Notas iniciais do capítulo

Hey.
Eu sei que entre meus antigos leitores há pelo menos dois tipos de reação: A, aqueles que se esqueceram dessa história, pois eu provavelmente sou uma entre vinte e definitivamente não a mais importante de todas; e B, aqueles que gostavam da minha história, mas desistiram dela porque acham que eu sou uma das tantas autoras que não vai terminar essa história e sumiu sem aviso.
Eu não vim falar nada durante muito tempo porque não fazia a menor ideia do que falar. Mas aqui vai.
Eu não desisti. Nem por um dia. Não parei, não dei um tempo, não nada. Eu disse que ia continuar tentando até conseguir fazer uma boa história, e eis o problema: não consigo mais escrever.
Digo, eu consigo, mas não é a mesma coisa. Eu conseguia escrever com espontaneidade, e sem isso, Viajantes não é Viajantes. Não sei se é só porque fiquei mais velha - mesmo que poucos anos - e a energia não é mais a mesma (sempre me disseram que isso acontecia. Eu espero que não e que isso passe), ou se eu não tenho conseguido achar bons livros para ler (todo mundo que escreve sabe que não se pode escrever direito sem ler. A escrita fica muito igual a todas as outras. Aliás, se alguém tem um livro que lembre o meu estilo, POR FAVOR, DIGAM, EU PRECISO DE AJUDA COM ISSO), mas não consigo. Eu até consegui fazer o primeiro capítulo, mais ou menos parecido com Viajantes e do jeito que esperava, mas demorei nada menos que quatro meses para terminar. Se fosse escrever assim, muitos anos iam se passar e eu não teria saído dos primeiros capítulos. Eu não posso escrever assim.
Sei que a escrita é o que vale, e é assim que vocês ficam sabendo da história, e no momento eu não posso entregar nada para vocês, mas posso prometer uma coisa: eu não estou sem fazer nada. A cada dia eu conserto mais coisas, e descubro mais que eu não sabia sobre meu mundo. A história já é quase três vezes mais do que era quando parei de escrever, e embora isso só deixe meu trabalho mais difícil e demore mais para que eu possa entregar o que vocês merecem, maior vai ser a recompensa quando terminar.
Já tenho mais leis da física, mais espécies, mas explicações. Criei uma história que explica o porquê de os povos do Leste e do Norte serem tão diferentes, e como isso é relacionado ao Oeste. Descobri como seres humanos podem lutar contra seres onipotentes - não é a melhor opção, e é nisso que estou pensando mais nos últimos tempos; aceito dicas ou sugestões de onde pesquisar, mas é aceitável, dentro do contexto - e também já conheço melhor meus personagens. Alguns deles não se desenvolveram tanto, mas outros já tem mais raízes do que a maior árvore que me lembro de ter imaginado para meu bosque. E se preparem para descrições mais claras em algum momento - se tudo der certo - porque passei algumas semanas da minha vida estudando só classificações de plantas. Falta criar uma flora um pouco mais condizente com uma lógica própria, como merece uma floresta viva, e menos com "o que acho que devia ter lá", mas posso prometer que minhas emoções não vão ficar de fora, o que é bastante importante para a história continuar sendo o que era. Tudo vai fazer ainda mais sentido e o mundo vai ser cada vez mais real. Prometo.
Assim que tiver tempo - terceiro colegial, intercâmbio para o Japão, bolsa em computação gráfica, etc. Mas juro que, por mais que o resultado provavelmente ainda vá demorar, eu não vou deixar isso para segunda opção. E juro por tudo o que é mais sagrado que se tivesse que escolher entre terminar meu primeiro livro e me formar na escola, eu repetia de ano, sem hesitar - eu vou reler tudo o que escrevi, para ver se consigo voltar a ser o que era.
Também não vou dar mais spóilers. Eu era ansiosa para falar de tudo o que conseguia fazer, mas estragava a surpresa. Falarei com meus amigos mais próximos, mas de vocês, a partir de agora, vou fazer meu melhor para manter segredo.
Assim, vocês vão ficar surpresos no começo do terceiro livro, querer me matar no fim do sexto e começo do sétimo, pirar no final do sétimo e mais ainda no do oitavo, sentir esperança logo depois para entrar em pânico novamente no nono, enxergar o brilho que descreverei no último capítulo da primeira saga e sentir nostalgia no começo da segunda. Pela Milady e por tudo o que é mais sagrado, eu vou terminar esse livro, como meu projeto de vida.
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Os autores daqui sabem que não posso fazer capítulos de aviso, então aqui deixei a única coisa que posso deixar para vocês no momento sem dar spóilers: o nome dos personagens dos quais tenho quase certeza de que vocês se lembrarão. Ok, único spóiler: alguns deles lhe farão chorar.
Então, esqueçam tudo o que sabiam da história. Bom... não tudo. Mas uma parte aí. E sinto muito pela demora. Como diria minha amiga Mel, eu sou uma pessoa horrível. Vocês não mereciam esperar tanto.