Wish You Were Here escrita por Miss Solo


Capítulo 1
Unique


Notas iniciais do capítulo

Cá estou em com minha segunda one Philinda (quem me conhece sabe que se eu pudesse, passaria a vida escrevendo e falando sobre esses dois que só me fazem sofrer e que eu tanto amo.)
Quero agradecer à Little Girl por me acompanhar nessa fanfic. Realmente me ajudaste muito.
Dediquei essa fic para minhas maravilhosas Philinda sisters, sem vocês essa fic nem existiria.
Isso é tudo.
Ah, querido leitor, não esqueça que a fanfic se passa no tempo da batalha de New York e que tudo o que você viu até hoje em Agents of S.H.I.E.L.D. deve ser esquecido.
Boa leitura :)



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Os primeiros raios de Sol ainda começavam a aparecer quando Melinda chegava em sua casa depois de passar oito dias fora do país em missão de campo. Ela estava exausta. Entrou em seu pequeno apartamento, jogou a bolsa com seus pertences em cima do sofá e foi em direção ao banheiro. Tomou uma ducha rápida, vestiu seu moletom e logo foi para debaixo das cobertas. Não demorou muito para que caísse no sono, afinal, passara algumas noites em claro nos últimos dias.
Dormiu por poucas horas e teve seu leve sono interrompido pelo som do toque de seu telefone. Era quase imperceptível, mas mesmo assim ela pôde ouvir. Olhou para o lado esperando que estivesse na cabeceira da cama, mas não o encontrou lá. Rapidamente se levantou indo até a sala cambaleando. O celular não parava de tocar, mas ela ainda não o via, até que se aproximou do sofá. O som vinha de dentro de sua bolsa. Ela a abriu com rapidez e tirou as poucas roupas que tinha na mala. Seja lá quem for, é muito insistente, ela pensou. Quando finalmente encontrou o aparelho ele parou de tocar. Ela se espantou quando viu 27 chamadas perdidas na tela do aparelho e viu que quase todas eram de Maria Hill. Ela franziu a testa. Obviamente algo errado estava acontecendo. Ela retornou a chamada e a mulher logo atendeu.
— Agente May? — disse a voz do outro lado da chamada.
— Sim. Hill, o que foi que aconte--
— May, o que aconteceu com você? Estamos tentando te contatar faz horas.
— Sinto muito. Eu acabei de chegar de Toronto, não tinha visto suas chamadas. Algum problema na base?
— Você está realmente muito desinformada – Maria comentou. – Liga a televisão no canal de notícias — ela ordenou e May assim o fez. A chamada ficou em silêncio enquanto Melinda lia e assistia o que estava acontecendo. A televisão mostrava cenas da cidade de New York sendo tomada pelo caos.
Melinda franziu a testa mais uma vez.
— Alienígenas em NY? A S.H.I.E.L.D. tem algo a ver com isso? Vocês querem que eu vá para lá agora?
— Não, May. O pior já passou. Eu estou apenas ligando para te notificar uma coisa. — May colocou a mão na cintura e deu passos em círculos na sala esperando que Maria continuasse a falar.
Por um momento houve um silêncio na chamada que foi interrompido por um suspiro de Hill.
— Nós perdemos um de nossos agentes durante a batalha — ela falou com a voz arrastada e May começou a perder-se em seus pensamentos. Se foi uma batalha, é claro que agentes perderam suas vidas... Hill não me ligaria para informar algo assim. A não ser que...
— ... Uma lança atravessou o peito do agente Coulson, ele não resistiu. — Ela só saiu de seus devaneios ao ouvir o nome. Melinda não respondeu nada. — May? — disse a voz de Maria.

Melinda continuou em silêncio. Ela estava fitando o nada, como se estivesse digerindo a informação.

— Quem foi?

— Quem foi o quê?

— Quem fez a lança atravessar o peito dele?

— Loki. O irmão de Thor. Ele é o grande culpado de todo o caos.

— Ok, agente Hill. Obrigada por informar — ela disse e antes que a outra pudesse responder desligou o telefone e o jogou em cima do sofá.
Ainda sem reação ela se aproximou da parede mais próxima e deu um soco.

