When two are actually one escrita por Nekoclair


Capítulo 5
Extra 3


Notas iniciais do capítulo

Enviado por syu6
"Mayumiko em um encontro desastrado e Nozaki + Sakura seguindo eles para arrumar referências pro mangá."



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Tudo começou na tarde de uma quarta-feira. Eu me encontrava sentado à pequena mesa de trabalho na casa de Nozaki, desenhando pequenas flores ao redor de Suzuki, quando Mayu decidiu se pronunciar.

— Mikoto, cinema?

— Ahn? O quê?

— Cinema. Sábado, quatro da tarde.

— Por quê? Tem algum filme que você queira ver?

Mayu balançou a cabeça de um lado ao outro, numa negativa.

— Então por quê?

— Um encontro.

Senti minha face esquentar e eu não pude me impedir de corar. Virei o rosto, a fim de esconder meu embaraço. Eu nunca havia pensado que Mayu fosse do tipo romântico, ou que tivesse interesse em encontros e coisas do tipo. Quero dizer… É verdade que estávamos namorando, mas ainda assim eu não esperava por um pedido desses, tão direto e repentino.

— Hm… Err…

Eu pensava na minha resposta quando notei um par de olhos me observando. Estes, porém, não pertenciam a Mayu. Nozaki Umetarou nos encarava atentamente, feições curiosas em seu rosto. Congelei, sem saber o que fazer.

— Do que vocês estão falando?

— Sobre ir ao cinema. – Mayu falou, simplesmente.

Nozaki ergueu uma sobrancelha e permaneceu em silêncio por alguns instantes.

— Se tem algum filme que você quer ver, eu vou com você.

Mayu balançou a cabeça novamente.

— Tem que ser com o Mikoto.

— Mikoto—san. – Corrigiu Nozaki. – Eu sei que vocês são bons amigos, mas ele ainda assim é mais velho que você.

— Você se importa? – Mayu perguntou, de repente me incluindo na conversa.

— Ah? Na verdade, não. Sem problema.

Mayu abriu um tímido sorrido em minha direção antes de voltar sua atenção de volta ao irmão. Ele, porém, nada disse. Os dois ficaram numa silenciosa troca de olhares por quase um minuto inteiro, até que Nozaki decidiu se pronunciar.

— Mas então… Vocês vão no cinema, sábado? O que vão ver?

Mas ninguém teve tempo de falar qualquer coisa, pois nesse exato instante Sakura apareceu na porta da sala, uma sacola com bebidas em suas mãos. Ela olhou surpresa em nossa direção e então as palavras fugiram de seus lábios.

— Mayu e Mikorin tem um encontro?!

Ela parecia estranhamente contente...

...

Era sábado e, por isso, não era de se estranhar que o cinema estivesse cheio. Ainda assim, a situação estava ainda mais caótica do que o normal; aparentemente, era dia de estreia de um dos filmes mais esperados do ano. A multidão era barulhenta e desagradável e, por isso, decidi esperar por Mayu do outro lado da rua.

Eu me encontrava junto à parede de um café, as mãos enfiadas nos bolsos da calça jeans. Eu vestia uma blusa preta e tênis brancos, ambos relativamente novos. Eu olhava para o meu celular a cada cinco segundos, mas o tempo não passava e ainda faltava mais de dez minutos para a hora combinada. Suspirei, lamentando ter saído tão cedo de casa; afinal, incluindo esses dez minutos, eu havia chegado mais de meia hora adiantado; isso depois de ficar quase uma hora escolhendo a roupa certa para a ocasião.

Olhei para meus pés, sentindo-me bastante nervoso. Não era o primeiro encontro ao qual eu ia, mas era o meu primeiro com o Mayu, e eu nunca havia me sentido tão agitado quanto agora. Como eu deveria agir? O que eu deveria falar? Eram muitas dúvidas permeando a minha mente, inquietando-me.

E se ele tentar me beijar?...

Cobri o rosto com as mãos, sentindo meu coração bater acelerado. O cinema estaria escuro e não era estranho casais se beijarem durante o filme; muitos vão lá justamente para isso. E se Mayu for assim? E se foi por isso que ele escolheu o cinema para o nosso primeiro encontro? Quero dizer… Eu entendo que é estranho não termos nos beijado até agora… Mas, ainda assim…

Meus pensamentos foram interrompidos pelo som de risos. Quando olhei para cima, me vi na companhia de duas garotas que deviam ter mais ou menos a minha idade.

— Vimos que estava aí há algum tempo e parecia estressado com algo. Quer companhia? Talvez você pudesse vir ver um filme com a gente.

Apesar de ter sido pego de surpresa, forcei um sorriso e apanhei a mão de uma das jovens.

— Obrigado pela preocupação. Só de ter duas lindas princesas se preocupando comigo já me sinto bem melhor.

Elas riram mais um pouco. Eu, por outro lado, me vi incapaz de manter-me sério. Minha face se coloriu de um tom rósea e me vi incapaz de manter o olhar fixo nas garotas. Abaixei a cabeça, desejando esconder a vermelhidão que se espalhava pelo meu rosto. Eu tinha mesmo que por um fim nesse meu mau hábito...

— O que foi? Está passando mal?

— Por que não entramos no café e sentamos um pouco?

— N-Não... Ahm.

— Vamos! Você não parece nada bem!

