Musica Tema

Daniel : Não pode ter sido um animal, pelo simples fato de que nessa região não possui nenhum tipo de animal, a não ser que alguém traga para cá !

Maria : Eu sei, não era um animal, por que se fosse, eu acho que eu enxergaria, por que eu não sou cega !

Carmem : Talvez você tenha tropeçado em uma espécie de pedra pequena.

Maria : Talvez...Mas eu não me lembro de ser desastrada ._Levantou as sobrancelhas.

Carmem : E então, qual a sua explicação para isso ?

Maria : Alguém armou para que eu caísse !

Carmem se calou, e olhou para outro lado, ela morria de medo da hipótese de Maria Joaquina pensar que a mesma fez algo para que ela caísse.

Maria : E então ? Ninguém vai falar nada ?

Daniel : Olha Maria Joaquina, o único que seria capaz de te fazer cair não está aqui !

Maria : Não estava me referindo ao Paulo, e quer saber ? Eu vou atrás daqueles dois, e se tiver alguém querendo me sabotar aqui, eu vou desmascara-la_Olhou fixamente para Carmem que sorria forçadamente.

Maria Joaquina levantou, se apoiando nas pedras, para não colocar muito peso na perna machucada, o corte parecia fundo, mas como não doía muito, ela não ligava.

Daniel : Aonde você pensa que vai ?_perguntou ainda sentado.

Maria : Aonde eu penso não ! Ando eu vou, você quer dizer ?_Ela já caminhava para o início da floresta, mas parou para escutar o que Carmem diria.

Carmem : Quer que eu vá com você Maria Joaquina ?_Perguntou com segundas intenções.

Maria : Não Car, obrigada viu ? Mas acho que eu posso fazer isso sozinha.

Daniel : Se você pode eu não sei, mas eu vou com você, e acabou !

Maria : Pode tirando isso da sua cabeça, eu não quero que você me acompanhe, que foi ? Tá com pena de mim por aquele dia ? Não preciso da sua pena, mas muito obrigada pelo seu esforço, e por fingir que se preocupa_disse voltando a caminhar.

Daniel correu até Maria Joaquina e parou em sua frente, fazendo a mesma parar.

Maria : O que foi ?

Daniel : Por que você não cresce ?

Maria : Por que eu não cresço ?_soltou uma risada sarcástica com amargura_Daniel, eu só não quero falar com você, ouvir sua voz, saber que você tá vivo, lhe encontrar, pensar que você está por ai vagando pela noite e...

Daniel : Chega, MARIA JOAQUINA PARA !_Carmem viu aquele inicio de discussão, e saiu de lá de fininho os deixando a sós.

Maria Joaquina se assustou pelo grito de Daniel, e seus olhos se encheram de lágrimas, mas a mesma as segurou.

Maria : Parar por que ? Por que você quer ? Que conveniente Daniel, você acha o que ? Que sou um robô sem sentimentos ? Que tal uma máquina que é controlada, para desligar o sistema quando vejo você beijando a Melissa, ou qualquer cadela por ai ? Faz um favor para mim, me esquece. Você não faz ideia do quanto isso curaria a droga da ferida, que parece que você sente prazer de abrir a cada dia mais !

Daniel : Para de jogar a culpa em mim !

Maria : Como você quer que eu pare ?_perguntou desesperada .

Daniel : Só para !

Maria : Por que sua consciência não aguenta o peso, de saber que você tá destruindo alguém ?

Daniel : Isso não tem nada a ver com consciência, até por que eu não tenho uma se é que você ainda não percebeu...

Maria : Então com o que ?

Daniel : Talvez eu também goste de você, já pensou nessa hipótese ?

Maria Joaquina ficou surpresa, a ponto de não saber o que responder, a mesma negou com a cabeça e apenas saiu dali em caminho a floresta.

...

