The Triangle Guy and the Pine Tree - One-shots escrita por Belle Cipher


Capítulo 1
Maybe it wasn't so bad to live with Bill Cipher




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P.O.V. Dipper

–Mabel, você não vai acreditar!
–Uou, que animação é essa, Dip Dop?
–Olha só o que eu descobri.
Mostrei o diário para Mabel, sinalizando enquanto falava.
–Se você pegar a primeira letra de cada parágrafo de cada página, você vai formar um feitiço.
Mabel não pareceu convencida.
–Como sabe que é um feitiço?
Fui até a página que falava sobre Bill Cipher e peguei uma lupa em meu bolso. Em letras minúsculas estava escrito: decifrado o segredo dos parágrafos, o feitiço para vencer Bill Cipher. Mabel começou a gritar e rir ao mesmo tempo.
–EU NÃO ACREDITO NÃO ACREDITO NÃO ACREDITO!
–NEM EU NEM EU NEM EU!
Ao ver que falava como minha irmã, pigarreei e voltei a falar normalmente.
–O feitiço é em latim, então não sei o que diz. Mas temos que tentar!
–Será que é só falar o feitiço ou precisa de algo mais?
–Bem, temos que trazer o Bill aqui. Bem, aqui não. A floresta.
Juntamos nossas coisas e fomos para a floresta o mais rápido possível. Perguntei para Wendy se ela queria nos acompanhar e quando ela se recusou, fiquei surpreso ao ver que não fiquei chateado nem nada. Será que estou superando isso?, pensei. Mas deixei isso de lado no momento.
Chegando na floresta, segui o que, de acordo com o diário, traria Bill. Funcionou. Minhas mãos tremiam e meu coração acelerou quando comecei a recitar o feitiço. Percebi que, apesar de recitar em latim exatamente como estava escrito, minha voz saia como se eu estivesse falando em minha língua normal. Mas mesmo assim, as palavras ainda eram irreconhecíveis. Estranho. Para os padrões normais. Mas para Gravity Falls, não era algo sobrenatural.
Ao terminar de falar, uma luz branca forte me fez fechar os olhos. Quando a claridade cessou, Bill não estava mais lá. Não exatamente. Em seu lugar havia um garoto provavelmente um ano mais velho que eu, de cabelos loiros e olhos dourados.
–Dipper...-Mabel murmurou-Quem é ele?
–Eu...não pode ser...será?-sussurrei.
Eu consegui? Eu realmente venci Bill Cipher?, pensei. Observando aquele garoto, eu sabia que não acontecera exatamente o que eu imaginava. Só depois de alguns segundos me toquei. Bill Cipher era agora um humano. Sem leitura de mentes. Sem invadir pesadelos. Sem voar. Sem poderes.
–Não...não não não não não não!-Bill murmurou, olhando a si mesmo.
Mabel me deu um abraço, rindo animadamente.
–Conseguimos Dip Dop!
Não consegui evitar um sorriso e retribuí o abraço. De repente, Mabel me soltou. Ela estava com a testa franzida, parecendo confusa.
–Hã...Dip...o feitiço acabou, não é?
–Sim, por quê?
–Tem algo estranho acontecendo com Bill.
Ela apontou para ele e eu me virei. Os ombros de Bill tremiam e ele parecia estar soluçando. Me aproximei lentamente e senti um aperto no peito ao ver que ele estava chorando. Mabel, que me seguira, arfou.
–O que fizemos, Dip?
–Fizemos Bill chorar?
–Estou me sentindo péssima.
–Ele é nosso inimigo. Além disso, ele não tem sentimentos!
–Dip...pare para pensar. Agora ele é um humano como nós. Pode ser ferido. Pode sentir dor. Pode ser magoado.
Mordi o lábio. Hesitante, me agachei ao lado de Bill e coloquei uma mão em seu ombro. Ele olhou para mim, com o rosto molhado de lágrimas e eu senti uma culpa enorme.
–Bill...eu...nós...
–Eu entendo, Pine Tree. Eu mereci. Você é muito esperto. Sabia que uma hora ou outra descobriria um modo de fazer isso comigo. Sinto muito. Por tudo que fiz.
Fiquei uns segundos sem saber como reagir. As palavras dele me pegaram de surpresa. Imaginei que ele diria qualquer coisa. Menos aquilo.
–Eu...sinto muito por isso-falei.
Ele abriu um pequeno sorriso no canto dos lábios. Era tão estranho...ver Bill sorrir. Na verdade, tudo que estava acontecendo era estranho. O mais estranho foi o que aconteceu em seguida. Eu o abracei.
Ok, o que deu em mim, eu não sei. Foi impulso, não pensei duas vezes. Ouvi Mabel dar uns gritinhos animados. Mas então, o mais estranho aconteceu: Bill retribuiu o abraço. Caramba, o que foi aquilo? Ficamos abraçados pelo que pareceu um século. Quando nos separamos, vi minha irmã com um sorriso do tamanho do universo.
–Então Dip. O que faremos com Bill? Quer dizer...ele sabe como ser humano?
–Acho que ele sabe. Mas ele não tem onde morar, não podemos simplesmente largar ele na floresta.
–Que tal levarmos ele para morar com a gente? Vai ser tão divertido!
Ela começou a saltitar. Isso só poderia significar uma coisa: eu estava numa furada. Quando me dei conta, Bill já estava pulando com ela.
–Que legal!-ele disse, com um enorme sorriso no rosto.
–Não sei não...-murmurei.
–Ah, deixa Pine Tree.
Os dois me olharam com cara de cachorrinho que caiu do caminhão de mudança. Ah, mas que droga!
–Está bem...
–Uhuuuuu!-eles gritaram juntos.
Revirei os olhos e murmurei um "vamos logo". Bill andou à minha esquerda enquanto Mabel, à minha direita, falava animadamente sobre os suéteres que faria para o nosso novo colega.
Enquanto andávamos, Bill passou um braço em volta dos meus ombros.
–Vai ser uma looooonga caminhada de volta a cabana-ele disse, mais para si mesmo do que para mim.
Bill riu de seu próprio comentário e depois olhou para mim, abrindo um sorriso. Em seguida, me peguei sorrindo de volta para o garoto.
Talvez não fosse tão ruim viver com Bill Cipher.


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