Quando estávamos na porta da diretoria, Josh disse:

– Se a gente morrer, quero dizer uma coisa: Eu Te Amo, Chris.

– Vamos entrar? Eu quero acabar com isso logo. - Falou Matt. Era óbvio que ele estava morrendo de medo.

Virei para Josh e cochichei no ouvido dele:

– Me salva que eu te pago um boquete.

Então Josh me olhou, rindo, e disse:

– Vou estar esperando.

Ri para ele e entramos.

Logo de cara, a pedagoga já nos olhou. Eu e Josh ficamos nos entreolhando, como quem diz: "estamos fodidos, foi bom te conhecer, cara." Fiquei olhando em volta, esperando uma cadeira elétrica ou uma máquina de tortura. Mas não tinha nada disso. Se bem que estar na diretoria era muito pior que levar um choque ou ser torturado. A pedagoga, olhando para mim e Josh, disse:

– Segunda vez na diretoria, hein, rapazes? Estou impressionada.

– Acontece, pedagoga, que fofocas se espalham rápido, não é? - Josh protestou, sério.

– Do que você está falando, rapaz? - A pedagoga perguntou, confusa. - Não chamei vocês aqui por causa do beijo. Muito pelo contrário. Acho ótimo que os dois tenham uma relação, pois significa que vocês não tem medo de se expressar um com o outro. Chamei vocês aqui para parabenizá-los, pois vocês ganharam o concurso de Alunos Do Ano! Ou seja, vocês são, por enquanto, os alunos mais espertos do colégio! Parabéns, rapazes!

– Obrigado. - Eu e Chris falamos juntos.

– Por nada, rapazes. Vocês merecem. - A pedagoga respondeu.

– Se a senhora não nos chamou aqui por causa do beijo, como sabe dele? - Eu perguntei.

– Eu tenho meus meios. - Ela disse, dando um sorrisinho.

Matt, que até agora estava quieto, falou:

– E quanto a mim, pedagoga?

– Ah, sim, queria dizer que você é o nosso quarterback do time do colégio, parabéns! Podem sair agora, rapazes. Voltem para a sala, o sinal já vai bater.

Então nos viramos e saímos. Assim que tiramos o pé da diretoria, demos um suspiro de alívio e Matt falou:

– Achei que fôssemos morrer.

– Pois é, cara, diretoria é tenso. - respondi.

– Depois dessa, vou precisar trocar de cueca. - Josh falou, rindo.

– Eu te ajudo, Josh. - Eu falei, com um sorriso malicioso.

– Credo, Chris. - Ele respondeu.

– Você ainda não viu nada, cara. - Eu falei.

Então voltamos para a sala. Bateu o sinal.

Quarta aula: Artes novamente. Como já sabíamos que a professora não tinha vindo, já fomos saindo. Quando eu estava saindo com o Josh, Jess chegou e perguntou:

– Já rolou alguma coisa?

– Já. - Josh respondeu.

– Gente, to boiando. Me expliquem? - Pedi, sem saber o que estava acontecendo.

– Ah, sim, eu e a Jess fizemos um trato. Ela "namorava" comigo, até que rolasse um clima entre eu e você, Chris. Quando isso acontecesse, ela terminava comigo. - Respondeu Josh, sorrindo. - O "namoro" era só pra disfarçar que eu era gay, mas agora todo mundo já sabe. Então tanto faz.

– Muito esperto, Josh. - Eu disse, também sorrindo. - Mas como você tem certeza que tá rolando alguma coisa?

– É muito óbvio. Eu já te beijei. Você já me beijou. É claro que tá rolando alguma coisa. - Ele respondeu.

– Pois é, você está certo. - Eu ri. Então eu o beijei. De novo. Na frente da Jess, na frente de todo mundo. - Vamos andando? - Perguntei.

Então fomos. Paramos para falar com nossos amigos, com os professores, eu e o Josh fomos no banheiro (não teve sexo não, fique tranquilo) enquanto a Jess esperava lá fora. Quando saímos, demos mais umas voltas e ficamos na frente da sala, esperando o sinal bater. Depois de uns 5 minutos, bateu o sinal.

Quinta aula: Português. Ninguém gosta de português, é uma matéria muito chata. Então todo mundo entrou, e esperamos a professora chegar...