Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 27
Try to be normal




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–Quem te possuiu? - perguntou Rony a Jason.

–Não sei. Dumbledore não quis dizer.

Embora tenha minhas suspeitas, pensou o rapaz. Ele sabia que no ano anterior, Voldemort entrara na escola por intermédio do prof. Quirrell – que tinha desaparecido misteriosamente depois disso – e não duvidava nada de que o Lorde das Trevas ainda pudesse estar escondido na escola, principalmente se fosse na sala precisa.

–Nem começa Jay. Eu sei o que queri dizer quando faz essa cara.

–Hã? Que cara?

–Essa aí – ele gesticulou para o rosto do amigo. - Você quer investigar quem raios esteve por trás disso tudo.

–Exatamente.

**************

–Eu só queria entender porque ele recuou – disse Severo, pensativo.

–Promessas devem ser cumpridas, Severo e no nosso mundo, não há ninguém que possa quebrá-las, nem mesmo Voldemort – explicou Dumbledore.

–Quer dizer que naquele dia, em que ele pediu que Bianca o beijasse e que prometeu ir embora depois disso, ele realmente fez o que disse?

–Sim.

–Mas… ele possuiu um garoto ontem! Como pode ser possível? Deve ser o vira-tempo…

–Ele não usou o vira-tempo ontem, só quando levou Bianca ao passado. Tom é capaz de mudar sua aparência.

–Isso não explica nada! Ele possuiu o menino! Como você explica isso? Ele não tinha de partir na madrugada de anteontem para ontem?

–Sim. A possessão do sr. Anderson foi apenas uma última cartada para nos atingir antes de partir.

Severo estava quase saindo quando se lembrou de uma pergunta que queria fazer. Como pôde esquecê-la, mesmo que momentaneamente?

–Na Floresta… Voldemort disse que queria casar com Bianca. Você tem algo a dizer sobre isso?

–Tenho, embora não seja a hora de você ficar sabendo disso.

Com essa frase, Severo saiu, irritado. Com certeza, Dumbledore era um daqueles velhos sábios das histórias de crianças, mas algumas vezes ele parecia que estava ficando senil, como O Profeta Diário divulgava.

*************

A profecia era clara e não estava errada – profecias nunca estavam erradas. Se dizia que a Menina Preferida ia destruí-lo, era o que ia acontecer, mas talvez houvesse um jeito, uma maneira de evitar que ela tivesse ódio o bastante dele para querer derrotá-lo. Talvez se ela se apaixonasse por ele… seria tudo mais fácil, embora o amor não fosse nada fácil, e ele, o Lorde das Trevas, sabia bem disso. Nunca fora amado por ninguém durante toda a vida, e achara a menina bonitinha, mas todos pensavam daquela forma, não é? Pelo menos era o que parecia.

–Mestre? - Pettigrew chamou. O Lorde das Trevas voltou-se para ele com fúria. - O que vamos fazer agora?

–Impedir que ela encontre aquele outro garoto, porque se eles se unirem, estou morto antes do tempo.

–Mas Mestre! Há o Potter e esse outro sequer pode an…

–NÃO O SUBESTIME, OUVIU? - Voldemort rugiu. - Agora saia daqui.

Assim que Pettigrew sumiu de vista, o Lorde das Trevas voltou a pensar na menina. Era filha do primo de Bellatrix, o que fazia delas parentes, mas Bianca era tão diferente da prima de seu pai… era tão doce, pura, gentil, era como uma criança comum, com a exceção de que atraía homens com uma facilidade incrível, e o Lorde entendia aquilo. A joia preciosa devia ser cuidada por muitos e Bianca exigia uma proteção extrema, que só alguém loucamente apaixonado poderia oferecer.

************

O final de semana chegou e Harry e Bianca voltaram para o largo Grimmauld. Enquanto Harry dormia, Sirius usou o Entremente para visitar o sono de Bianca.

Tem um segundo para conversarmos?– pediu o homem. - Pessoalmente.

–Na biblioteca.

Logo, pai e filha se encontraram na sala de livros, o lugar favorito da menina, e sentaram-se entre as estantes.

–Eu queria pedir desculpas por reagir daquela forma, o berrador e tudo o mais.

–Tudo bem pai – ela disse sorriu.

Sirius tinha uma grande capacidade de perder-se no tempo. Enquanto seu corpo estava no presente, sua mente voltara ao passado, contando uma história para si mesmo.

