Aquilo havia sido a pior coisa que havia feito em minha vida. Agora não poderia haver arrependimentos. Sara perceberia que ainda era um grande imaturo, um grande covarde. Não merecia ser pai de uma menina tão esperta e queria quanto Julia. Queria-a com toda minha alma, queria a Sara também.

Oh merda! Mais uma vez maricas, chorando feito uma menininha agarrado em meu travesseiro.

Ela deveria ter se sentido burlada. Trocada. Talvez pensasse que havia a trocado por Teri. Não, nunca. Nunca ficaria com Teri. Sara havia tantas vezes tomado decisões por mim, e odiei isto. Fazia o mesmo, estava tomando decisões por ela.

Já era quinta-feira. Sara iria embora na sexta. Não poderia nem me despedir de Julia. Meu coração ardia como se tivesse sendo esmagado a uma pressão que não podia mais aguentar.

– Merda! – Gritei sozinho no apartamento.

Sara não me ligou mais, e mesmo digitando o número dela várias vezes, não tive coragem. Tinha de lhe pedir desculpas, mas não. Não podia voltar atrás, logo ela estaria longe, não a veria mais, e ela precisava seguir sua vida sem mim. Sim, Adam era sua melhor opção.

E se ela se entregasse a ele? Não podia imaginar mãos de outro homem percorrendo aquele corpo, aquele corpo que havia sido tão meu. Não, Gilbert Grissom, pare de pensar.

Fui a faculdade. Nunca havia estado tão distraído. Levei bomba em uma prova que deveria ter gabaritado, até semana passada sabia toda a matéria. Minha vida voltava a ser um lixo, tudo que havia se erguido na esperança de ter Sara de volta, havia caído.

Fiz uma grande merda no trabalho e quase me demitiram. Ainda bem que meu excelente serviço até então serviu para que eles entendessem que não estava em uma boa semana. Me deram folga forçada até segunda.

Quando cheguei da faculdade teria uma tarde inteira livre para chorar. Vim caminhando precisava espairecer, mas ainda sim não adiantou. Minha cabeça ainda estava doendo, tive enxaqueca a semana inteira. Por favor, estava virando literalmente um maricas.

Perdido em meus pensamentos, voltei a mim quando vi Manuel e Catherine em frente ao prédio. Manuel tinha uma cara absurdamente de culpa. Catherine uma cara de indignada.

– O que vocês fazem aqui? – Perguntei olhando os dois.

– Oi para você também Gilbert Grissom. – Catherine disse indignada.

Catherine com certeza deveria ter vindo tirar as dores da amiga. Mas Manuel? Sua cara de culpado era clara.

– Erh, Oi. – Disse tentando retomar minha educação. – O que estão fazendo aqui. – Indaguei novamente, fitando seriamente Manuel, e logo em seguida Catherine.

– Acho que tem uma pessoa precisando confessar. – Catherine disse para mim, mas olhando para Manuel.

– Como assim? – Disse sem entender. O que eles tinham de confessar?

– Acho melhor subirmos e sentarmos antes de começar. – Catherine mantinha-se séria.