Yato estava muito distraído nessa última semana. Não contava a ninguém, mas estava tendo uma série de sonhos que sempre pareciam acabar numa parte importante, e quando dormia novamente, voltavam em outro ponto, e por vezes até recomeçando.

Tentava os justapor para conseguir compreender o que aquilo significava, mas sempre aquelas partes ausentes atrapalhavam, como se não pudesse anexar um no outro por falta de um clips.

Pelo que ele conseguia lembrar, os sonhos eram basicamente umas mortes que ele ia causando, seja por meios diretos ou indiretos, e para conhecidos e desconhecidos.

Aquilo estava o atormentando. Já havia acabado com sua longa vida como deus da calamidade, e justo agora que estava começando a ser aceito como deus da sorte, vem isso.

E a parte que mais o incomodava eram os momentos antes de acordar.

Sempre terminava numa sala pouco iluminada, olhando para uma figura feminina que cantava uma música que o acalmava. O problema era que, quando a música acabava, uma aura muito pesada pairava no ambiente, quase que sufocante. E a menina que antes cantava, tornava-se outra figura, contudo antes que pudesse ver o que veria a seguir, ele acordava.

Outra noite veio, sem suas aguardadas respostas.