O enterro ocorria bem, apesar de eu mal conseguir para de fungar e chorar, eu parecia uma viúva. Todos os amigos mais próximos de Nady estavam lá, Gabriel, Joan, Hanter, Antonio... Da pra ver que ela tinha muitos amigos homens. O medico nem deu as caras, miserável! Eu mandei ate o memorando avisando do enterro dela lá pro hospital, ele nem se deu ao trabalho de vim! Tinha três pessoas que eu não conhecia, uma era uma garotinha de aparência adorável, tinha uma mulher segurando a mão dela, as duas estavam de branco, e a outra era uma mulher também, vestida de preto, um vestido curto e muito rendado, eu quero um! As de branco olharam em minha direção com um olhar fraternal e a de preto também olhou, só que foi um olhar de dar medo.

-Renata, você sabe quem são aquelas três? – Perguntei apontado discretamente.

-Sim, são amigas minhas, a de preto é Beatryse Poterish, a de cabelo encaracolado de branco é a minha afilhada, ela é órfã, o nome dela é Béa Terenti, e a loira é a minha prima, Nathy Collins, ela cuida de Béa geralmente. – Falou Renata.

Béa olhou pra mim com os olhos negros dela, eu vi ela da um puxão na manga da Nathy, que a soltou de imediato. Béa correu pra mim, fiz a primeira coisa que me veio à cabeça, me abaixei e peguei ela no colo. Béa tinha cabelos longos e encaracolado cor de chocolate, estava linda com seu casaquinho branco e vestido rendado. Ela colocou a cabeça perto do meu ouvido e disse:

-Cuidado tia Juliet, a tia Beatryse é perigosa. – Falou ela numa voz de bebe, eu me encantei com aquela voz, mas achei estranho o fato de que aquele pingo de gente saber o meu nome.

-Como você sabe o meu nome? –Perguntei, foi ai que eu percebi que ela queria descer do meu colo.

-Deixa eu sair titia Juli? – Não sabia dizer não aquela voz.

-Claro meu amor. – Deixei ela sair.

Depois que ela saiu correndo graciosamente para a Collins, me veio a cabeça de novo a pergunta, só que quando eu ia ate lá a Beatryse veio ao meu encontro.

-Ola, eu sou Beatryse Poterish, - eu conhecia aquela voz, não sei de onde, mas conhecia – sou uma colega de Renata e Alexandre.

-Oi, eu sou Juliet Canciani, namorada de Alex e amiga de Renata. – Estendi a mão para cumprimentar, só que ela olhou com uma cara de nojo para minha mão e voltou a me encara.

-Sinto muito pela morte da sua amiga, mas a vida é assim, todos passamos pela roda da morte. – Agora sem duvida eu sabia quem era, foi ela quem matou a Nady.

A assassina falou que eu era a próxima na roda da morte. Eu fiz o que meus instintos mandaram fazer, sair de perto dela. Eu acho que ela entendeu o motivo, pois saiu rindo macabramente, todos no salão olharam para ela.

-Alex, por favor, por favor, tira aquela mulher daqui! – Falei, Alex me abraçou e afagou o meu cabelo.

-Calma meu amor, ela não é nenhum problema! – Falou Alex, depois ele beijou o topo da minha testa.

-Alex, você não ta me entendendo, ela matou a Nady, tenho certeza disso! – Falei entre soluços que insistiam em vim.

-Eu vou tomar uma providencia. – Alex, saiu de perto de mim.

Ele foi em direção a Beatryse, a pegou pelo braço e a arrastou ate um quartinho de limpeza, eu segui meus instintos e fui atrás deles. Quando eu me aproximei coloquei meu ouvido na porta e comecei a escutar a discussão deles:

-... Bia eu não avisei pra você não matar os meus amigos! – Alex falou, quando ele falou isso meu coração se quebrou em mil pedaços, ele sabia quem tinha matado minha amiga e não tinha me contado!

-A Alex, para de fingir ser bonzinho! Você bem que queria ter matado ela também! – Agora meu mundo tinha ido por água a baixo, eu comecei a sentir um enjôo violento.

-Eu mudei! – Falou Alex, isso me deu um pouco de alivio, mas ainda estava enjoada.

-A meu bem, vampiros não mudam! É natural matar! Não fuja da sua natureza! – Agora eu acho que pirei! Vampiro? Não creio! To namorando um vampiro! To na casa de um vampiro! Eu beijei um vampiro!

Comecei a rezar para que aquilo fosse só uma pegadinha pra tirar onda comigo depois. Mas eu sabia que não era uma pegadinha, nem um filme, nem um livro, era a minha vida. Fiz o de sempre, sai correndo dos meus problemas. Eu ouvi os gritos de Renata atrás de mim, eu não olhei pra trás. Corri ate sentir que minhas pernas não podiam mais me levar pra lugar nenhum, eu estava num parque lindo, lá tinha um pequeno lago aonde nadavam três cisnes. Senti as lagrimas rolarem pelo meu rosto, essa é a noite que eu daria descanso a alma da minha amiga, mas que também é a noite em que eu descobrir uma coisa que poderia ter ficado escondido por mais tempo, o segredo dos Terentis.