Cheguei até a árvore sem a menor ideia de como Ethan poderia me ajudar, mas mesmo assim comecei a falar com a árvore.
— Ethan, eu sei que agora você é uma árvore, mas pode me dizer como eu acabo com aquele monstro?
Nada.
— Ethan, por favor, ele vai acabar com a sua floresta também, você se esforçou tanto pra proteger ela!
A árvore começou a brilhar, mas já era tarde, ele havia me alcançado. Tentei tirar a espada do meu cinto, mas ela acabou arranhando uma parte da árvore, sua lâmina começou a brilhar por conta da seiva que escorria sobre ela. Ouvi um barulho de asas batendo e olhei para cima com a esperança de ver Ethan, mas era Tanta, ele vinha mergulhando em direção à cabeça do monstro em alta velocidade, quando bateu na cabeça dele o monstro ficou atordoado e Tanta acabou caindo perto da árvore. O monstro cambaleou para perto de mim e acabou se arranhando com a ponta da minha espada, o que fez ele urrar de dor, fumaça negra começou a sair do corpo dele até que ele ficou da forma de um lobo muito grande, mas um pouco menor do que antes. Comecei a golpeá-lo e, assim que toda aquela fumaça se esvaiu, o que sobrou foi apenas um pequeno rato branco de olhos negros, uma capa é uma cartola, igualmente negros. Tanta acordou e foi em direção ao ratinho tentando pega-lo, mas fui mais rápida e consegui segura-lo pela cauda antes que Tanta o transforma-se em lanche.
O ratinho se soltou e subiu pelo meu ombro e retirou de sua cartola um pedaço de pergaminho, eu o abri para lê-lo.
"Azimonte", era tudo o que estava escrito, o que não me surpreendia muito, já que era um pergaminho pequeno o suficiente para caber na cartola de um rato, literalmente.
— Azimonte? É seu nome amiguinho?– perguntei ao ratinho
Ele balançou a cabeça positivamente e começou a ajeitar a capa e a cartola. Seus olhos começaram a mudar de negros para um branco muito brilhante e ele começou a falar.
— Vá até lugares misteriosos, traga a discórdia em suas mãos.
Nas profundezas escuras onde ninguém vai à sempre um tesouro.
Na terra dos mortos há vida mais preciosa do que na terra dos vivos.
Seus olhos voltaram ao normal e ele começou a cambalear meio tonto.
— Eh, acho que agora temos que ficar com você, carinha, mas sério, por que nenhum de vocês têm nomes mais comuns? Seu nome podia ser Dexter ou Jasper, mas tudo bem,...... Azimonte parece nome de mágico
Azimonte se transformou em um gato preto com olhos brancos e começou a me encarar, depois transformou-se em um leão, um tigre e em um dragão, todos negros com olhos brancos. Voltou ao normal e me encarou irritado com os braços cruzados.
— Ok, já entendi, você é incrível e, já que está aqui, pode ensinar algumas coisas pro seu novo amigo, Tantalião, ou Tanta se preferir
Azimonte desceu do meu ombro e foi até Tanta que tentou comê-lo, ele deu um tapa no rosto de Tanta com suas mãozinha e começou a fazer uns barulhinhos de rato.
— Ok, meninos, temos que voltar pra casa e.............. Ah, meu santo Deus, meu quarto ainda tá trancado, minha mãe vai me matar se descobrir que eu sai!
Coloquei minha espada no cinto de novo e comecei a correr com o Tanta se agarrando em um ombro e Azimonte se agarrando no outro.
Cheguei em casa e Tanta consegui nos carregar para cima, mesmo quando pequenas as manticoras conseguem carregar muito peso.
— Você dois, para dentro do armário e eu vou ver como está lá fora
Eles se esconderam e eu abri a porta para espiar o lado de fora por uma brecha. Minha mãe ainda estava no quarto então eu desci para fazer nosso almoço. Suspirei olhando para o fogão, só mais um pouco, Isabel, vou fazer todo o possível e o impossível pra acabar com isso.