Since the beginning escrita por Thamiyyi12


Capítulo 5
Not so alone...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem !!



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Peguei a mochila, e pela primeira vez no dia, lembrei que tinha dever para hoje. Ah, fazer o que agora, não é? Eu me esforcei tanto para lembra do dever de casa... ou não.
Dei um sorriso de lado, antes de virar para trás.
–Estou saindo, pai.- falei, olhando para o homem sentado no sofá.
–Vai tarde.- riu, me olhando de forma cínica.
Eu amava esse tipo de relação com o meu pai. O jeito que a gente se tratava não tinha preço; mas é lógico que eu sabia que tudo tinha um limite. Posso dizer que meu pai é o único que realmente é considerado um melhor amigo para mim, pois... nós dois conversávamos sobre absolutamente tudo. Tudo mesmo. E como eu nunca e jamais conversava sobre tudo com qualquer outro, ele com certeza era alguém especial.
Era bem melhor quando minha mãe era viva. Acho que nós dois nos esfriamos; eu mais que antes.
Sorri em resposta, e então saí pela porta, logo dando de cara com o moreno do outro lado da rua, encostado na parede de sua casa, com a mão nos bolsos da calça jeans preta.
Quando ele me olhou, sorriu largo. Franzi as sobrancelhas, fingindo não vê-lo.
O sol estava bastante quente; típico do meio dia.
Andei pela calçada, olhando para os meus pés, até ser interrompido pelo som de sua voz ao longe, o que me fez revirar os olhos, e apressar um pouco mais o passo.
–Hey Lucas, me espera!
Merda, ele tem retardo mental, ou é simplesmente desse jeito.
–Porra, meu nome não é Lucas.- falei, quando ele me alcançou.
–Oh, me desculpe. Eu esqueci.- falou, de uma forma ofegante.
Ah, com certeza foi isso mesmo que aconteceu.
Rodei os olhos, continuando a andar.
Ele não falava nada, mas eu sabia que era por enquanto. Porém, talvez hoje seja meu dia de sorte.
Calum ficou calado o caminho todo... ?
Chegamos à escola, e olhei no relógio da portaria. Ainda faltavam bons minutos para que pudéssemos entrar nas salas. Ótimo.
Andei em direção a uma mesa, e para a minha desgraça, Calum não se juntou aos seus amiguinhos, como o esperado.
Ele se sentou na cadeira à minha frente, enquanto mexia em seu celular, e quando estava para fazer o mesmo, senti um cutuco na lateral do meu corpo, mais especificamente, em minhas costelas.
Não pude evitar em rir. Odeio que me peguem naquele lugar. As cócegas que sinto ali são bem mais intensas.
Olhei para o lado, pronto para xingar o idiota que me fez sorrir, mas parei assim que percebi seu rosto bem próximo ao meu. Tipo, muito perto mesmo.
A garota sorria, enquanto tinha seu olhar preso em algo mais abaixo que meus olhos. Não sei por que, mas acho que era em minha boca.
Era a mesma de ontem, na aula de física.
Ela se sentou na cadeira vazia mais próxima, mas não diminuiu a distância entre nós.
Quanto mais eu me afastava, mais ela chegava perto.
–Hoje tem aula de física.- falou, e finalmente me olhou nos olhos.
Eu sabia do que ela estava falando. Não ousei responder, o que fez com que ela dissesse mais abobrinha.
–Você quer acabar com isso aqui, ou nós podemos fazer na aula mesmo?- perguntou. Seu olhar voltando para a minha boca, enquanto um sorriso malicioso tomava seus lábios.
Deus! Ela não vai desistir até ficar comigo...
Acho melhor dar o que ela quer logo, mesmo porque, faz um bom tempo que eu não beijo ninguém.
–Aqui é que não vai ser.- falei, mas ao contrário dela, eu não sorri sacana.
Ela sorriu ainda mais, antes de levantar.
–Então, boa aula de física.- desejou, piscando o olho esquerdo, e se afastando do meu rosto.
Suspirei, a vendo andar até suas amigas.
Desviei meu olhar para o meu celular em cima da mesa.
Escutei o risinho de Calum, me fazendo revirar os olhos e afastar a ideia de olhar para seu rosto, a fim de saber o motivo da graça.
–Sua namorada?- perguntou, e senti que ele estava me encarando.
–Não é da sua conta.- respondi.
–Você é realmente muito grosso.- falou, e pude enxergar pela visão periférica, que ele estava balançando a cabeça.