Eu continuava com o rosto abaixado, escondendo-me. Bem quando eu começava a me perguntar o que eu fazer, uma mão agarrou-me o braço e me puxou em sua direção. Quando levantei o rosto vi Mayu ao meu lado. Ele encarava as garotas com feições sérias. Se eu não o conhecesse bem, diria até que estava com ciúmes.

— Ele está comigo.

E, dito isso, Mayu me puxou para longe do café, e só soltou meu braço quando já estávamos dentro do cinema. Seus olhos negros encaravam-me atentamente, mas eu era incapaz de dizer o que se passava em sua mente. Ficamos em silêncio até que este tornou-se insuportável.

— O que vamos ver? – Forcei um sorriso.

Mayu balançou os ombros, como que dizendo “tanto faz”.

— Eu convidei, você escolhe.

— Bem, qualquer coisa menos aquilo. – Eu disse, apontando em direção à longa fila de pessoas que esperavam ansiosas pelo início do filme. – Odeio estreias.

Rodei os olhos pelos cartazes, mas nenhum me chamou a atenção.

— Vamos ver o que está para começar.

— Okay.

Direcionamo-nos a fila, a fim de comprar nossas entradas. Passamos os dez minutos seguintes praticamente em silêncio, pois qualquer assunto que eu começava morria rapidamente diante das breves respostas dadas por Mayu. Se eu não o conhecesse bem, diria que estava irritado. Quando chegou a nossa vez, compramos nossos ingressos e seguimos até a sala da sessão. Mayu continuava quieto, o que estava começando a me preocupar. Mesmo que ele nunca tivesse sido o tipo de falar muito, aquele silêncio todo tampouco era normal.

Sentamo-nos lado a lado numa das fileiras perto do fundo. Não havia muita gente na sala, mas pouca atenção eu direcionei a esse fato. Eu estava começando a me preocupar com Mayu. Eu tinha feito alguma coisa? Se sim, o quê? Sinceramente, eu não tinha ideia. Eu ia perguntar qual era o problema quando as luzes se apagaram e me vi então sem opção além de ficar calado.

Tentei me focar no filme, a fim de esquecer as coisas que me incomodavam, mas o plot não podia ser menos interessante. Ao meu lado, Mayu mostrava-se atento de início, mas não demorou nem um hora para ele cair no sono. Sua cabeça tombou sobre meu ombro, surpreendo-me. Pensei em acordá-lo, mas o filme não valia a pena e, estranhamente, eu não desgostava nem um pouco daquela proximidade, muito pelo contrário. Deixei de lado todas as minhas preocupações e decidi aproveitar o momento. Fechei os olhos, adormecendo também.

Quando acordei, os créditos já rolavam na tela. Acordei o garoto que continuava adormecido, mas não o apressei. Ainda havia algumas pessoas na sala e, por isso, eu não via porque ter pressa.

— Gostou do filme? – Mayu perguntou, virando-se em minha direção.

Aquela pergunta inocente me fez corar.

— Foi… Foi bom. Apesar de que tinham umas pessoas tirando foto durante o filme. Podiam pelo menos ter desligado o flash… – Claro que eu não iria admitir ter dormido também.

Mayu sorriu de leve antes de virar a cabeça e suspirar. Ele estava sério novamente e, com isso, não pude conter todas as minhas preocupações de voltarem de uma só vez. Decidi que era melhor dar um jeito logo nisso.

— Mayu… Escuta, eu fiz alguma coisa?

Ele tornou a olhar em minha direção e, com um gesto da cabeça, respondeu que não.

— Você está agindo muito estranho. – Ao notar movimentação na fileira de trás, decidi por diminuir o tom de minha voz. O que eu menos desejava era atrair a atenção alheia. – Se foi por causa daquelas garotas, desculpa.

— Não é isso.

— Então o que foi? Você não está agindo normal hoje...

— Estava nervoso...

— O quê?

Ele apanhou minha mão e colocou sobre seu peito. Seu coração batia acelerado e, agora que as luzes estavam acesas, eu podia inclusive notar certa vermelhidão cobrindo seu rosto. Era por isso que ele ficava virando o rosto?... Senti minha própria face corar, meu embaraço indomável.

Ainda segurando minha mão, Mayu aproximou seu rosto. Suas intenções não podiam ser mais claras, mas eu não via porque me afastar, por isso, fechei os olhos e esperei. Porém, antes que ele pudesse por fim a distância que separava nossos lábios, um flash iluminou a sala. Olhando eu direção à origem da luz, encontramos Sakura e Nozaki nos olhando atônitos.

Meus lábios tremiam, ansiosos por falar umas poucas e boas, mas não fui eu quem extinguiu com o desconfortável silêncio que se formou.

— O que estão fazendo aqui? – Mayu perguntou.

— Suzuki e Mamiko vão ter um encontro no próximo capítulo e eu precisava de algumas referências.

— Sim! Não é como se estivéssemos seguindo vocês nem nada do tipo! – Sakura exclamou, mas obviamente seus motivos para estar ali eram diferentes dos do mangaká.

— Não sabia que estavam num encontro também. Se soubesse, tinha tornado este um encontro duplo. – Mayu falou, sem pensar duas vezes.

Sakura corou e balançou as mãos na frente do rosto, tentando negar e não negar ao mesmo tempo. De alguma forma, eu me sentia vingado.


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Notas finais do capítulo

Ainda aceitando pedidos para os extras. :)



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