Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 82
Dads, I will go to France


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Taah e One Simple Boy pelos comentários do capítulo anterior



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Você de fato pediu para que eu não respondesse à carta

Eu não ia nem ler a última, mas…

Obrigada por se preocupar com a viagem para Paris. Você tem razão, não se trata só de mim, todos os bruxos estão envolvidos. Vou ao festival, mas não quero que interrompa seus estudos por minha causa.

Bianca.

—Senhorita Black? - professor Binns chamou a aluna -, poderia dizer à classe em que dia do ano os duendes comemoram a Revolta dos Duendes?

Bianca hesitou. Escrever uma resposta minimamente educada para Fred lhe custara a atenção à aula de História da Magia. Ela não fazia ideia do que o professor falava.

—Seis de janeiro?

—Não, quase. Dez de janeiro. É melhor tirar a cabeça das nuvens, senhorita Black – o professor fez piada, mas nenhum dos estudantes riu.

Ela negou com a cabeça e abriu o livro da matéria. Mas logo sua mente encontrou assuntos mais urgentes que deviam ser tratados, como avisar seus pais quanto à viagem, para que não pensassem que estava agindo por impulso de novo.

Queridos Sirius e Remus,

Harry já deve ter lhes contado, mas viajarei em janeiro para Paris. Acho que vou sozinha, mas não demoro. Amo vocês,

Bianca W. Lupin-Black.

A carta logo chegou ao destino, o Ministério da Magia. Quando Sirius a leu, questionou-se quem teria falado com ela, já que pelo tom de Harry, Bianca antes relutara muito em ir.

—Ela assinou de um jeito diferente – notou Remus, fitando a carta. - Lupin-Black…

—Foi a maneira que ela encontrou de reconhecê-lo como pai, Remmy – disse James casualmente.

—De onde você saiu? - Aluado questionou.

—Vim entregar isso, sr. Lupin – ele pôs um relatório na mesa. - Frederich Weasley pediu um destacamento de aurores para acompanhar a srta. Lupin-Black durante a viagem à Paris.

—Negue – Sirius determinou. - Diga-lhe que suas intenções são boas, mas aurores britânicos não podem operar na França.

James assentiu ao sair. Sem hesitar um segundo, Sirius escreveu uma curta nota.

Meu caro amigo, faz muito tempo desde nossa última troca de correspondências, não? Tenho um favor a pedir-lhe. Minha filha, Bianca – foto em anexo – irá a Paris em breve e precisa de proteção. Não deixe que o juiz a encontre.

Sirius.

—Para quem é o memorando? - Remus questionou, organizando papéis.

—O chefe dos ciganos franceses.

Os ciganos eram bruxos diferentes dos demais. Não usavam magia complexa, apenas feitiços simples para iludir os trouxas locais com truques de cartas e leitura de mãos. Viviam em um mundo escondido, como os bruxos ingleses. Beauxbatons, a academia de magia francesa, ensinava mágica completa, e depois de formados, os alunos estavam livres para decidir se viveriam como ciganos ou feiticeiros comuns. A vida dos ciganos era um tanto arriscada, uma vez que as autoridades trouxas sempre estavam no encalço dos “patifes enganadores de almas boas e inocentes” para jogá-los nas cadeias. Por essa razão, os aurores britânicos não realizavam missões em território francês.

Em poucas horas, a resposta de Sirius chegou.

Fazem quase vinte anos, meu caro. Mas tenho me mudado muito, espero que entenda.

Sim, eu e meu clã protegeremos sua filha. A fama dela se espalhou pelo mundo e a segurança d'A Menina Amaldiçoada deve ser prioridade máxima de qualquer um. Peço apenas que não envie aurores com ela, são muito chamativos.

P.S: Bianca é linda!

—Velho abusado – Sirius reclamou. - Sabe, senhor chefe dos aurores, acho que vou encerrar por hoje.

—É uma ótima ideia, sr. Ministro.

Juntos, desaparataram para o largo Grimmauld e se deitaram no sofá da sala de estar. Remus pusera-se a correr os dedos pelos cachos perfeitos de Sirius, mas seu rosto era preocupado.

—Acha que já começou? -questionou, suspirando a pousar um cacho marrom sobre o ombro do marido.

—Do que está falando?

—Quando Fudge renunciou, disse que logo teria uma crise nas mãos e Bianca precisando de nós como pais.

—Não sei. Sinceramente, acredito que depende do resultado da viagem dela. Se ela não conseguir derrotar Voldemort, a crise estourará e ela provavelmente morrerá.

—Ela tem de conseguir, então? - Remus ergueu a sobrancelha, Sirius assentiu. - Agora é a hora de apoiá-la, de ajudá-la.

