Novamente Alice - Stories escrita por Sol


Capítulo 4
[Especial Tweedle's] Familia, sacrifício e separação


Notas iniciais do capítulo

JEOVÁ JIRÉ EU TO VIVA
Ok menos
MAS EU VOLTEI
ok eu tbm n sumi né gente, eu não sei se já avisei, pq tenho o nivel de memória de uma pessoa com alzheimer... enfim;;; A FIC TA SENDO REESCRITA GLR, JÁ TAMO NO CAP 12, ou algo assim, LEIAM LÁ, NAMORALZINHA
pq eu to gritando? enfim
♥ aproveitem ai, fiz com mto amor, eu sei q demorei, mas seis não sabem o drama que ta minha vida ... enfim,, amo vcs, comentem ai se gostaram, nunca pedi nada



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Tweedledee

 

 Abri os olhos lentamente e encarei a cama ao lado.

  Dum ainda dormia calmamente, gostava de vê-lo calmo, meu irmão às vezes parecia perturbado com algumas coisas que eu não entendia, acho que era porque ele sempre foi muito inteligente.

  Levantei da cama devagar, esfregando os olhos, o relógio digital mostrava que ainda eram seis da manhã, a gente teria aula, mas mamãe e papai não vieram nos acordar. O quarto estava meio escurecido, então abri um pouco a cortina e corri o olhar até o calendário em cima da estante.

  Meu sorriso imediatamente aumentou e corri até Dum, cutucando ele.

 —Mano! Mano! Mano! Mano! - Ele acordou em um salto, me encarando como se eu fosse o alienígena do filme do ET.

 —Q… já ta na hora de ir pra escola? - Eu pulei um pouco e o abracei, Dum parecia confuso.

—Palabéns pa genti! - Voltei a pular, dessa vez arrastando ele comigo e o puxando da cama. —Nove anos! Nove anos! - Ele sorriu e retribuiu o abraço, também pulando comigo.

   Quando o soltei voltei a pular pelo quarto, em direção à porta. Escutei a risada do meu irmão e ouvi os passos dele também. —O pap… - Me interrompi quando ouvi um som alto vindo da sala, alguma coisa de vidro parecia ter caído e se quebrado, logo ouvi a voz da Mamãe.

—Derick, vai acordar os meninos! - Ela exclamou e parecia com raiva.

—Dum! - Chamei e ele segurou meu braço. —Eles tão bigando de novo?

—Não sei mesmo, Dee! - Ele se aproximou da porta e abriu uma frestinha, Mamãe e papai estavam em pé na sala e pareciam sérios.

—Não vê o quanto isso é sério? No telhado! Como vamos explicar para a vizinha que nosso filho estava pendurado no telhado porque usa magia?

—Não vou suportar! – Mamãe se sentou no sofá, suas mãos tremiam e ele tentava controlar a respiração. —São meus meninos! Não vou suportar!

Eu baixei os olhos e me afastei da porta, Dum fez o mesmo.

—Como eles sabem? Do que ‘tão falando? Dum?

—Droga! Nem pensei que a vizinha podia ta vendo! – Meu irmão parecia realmente nervoso, seu olhar passava da porta para mim.

—Eu istraguei tudo! - Resmunguei emburrado e Dum sorriu, bagunçando meu cabelo.

—Não, Dee, foi um acidente.

—não foi… - Retruquei me sentindo um bobo por ter ido naquela ideia e montando um grande bico. —Todo mundo tem razão, eu sou mais bobo que o normal!

—Não fala isso, Dee! Você não é bobo! - Eu me sentei na ponta da cama dele e desviei o olhar para o chão.

—Sou sim, não vê? Você é inteligente e eu sou bobo! Nem fala dileito eu sei! Nem escreve! Nem lê, mas você é inteligente demais. Mamãe disse que é puque somos gemios. - Dum se aproximou de mim e me abraçou.

—Eu li uma vez que cada um é inteligente do seu jeito! - Ele murmurou e aquilo chamou minha atenção. —Sabia que seus desenhos são mais bonitos que o meu? E você pode se torna um grande mago um dia! Tão poderoso que vão até lutar para te ter ao seu lado!

Eu sorri.

 —Jura? Vou ser podeoso?

 —Sim! -Ele parecia confiante e senti meus olhos marejarem um pouco, nunca pensei em ser poderoso, mas a ideia agora me pareceu muito agradável e, sem perceber, comecei a me imaginar fazendo mágica de verdade, como Dum.

 —E eu vou te proteger!

 —Mas… - Eu precisei pensar um pouco para assimilar o que aquela ideia significava de verdade. —Mas papai não vai deixar. - Lembrei triste.

