — perguntou, ainda focado na estrada.

— Sim, é, eu tentei — expliquei, tentando não soar convencida. — Ela tinha em seus planos não só acabar com Lúcifer, mas acabar com a Terra, e aparentemente eu… Quero dizer, todos nós, somos obstáculos para ela.

— Esses anjos — zombou Dean, dando uma risada sarcástica. — Sempre achando que vão acabar com o sofrimento acabando com a vida de todas as pessoas.

— Foi exatamente isso que eu disse para Helena — concordei, encarando Dean.

Dean olhou pra mim e alternou seu olhar entre a minha pessoa e a estrada. Pude notar que ele deu uma olhada em meus lábios, mas apenas ignorei e fingi que aquilo não tinha acontecido. virando-me e encarando a estrada através da janela ao meu lado. O silêncio passou a ser mais constrangedor do que antes e eu agradeci mentalmente quando Dean anunciou que a igreja estava logo a frente.

O Winchester estacionou na frente do local abandonado e nós dois descemos do seu Impala. A única coisa que iluminava a igreja era a luz da lua e podíamos ouvir o som das corujas. Fechei o zíper da minha jaqueta de couro e segui Dean, que já me aguardava na porta da igreja.

Caminhei até ele e Dean abriu a porta, que fez um rangido um tanto que amedrontador. Entramos na igreja e Dean tirou a mochila que estava em suas costas. Lá de dentro, tirou uma porção de velas e fez um círculo com elas no chão Eu apenas observei seus movimentos e observei-o acendendo cada uma das velas.

Dean tirou um canivete de seu bolso e fez um corte largo em seu braço. Ele fez uma careta devido à dor e eu o encarei, sentindo agonia por aquele corte estar pingando. Dean pressionou sua mão sobre o mesmo e começou a desenhar um símbolo no chão com seu próprio sangue.

Dean entrou no círculo de velas e ficou em cima do símbolo. O Winchester ordenou que eu me aproximasse e assim que eu o fiz, ele tirou algo de dentro do bolso da calça. Era uma chave.

— Cuide bem do meu bebê — disse ele, erguendo o objeto para que eu pegasse e eu peguei. Ele aparentava estar nervoso.

— Você quer dizer o seu carro? — questionei, olhando para a chave e em seguida voltando a olhar para ele. — E quem disse que eu sei dirigir?

Dean revirou os olhos e deu um sorriso sarcástico.

— Você é a filha de Deus. Consegue fazer tudo — ele fez uma careta. — Agora vá. As coisas vão ficar um pouquinho bagunçadas aqui.

Eu assenti e me afastei do Winchester lentamente, acenando timidamente e dando as costas para o mesmo. Saí da igreja e suspirei, parando assim que ouvi a voz de Dean recitando as palavras do ritual.

Depois do discurso, ouvi um estrondo e me virei para ver o que estava acontecendo, entretanto, lembrei das palavras de Dean e deduzi que era apenas o portal se abrindo. Após alguns segundos, o estrondo cessou e eu tomei coragem. Entrei na igreja e nada ali restou, nenhum rastro de Dean Winchester, apenas algumas velas espalhadas pelo chão empoeirado da igreja abandonada.

Saí da igreja novamente e andei até o Impala, pensando como diabos eu iria conseguir dirigir aquela coisa. Entrei no carro, fechei a porta e girei a chave na ignição. Pisei no acelerador — se aquele era mesmo o acelerador — e tentei dar a ré, entretanto, acabei indo muito rápido e quase fui parar no outro lado da estrada.

Bufei e tirei o celular que Dean me dera para emergências e disquei o número de Sam, que diferente do número de Castiel, eu havia decorado. Em poucos segundos, Samuel atendeu.

Beth?

Hey, Sam… Acho que vou precisar de uma ajudinha.

***

P.O.V NARRADOR

Já no purgatório, Dean olhou ao seu redor e as memórias do passado vieram à sua cabeça. As memórias dele mesmo matando diversas criaturas lhe atormentavam naquele momento, contudo, ele sabia que não poderia se deixar levar.

O Winchester posicionou a mão sobre seu facão no compartimento de seu cinto e começou a andar cautelosamente. Conforme ele andava, galhos se quebravam debaixo dos seus pés e o silêncio era misterioso.

Passado algum tempo, Dean estranhou que nenhum monstro apareceu, por isso, ficou mais alerta do que no começo de seu trajeto.

Alguns galhos se quebraram e Dean deduziu que o som não vinha de debaixo dos seus pés, por isso, tirou o facão de dentro do cinto e olhou para todos os lados, até que ouviu uma risada um tanto quanto familiar.

— Dean Winchester — soou a voz por trás de Dean. O ato fez o loiro virar-se imediatamente para quem proferira seu nome.

Dean examinou a criatura que estava bem diante de seus olhos e, no mesmo instante, a reconheceu. O homem — ou melhor, vampiro — o conhecia de sua antiga passagem pelo purgatório, e por mera coincidência, era seu inimigo.

