Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 80
Night's consequences


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Jonay Fanfics e Taah pelos comentários do cap. anterior



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Uísque de fogo impregnava o ar. Todos dançavam, riam e falavam como nunca. Bianca estava no meio da pista de dança quando teve uma “brilhante” ideia.

******

A cabeça latejava, os olhos pesavam e ardiam. O que foi que eu fiz?, Bianca se esforçava para lembrar a noite anterior, mas não funcionou.

—Bianca? - Hermione chamou suavemente, talvez com o intuito de não piorar a dor.

—Mione… sabe me dizer o que eu fiz noite passada?

—Escreveu um monte de cartas, só isso.

—Para quem? - Bianca se alarmou.

—Não sei… mas é só esperar as respostas.

As meninas esperaram durante horas alguma coruja trazendo as respostas, mas nenhuma chegara.

—Talvez tenha endereçado errado e tenha ido parar em lugar nenhum – disse Hermione, tentando consolar a amiga.

—Tomara.

Então as meninas decidiram “colocar uma pedra sobre o assunto” e foram às aulas, fingindo que nada acontecera. Mas a farsa terminou quando Daniel passou por elas carregando uma pilha grande de livros e sorriu para Bianca.

—Qual é o problema dele? - Bianca resmungou.

—Acho que você escreveu para ele ontem.

—Ai meu Merlim. O que será que eu disse para ele?

—Você me disse que era bonito e que talvez saísse comigo.

—Cara, ela estava bêbada, mas sóbria, ela enxerga melhor e nunca ficaria com você – disse Harry, espantando Daniel.

—Valeu maninho – Bianca disse, mas o moreno a interrompeu.

—Escreveu para todos os garotos que conhece, ou seja, eu, Daniel, Draco, grifinórios e Fred.

—FRED? - a menina gritou. - Merlim…

—Calma – disse Hermione gentil -, escreva um bilhete explicando tudo antes que seja tarde.

Bianca correu para seu aposento, mas uma coruja já colocara um bilhete sobre a escrivaninha antes que pudesse chegar perto do móvel. Tocou o papel, era frio e pesado, talvez como as palavras escritas nele, ela pensou ao pegá-lo e abri-lo.

Bianca, o que raios a carta de ontem quis dizer? Primeiro diz que está saindo com Jonay Sanchez e depois pede desculpas e diz que quer voltar? Diz que sou um monstro destroçador de sentimentos, mas não sou, você é. Tentei ser gentil, recomeçar, mas não dá. Nós dois deixamos marcas muito profundas, marcas que não podemos tampar e fingir que não existem. Eu machuquei você e fui machucado por você e é melhor não nos falarmos mais. Não responda.

Fred.

—Eu destruí a minha vida! - a menina berrou.

—Pode ter salvação – Hermione entrou no quarto.

—Não, não tem. Ele disse para não responder. Se eu escrever, ele não vai ler.

********

No fim, Bianca descobriu que todas as cartas tinham o mesmo texto, e que se ela tivesse acertado o nome de Fred na primeira vez, haveria apenas uma.

—O texto é o mesmo – disse Harry comparando a carta dele com a de Draco -, só que você estava tão bêbada que não conseguia pensar no nome de Fred. Já falei com os caras e… eles jogaram as cartas fora.

Ela não confiou na última afirmação do irmão.

—Foi Confundus ou Imperius? - ela ergueu a sobrancelha direita.

Obliviate— o moreno corou.

A menina sacudiu a cabeça, pensando: não tem escrúpulos, esse aí, mas ela logo riu, afinal era seu irmão, e estava ajudando-a. Os dois se juntaram a Hermione e seguiram para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, onde Draco e os sonserinos esperavam Severo. Sentaram-se como loiro, que estranhava a falta de grifinórios na sala. Severo entrou na sala e fitou os alunos.

—Onde estão os outros grifinórios, sr. Potter?

—Acho que se esqueceram de vir à aula, senhor.

—Esqueceram… achou que eu ia acreditar, Potter?

Antes que Harry respondesse, Bianca notou que a manga do menino tinha uma película fina azul. Vestígios de Obliviate, a menina notou, erguendo o braço de Harry à altura dos olhos de Severo.

—Sim professor. Esqueceram de vir.

—E foi você quem lançou o feitiço, não foi, Potter? - ele não deu tempo para que o garoto respondesse. - Me dê sua varinha, Potter. Vou analisá-la.

Sem alternativa, Harry entregou a varinha de azevinho e pena de fênix. Como se trabalhasse com um bebê ou metal muito precioso, Severo tocou-a com a própria varinha e disse:

—Foi um Obliviate, Potter. De certo quis que eles não viessem, mas por quê? Por que prejudicá-los?

