Bianca e Harry ocupavam-se com o dever de casa quando notaram uma terceira pessoa na sala.

–Hey – cumprimentaram-no.

O garoto acenou, nervoso. Não sabia como agir, mas sabia que quanto antes começasse, mais cedo terminaria.

–Pode vir comigo? - ele pediu para Bianca.

A morena hesitou. Ele nunca falara tão sério com ela. Seguiram juntos até a Floresta Proibida.

–O que estamos fazendo aqui? - perguntou. O ruivo não respondeu, apenas puxou-a floresta adentro. Tirando a varinha do bolso e agitando-a, o ruivo disse:

–Immobilus! Ele virá buscá-la, ou pelo menos foi isso que me disse. - Deu-lhe um beijo na testa e saiu.

O que deu em você?, ela pensou enquanto ele lhe dava as costas.

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O ruivo adentrou a sala precisa, e logo foi interrogado:

–Fez o que mandei?

–Fiz. Não mach…

–Longe de mim. Imperio!

A cabeça do ruivo pendeu e bateu na mesa. Esfregando-a, ele se retirou. Entrando na Grifinória, sentiu a falta de alguém.

–Cadê o meu irmão?

–Qual dos? -Harry riu. - Deve estar no quarto de vocês. Cadê a Bia?

–Eu sei lá.

–Como assim “eu sei lá”? Você saiu com ela e a levou para algum lugar e voltou sozinho. Cadê. A. Minha. Irmã?

–Eu não sei, Harry!

O sangue do moreno ferveu. Era um rapaz calmo, mas se mexessem com sua irmã, ele se descontrolava. Suas mãos estavam fechadas em punho e muito próximas do rosto do garoto, mas ele precisava se controlar. Cada segundo que perdia ali, era um segundo a menos que tinha para encontrá-la.

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A noite caiu e o desespero bateu para a pequena Bianca. Não sabia que tipo de criaturas habitavam a Floresta Proibida e não tinha como fugir. Horas depois, alguém familiar surgiu nas sombras.

–Srta. Black? Meu nome é Peter Pettigrew e vou ajudá-la a voltar para o castelo. Finite Incantaten – ele disse, mexendo a varinha.

Cara de Rato? Bianca pensou chocada. O que um Comensal dos mais fiéis estava fazendo ali ajudando-a? Ele puxou a mão dela e a levou dali, para longe.

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–Não.. eu não quero… fique longe de mim!

Os protestos não adiantavam. Seja lá o que fosse chegava perto dele. As lágrimas escorriam pelo rosto dele. A dor foi excruciante. Sentiu como se ossos e carne estivessem tentando tirar seus ossos e sua carne para ocupar seu corpo. Uma alma tentando expulsar a sua. Resista, ele lembrou a si mesmo. Não ceda a ele, você vai conseguir. Ele falhou, e não se lembra do que fez, só tinha um relance de cabelos ruivos.

Estava parado na sala precisa, tentando se lembrar do que acontecera.

–Jay? - alguém chamou.

–Rony? Estou aqui!

O menino ruivo se aproximou do melhor amigo, que tinha um aspecto frágil, doente.

–Por Merlim, Jason, o que aconteceu?

–Eu não me lembro Ron… mas queria me lembrar.

Rony tocou o rosto do rapaz, e reconheceu os sinais que Harry tivera no ano passado, quando fora possuído. O ruivo levou o garoto para a ala hospitalar. Jason não queria que soubessem que ele havia sido possuído, mas a madame Pomfrey não se conteve ao vê-lo, e gritou aos quatro ventos que “precisava urgentemente de remédios para tratar os sinais da possessão”.

As horas seguintes não foram fáceis para Jason. Além de sentir muita dor, o corvino viu seus amigos se afastarem. Garotos que ele jurava que eram seus melhores amigos o abandonaram, tratando-o como um verme ou como se tivesse uma doença transmissível e altamente contagiosa. Só lhe restara Rony, que passara as horas ao lado dele, pedindo remédios e poções à enfermeira.

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–Eu já disse! - o ruivo protestou. - Eu sou Jorge e não sei onde está Bianca!

O ruivo – não se sabia se era Fred ou Jorge – estava com Harry e Dumbledore no quarto dos quartanistas grifinórios.

–Sr. Weasley, acho que alguma coisa quer sair do seu armário – disse o diretor, e com um aceno de sua varinha, as portas se escancararam e um ruivo idêntico ao que ali estava caiu dali, amordaçado e amarrado.