— Jace — rosnou Dean, apertando as mãos ao redor do cabo do facão que segurava.

— Ora essa, o que faz aqui? Eu senti saudades — comentou ironicamente.

— É — Dean sorriu sarcástico. — Eu também senti saudades. Principalmente de quase cortar a sua cabeça.

— É realmente uma pena que não tenha conseguido. Bem, essa pode ser a sua chance — Jace estreitou os olhos. — Ou a minha.

Dito isso, Jace mostrou suas presas e partiu para cima de Dean, derrubando o mesmo no chão e aproximando sua boca do pescoço do Winchester. Defendendo-se, Dean deu uma cabeçada no vampiro e ele, atordoado, rolou para o lado, dando espaço para que Dean subisse em cima de Jace e aproximasse o facão do pescoço do vampiro.

— Parece que é a minha — disse Dean, convencido.

— Não tenha tanta certeza — anunciou, chutando Dean para longe.

Dean caiu no chão e Jace partiu para cima de Dean mais uma vez. Desta vez, Jace tirou o facão das mãos de Dean e jogou para longe, entretanto, devido ao seu peso, acabou não indo tão longe como esperado. Contudo, o vampiro soltou uma risada irônica.

— Vamos jogar o seu jogo, Winchester.

Jace tirou uma faca do bolso e pressionou contra a garganta de Dean. O loiro ofegou devido o sentimento do ar se esvaindo e Jace riu mais uma vez. Sem o vampiro notar, Dean esticou o braço e tentou alcançar o facão, entretanto, sua visão estava começando a ficar turva.

— A sua hora chegou, Winchester. Diga suas últimas palavras fora eu sou uma bichinha — gargalhou.

— Minhas últimas palavras? Tudo bem. Acha que minha hora chegou? Não tenha tanta certeza.

Dean ergueu a faca e em um gesto rápido, cortou a cabeça de Jace, que rolou para o lado. Dean ofegou e empurrou o corpo do vampiro para o lado, tentando recuperar sua respiração usual. Não desanimando-se, levantou-se do chão e continuou a caminhar.

O Winchester lembrou das palavras escritas no livro que havia lido naquele mesmo dia. O portal está onde três árvores se encontram. Olhou para os lados, tentando descobrir como acharia as malditas três árvores naquela floresta.

Depois de andar por um tempo, Dean notou a presença de três árvores unidas. Entre elas, havia um tipo de caverna bloqueando. O Winchester então lembrou-se do relato de Sam no purgatório e de como ele havia ido para inferno para resgatar a alma de Bobby do inferno e então concluir o segundo teste para fechar a fornalha. “Havia uma pedra. Eu a empurrei e o ar começou a ser sugado para dentro, então, deduzi que aquele era o portal e entrei no buraco. Logo, eu estava no inferno” essas foram as palavras de seu irmão.

Sem hesitar, Dean correu até a pedra e a empurrou com toda a força que tinha. Bufou por a mesma ser pesada demais, contudo, não desistiu e continuou empurrando.

Demorou um pouco para que conseguisse, porém, depois de muito tentar, Dean finalmente atingiu seu objetivo. A pedra agora não bloqueava mais o caminho e o ar estava sendo sugado para dentro da caverna. Dean suspirou, se preparou psicologicamente e entrou na caverna.

Estava tudo escuro e Dean não enxergava nada, mas mesmo assim, prosseguiu. Após andar muito, começou a achar que estava no lugar errado e que aquele não era o caminho para o inferno, e sim uma simples caverna, porém, essa teoria se provou errada quando ele começou a escutar lamentos e urros de reprovação ou dor.

Uma luz vermelha começou a ofuscar seus olhos e ele viu-se em um lugar completamente diferente. Dean caminhou pelo corredor, olhando para os lados e notando a presença de milhões de almas sendo torturadas. O barulho era baixo, entretanto, totalmente perturbador. O que Dean não esperava era que uma silhueta se aproximasse e chamasse pelo seu nome.

— Dean Winchester! Ora, onde está o seu irmãozinho, aquele que tem um bumbum apetitoso?

Assim que a silhueta se aproximou, Dean reconheceu a mulher.

— Pamela?

— Eu mesma — sorriu, se aproximando e tocando os ombros másculos de Dean. — Eu não disse que nos encontraríamos novamente?

Dean piscou freneticamente, pois não sabia se aquilo era a realidade.

— Mas… Você estava no céu — gaguejou.

— Tem razão, eu estava, até uma cachorrinha do céu oxigenada vir e me trazer para cá — desabafou com desdém. — Se eu pudesse matá-la, não hesitaria.

— Você quer dizer um anjo?

— É, anjos. Se não me engano, seu nome era Helena.

Dean lembrou das palavras de Elizabeth e balançou a cabeça, tentando focar em sua missão. Dean sabia que Helena havia levado Pamela para o inferno para machucá-lo.