—Eu não queria que eles deixassem de vir… - o menino começou envergonhado.

—Ah… então existe algo que você queria que eles esquecessem… o que é?

Bianca se irritou. Era horrível ver seu professor preferido e seu irmão discutindo, era como se dois pedaços dela mesma estivessem brigando. Ela pegou a carta a mochila do garoto e colocou sob o nariz de Severo.

—Ele queria esconder um monte de cartas iguais a esta.

O professor leu o texto torto, com alguns erros de grafia. Parecia uma confissão feita aos tropeços, e assinado por Bianca.

—Pois bem. Senhorita Black, quero conversar com você depois da aula – voltou-se para a classe e começou a falar sobre feitiços não-verbais.

*******

—A história completa. Agora – Severo exigiu.

—Fizemos uma festa da vitória depois do jogo, aí eu fiquei bêbada e escrevi um monte de cartas com aquele texto, então Harry usou Obliviate nos garotos que as receberam, e eles esqueceram de vir à aula também.

—Entendo… prestou atenção na aula de hoje?

—Sim, por quê?

—Porque vai repor a aula que eles não tiveram.

********

—Boa tarde – Bianca saudou os quintanistas grifinórios. Estavam meio desnorteados ainda, conscientes o bastante para assimilarem o conteúdo mas não pare reconhecê-la. - Vamos falar sobre feitiços não-verbais.

Ela seguiu à risca as orientações de Severo. Não se apresente, apenas dê a aula, para não correr o risco de ser reconhecida. Depois do fim da aula, Bianca dispensou a turma e saiu, a tempo de ver Severo descendo com Slughorn para as masmorras de Poções.

Talvez Slughorn precise de ajuda para corrigir os deveres, ela pensou, mas não prece isso, ela os seguiu. Severo conduzia um Slughorn um pouco estranho, avoado, na melhor das descrições. Os homens se sentaram e Severo começou um interrogatório simples. Bianca queria saber se o novo mestre de Poções – certo, talvez nem tão novo assim – estava sob efeito de Veritasserum, pois as perguntas se intensificavam. Eu queria ouvir o que eles estão falando, ela pensou, desiludindo-se. Aproximou-se da cadeira de Severo e sentou-se em um banco.

—Você garantiu a chegada da Horcrux às mãos de Bianca? - Severo questionou.

Horcrux? De quem é?, ela se perguntou.

—Sim – Slughorn respondeu mecanicamente -, mas ela não sabe que recebeu uma Horcrux.

—Estou certo disso – Severo sorriu com malícia. - Pode ir. Homenum Revelio! - Bianca ficou visível. - O recado foi dado.

—Que recado? Que história foi essa de Horcrux? Eu já estou cheia delas.

—Lembra-se do dia que recebeu um livro de Slughorn e nós conversamos sobre ele?

—Sua língua prendeu. Não pôde dizer porque ele me deu o livro.

—Desde aquele dia, procuro uma forma de te dizer o que não pude, e encontrei.

—Pode me dizer de quem ela é?

—Não é óbvio? Agora vá.

Bianca foi para seu quarto e procurou pelo livro do Príncipe Mestiço, mas não o encontrava em parte alguma.

—Perdeu seu diário de novo? - Hermione perguntou, rearrumando as almofadas sobre sua cama.

—Não, perdi meu livro de Poções. Você o viu?

—O velho e surrado? - Bianca assentiu. - Na sua mesa.

—Não está, acabei de olhar lá.

Frustrada, ela se jogou na cama e pensou. Quem pegara o livro? Se Voldemort dera a Horcrux para ela, porque mandaria alguém tomar de volta? Se não tivesse sido um Comensal, quem se interessaria por um livro velho?

*****

—Alguém que está com inveja do seu desempenho em Poções – respondeu Harry, quando Bianca comentou o assunto. - E cá entre nós, pode ter sido um quintanista grifinório ou lufano. Mas Slytherins e Ravenclaws não estão fora da lista… talvez Slughorn tenha te usado como exemplo em aula, mas pensando assim, poderia ser qualquer um.

—Não temos como investigar toda a Hogwarts, temos? Nas nossas aulas, Slughorn nunca me usa como exemplo para os demais. Temos duas opções: quintanistas grifinórios ou lufanos, os únicos com quem dividi a aula de Poções este ano.

—Se quer a minha opinião, Juliana Sato deve ser a primeira a ser investigada.

—Baixa a bola Potter. Você também é suspeito – ela brincou.

—Eu nunca faria isso! - Harry fez-se ofendido.

—Hum, sei – ela ergueu a sobrancelha.

—Se me permite falar mais um pouco, acho que Daniel carregava um livro suspeito na última vez que nos vimos.

Farta das conjecturas vazias do irmão, a garota foi para a aula de feitiços.


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