—Dee você tem que entender que já é um mago! E um dia vamos para Wonderland!

—Que? - E lá estava eu perdido de novo. —O lugar daquele livro?

—Não é só um livro, mano. É real! Só precisamos achar um portal! Ou fazer um! - Ele começou a encarar ao redor e minha cabeça apenas assimilava que ele queria um brinquedo, porque era só isso que tinha de legal no quarto.

—Dum o seu aviãozinho ficou na sala! - O lembrei, crendo que ele queria o brinquedo preferido.

 —Dee pensa comigo! - Ele pediu correndo pelo quarto. —Pensa!

—Não da Dum. Você é muito rápido!

    E novamente ouvi as vozes na sala se alterarem, parte de mim queria chorar e pedir desculpa e parte de mim queria se esconder. Fiquei ouvindo os gritos por alto, eles falavam de coisas como responsabilidade, o que os outros iriam pensar, ciência e as coisas de sempre.

     Até que pararam e um silêncio se estendeu por muito tempo, até Dum parou de pensar no aviãozinho e se aproximou de mim. Ouvi passos perto da porta e ela foi aberta, imediatamente engatinhei para longe, me escondendo embaixo das cobertas do Dum.

—Papai…

—Estavam ouvindo?

—Sim…

—Dee, aparece!

   Eu tremi e tirei o cobertor do rosto, ele havia se sentado a minha frente. —Papai não me castiga! - pedi com um bico. —Não fiz pu mal, foi sem quere.

    Ele apenas suspirou e acenou para Dum, quando meu irmão se aproximou ele nos puxou para um abraço. —Eu amo vocês, não duvidem disso! Mas não posso deixar que ninguém descubra sobre nada, em Naish magos não são permitidos, não é implicância nossa, é preocupação. - Ele lançou um olhar à porta, onde Mamãe estava parada, ela começou a chorar e correu até nós, nos abraçando também. —Nosso líder é muito rígido! - Papai voltou a explicar. —Não queria que pensassem nisso agora, mas se descobrirem de vocês nossa família vai ser destruída!

  Encarei Dum e ele não parecia muito surpreso, então era isso? Como eu me tornaria um mago poderoso sem que minha família se perdesse?

Tentei me controlar, mas quando dei por mim já estava em lágrimas, chorando nos braços da Mamãe. Eu tentava dizer novamente que não havia sido por mal, que não foi minha culpa, estava tentando parar de pensar que tudo poderia mudar para pior.

 —Papai? – Dum ainda permanecia nos braços dele e nos encarava. — Mas… Eu usei magia para tirar o Dee do telhado! A vizinha... Viu?

~ # ~

  Meu sorvete de chocolate parecia meio sem vida, estava gostoso, mas sem graça. Até mesmo os brinquedos do parque, as luzes coloridas, os balões e as músicas animadas pareciam sem graça.

—Eu istaguei tudo! - Resmunguei emburrado.

—Não fala assim! – Dum tentou me animar, sorrindo meio forçado. Papai havia nos trazido aqui por causa do nosso aniversario, mas estava tudo dando errado desde o começo. —Olha só, eu comprei um balão para você e um pra mim! – Ele ergueu o balão azul e amarrou a cordinha no meu dedo, permaneci emburrado, só que encarando o presente. —O meu é roxo ta vendo? – Ele sorriu e se sentou ao meu lado, segurando minha mão. —Somos gêmeos lembra? Eu sei o que está te deixando triste, não sei como sei, mas sei!

—Naun fez sintido! – Resmunguei e ele riu. —Nunca faz! Dum...

—Sim?

—O papai vai fica brabo comigo?

—Não! Ele não ta irritado, só que... – Ele respirou fundo. —Ah! Vamos nos divertir agora, em? Só um pouco, estão tocando musica, vamos! – Ele me puxou e me fez correr até onde varias crianças se encontravam, eram musicas infantis e um palhaço dançava frente a elas.

Dum começou a saltitar e a pular de um lado a outro, me puxando junto. Eu ainda estava desanimado, mas não pude deixar de sorrir.

—Dee? – Mamãe me chamou e eu a encarei curioso, Dum fez menção de me seguir, mas ela pediu que ele continuasse onde estava.

—Que foi? – Perguntei quando ela segurou minha mão e me puxou até onde papai estava.

—Você vai para a casa do titio! – Ela respondeu, sem me olhar nos olhos e notei um homem alto e pálido ao lado do papai, era meu tio. —Por um tempo.

—E o Dum? – Perguntei preocupado.

—Depois ele vai! – Papai foi quem falou dessa vez, notei os olhos dele um pouco marejados, ele se abaixou e me abraçou. —Papai te ama, lembra? É tudo para o seu bem! – Ele sorriu, embora seus punhos estivessem um pouco cerrados e seu tom de voz não demonstrasse que tinha confiança no que falava.