FLASHBACK ON

POV SIRIUS.

Já se passara quase um mês desde 31 de outubro de 1981, e eu não conseguia dormir. Elis e Bianca tinham sono pesado, então passava minhas noites insones na biblioteca, mas naquela noite, Bianca também não dormiu.

–O que foi? - perguntei. - Não consegue dormir?

Ela moveu a cabeça, concordando. Em seguida, esticou os braços, pedindo colo, então peguei-a. Ela mexeu as mãozinhas, como se contasse uma história.

–Quê? Não quer dormir? - perguntei, rindo. Ela negou. - Vamos dar uma volta, então.

Levei-a para a biblioteca e peguei o livro favorito ela, A Bela Adormecida, deixando que ela folheasse as imagens. Quando terminou, pediu-me para ler em voz alta. Obedeci, pensando que ela dormiria quando acabasse, mas não foi isso que aconteceu. Depois que eu cheguei ao “Viveram felizes para sempre e fim”, Bianca perguntou:

–Papai, pluque a plincesa nau fica com o papai dela?

Eu me perguntava aquilo às vezes. Porque Bianca não podia ficar comigo? Ah, claro, porque eu podia esconder minha magia, mas Bianca não conseguiria tão cedo e a mãe dela era muito medrosa, teria um ataque quando visse Bianca levitar um vaso pela primeira vez. Seria melhor para as duas se fossem para longe. Talvez a convivência com os trouxas suprimisse a magia de Bianca. De certa forma, entendi o que Lily dissera quando ofereci ficar com Harry. Talvez seja melhor para ela crescer longe disso tudo.

–Talvez… o rei pensou que seria mais seguro pra ela – falei.

Mais i si ela nau quisesse?

–Muitas vezes temos de fazer não o que queremos, mas o que é melhor para nós – expliquei.

Bianca fez cara de quem pouco ligava.

–Boa noite papai – e fechou os olhos.

–Boa noite Bia.

Levei-a de volta para seu quarto e dando-lhe um beijinho na testa, coloquei-a em seu berço. Mal sabia que no dia seguinte, minha princesinha seria tirada de meus braços.

FLASHBACK OFF

–Pai? - Bianca chamou. - Está tudo bem?

–Sim, está… eu me perdi em pensamentos.

–Percebi – a menina riu. - Boa noite papai.

–Boa noite Bia.

No dia seguinte, Harry e Bianca resolveram tirar o dia para esquecer todos os problemas que os cercavam. Tomaram sorvetes o dia todo e mais nada. À noite, eles resolveram passear pela casa.

–Como vamos conseguir enxergar sem magia para fazer o Lumus? - Harry perguntou.

–Não precisamos. Você não reparou que nesta casa não há um único interruptor?

–Notei…

–Então – a menina deu um sorriso maldoso, como se isso explicasse tudo. - Vamos logo.

Juntos, eles caminharam até o quarto andar e foram ao terraço, que tinha um belo jardim de inverno, que encantou Bianca.

–Está frio – Harry esfregou os braços. - Podemos descer?

Bianca disse que sim. Voltaria ao seu santuário mais tarde. Quando chegaram ao terceiro andar, onde ficavam os quartos, ouviram objetos sendo atirados. Discretamente, os dois colaram os ouvidos na porta do quarto de Sirius e Remus.

–Ela se foi! SE FOI! - Remus gritou. - Elis reconstruiu a vida dela, e você fez o mesmo comigo, Harry e Bianca.

Uma garrafa se quebrou.

–Você está bêbado de novo? - exclamou Remus. - Por Merlim Sirius.

Eles queriam continuar ouvindo, mas um grito rouco vindo do outro lado do corredor os assustou.

–Aquele renegado! Não bastou desgraçar a minha casa ao nascer e ir para a Grifinória em seguida, tem de viver bêbado!

–Quem é essa que está gritando? - Harry perguntou baixinho.

–Walburga Black, minha avó – ela explicou. - Quando morreu, meu tio Regulus a colocou em um quadro, e desde então, tentamos nos livrar dele.

–E porque não conseguem?

–Nada que tentamos dá certo. Pensamos que talvez ela tenha mandado colocar um contrafeitiço adesivo.

–Remus não consegue tirar? Ele se formou em Defesa Avançada Contra as Artes das Trevas!

–Sim, ele estudou isso, não Remoção de Macumbas, agora vamos dormir, está bem?

A dupla foi dormir, deixando Walburga aos berros.


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