Um, dois, três, quatro pancadas vieram depois.

Eram socos de raiva e ódio. Tudo o que ela mais queria no momento era que aquela parede branca fosse o tal Loki. O miserável culpado por tudo.

Com o punho direito doendo ela encostou as costas na parede e sentou-se ali, no chão da sala. Ela estava evidentemente abalada. Ficou ali por uns momentos encarando a luz que vinha da janela e depois fechou os olhos com força. Ela estava tentando evitar as lágrimas, mas fracassou. Por muitos minutos Melinda ficou ali no canto da sala, encolhida, chorando baixinho. Se algum de seus conhecidos a visse naquele momento, não a reconheceria. Com excessão de Phil Coulson. Ah, ele sim a conhecia muito bem...

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Pouco tempo depois seu telefone voltou a tocar. Ela ignorou as primeiras chamadas e continuou ali no chão. Quando suas lágrimas finalmente cessaram ela se levantou lentamente. Foi até o sofá e pegou o celular. Tinha mais algumas chamadas de Maria e um SMS com informações do local e horário do enterro.

Depois de um banho ela colocou uma calça com uma blusa igualmente escura e por cima jogou sua jaqueta de couro. E assim, saiu de sua casa rumo ao aeroporto.

A cerimônia e o enterro aconteceriam na Academia da S.H.I.E.L.D. Ela embarcou no primeiro voo para lá.

Por sorte sua poltrona era num dos últimos lugares da classe executiva e ninguém sentaria perto dela. Era tudo o que precisava, ficar sozinha por um tempo. E durante as três horas de voo ela ficou perdida em seus pensamentos nostálgicos sobre seu passado com Coulson.

Desde a juventude os dois foram muito próximos. Se conheceram na Academia da S.H.I.E.L.D. e em alguns meses começaram uma relação.

xxxx

S.H.I.E.L.D. Academy

Primeiro dia na academia. Muitos jovens chegaram naquela manhã. Todos com um único sonho: tornar-se um Agente da S.H.I.E.L.D.

Naquele ano muitos jovens se formaram, mas naquele momento a oportunidade seria dos que estavam ingressando na academia para realizarem seus sonhos. Melinda May era uma dessas jovens. Ela estava um pouco perdida em meio a tantas pessoas. Carregava uma mochila de tamanho médio nas costas e uma bolsa. Ela estava um pouco distraída lendo um pedaço de papel, por isso andava desatenta no meio das pessoas.

Sem querer acabou topando em um jovem. Eles se olharam rapidamente, ambos pediram desculpas e seguiram seus respectivos caminhos. Após perambular mais um pouco, Melinda encontrou-se no espaçoso pátio; e uma coisa chamou a atenção dela. Um grupo de jovens em roda, gritando, e, aparentemente torcendo por algo. Ela foi sorrateiramente se aproximando, com certa curiosidade.

A chinesa não se surpreendeu muito ao ver dois caras se batendo. Ela não sabia dizer quem estava ganhando ou perdendo. Apenas sabia que se alguém da direção chegasse ali, ambos estariam muito encrencados.

— E aí? Quem está ganhando? — Uma voz não familiar perguntou parando ao lado dela.

Melinda franziu a testa, deu ombros e respondeu ao garoto.

— Não sei. Acho que é o cara de azul – apontou. — Ele dá uns bons socos de esquerda.

O garoto ficou assistindo por um momento.

— Não sei. Acho que o de vermelho está indo bem.

Ela olhou incrédula para ele.

— O de vermelho está levando uma surra. Ele não sai dessa.

— Que tal uma aposta?

A chinesa virou-se para ele com as sobrancelhas arqueadas.

Fazer uma aposta com um cara que ela conheceu há poucos minutos? Poderia vir a ser uma das maiores bobagens que ela cometeria em sua vida, mas ele propôs uma aposta e, inconscientemente ela queria mostrar a ele que não estava errada.

— Certo — disse ainda com a sobrancelha arqueada. — Vinte pratas que o meu cara sai dessa limpo e que o seu cara vai sair com, no mínimo, o maxilar quebrado.