—Já lhe disse! – Titio falou com sua voz grossa e rabugenta. —Que é mesmo para o bem deles e principalmente de vocês!

  Bem baixinho ouvi mamãe sussurrar algo como: “É fácil falar”, mas eu estava confuso e não entendi.

—Vamos Dee! Agora! – Titio segurou meu braço e me puxou, relutei no começo, mas ele era forte.  

 Olhei para trás, com o coração acelerado, mamãe estava chorando e sendo abraçada por papai, ao fundo, enquanto as crianças dançavam e cantavam, pude ver meu irmão parado, olhando no fundo dos meus olhos, ele sabia.

   Dum correu em minha direção, tudo parecia acontecer lentamente. Não podia controlar minhas lágrimas, estiquei o braço e comecei a chamar por ele. —Seu irmão vai depois, anda! – O carro do titio estava perto, vi mamãe segurar o Dum, meu irmão me encarava e chorava.

 Eu sentia o medo dele, era o mesmo que o meu... Não podíamos nos separar!  Eu não sabia como, mas sabia! Isso não fazia mesmo sentido, mas era real, não podiam nos separar, não podiam!

Tudo lentamente começou a perder o foco.

—NÃO! – Ouvi o grito de Dum e o som de algo se rachando no mesmo instante.

—Meu carro! – Titio exclamou quando algumas janelas de vidro do parque mais os vidros do carro dele trincaram. 

  Meu irmão se soltou da mamãe, suas mãos se ergueram e fiz de tudo para me soltar também, ele corria muito rápido até mim e eu mordi o dedo do meu tio quando pude, ele gritou e me largou.

  No mesmo instante corri até meu irmão, com os braços erguidos, meus olhos cheios de lagrimas, não queria me separar dele! Não! Não queria! Nunca!

Quando estávamos bem próximos senti meu corpo se arrepiar e novamente aquela sensação de poder passar sobre mim, estiquei minha mão, não iam nos separar! Nunca!

  Ele a segurou... E imediatamente ouvimos o som de estilhaço e milhares de cacos de vidro voaram em todas as direções, eu gritei e o abracei. Nós nos jogamos no chão.

~ # ~

  Eu esperneava e chutava tudo ao meu redor, mesmo depois de tanto implorar eles me levaram para dentro do carro.

 —Fique quieto Dee, quer que achem que estou te sequestrando? – Meu tio parecia me fuzilar com os olhos atrás do retrovisor.

—Quero mamãe... – Tentei novamente chutar o banco da frente. —Quero meu irmão... – Eu já soluçava a essas horas, no carro meu pai me segurava, me impedindo a todo custo de acertar meu tio. —Quero mamãe... – Então eu voltei a chorar e a morder a blusa dele. —Mamãe...

—Pare! – Meu pai me segurou com mais força. —Isso é o melhor para vocês!

—Mamãe... – Olhei para trás novamente, o parque de diversões ficava cada vez mais distante, o balão azul estava em meu colo, não poderia perdê-lo também. —Mamãe...

—Vai ficar tudo bem querido. – Meu pai me fez deitar a cabeça em seu ombro. —Vamos ficar bem!

—Naun! – Resmunguei, me concentrando apenas e acariciar o balão. —Quero meu maninho...

—Dee...

 Mas ele não disse mais nada pelo resto do caminho, apenas me abraçava enquanto eu tentava fugir.

  Eu só queria que todos sumissem, queria voltar para a minha casa.

   O carro parou e eu perdi novamente o foco, titio desceu e caminhou até uma enorme casa, era a casa dele.

—Papai não... Papai, eu vou ser um bonzinho em casa... Papai não deixa! – Comecei a implorar, mas ele apenas beijou minha testa e me abraçou, chorando. —Papai... Papai...

Meu tio voltou e abriu a porta de trás do carro.

—Vamos Dee, aqui vai ficar seguro! – Ele ergueu os braços e me segurou, começando a me puxar para fora.

—Não! Não! Papai... Não... – Me segurei ao meu pai, mas meu tio continuou me puxando. —Papai... Não deixa... Papai...

—Desculpa filho é para o seu bem. – Ele soltou minha mão e meu tio me puxou para fora do carro de vez. —Eu te amo! – Então a porta do carro foi rapidamente fechada e eu voltei a gritar.

  


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Notas finais do capítulo

ah e sim, a idade q eles tão agr é diferente da que eu descrevi na fic qnd narrei um pouco do passado deles, mals ai, foi um erro de cálculo, e eu tive que mudar a idade agr ... ~faz carinha de piedade~ perdoam a titia?



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