Since the beginning escrita por Thamiyyi12


Capítulo 6
In my place?!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem !!



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Meus olhos estavam fechados, então não pude perceber quando ele estava sobre mim. Só notei sua presença, quando senti suas mãos em meus braços.
–Ei, você está bem?- perguntou. Seu olhar realmente preocupado.
Soltei um suspiro, evitando gemer, antes de respondê-lo.
–Já cansou tão rápido de seus amigos?- perguntei, colocando a mão no lugar dolorido, tendo agora só um olho para ver Calum.
Ele soltou um risinho, e não se importou em responder à minha grosseria.
Me ajudou a levantar, e pegou as coisas que deixei cair no chão.
Qual é a do Calum?
Ele não vai cansar de ser feito de trouxa, não?
Estendeu a minha mochila, me entregando, e logo fez o mesmo com os fones de ouvido.
–Valeu.- falei, pegando os objetos de sua mão.
–Vem, vamos até a enfermaria.- falou, pegando em minhas costas e começando a andar.
Me livrei de seu toque, não ousando sair do lugar.
Guardei os fones no bolso, tendo o olhar confuso de Calum sobre mim.
–Eu não quero ir à enfermaria.- falei simples.
–Mas você precisa.- franziu as sobrancelhas, gesticulando com as mãos.
–Não preciso, Calum.- rodei os olhos.- Vem. Ou vai voltar para os seus amiguinhos?
Me surpreendi ao falar aquilo. Talvez eu já esteja me acomodando com ele.
–Não, vou ficar com você.- respondeu, e começamos a andar.
Fomos até ao refeitório, sentando em uma das mesas.
Passei a mão pelo meu olho, tendo certo cuidado, pois ainda doía de um tanto.
–Quero ver vocês dois morando juntos.- Calum falou depois de um tempo me observando.
Rodei os olhos para ele, me arrependendo de por um momento questioná-lo se ele iria ficar comigo, ao invés de mandá-lo embora.
–Porra, eu querendo esquecer esse assunto, e você fica me lembrando.- falei frustrado.
–Vai ajudar muito esquecer, sendo que você foi vê-lo.- ele falou, também rodando os olhos.
–Você nem sabe o porquê que eu fui até ele.- disse indiferente.
–Então fala.- pediu franzindo o cenho.
Rodei os olhos, decidindo não contá-lo. Afinal, quem é ele para saber das minhas coisas? Nós nem sequer somos amigos, e eu pretendo ficar neste estado.
Ele bufou, enterrando a cabeça nas mãos.
–Cara, por que você resiste tanto?- perguntou, num tom cansado.
Do quê ele estava falando?
Quer dizer, eu sabia do quê ele estava falando, mas meu orgulho me impede até mesmo de assumir que sei tal fato.
–Porque sim.- respondi, como se fosse óbvio.
Aprendi da pior maneira, que amizades nunca são verdadeiras. Então desde aí, nunca mais tive uma amigo sequer, eu só me fechava para todos.
Calum foi o único que insistiu mais, e que ainda insiste. Mas no fim, ele vai desistir, só está demorando um pouco.
Ele não falou nada, só balançou a cabeça, olhando para o lado.
Ficamos assim até o final do intervalo, e quando o sinal finalmente tocou, Calum ainda não havia saído de meu encalço.
Passei no banheiro, como da última vez, para poder checar meu estado.
Calum ficou se olhando no espelho, e quando acabei de lavar as mãos, e fui em direção à saída, não o esperei, mesmo ele gritando para que eu o fizesse.
Rodei os olhos, assim que ele chegou ao meu lado.
–Por que não me esperou?!- perguntou.
Abri a boca para responder assim que cheguei à porta da sala, mas a imagem que estava presenciando assim que coloquei os olhos em meu lugar de sempre, me fez simplesmente esquecer de que Calum é um idiota.
Tinha um garoto no meu lugar. Um garoto com a maior cara de paisagem.
Será que esse idiota não sabe que os lugares são marcados?!
Uma coisa que eu odiava mais que tudo, era quem sentava no lugar que eu estava antes. Tipo quando eu vou rapidinho no banheiro, e chego alguém pegou minha cadeira. Isso é realmente insuportável.
Andei até a minha carteira, olhando bem para o menino de cabelo alaranjado. Ah, ele é o novato.
Não sabia que ele era do primeiro ano. Quer dizer, eu não sabia nada sobre ele, só que provavelmente ele é louco, pois, quem pinta o cabelo dessa cor? Ou, quem se atreve a se sentar em meu lugar no espelho de classe?!
Cheguei em frente a ele, percebendo que desde que eu entrei na sala, ele estava com a cabeça um pouco abaixada e olhava para o chão. E mesmo agora aqui em sua cara, ele não a levantou.
Decidi não falar nada, e esperar ele se tocar, o que me custou uns bons segundos.
Quando seus olhos verdes me olharam, cruzei os braços.
–Esse lugar tem dono.- falei, arqueando uma sobrancelha.
Ele franziu o cenho, olhando entre a carteira e eu, e foi aí que ele pareceu acordar para a vida.
–Oh, desculpe.- falou, mas ainda não havia se movido.