— Ok, então. Vinte pratas que o meu cara vai derrotar o seu. — Fez uma pausa. — E o seu ainda vai correndo para a enfermaria como uma criancinha — ele disse com os braços cruzados e ela soltou uma risada.

— Feito — E ambos voltaram a prestar atenção na briga.

A luta estava indo muito bem até que uma mulher muito bem vestida apareceu separando os brigões. Logo, todos os que assistiam se dispersaram para evitar mais encrencas.

— Então não temos um vencedor... — Phil lamentou e virou-se para ela. — Como você se chama?

— Melinda May. E você?

— Sou Philip Coulson, mas me chame de Phil. — Ele sorriu amigavelmente e ela retribuiu. — Eu declaro que estamos empatados.

— E como você quer desempatar isso, Phil?

— Não sei ainda. — Deu de ombros. — Talvez eu possa te ajudar com as bolsas — sugeriu.

— Não precisa. — Ela retrucou e ele insistiu até que ela entregasse a mochila a ele.

Melinda tirou novamente do bolso de sua calça um papel que tinha o número de seu dormitório.

— Acho que você está meio perdida. Quer ajuda para se localizar?

— Não precisa, eu tô bem — a chinesa declinou novamente.

— Meu Deus, você é teimosa — Phil murmurou e chegou perto dela para poder ler o papel. — Aceitar ajuda não mata ninguém.

— Depende... E se você for um maníaco? — ela observou, Coulson franziu a testa e por fim balançou a cabeça, concordando.

— Enfim, o que importa é que eu sei onde fica seu dormitório. Não é muito longe do meu. Posso te levar lá.

— Okay, pode ser — ela falou dando de ombros e continuou a andar.

Desde aquele dia, Phil e Melinda não se separaram.

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Eles sempre tiveram uma relação sólida. Ela foi muito feliz nos muitos anos em que passaram juntos. E tinha quase certeza que ele também. Mas muitas coisas mudaram e eles tiveram de se afastar. Desde então só se encontravam em eventos formais. Eram só alguns cumprimentos e trocas de palavras. E agora, ela não podia fazer mais nada para mudar isso.

Logo ela desembarcou, pegou um táxi e seguiu para seu destino.

Quando chegou ao cemitério, viu que o local estava cheio de pessoas. Antes de descer do táxi respirou fundo e colocou seus óculos escuros. Foi aproximando-se lentamente da multidão de agentes. Era de se esperar que a cerimônia fosse assistida por muitas pessoas. Phil fora um homem de muitas amizades, muitos ali na Academia o admiravam.

Nick Fury estava discursando quando ela conseguiu se aproximar de onde o caixão estava. Ela ficou olhando para o objeto em sua frente, contendo o choro. Saiu de seus devaneios quando percebeu a presença de Maria Hill ao seu lado. A outra mulher também usava óculos escuros. Elas se cumprimentaram e trocaram poucas palavras.

Maria também fora uma grande amiga de Phil nos antigos tempos. Eles se conheceram muito bem. Ela, inclusive, fora uma das poucas a descobrir o que aconteceu entre Phil e May. Mas aquele era um segredo que ela decidiu guardar.

Enquanto os outros membros discursavam, May observava a multidão. Grande maioria das faces ali eram conhecidos para ela, com excessão de uma mulher. Morena, de pele branca e usava um vestido escuro.

— Nathan. Audrey Nathan. — Hill falou baixo e May a encarou. — Violoncelista, 32 anos.

— Ah, a famosa violoncelista… — ela disse de braços cruzados voltando a olhar para frente.

— Sim, ela mesma. — Maria falou e elas voltaram a prestar atenção nas palavras da pessoa que discursava.

Melinda ouviu falar da tal violoncelista por acaso há alguns meses e logo descobriu que ela e Phil estavam tendo um caso. Ela nunca contou para ninguém, mas não gostava muito da mulher. E é claro, ninguém nunca saberia disso.

O discurso foi finalizado e o fim da cerimônia estava se aproximando.

