Estava na hora de todos irem embora e sinceramente, ninguém queria continuar lá, aquele lugar não trouxe boas lembranças.

Carmem estava feliz, por um lado, porém arrasada de outro, mesmo ela fazendo um grande esforço para se importar apenas com Mário, ela ficava com seu pai na sua cabeça, Cirilo também ocupava 25% de sua mente.

E o único que ela se perguntava é : Por que ? Eu não deveria me importar, ele nem se quer sabia da minha existência !

Flash Back On

Pov's Carmem

Eu estava prestes a ir para o colégio, sabe eu pensei que o 4º ano seria mais fácil, mas pelo visto, cada vez fica mais difícil.

Eu sai do meu quarto e entrei no corredor, caminhei em direção a sala, mas parei ao escutar meu pai e minha mãe conversando, sei que não deveria escutar, mas não quero atrapalha-los, se eu entrar agora, eles vão ficar sem jeito.

Inês : Por acaso você sabe a gravidade do problema ?_perguntou com a voz, que parecia calma.

Mauricio : Sei meu amor, mas daremos um jeito nisso_meu pai tentou consola-la, quando me arrisquei para ver melhor aquela cena, mamãe não estava calma, estava chorando, e por isso sua voz saiu falha .

Inês : Como vou contar para minha filha de 11 anos, que o homem que ela chamava de pai durante 11 anos, não é seu pai_após as palavras da minha mãe, eu fiquei surpresa, eu não estava entendendo muito bem o que acontecia ali, mas voltei para o quarto, enxuguei algumas lágrimas, que mesmo sem eu saber o por que, desceram, e então eu voltei para a sala como se nada tivesse acontecido.

Flash Back Off

Depois desse dia, eu esqueci totalmente esse assunto, pelo menos tentei, mas com 13 anos, logo após minha mãe sair de casa, prometendo voltar, o que NUNCA aconteceu, eu fui para o quarto dela chorar, e eu achei uma gaveta trancada, e por mais que eu quisesse resistir, a curiosidade bateu, e então eu a abri com um grampo qualquer, que estava preso em meu cabelo, ela abriu facilmente. Minha mãe nunca teve dinheiro para comprar algo resistente.

Assim que eu abri a gaveta, peguei alguns papeis, e em todos eles tinham o nome Charlie Stevan Bustamonet, eu corri com meus olhos, um pouco mais para baixo e estava escrito verdadeiro Pai de Carmem Carrilho Butera. quando eu terminei de ler, eu me assustei, mas continuei a ler.

Eu o procurei durante 2 anos, até meus 15 anos, mas hoje com 16 eu resolvi desistir, tentei esquecer por que ele estava bem, e pelo visto nem se quer sabia da minha existência, ele tinha uma filha que se chama Agata, que tem 15 anos, uma esposa que se chama Isabela, que também tinha uma filha chamada Talyta, eu soube disso, apenas fuçando pela internet a vida dele, ele se parecia bastante comigo, em alguns traços, além do mais ele era rico, bem sucedido, e agora, é apenas um homem morto.... Meu pai morreu....

....

Carmem Off

Professora : Falta alguém ?

Perguntou quando estavam todos no ônibus prontos para voltarem para casa.

Mário : O Koki, ainda tá vindo, olha lá !_disse olhando pela janela .

Carmem : Posso sentar-me ao seu lado ?

Mário : Senta logo :)

Carmem : Bobo_disse cabisbaixa, com um sorriso fraco.

Mário : Tudo vai se ajeitar Carmem, essa dor que você sente vai passar !

Carmem : Promete ?

Mário : Prometo !

Alicia : VALÉRIA CORRE AQUI_Gritou lá da frente do ônibus, e de repente todos reclamavam.

Brad : Meu ouvido não é penico !

Marcelina : Se quiser falar com ela, vai até ela e fala_disse brava, tampando seus ouvidos com as mãos.

Davi : Desnecessário em Ally_disse sem emoção na voz, Davi estava demasiado abalado pela morte de seu melhor amigo Cirilo.

Alicia : Tá gente, para de reclamar !_disse se levantando do lado de Adriano, e seguindo em direção a Valéria.

Valéria : O que foi ?_perguntou encarando a menina.

Alicia : Brad, dá para tampar os ouvidos ?_perguntou para o garoto que estava ao lado de Valéria.

Brad : Tá falando serio ?_Perguntou incrédulo, enquanto encarava a cara fechada de Valéria para o mesmo.

Alicia : È !

Brad se levantou, passou por Valéria e foi se sentar junto a Evellyn, que estava sozinha, pelo fato de Paulo estar com Marcelina, e Daniel com Maria Joaquina.