–Fred! - Jorge exclamou, libertando o irmão.

–Um segundo – Harry pediu. -Se você- apontou Fred -, estava preso aqui, você – apontou Jorge – saiu com a Bia.

–Prof. Dumbledore! - Rony irrompeu pelo quarto. - Jason foi possuído!

–O sr. Sanderson foi possuído – o diretor refletiu – o sr. Weasley apresenta sinais de maldição Imperio… Fred, Harry, falem para o prof. Snape sobre o desaparecimento de Bianca. Jorge, Rony, me acompanhem.

Os garotos obedeceram, mas quando chegaram à sala de Snape encontraram-na vazia.

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Pettigrew soltou Bianca e começou a escoltá-la até o castelo, mas alguém os interceptou.

–Deixe-a comigo – disse Severo, a voz dura. Pettigrew atendeu e Bianca correu até o professor. - O que aconteceu?

–Fred me trouxe aqui e disse que alguém viria me buscar.

–E realmente vim – disse Tom, mas já não tinha o rosto jovem de antes. Voltara a ser o Cara de Cobra. - Obrigado por cuidar de minha noiva, agora temos de ir.

Pense, pense, pense, Severo estava desesperado. Não posso traí-lo agora, mas não posso deixar que leve Bia. Por sorte, Voldemort saiu antes que se precisasse tomar alguma atitude. Sem pensar, agarrou a mão de Bianca e a arrastou de volta para o castelo. Ofegante, ele disse a ela para ir dormir. Enquanto caminhava para a Sonserina, Severo encontrou Harry e Fred.

–Prof. Snape! Bianca sumiu! - exasperaram.

–Eu sei, ela está dormindo agora. Sr. Weasley, precisamos conversar.

Harry saiu e Severo conjurou cadeiras para que sentassem.

–Bianca disse que o senhor a levou para a Floresta.

–Foi o meu irmão.

Severo ergueu uma sobrancelha.

–Terei de conversar com o diretor sobre isso… pode ir -o garoto se levantou. - A propósito, fique longe de Bianca por um tempo, está bem? Ela não sabe que…

–Entendi, professor.

A noite foi longa para toda a Hogwarts. Voldemort pairava o castelo, possuiu um aluno, tentou casar com outra e ainda por cima, chegou perto de Harry Potter. Algo precisava ser feito.

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O largo Grimmauld estava calmo, não havia tentativas de possessão nem guerra. Só haviam Sirius e Remus juntos. Sirius tinha a cabeça no peito de Remus, que acariciava-lhe os cabelos. Estavam em silêncio, mas a comunicação era intensa. Remus sabia que Sirius queria entender porque Bianca se expusera a tal perigo.

–Sabe que é a única pessoa no universo que ela tem, não sabe? - disse o lobisomem.

–Mentira. Ela tem você, Harry, Fred e a mãe dela. Tem a todos vocês.

–Elis a odeia e nenhum de nós é o pai dela. Você não entende porque simplesmente odiava Orion. Não sabe o que um filho é capaz de fazer por um pai.

Sirius suspirou. Bianca vivia como se nada pudesse ferí-la. Parecia com ele quando jovem.

–Acha que eu devo falar com ela?

–Com certeza. Inclusive devia pedir desculpas e agradecer. De joelhos.

–Não exagere. Eu ainda tenho orgulho.

–Orgulho. Sei – ele o puxou para um beijo demorado. Sua língua raspando a dele, seus lábios macios colados nos dele. - Mostre orgulho agora, sr. Black.

–Para o Inferno com o orgulho – Sirius riu, parando de beijá-lo.

–Hey, porquê? - Remus choramingou, puxando-o de volta.

Sirius cedeu e eles passaram a noite toda se beijando.

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No dia seguinte, Fred, Jorge, Bianca e Jason foram chamados à sala do diretor.

–Eu os chamei aqui para esclarecer o ocorrido de ontem – explicou Dumbledore. - O sr. Sanderson foi possuído com sucesso e durante esse período, aplicou a Imperio em Jorge para que este se passasse por Fred e levasse a srta. Black para a Floresta Proibida. É por isso que nenhum dos três sabe dizer coisa alguma sobre isso.

Os quatro assentiram. Era impressionante como as teorias mais complexas ficavam simples ao serem explicadas por Dumbledore. Depois daquela reunião, Fred obteve permissão para chegar perto de Bianca novamente, mas ela ainda guardava receios quanto à proximidade entre os dois, como se achasse que ele não era 100% confiável.