Apesar de ter chorado quase a manhã inteira, nem de longe May estava preparada para a triste sensação de fim que ela experimentou quando o caixão foi para debaixo da terra. A chinesa mais uma vez fechou os olhos por alguns segundos, contendo-se para não deixar a lágrima escapar por debaixo dos óculos escuros. E quando os abriu ficou encarando a escrita na cripta. Dentro de si, Melinda só tinha um sentimento de vazio e saudades.

Depois da cerimônia ela pegou um táxi e foi para um hotel mais próximo, resolvera ficar ali pelo menos até o dia seguinte.

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Semanas se passaram e com elas parte da dor, porém lentamente. Melinda May resolvera parar o trabalho em campo temporariamente e ingressou na área administrativa da S.H.I.E.L.D.. Não era o que ela gostava, mas era o melhor para o momento. Decidiu que precisava de um tempo sozinha para organizar os pensamentos, e aquele local poderia ser o ideal.
Durante os dias ela estava se saindo bem, às vezes um pouco cabisbaixa, mas nunca deixava que a vissem assim. Desde a semana do acidente May vinha sendo atormentada por pesadelos. Eram sempre semelhantes. Melinda estava conversando calmamente com Phil Coulson, como nos antigos tempos. Eles sorriam e aparentemente estavam se divertindo. De repente tudo e todos em volta de ambos era envolvido por uma esfera escurecida. E era desta forma que Melinda despertava todas as madrugadas: assustada e aos gritos.

Mais um dia no escritório e lá estava ela na sala, levemente entediada, visivelmente cansada e perdida em seus devaneios, até que recebeu um telefonema que a convocava para uma reunião. Sem hesitar, seguiu as ordens.
Minutos depois, Melinda estava na sala do diretor Fury. Trocaram poucas palavras até que a comandante Hill entrou pela porta, a cumprimentou e entregou uma pasta com apenas arquivos.
Projeto T.A.H.I.T.I.
No primeiro momento ela não esboçou nenhuma reação lendo o título e encarou Fury interrogativamente.
— Sente-se, por favor, Agente May – ele pediu apontando para a cadeira e ela assim o fez. — T.A.H.I.T.I. é um projeto nível 9. — Ele começou a falar e andar pela sala. Maria Hill permaneceu ali, parada desde que chegou. — Essa medida foi criada com vestígios do DNA de alienígenas que passaram por testes durante muitos anos. Esse meio era para ser usado caso um Vingador viesse a falecer — ele fez uma pausa e encostou-se na mesa, a encarando–, mas como você sabe, eu sempre considerei muito o Agente Coulson. — A chinesa apenas fez um leve movimento com a cabeça, concordando. – Então, eu decidi testar essa medida em Philip... — O diretor parou de falar por um momento.
Droga Fury, fala logo. Melinda pensava já sem nenhum vestígio de desconfiança e esperança.
— Testamos a medida no Agente Coulson e tivemos bons resultados, Melinda. — O homem com o tapa olho disse com a mão no ombro da asiática.
Aquelas palavras atingiram May e todos os tipos de emoções começaram a girar dentro dela. Raiva, alegria, mas acima de tudo, alívio.
Melinda soltou o ar de seus pulmões, aliviada.
Tinha vontade de chorar de alegria, porém não faria isso ali.
— No momento ele se encontra em coma, mas o pior já passou. Em breve Phil estará conosco novamente, May. — Ela abriu um sorriso com essas palavras. Trocou mais algumas palavras com Fury e Hill e retirou-se da sala do diretor.
Tratou de procurar o primeiro banheiro, certificou-se de que ele estava vazio e então ficou encarando o próprio reflexo no grande espelho. As lágrimas começaram a rolar descontroladamente na face da chinesa.
Saber que Phil estava vivo mesmo depois de tantos dias foi, sem dúvidas, uma das melhores notícias da vida de Melinda.
Ele estava de volta e ela nunca mais o deixaria ir.


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Notas finais do capítulo

Eu realmente adoraria saber o que você está pensando sobre minha fic, que tal deixar um comentário? :)