Alicia : Achei esse bilhete no seu quarto, assim que eu fui lá procurar você e a Mari, estava em cima de uma cama, e está escrito seu nome na frente do envelope !_a entregou.

Valéria : Você abriu ?

Alicia negou com a cabeça, sorriu e voltou para o seu lugar no ônibus.

Valéria : Nem tenta voltar !_disse ao ver Brad a encarando, e começando a se levantar, então o mesmo apenas sentou-se novamente, com a cara fechada.

....

Evellyn : Como ela ainda não terminou com você ?

Brad : A Valéria é uma oferecida, e essa gatinha vai ser minha, eu já tenho total controle sobre ela, e assim que ela terminar comigo, vai voltar correndo.

Evellyn : Tá, vai se achando... Mas por que ela ainda não terminou com você ?

Brad : Ela deve achar que eu vou confessar, que te beijei !

Evellyn : E você..._Pediu uma resposta.

Brad : E eu vou por todos os anos de teatro, que tive em hollywood em pratica_Sorriu convencido.

Evellyn : Cuidado, não fale alto demais, a idiota vai descobrir que você nunca foi para Chicago. Pare de ser idiota, ela não nos viu, na hora você beijava a Melissa.

Brad : Eu fui para Chicago !

Evellyn : Tá achando que eu sou tosca como a Valéria ? Desiste !

Brad riu, junto com Evellyn.

Marcelina : Poxa Paulo, ele me traiu, não acredito, eu pensei que eu era tudo para ele_deitou no ombro de Paulo que revirou os olhos, e respirou fundo.

Paulo : Olha Marce, eu não costumo consolar os outros.

Marcelina : Eu sou sua irmã !

Paulo : Não deixa de ser uma pessoa qualquer, mas deixa eu terminar, eu quero dizer que se você mostrar que se importa, ele vai zoar com a sua cara mais ainda ! E que se ele te magoar de novo, eu vou partir a cara dele, está melhor ?_Perguntou serio, olhando a mesma.

Marcelina abriu um sorriso imenso, era a primeira vez, que Paulo lhe mostrava compaixão, ou a defendia.

Ela abraçou o irmão, o sufocando.

Paulo : Tá Marcelina chega, agora deixa de ser chata, e cai fora daqui, volta a se sentar com a Margarida, por que ninguém merece !

Marcelina se levantou toda boba, por seu irmão não a ter rejeitado, e voltou a se sentar com sua amiga.

Margarida : Ainda não acredito que o Cirilo morreu_disse olhando pela janela, sentindo o ônibus começar a andar.

Marcelina : Nem eu_O sorriso da mesma foi diminuindo pouco a pouco.

Margarida : Mas se ele estivesse aqui, não iria querer que estivéssemos tristes, então deveríamos sorrir, mas é difícil... 

Marcelina : Com um sorriso a gente consegue ganhar a felicidade das outras pessoas, mas nós mesmos, não conseguimos encontrar a felicidade nos nossos, isso acaba sempre sendo tão impressionante...

Margarida : E frustrante .

Marcelina : Também...

....

Valéria abriu o bilhete com um certo temor, de um jeito ou de outro, ela já tinha certeza de que aquele bilhete não seria de alguém a convidando para comer cookies , então ela o abriu.

Bilhete On

Preparada para conhecer novamente sua família ? O que será que mudou ? O que será que eu farei com ela ? Tome cuidado, por que eu não tomarei !

—A

Bilhete Off

E foi ai que Valéria lembrou, seus pais estariam em casa, e agora como será que ela teria que contar para seus pais, que um dos seus "colegas" morreu ? Se isso estava difícil para ela engolir, imagina seus pais ? A crucificariam, e o pior, do jeito que seus pais só se importavam com eles mesmos, provavelmente lançariam um grande processo contra a Escola Mundial, ou a faria mudar de país, e ela não estava pronta para isso.

Valéria caminhou até Daniel, e assim que percebeu o clima tenso parou, e esperou esfriar.

Maria : Olha só, se não quiser sair tudo bem, mas eu não te pedi para sentar do meu lado, então dá para parar de me prender aqui, e abre espaço por que eu vou sair._disse tentando passar, levando em conta que ela estava na janela.

Daniel: Não, até você me escutar.

Maria : Seria insuportável passar a minha vida inteira aqui, por que eu não vou parar para te escutar, não vou perder meu tempo, sei que disse que gostava de você, e sim isso é verdade, mas para de fingir que se importa, não quero te ouvir, entenda, compreenda, e abra espaço por que eu vou sair daqui_Disse socando a perna de Daniel.

Valéria fingiu coçar a garganta, chamando a atenção de Daniel e a de Maria Joaquina que revirou os olhos, abriu a janela e começou a olhar a "paisagem"

Valéria : Nossos pais estão em casa !

