In Case escrita por Lydia


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá, peoples!
Nem demorei, né? Pois é, fiquei muito contente com o resultado do capítulo anterior, então resolvi postar — vou viajar daqui a pouco, então vim correndo postar.
Agradeço a Rafaela pelas lindas palavras na recomendação. Obrigada, amor! Não sabe como fico feliz e honrada em receber uma recomendação.
Muito obrigada também aos favoritos e aos comentários!
Bom, agora leiam :)



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In Case - Capítulo 14

As palavras de Violetta rodavam como CD na cabeça de León. Ainda era inacreditável o que ouviu. Não podia negar que estava confuso com tudo aquilo. Afinal, ela mesma os distanciava sempre que podia. Era dois passos para frente e três para trás... Ás vezes chegava a pensar que ambos não passavam de meros desconhecidos – mesmo que nas ultimas semanas tenham passado bastante tempo juntos – e se nem ele mesmo acredita que os dois tem um relacionamento diferente, seu pai – Carlos – nunca acreditaria que eles podem ter um futuro juntos.

— Tudo bem. Você está me deixando confuso — León falou, levantando e passando as mãos pelas madeixas cor de chocolate. — Violetta, vo-você me disse agora pouco que eu não deveria me aproximar e agora... agora você, você me beijou — sua fala saiu com certa dificuldade, pois ainda estava incrédulo com o que acabará de acontecer. — Me explica o que está tentando fazer — pediu.

— Estou tentando te ajudar — respondeu prontamente. — É triste ver uma pessoa não acreditar no amor.

— O que? — sua voz saiu mais surpresa do que deveria.

— Sabe, eu não tenho um histórico muito bom com relacionamentos — mordeu o lábio inferior, envergonhada. — Meu ultimo namorado fez coisas horríveis comigo... — foi interrompida.

— Que coisas? — ergueu a sobrancelha. Mesmo sabendo que não gostaria da resposta, não se conteve em perguntar.

Violetta virou o rosto, pensando se deveria ou não dizer. Bom, não é algo secreto do qual ela tem problemas em contar. Foi triste, doloroso, que a fez sofrer muito assim como faria qualquer garota – e faz, realmente. Mas sua indecisão é sobre a reação do Vargas.

E se ele desistisse do contrato?

Suposição boba, mas não evitou em pensar.

Suspirou alto, decidindo por contar de uma vez.

"Se quero curar o coração do Vargas, tenho que mostrar que confio nele."

— Ele me obrigava a deitar com ele. Mesmo quando eu não queria sexo, ele me obrigava — espremeu os olhos avermelhados. — E quando eu me recusava ou fazia algo que ele não gostava, ele me batia — não controlou as lagrimas que escaparam de seus olhos acinzentados pela dor.

— Ele fazia o que? — vociferou, León. — Que tipo de covarde obriga uma mulher a transar e ainda bate nela? — seus olhos exalavam a raiva.

— Existe muitos caras assim, Vargas — deu de ombros chateada, enquanto se levantava. — Eu era muito novinha; ingênua. Sai da casa dos meus pais para ir morar com ele — deu um sorriso triste. — Eu acreditei quando ele dizia que me amava, que iria me fazer feliz — sussurrou deslocada. — Na verdade, eu estava feliz durante os dois primeiros meses, mas depois ele mudou. Começou a ficar mais agressivo... Eu tentei terminar tudo, mas ele não aceitava — respirou fundo, abraçando seu próprio corpo.

Incrédulo era a palavra que definia León naquele momento. Ouviu tudo calado, mas com uma enorme raiva do individuo que a machucou, atingindo-o em um golpe certeiro.

Abriu a boca para dizer algo, mas simplesmente não conseguiu. Jogou seu corpo no sofá, apertando a nuca em uma tentativa falha de se acalmar.

Queria dizer algo para conforta-la, mas não conseguia pensar em nada, quando ele mesmo precisava de palavras de conforto. Só em imaginar alguém machucando-a, o deixa nervoso, irado. Violetta Castilho é uma garota frágil fisicamente – porque mentalmente é mais forte do que ele –, é praticamente impossível pensar em alguém fazendo-a tão mal.

— Eu sinto muito — finalmente conseguiu dizer, buscando os olhos castanhos no rosto angelical da menina. — Você não tinha que passar por isso.

— Eu sei — concordou. — Mas, já passou. Está tudo bem agora — ofereceu a ele um sorriso reconfortante. — Tudo isso que eu passei e que eu venho passando, só está servindo para me deixar mais forte.

— Não tinha que ser forte por esses motivos — balançou a cabeça, tentando disfarça o quanto estava admirado com a determinação e força dela.

— Verdade — novamente, concordou. — Porém foi assim e eu não posso fazer mais nada para impedir — suspirou, olhando para as próprias unhas. — E contei isso a você para que saiba que todos nós temos problemas. Não sei se o que você passou, mas sei o que eu passei. E de todo o mal que me fizeram, ainda sim, eu não deixei de acreditar no amor — fitou os olhos verdes atentos e sorriu. — Você também não deveria deixar de acreditar.

