Since the beginning escrita por Thamiyyi12


Capítulo 8
A little energetic... Just a little.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem !!



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Franzi as sobrancelhas, confuso com a informação que eu havia acabado de ler.
–Quê que está acontecendo?- perguntei, abaixando a mão antes elevada, para que eu pudesse ler.
O diretor parou de mexer nos papéis, e me olhou só com o levantar das órbitas.
–Como assim?- perguntou com o ar tedioso.
Afastei a ideia de rodar os olhos, pois estava claro do que eu estava falando. Então, fala sério que ele não entendeu!
–Por que isso?- perguntei, mostrando o papel.
–Seu pai ligou, pedindo a sua liberação. Ele falou que precisava que você saísse mais cedo.- respondeu, voltando a olhar para a mesa.
Fiquei ainda mais confuso. Meu pai nunca fazia uma coisa dessas.
Será que estava acontecendo algo? Algo de grave?
–Voc-
–Já pode sair. Eu estou ocupado.- me cortou, parando para me olhar por alguns segundos.
Franzi o cenho, e então caminhei até a porta.
Fui em direção a saída da escola, ainda confuso com o que estava acontecendo. Mas, decidi parar de pensar, já que não conseguiria nenhuma resposta por mim mesmo.
Mostrei o papel para o monitor, e ele me deixou ir embora.
Caminhava para casa de forma rápida, tentando não entrar em pânico ou algo do tipo.
Cheguei na porta, a abrindo imediatamente, e logo procurando por meu pai.
Escutei o barulho no andar de cima, e joguei minha mochila no chão, não hesitando em subir os degraus de dois em dois.
Fui para o quarto do meu pai, abrindo a porta, e o achando parado perto de sua cama, de costas para mim.
–Pai? Quê que está acontecendo?- perguntei, fechando a porta.
Ele se virou, assim que escutou a minha voz. Sorriu, deixando seja lá o que ele tinha na mão, em cima da cama.
–Ei, calma.- falou, e só agora que eu percebi que estava bastante ofegante, e meu coração não parava de palpitar de forma rápida e forte.
Ele se aproximou, me dando uma abraço, assim como ele faz quando chego da escola, depois, se afastou.
Analisou meu rosto por alguns segundos, e logo deu os ombros, andando até a cama novamente.
–Eu pedi para que autorizassem a sua ida para casa mais cedo, porque eu pretendo sair.- deu uma passa, mexendo nas várias coisas em cima do colchão de casal.- E sei que quando você chegasse, eu não estaria mais aqui.
Arqueei as sobrancelhas, tendo as diversas perguntas se formando em minha mente.
Como assim meu pai iria sair?
–Sair?- perguntei, indo até a cama, e me aconchegando na mesma.
–Vou jantar com Anne. Depois vamos para um hotel, para passarmos a noite juntos, e resolver algumas coisas sobre a mudança.- respondeu; seu olhar não ousando sair do local em que estava.
Rodei os olhos.
Sério que era por causa disso mesmo?
–Ei, não revire os olhos.- meu pai repreendeu, me olhando.
Dei de ombros, andando até o meu quarto, fazendo questão de bater a porta do meu pai um pouco forte.
Cheguei na outra porta do corredor, a abrindo e suspirando ao olhar para a minha cama.
Tirei meus tênis, ficando só de meia, e me joguei no colchão, enterrando meu rosto no travesseiro antigo de mamãe.
Estava para cair no sono, quando escutei a porta do meu quarto ser aberta.
Virei meu rosto de lado, para saber quem estava entrando, e quando vi que era meu pai, voltei para a posição normal.
–Já estou saindo, Luke.- anunciou.
–Tchau.- respondi abafado por causa do travesseiro.
Escutei o seu riso, e passos se aproximando.
Ele se sentou ao meu lado, e senti suas mãos em minha costa.
–Você é muito chato.- sussurrou.
–Não, as pessoas que não sabem lidar comigo.- falei, decidindo olhar para o homem.
Ele sorriu largo, enquanto me analisava.
–Vai ficar bem?- perguntou.
Assenti, rodando os olhos.
Ele sorriu novamente, e então me deu um beijo na testa.
–Tchau Luke.- falou, e se levantou.
–Tchau Andrew.- respondi, e o observei sair do meu quarto.
Suspirei, voltando a deitar do jeito que estava antes.
Passei um bom tempo naquela posição, e não via mais a claridade vinda da janela, o que só me confirmou que fiquei muito tempo em meu quarto.
Mas eu não pensava em sair dali; pelo menos até escutar a batida na porta.
Bufei, sem ainda me mexer, mas as batidas não paravam.
–Merda.- sussurrei, indo até as escadas.
Sentei no corrimão, deslizando pelo mesmo.
Caminhei até a porta, a abrindo com certa raiva.
Franzi o cenho.
Devia ter ficado na cama, e fingido que não estava em casa.
Rodei os olhos, cruzando os braços.
–Você está bem?- perguntou, arqueando as sobrancelhas.