Daniel : Eu sei !

Valéria : E sabe o que eles vão fazer com a gente ?

Daniel : Encher de bons presentes e beijinhos, para tentar compensar os 4 anos longe ?

Valéria : Não ! Vai nos mudar de escola, e de planeta se possível quando descobrir que o Cirilo morreu nessa viagem ! Lembre-se o papai tem muita influência nessa escola, e se ele quiser, ele pode derruba-la, e eu não quero isso !

Daniel : Então, é só eles não ficarem sabendo !

Valéria : Odeio mentiras_no mesmo instante que Valéria ousou a falar aquilo, Maria Joaquina a encarou e levantou a sobrancelha em sinal de "jura, por que até agora, não conseguimos contar sobre A para ninguém, também somos mentirosas!"

Valéria : Aaah Mari isso é diferente_Maria Joaquina concordou apenas com um gesto e voltou a prestar atenção na sua "paisagem"

Daniel : O que ?_disse confuso.

Valéria : Esquece !

Daniel : Valéria presta atenção, nossos pais nunca irão saber se a gente não contar ! È um problema resolvido !

Valéria : Vou tentar.

Daniel : Acho bom, por que ou você tenta, ou adeus Mundial,

Valéria se arrepiou com a frase de Daniel, e voltou para sua cadeira.

O resto da viagem foi normal, uns lamentando pela morte de Cirilo, outros lamentando por exatamente tudo que rolou naquela viagem.

Professora : E no final, eu só descobri que a Carmem está grávida !

Firmino : Pena que para descobrir isso, tivemos que perder alguém tão especial, e bondoso como o Cirilo !

....

Valéria e Daniel, estavam nervosos, com toda certeza, por motivos diferentes, mas estavam em frente a casa deles.

Daniel seguiu e abriu a porta, deixando Valéria para trás, que não conseguia se mover.

Valéria ajeitou o seu turbante que fazia parte de seu look, tomou coragem e andou em direção a porta central da casa levando junto de sí, suas malas.

Pablo : VALÉRIA ._Estendeu seus braços e Valéria correu para abraça-lo.

Rosana : Filho, vem aqui me dá um abraço !

Daniel : Não estou com um pingo de vontade !_saiu da sala, e subiu as escadas, indo diretamente para o seu quarto.

Valéria : Não esquenta mãe, aposto que assim que ele estiver passando pelo corredor, ele vai se arrepender_abraçou a mãe com carinho .

Pablo : Meu amor_acaricio o pescoço de Valéria.

Pov's Valéria.

Era tão bom quando meus pais nos visitava, era como se fossemos uma família normal, eu achei meio estranho meu pai ficar me acariciando, mas ignorei o ato dele, eu estou ficando muito assustada ultimamente, deve ser por -A, essa vaca, ou esse Cretino, não vai sair imune dessa...

Valéria : Vou pegar um café para vocês..._caminhei até a cozinha, e eles me seguiram, deu para perceber pelos sapatos rígidos da minha mãe, ela sempre usava looks assim._Cadê a nona ?

Minha curiosidade havia se despertado, até agora não a vi correndo para me abraçar. Tudo bem quando digo correndo, não quero dizer correndo de verdade a minha nona, não conseguiria correr, ela está velhinha ♥

Pablo : Dispensamos ela !

Valéria : Vocês DISPENSARAM ela ? Como assim ? Ela é a minha avó !

Rosana : Sim, mas não precisamos mais dela, estamos aqui, não estamos ?

Eu tentei me acalmar, mas era quase impossível, eles estão tratando a minha avó, como uma mera estranha.

Valéria : Perdão mãe, mas eu acho que você deveria repensar sobre isso, minha nona fez bem mais parte da minha vida, do que vocês dois juntos !_Falei com calma.

Pablo : Fale direito com a sua mãe_puxou meu queixo para cima, com uma certa força.

Rosana : Solta ela Pablo ! Já !_Disse e meu pai me soltou, havia ficado vermelho.

Pablo : Entenda, sua avó estará aqui quando formos embora.

Valéria : Mas eu quero ela aqui agora, ela tem 96 anos, o que nos garante que ela estará viva amanha ?

Rosana : Está decidido e fim Valéria, menina teimosa !_disse saindo da cozinha.

Pablo : Aah, e já ia me esquecendo, essa é Anahi, ela está aqui para atender todas as suas ordens, e as minhas claro !_tirou uma foto do bolso e me entregou.

Valéria : Não precisamos de empregada !

Pablo : Precisamos do que eu digo que precisamos, e se eu digo que precisamos de uma empregada, teremos uma empregada !

Valéria : Sim senhor !_digo e me retiro, logo meu celular toca.