— Admiro sua capacidade de perdoar, mas eu não sou assim. Não é como se eu pudesse controlar — suspirou antes de continuar. — Eu e o amor não nos damos muito bem.

— A culpa não é do amor ou da paixão. Você só encontrou a pessoa errada e achou que ela era pra vida toda — explicou com calma. — Vargas, você me disse que ninguém nasce cafajeste e você está certo. Mas está errado também, porque é a gente quem escolhe quem somos — deu alguns passos para trás, apoiando-se na ponta do sofá. — Se para não se sentir sozinho você tem que colocar cada noite uma garota na sua cama e expulsá-las no outro dia, é exatamente isso o que você vai fazer.

Fazia sentido. Tudo o que ela havia dito era verdade, mas León é orgulhoso demais para assumir e concordar.

— Okay... Agora vamos falar sobre nós dois — apontou entre ele e ela. — Por que me beijou?

— Porque eu quis, oras — soltou uma risada humorada. — Quando eu disse que eu não queria ter nenhum contato com você, era porque estava com medo de me envolver demais e acabar me machucando. Mas esse meu medo é egoísta — respirou fundo. — Além do mais, se vamos atuar para os outros é melhor fazermos direito.

Antes que ele pudesse responder, a campainha tocou, fazendo ambos olharem para a porta.

— Deve ser a pizza — foi Violetta quem respondeu, já indo até a porta.

León pegou seu celular e viu as horas.

21:34

Estava tarde, mas não a deixaria sozinha. Pelo menos não enquanto ela estivesse acordada.

As palavras dela sobre os acontecimentos com o ex namorado ainda rondavam em sua mente; e algo estranho – e novo para ele – crescia em seu interior.

Se fosse descrever, diria que é uma vontade maluca de pega-la e prender em seus braços e não deixar ninguém se aproximar para não machuca-la ou magoa-la.

E isso é estranho, pois normalmente é ele quem machuca as mocinhas... Usando-as e jogando fora no outro dia, como a própria Castilho diz.

Vargasouviu a voz feminina dela soar e logo em seguida estralar os dedos na frente de seu rosto. — Não está com fome? — perguntou, enquanto erguia a caixa na altura dos olhos dele, que apenas assentiu.

Comeram tranquilamente, sem trocar muitas palavras Leon ainda estava afoito com tudo o que ela disse a minutos atrás, desde "Eu vou curar seus coração até" até o "Se vamos atuar para os outros, é melhor fazer direito"

Ainda tinha duvidas. Indagações a fazer... Já que Violetta tem se mostrado uma pessoa bipolar e León sente um certo receio do que ela pode fazer ao mudar de ideia.

— Então... — começou, limpando a garganta. — O que você pretende fazer para que eu mude de ideia em relação ao amor? — ergueu as sobrancelhas na direção dela.

— Ainda não sei — soltou um riso curto. — Que tal começarmos por aquela viajem a Boston? — questionou sugestiva. — Ouvi dizer que lá tem lugares lindos. Simplesmente apaixonante .

Noite estranha.

Somente isso que León conseguia pensar. Cada vez que Violetta diz algo, é para surpreende-lo. Por um momento chegou a pensar que ela estava com pena dele – e isso é o que mais temia – todavia, não encontrou nenhum vestígio no olhar dela. E isso foi o bastante para tranquiliza-lo.

Tá falando sério? — indagou surpreso.

— Bom, acho que sim — disse, antes de morder um pedaço da pizza. — León, você já falou com o seu pai?

— Sobre o casamento? — assentiu. — Já sim. Não se preocupe — suspirou baixo, perdendo em seus pensamentos.

— O que foi, Vargas? — soltou os talheres sobre o prato e o fitou, esperando uma resposta. — Quer me dizer algo... O que é?

— Por que está fazendo isso? — perguntou prontamente. — Digo, me contando essas coisas, querendo me ajudar. Não me diga que é por dó...

— Obvio que não — o olhou incrédula. — Estou fazendo isso porque gosto de você — respondeu sincera.

— Gosta de mim? — sua feição tornou-se surpresa.

Violetta apenas concordou com a cabeça, enquanto sorria minimamente.

Por mais que odiasse admitir, não podia negar. Alias, podia negar para todos, menos para ela mesmo... Aquele moreno de olhos verdes estava a conquistado com seu jeito complicado e relaxado.

Há semanas que estavam se vendo praticamente todos os dias; saindo juntos, comendo juntos. E algo estava mudando entre eles e com eles.

O problema é que não sabe se isso é bom ou ruim.


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Notas finais do capítulo

E ai?? Comentários?? Favoritos??
Eu tava pensando aqui... Quando eu voltar de viagem (na terça que vem), se tiver o mesmo numero de comentários do capítulo passado (20) e mais alguns favoritos, vou fazer uma maratona de capítulos. Adiantar um pouco essa bagaça KKKK
Beijos e até ♥♥