— Por que diabos está aqui? Não me diga que morreu!

— Não, eu não morri — disse Dean, acalmando Pamela. — Estou aqui para saber mais sobre a saída de Lúcifer da jaula. Talvez aqui eu encontre pistas.

Pamela abriu a boca e assentiu, parecendo um pouco distante.

— É, eu fiquei sabendo disso — ela cruzou os braços. — Bem, eu não sei muita coisa, eu sei quem pode nos ajudar. Vamos, bonitinho, temos muita coisa a fazer.

Pamela bateu palmas e puxou o braço de Dean, que apenas a seguiu sem dizer uma palavra.

***

P.O.V ELIZABETH

Passei os olhos por a última frase do livro e o fechei, suspirando de preocupação Já faziam muitas horas que Dean havia partido e eu tinha que admitir, eu estava nervosa. Sam havia me dado um livro para ler, denominado O Morro dos Ventos Uivantes. Eu estava tão entediada que acabei por terminá-lo em quatro horas, já que não parei de ler por um segundo sequer.

Sam me olhou e soltou uma risada baixa. Eu o encarei como se reprovasse o seu deboche.

— Está lendo isso desde as sete da manhã. É tão interessante assim?

— Quando se está entediada, acredite, é — respondi sarcástica.

Uma voz de mulher soou do lado de fora do bunker e Sam levantou-se no mesmo instante, como se a voz fosse familiar. Samuel caminhou até a porta e abriu, revelando uma mulher de cabelos pretos curtos aparentando estar na meia idade.

— Sam!

— Oi, senhora Tran. Como vai você? Algum problema com Kevin? — perguntando, dando passagem para a mulher.

— Kevin está bem, mas ele disse que precisava falar com você e Dean. Aliás, onde ele está?

Sam suspirou e me olhou.

— Longa história, Linda. Eu quero que conheça Elizabeth. Você vai achar que somos malucos, mas ela é a filha de Deus.

Eu me levantei e caminhei até a mulher, pelo o que ouvi, chamada Linda Tran. Ela devia ser a mãe do Kevin, o garoto que era amigo de Sam e Dean, já que os dois haviam me contado grande parte de sua trajetória.

Linda sorriu e ergueu a mão para que eu a cumprimentasse, e assim eu o fiz.

— É um prazer conhecê-la, senhora Tran.

— O prazer é todo meu, Elizabeth — disse educadamente. Eu não podia negar, ela era muito simpática e eu havia gostado dela. — E não se preocupe, Sam, eu acredito em você, já estou até acostumada com a maluquice.

Sam sorriu e guiou a senhora Tran até a biblioteca do bunker, pegando a bolsa de Linda e colocando sobre a mesa. Eu segui os dois e depois que a senhora Tran se recompôs, Sam passou a mão pelos cabelos e pigarreou.

— Então, senhora Tran, o que houve?

— Eu vou deixar que Kevin explique — Linda se aproximou de sua bolsa e de lá tirou um anel.

Ela segurou o anel e fechou os olhos, como se dessa forma invocasse o fantasma de Kevin. Em poucos segundos, ouviu-se um ruído e eu olhei para o lado. Aquele era Kevin, o profeta.

— Kevin — Sam sorriu. — É bom vê-lo. Como estão as coisas?

Kevin riu.

— Fora a minha agonia de continuar na Terra, está tudo bem. Nada mudou, para falar a verdade.

— Vocês dois escolheram ficarem juntos. Sabiam as consequências.

O profeta balançou a cabeça.

— Eu não estou reclamando, é só… Esqueça. Temos problemas maiores — Kevin notou a minha presença e piscou diversas vezes, aparentando estar confuso.  — Quem é ela?

Sam ia responder, mas eu o interrompi.

— Meu nome é Elizabeth. Eu sou a filha de Deus. Eu sei que isso pode parecer doido, mas…

— Eu acredito em você. Estou acostumado — ele sorriu. — É um prazer conhecê-la.

Eu sorri de volta e Sam pigarreou novamente, tentando voltar ao assunto.

— Então… O que aconteceu?

— O véu está com problemas. Os fantasmas estão completamente pirados e eu ouvi falar de uma cidade… Que está amaldiçoada. Amaldiçoada por Lúcifer.

Eu arregalei os olhos.

— Você sabe sobre isso?

— Um pouco, é.

Sam encarou Kevin, totalmente concentrado.

— Kevin, o que está acontecendo nessa cidade?

— Os fantasmas. Eles estão possuindo as pessoas.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Espero que sim.
Deixem um comentário dizendo o que acharam do capítulo e eu juro que vou tentar não demorar para trazer o próximo.
Ah, e fiquem de olho no tumblr da fanfic pois logo logo eu irei postar uma pequena prévia do capítulo 11 e o banner do mesmo.

Tumblr da fanfic: http://fallen-fanfic.tumblr.com

É isso. Beijos e nos vemos no próximo!

Qualquer dúvida, meu twitter: @purgatoryxz



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