Jaime...

Jaime : Alô ?

Valéria : Ah, é você Jaime ?

Jaime : È, e valeu pelo entusiasmo !

Valéria : È, digamos que aqui não foi como eu imaginava, mas o que você quer ?

Jaime : Temos que fazer o trabalho de música com o Guerra lembra ?

E lá se vai a minha ideia de ficar longe do Guerra !

Valéria : Ok Jaime, podem vir a minha casa.

Jaime : Na verdade, eu já combinei com o Paulo e será na casa dele as 15:30 !

Valéria : E por que você só me avisa agora ? São 14:55 !_digo após ver a hora no meu celular.

Jaime : Você mora em frente a casa dele.

Valéria : Precisava me lembrar ?

Jaime : Então tá fechado ?

Valéria : Claro !

Jaime : Tchau !

Valéria : Bye .

Ligação Off

Desliguei meu celular, e dei um pulo ao ver meu pai me encarando com uma cara seria atrás de mim.

Pablo : Cadê o café Valéria ?

Valéria : Eu vou deixar em cima da mesa de jantar, antes de sair !

Pablo : Onde você acha que vai ?

Valéria : Eu queria saber se posso fazer um trabalho aqui na casa dos Guerras ?

Pablo : Com o Paulo ?_o ódio na voz do meu pai era bem mais do que evidente, e eu fiquei com tanto medo, que não consegui responde-lo.

Valéria : é-é-é co-co.-com er...

Pablo : Valéria ...

Valéria : Não pai ! O trabalho é com a Marce_digo assustada.

Pablo : O Paulo está em casa a essa hora ?

Valéria : N-não ele tá jogando tênis com os amigos !

Pablo : Ok, então vá ! Mas te quero aqui antes das 19:30 !

Valéria : Tudo bem pai, muito obrigada_sorriu nervosa, e ele me abraça, alisando minhas costas.

Eu fiz o café rapidamente, e coloquei na mesa da sala de jantar .

Subi para o meu quarto, peguei meu roupão, minhas roupas intimas e entrei no banheiro do meu quarto !

Quando terminei, me vesti e me penteei, deixando meu cabelo solto.

olhei no meu relógio de pulso e já eram 15:40, mas eu não queria arriscar chegar primeiro que o Jaime, o clima ia ficar estranho, mas ou eu o fazia, ou ficava sem nota.

Eu cheguei a pensar na possibilidade de levar a pimenta vencida que falei para a Mari, que colocaria na comida dele, mas meu pai a jogou fora, junto com todos os outros alimentos, que eu gosto.

Respirei fundo, e apertei a campainha.

Música Tema

Por sorte, Marce atendeu, mas fez sinal de Shiiiu, eu não entendi muito bem, até ver que Evellyn subia as escadas, provavelmente rumo ao quarto do Paulo.

Marcelina : Eu estou indo fazer o trabalho também, até mais amiga_beijou minha bochecha e saiu.

Como eu não queria ficar esperando aqui em baixo, resolvi subir.

Eu caminhei até chegar a porta do quarto do Paulo, que continha uma brechinha aberta, e foi de lá, que eu pude ouvir.

Evellyn : Paulinho, por que não quer ficar comigo ? Não me diga que é por causa da Valéria , aquela sem sal.

Como é que é fofa ? Eu sem sal ?

Será mesmo que o Paulo vai cumprir a promessa que ele me fez ?

Paulo : Não tem nada a ver com a Valéria, Evellyn. O problema é que eu não sou homem de uma garota só, e você é um grude !

Evellyn : Mas eu não me importo se você ficar com outra pessoa, eu só quero ficar com você amor, por favor.

OFERECIDA !

Paulo : Evellyn não ! Me esqueça, ficamos, foi legal, nada a mais que isso!

Evellyn : Quer dizer que você acha que eu sou igual a todas ? Quer dizer que eu não sou diferente ?

Paulo : Entenda de uma vez Evellyn, não existe diferente, todas caem aos meus pés por que sou irresistível e algumas, é só jogar um charme dizendo que ela é única, que ela caiu.

Evellyn : Mas você é muito gato, para me largar, não me interessa quantas por hora ou por minuto você pega, mas agora você é meu !

Ela puxou Paulo pela camisa e o beijou, loucamente, e logo após se jogou em cima dele na cama, e eles continuavam a se beijar, Paulo correspondia, na verdade Ô como correspondia, ele tornava o beijo bem mais feroz, e foi exatamente a esse beijo, que eu não me permitir aguentar, afinal eu não era obrigada a presenciar aquela cena nojenta !

Valéria : Estou atrapalhando ? _perguntei abrindo a porta com força, a fazendo bater na parede e causar um estrondo.