Continuei esperando ele sair do meu lugar, e vi quando ele desviou o olhar de mim.
–E na cadeira da frente? Tem dono também?- perguntou, pegando na alça da mochila verde florescente que estava no chão, ao seu lado.
–Não sei. Não é da minha conta. Eu só tenho que saber o meu lugar, não o dos outros alunos.- falei, rodando os olhos.
Olha só para a minha cara de que gravo o espelho de classe...
Nossa. Será que ele não pensa?!
Ele me olhou com o cenho franzido, me analisando por alguns segundos.
Bufei impaciente.
Eu queria mandá-lo sair logo, e eu realmente o faria. Mas ele se mexeu bem na hora.
Levantou ficando a centímetros de distância do meu corpo, e me encarou nos olhos.
Podia ver a fúria em seu rosto e olhos verdes. Mas em resposta, apenas ri de lado, franzindo o cenho.
Ele me encarou mais intensamente, antes de empurrar meu ombro com um pouco de força exagerado, e se sentar na cadeira da frente.
Queria aprofundar aquela briga, mas deixei quieto. Já basta Ashton para odiar...
Me acomodei na minha carteira, não demorando muito para sentir a aproximação de Calum ao meu lado.
–Quem é esse?- perguntou sussurrando.
Rodei os olhos pensando se respondia ou não, já que a professora já havia chegado. Mas era aula de química, então decidi que eu poderia conversar.
–Menino novo.- respondi, virando de lado, e encostando a cabeça na parede.
–E você já está arranjando briga com o novato?- perguntou perplexo.
–Eu só pedi para ele sair do meu lugar.- falei, achando exagerada a sua reação.
–Você foi mais grosso com ele do que comigo.- ele falou, ainda com a mesma expressão.
Rodei os olhos, bufando.
–Bobeira, eu nem sou tão grosso com você assim.- falei, indiferente.
Ele rodou os olhos, enquanto sorria para mim.
–Ata, mas-
–Vamos falar de outra coisa?- perguntei, cansado do assunto em questão.
Calum sorriu de lado.
–Ah, então você quer conversar comigo? Interessante.- disse, olhando para frente de forma indiferente.
Por que eu pensei que poderia ter uma conversa decente com aquele idiota? Ou pelo menos, ter uma conversa com alguém daquela escola?
–Ah, vai se ferrar, Calum!- falei me virando para frente na carteira, e escutando a risada do moreno.
A professora olhou para trás, lançando-lhe um olhar de dúvida, o que fez o garoto findar o riso.
Logo a mulher perto do quadro negro voltou a explicar o conteúdo, como se nada tivesse acontecido.
Calum se virou para mim.
–Desculpe, eu não pude evitar.- deu um último riso, vendo que eu ainda não havia o olhado, depois continuou, agora de uma forma mais séria.- Do quê quer falar?
Rodei os olhos, batendo com o dedo na mesa de uma forma rápida.
Eu me irritava com facilidade por muitos motivos. Não eram todos os possíveis, mas uma quantidade pequena já pode ser descartada.
Porém, de todos eles, Calum ganhava o prêmio não é nem do século, mas de toda a história da humanidade!
Ele me deixava com raiva só pelo fato de sua respiração está devagar ou rápida. Me irritava por ser meu vizinho. Me irritava por não me deixar em paz. Me irritava só por ter nascido.
Eu o odiava com todas as minhas forças.
–Não quero falar sobre nada.- respondi, ainda cutucando a mesa.
Ele soltou um risinho, antes de sua voz irritante preencher meus ouvidos novamente.
–Ta, já que você insiste... Nós podemos sim falar do por que você vive se excluindo.- falou, ainda sorrindo irônico.
Porém, depois de um tempo, ele me olhava nos olhos, para que assim, eu visse que ele estava falando sério e que queria realmente falar sobre isso.
–Eu não quero falar sobre nada, muito menos sobre isso.- respondi, também sério.
–Ta, então só escuta.- deu uma pausa.- Eu acho muita idiotice você ficar se escondendo atrás dessa grosseria toda, e é exatamente por isso que as pessoas fogem de você. Eu sei que você é muito melhor que isso, e que uma hora tudo essa atitude vai desmoronar, e aí você irá perceber o que perdeu ao seu redor. Eu sei que na maioria do tempo, é esse o seu jeito de ser, mas eu também sei que é tudo ao contrário, que isso é só uma armadura contra tudo e todos. Poxa, eu só quero ser seu amigo, e sei que você não irá mudar, e até estou me acostumando com as suas respostas, mas apesar disso, eu ainda quero ser uma pessoa com quem você possa contar e também quero que você seja uma pessoa que eu possa confiar. Então, talvez eu não desista de tentar ser seu melhor amigo.
Depois disso, ele se afastou da minha cadeira, indo para o próprio espaço, e se concentrou na aula como se nada tivesse ocorrido, ou como se aquelas palavras jamais tivessem sido proferidas por sua boca.


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