–To ótimo.- ele veio até ali só para perguntar aquilo?!
Porra, eu estava deitado!
Abri a boca para reclamar de sua atitude, mas ele me interrompeu.
–Por que você saiu mais cedo?- perguntou.
Desviei o olhar, pensando se deveria contá-lo, e ele pareceu perceber que eu o estava fazendo.
Rodou os olhos bufando.
–Conta logo, Lucas!- exclamou, cruzando os olhos.
Apertei meus punhos, cerrando os olhos.
Me afastei da entrada, fechando a porta num baque.
–Luc... Luke, volta aqui. Desculpa!- gritou, batendo na porta de forma frenética.
Estava para subir a escada, mas eu sabia que ele não iria ir embora, e que ia continuar a bater, e se ele continuasse a bater, eu não conseguiria dormir.
Dei de ombros, suspirando pesadamente, e encarando a porta.
Caminhei até a mesma, pegando na maçaneta, e pensando se eu deveria mesmo fazer aquilo.
Depois de um tempo travando uma batalha mental, decidi por abrir.
–Meu nome não é Lucas, caralho.- falei, olhando para o moreno.
Ele sorriu sem graça, e pediu desculpa mais uma vez.
–Agora fala.- pediu.
–Falar o que?- perguntei, indiferente.
Ele rodou os olhos.
–O porque que você saiu mais cedo.- falou, como se fosse óbvio.
Suspirei, olhando para o chão.
–Meu pai ia sair, e ele não queria que eu chegasse em casa, e não encontrasse ele.- respondi.
Calum sorriu, talvez pelo fato de que eu o contei.
Depois de um tempo, assumiu uma expressão confusa.
–Então você está sozinho?- perguntou.
–Duh.- respondi rodando os olhos.
–Ótimo, então eu vou ficar com você.- disse, me empurrando e entrando em minha casa.
–O que? Não, eu não preciso que você fique aqui.- falei, fechando a porta, e seguindo o garoto.
–Eu sei que não, mas eu quero ficar com você.- respondeu da cozinha.
Mas que merda! Qual é o problema dele?
Rodei os olhos, chegando à cozinha, e vendo o moreno mexer nos armários que ali continham.
Franzi o cenho, encostando no balcão.
–Quê que você quer?- perguntei, o observando.
–Espera.- respondeu, continuando o que estava fazendo.
Abriu uma das gavetas, pegando uma pipoca de micro-ondas.
Colocou o pacote em cima da mesa, indo até a geladeira e pegando dois refrigerantes.
–O que vai fazer?- perguntei, realmente aborrecido por causa de seu jeito folgado.
–Você não sabe o que é um lanche? Eu estou fazendo um lanche para gente.- respondeu, colocando a pipoca no micro-ondas.
Rodei os olhos, e então dei de ombros, subindo as escadas.
Quando estava na porta de meu quarto, escutei o grito de Calum. Ele falou para que eu já começasse a esquentar um lugar para ele.
Em resposta, só mandei ele ir para a casa do caralho, enquanto fechava a porta com força.
(·3·)
–Vai morrer.
–Ihhh, agora você morre.
–Morto em três, dois, um... e-
Minha atenção não era tirada da televisão, e mesmo com aquele idiota tagarelando, não deixei que aquilo me afetasse.
E realmente, não demorou muito para que um zumbi me comesse por inteiro.
–Eu avisei.- Calum pegou o controle de minha mão, apertando no try again.
–Puta merda, Calum! Vai se ferrar!- chutei sua perna, a que estava mais perto, e peguei uma porção de pipoca.
Ele deu uma risada, mas não desgrudou os olhos da tela.
Fechei os olhos, por causa do som irritante.
–Porra. Por que você ri desse jeito? Parece uma bruxa.- falei, bebendo o refrigerante.
–Cala a boca Lucas, e observe o mestre.- falou alto.
Suspirei por causa do nome errado, e me aproximei dele.
–Vou te mostrar o mestre.- avancei no controle em suas mãos, apertando todos os botões.
Calum tentava sair de perto de mim, mas não me impediu de matá-lo.
Acho que aquele refrigerante tinha energético, pois não me lembro de rir tanto em minha vida em só uma noite.
Sorri satisfeito para o moreno, que pareceu mesmo ter ficado com raiva, o que só me fez dar uma gargalhada alta.
Calum jogou pipoca em minha cara, e eu soltei um: Ei!
Estava para revidar, mas parei assim que percebi o moreno voltando a jogar.
–Agora é a minha vez.- falei, chegando perto do garoto.
–Não é não.- respondeu, distanciando o controle de perto de mim.
–Mas você morreu.- falei, fazendo bico.
Com toda a certeza, eu não estava nem um pouco normal. Nem um pouco.
–Não, você me matou.- respondeu sem me olhar.
Me aproximei mais, tentando pegar o controle.
–Mas de qualquer forma, você morreu. Me dá logo essa droga.- mandei.