–Desculpa, mas quando algo não é da conta de alguém, não faz sentido você sair contando.- falei, dessa vez, decidindo encará-lo.
Ele rolou os olhos, e então voltou sua atenção para o celular novamente.
Também decidi mexer no meu.
Abri as notificações, e olhei as mensagens deixadas por acumular. E antes que eu pudesse perceber, o sinal tocou.
Pelo menos algo havia feito o tempo passar mais rápido. Quem sabe eu use meu celular nas aulas também...
Levantei da cadeira, vendo que o moreno já tinha feito o mesmo.
Para a minha desgraça novamente, parece que Calum estava indo para o mesmo lugar que eu.
–Ta indo pra onde?-perguntei, olhando para o garoto.
–Eu mudei de sala.- respondeu simples.
Ótimo! Agora isso virou oficialmente uma perseguição.
–Por quê?- perguntei, franzindo o cenho.
–Minha mãe não gostava de uma amizade minha da antiga sala.- falou, e entramos na sala.
Decidi para de falar, apesar de querer comentar que ainda era cedo demais, tendo em conta que ainda era o começo do ano, para que a mãe dele achasse suas amizades ruins.
Andei até o meu lugar no espelho de classe.
Aquele era o melhor lugar do ensino médio todo, mesmo que eu ainda só esteja no primeiro ano.
Era o último lugar da fileira, e a mesma era a do canto. Lá era o melhor lugar, o melhor mesmo.
Joguei a mochila em cima da mesa, me sentando logo depois.
Calum se sentou ao meu lado, na penúltima fileira.
Ótimo.
A pessoa que senta no espelho de classe onde ele está, é a garota morena que pretende ficar comigo na aula de física.
Antes de confundi com tudo, deixa que eu explico. A escola funciona com o sistema de trocar de sala ou não. Você tem a opção de trocar se quiser, ou apenas permanecer. Se sim, todo horário acontece em uma sala diferente. A que estamos agora, é a de física. Na minha turma, a maioria escolheu a opção de mudar. Como todos na sala possuem a mesma grade de aulas, existem dois professores para cada matéria; um fixo que fica na sala de sua matéria, e outro que muda para os alunos que não mudam. As trocas de horário ocorrem entre os alunos de mesma série, tipo só vem pra cá, os que são do primeiro ano. Os que vêm cá, não têm o mesmo horário que o meu, só tem o mesmo horário que o meu, os que não mudam de sala, que nem eu, e os outros que mudam, da minha turma.
Um exemplo de pessoa que vem pra cá e que não tem o mesmo horário que o meu: a morena que quer me beijar.
Ela só tem aula comigo de física, já que essa é a sala.
Quanto ao espelho de classe, foi feito um antes de começarem as aulas. Incluiu a turma toda. Os que não mudam de sala, ficam no mesmo lugar até o ano acabar, e os que mudam, não tem como ficaram na mesma carteira, até porque, eles trocam de sala. Mas quando o horário bate com a matéria da sala, todos os alunos sentam em seus devidos lugares.
Como a primeira aula é de física e a sala também, a turma toda estará reunida, e acontecerá o espelho de classe.
O lugar que o Calum está agora pertence à garota morena que quer me beijar.
E é nesse exato momento que ela aparece na porta.
Ela parece não gostar de ver seu lugar preenchido, mas aí muda sua expressão na mesma hora.
Ela caminha até a minha carteira, falando um oi com a mão, e então se senta na cadeira na frente da minha.
Ela sabe que não terá problema em sentar ali. Todos nós sabemos.
O menino dono daquele lugar, não vem faz dias. Acho que ele morreu, ou sei lá.
Olhei para o lado, e vi quando Calum me lançou um olhar malicioso. Rodei os olhos, vendo sua mão apontar pra frente, e sua cabeça indicar o espaço perto de mim.
Me virei para onde ele estava apontando, entendendo o porquê de seus gestos.
A garota estava novamente muito próxima.
Ela sorriu.
–E aí?- perguntou, arqueando as sobrancelhas.
Saquei o porquê da sua pergunta.
–Agora não, ainda temos o último horário.- respondi, sorrindo de lado.
Ela suspirou, e virou para frente de novo.
Calum soltou um risinho, e então, aproximou sua carteira da minha.
–Por que não ficou com ela logo?- sussurrou.
–Você ta surdo? Ainda temos o último horário.- respondo, também tomando cuidado com o volume da voz.
Ele rodou os olhos e balançou a cabeça em reprovação; seu sorriso ainda em seu rosto.