—Mas a carta… ela aceitou ir.

—Não fomos nós a convencê-la. Foi Fred.

—COMO É QUE VOCÊ SABE? - Sirius estava surpreso.

—Harry nos manda uma carta, pedindo para falarmos com Bianca. Nós nem escrevemos para ela e recebemos no ministério uma solicitação de aurores para acompanharem-na a uma viagem à França, feito por Fred Weasley. É mais do que óbvio, sem contar a carta que Bianca nos mandou, dizendo que ia para Paris.

—Extremamente lógico, Remus. Como sempre.

Remus piscou o olhos direito e beijou os lábios de Sirius, que se enroscou como uma bola no peito do marido. A última vez em que ele fizera isso fora quando estava de ressaca, há alguns anos.

—Só faz isso quando está inseguro. O que aconteceu?

—Estou pensando nela… E se não for bom o bastante? E se não estiver lá no exato momento em que ela precisar de mim? - seus olhos estavam marejados.

—Você já esteve lá quando ela mais precisou – Sirius fez uma cara confusa. - Quando a tirou do hospital há seis anos. Na época, ela não tinha ninguém e você fez exatamente o que se espera de um pai nessas horas. Ela reconhece isso, está estampado no rosto dela o tempo todo.

As palavras de Remus o acalmaram.

*******

—Quem vai levar? - Harry questionou Bianca.

—Ninguém. Seria injusto envolver pessoas nessa questão exclusiva entre Tom e eu.

—Entendo… me dá repulsa o jeito como o chama, sabia? Pelo nome – Harry disse com nojo na voz – como se ele merecesse um.

—Assim mostro que para mim, ele é apenas mais um bruxo, não o ser superpoderoso que diz ser.

O moreno meneou a cabeça. A lógica era compreensível. Bianca estava tensa, as mãos fechadas em punhos, a cicatriz não devo contar mentiras destacada na pele pálida.

—Nem pense que vai comigo – ela acusou, adivinhando os pensamentos do irmão. - Não vou te meter nessa furada.

—Eu já estou nessa furada – Harry reclamou. - Você me meteu nela quando me contou que roubaram o livro.

Bianca conferiu o relógio, aula de Poções. Suspirou tristemente. Desde que o livro do Príncipe sumira, se desempenho em Poções piorara, mas esse era o menor dos problemas ligados ao livro. Juntos, sentaram à mesa de sempre, entre Juliana e o lugar que Draco ocupava, apesar de que, ultimamente, o loiro faltava bastante às aulas.

Para a “sorte” dos alunos, Slughorn aplicou uma prova surpresa naquela aula. Era fácil, mas Bianca reteve-se em uma questão peculiar. Não há monarquia no mundo bruxo, porém os mais exímios pocionistas recebem o título de Príncipes. Cite o nome do Príncipe mais recente.

Bianca bem sabia que a resposta era Frederick, mas como estava ressentida pelo livro, escreveu: Príncipe Frederick, mais conhecido como Príncipe Mestiço e o entregou ao professor.

—Pode ir senhorita – autorizou.

Ela rumou para o escritório de Snape para contar sobre a viagem.

—Sério? O Potter te convenceu? Até que enfim fez algo direito.

—Não foi o Harry – ela disse com despeito.

—Ah é? E quem foi Black? - perguntou brincando. - Frederich Cenoura com Gigantismo Weasley?

—É, foi ele.

Severo franziu as sobrancelhas, confuso.

—Pensei que não fosse falar com ele nunca mais.

—Foi ele quem me procurou, e apresentou argumentos muito convincentes para que eu fosse.

—Ele tocou no ponto “heroína dos bruxos”, não foi?

Bianca assentiu com tristeza. -Mas o pior não foi isso. Ele se ofereceu para ir comigo.

—Recuse. Além de ser um mero auror em treinamento, não pode trabalhar na França.

—Eu recusei, fique calmo.

Severo suspirou teatralmente.

—Lembra do que eu disse sobre seus aliados? Harry, Fred e Draco? - ela assentiu. - Por mais que você e Fred tenham deixado de se falar, ou que Draco tenha… mudado de lado, eu sei que eles dariam as vidas por você, assim como você por eles. Fred quer te proteger, aceite a ajuda dele como se ainda fossem namorados.

—Acabou de me dizer para recusar a ajuda dele.

—Recusar a ajuda dele enquanto auror, tendo visto que isso só nos traria mais problemas. Se ele se oferecer como amigo e prometer que não vai usar nada do que aprende no curso, permita-o acompanhá-la. E se conheço bem o senhor Weasley, fará qualquer coisa que pedir.


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