Ele soltou um suspiro e me entregou o objeto, o que me deixou surpreso. Pensei que ele não ia me dar nunca.
Comecei a jogar.
O quarto estava silencioso, mas não era incômodo.
De qualquer forma, eu o quebrei.
–Calum, por que você me deu energético?- perguntei, depois de um tempo.
Ele deu uma risada alta.
–Ouxi! O refrigerante é seu. Eu peguei de sua geladeira.- respondeu, depois que se acalmou.
–Ah, é mesmo.- gargalhei também.
Eu estava agindo quase como se tivesse bêbado, a diferença era que não estava tonto, nem falando coisas desconexas. Só estava bastante animado.
Dei um grito, assim que meu personagem caiu em uma buraco.
Calum fez o mesmo, só que era de comemoração.
–Para de rir, seu idiota!- gritei, jogando o controle para o moreno.
Dei mais um gole no refrigerante, e então corri para a cama bagunçada, ficando de pé na mesma.
Alcancei meu celular, colocando uma música aleatória, e aumentando o máximo que podia.
Joguei o aparelho na cabeceira, que por sorte não caiu no chão, e comecei a pular na cama.
Eu não sabia muito bem o que estava fazendo, e se não fosse pelo efeito da bebida, nem em um milhão de anos eu estaria fazendo aquilo em minha cama.
Eu estava de olhos fechado, e com os braços para cima.
Pulava cada vez mais alto, e de vez em quando, sentia meus dedos tocaram o teto.
O sorriso não saía de meu rosto, e aquilo era uma droga. Eu não gosto de sorrir!!
Calum, eu te mato por fazer essas coisas comigo!
–É a sua vez.- o moreno anunciou, me fazendo abrir os olhos.
Sorri para ele.
–Eu não quero jogar! Vem pular comigo!!- gritei, dando dedo para ele.
Calum deixou o controle no chão, não demorando muito para estar na cama ao meu lado.
–Por que me deu dedo?- perguntou, começando a pular.
–Porque eu tava a fim!- respondi, dando dedo para ele de novo.
Ele não se importou em responder, apenas continuou a pular.
Comecei a cantar a música de forma alta.
Por alguma razão, eu sabia cantar, mas não sabia o nome da música. Quer dizer, eu apenas não lembrava.
Calum também começou a cantar comigo. Nem sabia que ele gostava desse tipo de música.
Continuamos a pular e a cantar.
Pelo menos, até Calum começar a dançar.
Não aguentei, e comecei a gargalhar muito alto.
Minhas mãos já se encontravam em meu estômago, isso porque ele estava doendo muito.
–Porra, para... Você vai... me matar.- falei, tentando parar de rir.
–Cala a boca e dança também.- mandou, continuando com os paços ridículos.
Não fiz o que ele falou, só comecei a pular novamente.
Calum me empurrou, quando viu que eu fiz foi o contrário do que ele mandou.
Com o empurrão, fui parar no chão.
–Seu chato! Era para dançar!- falou.
Dei risada, e subi na cama novamente.
Assim que ele começou a dançar, empurrei ele também.
–Seu chato! Era para dançar!- imitei a voz dele.
Ele deu risada, mas não voltou para a cama.
Franzi o cenho, porém dei de ombros, não ligando para a atitude do moreno, e continuando a pular na cama e a cantar.
–Awn, é sua?- ouvi a voz de Calum.
Me virei para o moreno, olhando para o objeto em suas mãos.
O sorriso que estava em meu rosto, foi embora sem ao menos eu perceber.
Parei de pular, antes de respondê-lo.
–Era da minha mãe.- respondi sério.
Calum olhou para a tiara, depois para mim novamente.
Meus olhos começaram a arder, e sei que provavelmente não demorará muito para sair lágrimas deles.
O porque de eu querer chorar, é realmente um mistério. Ainda mais perto de alguém como Calum.
Sentei na cama, minha vontade de pular ou fazer qualquer outra coisa, sumindo aos poucos.
Calum deixou a tiara em seu devido lugar, e senti a sua aproximação.
Se sentou ao meu lado, apoiando seu cotovelo direito em seu joelho direito, e colocando a cabeça encostada em sua mão.
–Hey, sinto muito por isso.- sussurrou, depois de um tempo.
Não falei nada, só aí que senti a lágrima quente descendo por meu rosto.
Tentei disfarçar minha tristeza, deitando na cama, de ombros para o moreno.
Senti ele se levantando, e não demorou muito a deitar de frente comigo.
Fiquei em posição fetal, escondendo meu rosto nas mãos, e logo sentindo Calum as afastar de meus olhos.
–Ei, eu estou aqui. Sempre estarei.- sussurrou, chegando mais perto de mim.
Sim, eu gostei de suas palavras. Surpreendentemente, eu sorri, e o motivo foi Calum.
Fechei os olhos, tendo como última lembrança daquele dia, a música do Coldplay tocando ao fundo, e o toque de Calum em meu ombro, num ato carinhoso.


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