Teria feito o mesmo, mas o professor chegou na sala, dando a sua saudação extravagante.
–Oi, bando de otário!!
(*¿*)
Assim que avistei o cabelo loiro ao longe, apanhei minha mochila e comecei a caminhar em sua direção.
Sua risada era escutada mesmo com a nossa distância, e conseguia ser muito mais irritante do que a de Calum.
Falando no moreno, Deus teve piedade de mim, e ele agora está com os seus amiguinhos da outra sala. Antes do mesmo se juntar a eles, ele pediu minha permissão, e como o grande "amigo" que eu sou, minha resposta foi: Não sei por que você não foi antes.
Pelo menos tinha um descanso no intervalo, já que Calum também escolheu a opção de não mudar de sala. Eu ainda não consigo me acostumar com a sua presença, mas pelo visto, vou ter que começar, já que ele não sai do meu pé.
Não que eu queria me acostumar, porque não. Eu não quero me acostumar com ele.
Sua risada agora era mais alta e constate, tendo em vista que toda coisa que seus amigos falavam, ele ria muito mais.
Rodei os olhos, e então me aproximei novamente, só que em menos quantidade. A nossa distância ainda era significativa.
–Hey, Irwin!- chamei.
Ele me olhou; seu sorriso sumindo aos poucos.
A expressão agora era de raiva, e sim; a minha também.
Seus amigos ficaram em silêncio, assim como ele próprio.
Notei meus fones em volta de seu pescoço, coisa que não havia como eu notar antes; o que me deixou realmente puto.
Cerrei os olhos, enquanto apertava mais a alça da mochila em minha mão.
–Quê que você quer?- perguntou, se virando de frente para mim.
Indiquei com a cabeça os meus fones em seu pescoço, mas ele pareceu não entender. Rodei os olhos, bufando.
–Meus fones.- respondi.
–E por que você acha que eu te daria?- perguntou debochado.
O olhei incrédulo. Como ele tinha a cara de pau?
Sei que ele não me daria, pelo menos, se tivéssemos em outra situação. Mas agora, não quero nem saber. Esses fones são novos, e meu pai que me deu. Ele vai me devolver, nem que eu tenha que ir lá arrancar.
–Porque eles são meus.- falei, como se fosse óbvio, até porque, era.
–Eram seus.- disse, cruzando os braços.
–Não, eles são meus.- respondi, também cruzando os braços.
–Na-
–Me dá logo a merda do fone, droga!- o cortei, apontando para ele.
Ele se aproximou de mim.
–E se eu não der? O que você vai fazer?- perguntou, finalmente chegando à minha frente.
Foi minha vez de soltar um risinho debochado.
–Sabe essa mancha roxa, da qual você olhou hoje no espelho, e que ainda põe gelo? Pois é, eu posso muito bem fazer outra.- falei, encarando seus olhos para que ficasse bem mais convincente.- Sem contar, que quando você e sua mamãe vierem lá para casa, eu posso fazer com que você durma na rua. Até porque, eu não estava querendo você no meu quarto mesmo.
Ouvi murmúrios de seus amigos. Eles perguntavam do que eu estava falando.
Acho que Ashton não falou sobre a sua nova casa a partir de alguns dias ou meses, sei lá. Então... Opa.
Ele me olhou com uma cara raivosa, o que me deu uma imensa vontade de rir, e quando eu estava realmente para o fazer, seus movimentos me pararam.
Ele tirou o celular do bolso e desconectou o fone do aparelho. Desenrolou o objeto de seu pescoço, e me entregou, ainda me fuzilando com o olhar.
Peguei sem nenhuma delicadeza o fone de suas mãos, e sorri inocente para o loiro.
–Bom garoto.- sussurrei, e sabia que ele havia escutado.
Quando me virei para ir embora, a mão de Ashton me parou.
Olhei para o garoto novamente, a fim de saber o que ele queria. Nem deu tempo de raciocinar direito, e já recebia seu murro em meio rosto.
Com o impacto forte, não consegui continuar em pé.
Minha cabeça foi de encontro ao chão, e como da última vez que aquela cena se repetiu, encarei as árvores que tapavam o sol.
Aquela vez doeu mais que a outra.
–Não achou que seria de graça, certo?- Ashton se ajoelhou do meu lado, e sorriu falando para mim.
Virou sua atenção para os seus amigos, e riu anasalado, e então olhou para mim novamente.
–Se levante quando estiver se sentindo confortável.- disse sussurrando, e então se levantou.
Filho da puta.


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Notas finais do capítulo

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