Música Tema

Quando o beijo chegou ao fim, Valéria lembrou-se de uma coisa "ela tinha namorado" e nessa hora, ela correu o mais longe possível do Paulo, e então, ela tropeçou e desceu rolando, um morrinho que tinha um lindo gramado, e então quando ela abriu os olhos ofegantes, resolveu olhar para o lado.

Valéria gritou tão alto que todos correram até a mesma, até Maria Joaquina que estava com a perna machucada, seguiu o grito.

Valéria tinha em seu lado, um defunto, só dava para ver seu rosto, o resto estava tapado com um saco preto, ele estava de olhos abertos, como se estivesse a encarando, ela levantou rapidamente, e começou a gritar mais alto.

Carmem : O que ? AI MINHA NOSSA, Charlie ! _Disse ao ver o adulto jogado no chão, começando a chorar fortemente.

Valéria : Conhece ele ?_Carmem só conseguia chorar .

Carmem : Ele é o meu ver-verdadeiro pai_Chorava inconsoladamente.

Maria : Mas o seu verdadeiro pai não é o...

Carmem : N-n-n..._Carmem não conseguia falar, ela se ajoelhou e tentou abrir o saco, logo saíram várias moscas de lá de dentro.

Carmem : Que nojo_chorava com as mãos na boca.

Daniel : Calma.

Carmem : Papai... Por favor volta_Soluçava.

Maria : Car, e-eu sinto muito !

Carmem : Não é culpa sua, eu não nasci para ser feliz. Por favor me deixem sozinha !

Paulo : Mas, você vai ficar aqui ?

Carmem : E-eu quero ter o momento pai e filha que eu nunca consegui ter !

Daniel : E por que você nunca...

Maria : Daniel, não é hora para perguntas, vamos !_todos voltaram para o sítio tirando Carmem.

Carmem se ajoelhou ao lado de seu pai e o encarou sem saber o que fazer ou pensar.

Carmem : Senhor, peço-te que aonde esteja meu pai, proteja sua alma, eu sempre quis tanto ter um momento só com ele, mas eu não podia... Eu não queria que isso acontecesse, proteja-o só Tu podes fazer isso, ele era feliz, eu sei que era. Por favor Deus, tira essa dor que parece impossível quitar, tire esse aperto do meu coração, como faz falta a ausência de alguém que eu nunca conheci, por favor...

...

Mário : Alicia ?_Perguntou enquanto a menina chegava, adentrando no quarto calma, caminhando em sua direção.

Jorge : Alicia desculpa_entrou logo após ofegante.

Valéria : Oi pessoal_Entrou cabisbaixa, sendo seguida por Maria, Daniel e Paulo.

Alicia : Finalmente, aonde estavam ?

Valéria : A Carmem tá muito mal !_Foi direto ao assunto.

Jaime e Mário : O que aconteceu com a Carmem ?_Perguntaram juntos.

Paulo : Ela está lá no morro, perto da cachoeira e..._Mário saiu voando do quarto, sem ao menos esperar Paulo terminar sua frase.

...

Repitam a música anterior.

Mário caminhava procurando sua amiga, e por fim a conseguiu encontrar.

Mário : Carmem ?_Carmem que estava de costas se virou, e então Mário viu uma cena, que não gostaria de ver, mas que era inevitável.

Carmem : Ele era o melhor que eu tinha, e agora, eu estou sozinha_chorava em meios aos soluços, com seus olhos vermelhos, de tanto chorar.

Mário : Vai ficar tudo bem !_a abraçou.

Carmem : Não, não vai ! Ele morreu, e nunca mais vai voltar, e-e-eu nem se , eu...Eu nem pude dar o abraço que eu sempre sonhei em dar nele...

Mário : Eu estou aqui !

Carmem : Obrigada Mário, você é o que eu necessito, você é o que eu preciso !_o encarou, e logo voltou a abraça-lo.

E então mais uma vez, Carmem chorava, por que a vida havia lhe pregado mais uma peça, com a desgraça que era sentir a saudade de alguém, que você nunca conheceu...