Só mais um dia escrita por Caroline Bueno


Capítulo 24
Sophie




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O dia estava mais quente que os anteriores e a neve cessara um pouco. Eu estava preparando o almoço quando meu pai veio com mais uma notícia.

– Já sei para onde nós vamos viajar - ele disse todo contente.

– Onde? - perguntei e minha mãe se aproximou de nós para ouvir.

– Vamos para a Califórnia, conhecer Los Angeles. O que acham? - ele perguntou eufórico.

– Eu acho ótimo - disse minha mãe.

– E você Evelyn? - meu pai me encarou.

– Acho bom também pai. Vai ser muito divertido. Mas estive pensando, eu vou ficar um pouco sozinha lá. Sei que tem você e a mamãe, mas vai haver horas em que vocês vão querer ficar sozinhos... - falei com um pouco de vergonha.

– Já até resolvi esse assunto - disse meu pai meio misterioso.

– Já? - perguntei.

– Já - ele me encarou - falei com a família de Richard e eles deixaram ele ir também. Vamos ficar numa casa de praia com três quartos, um para mim e sua mãe, um para você e um para ele. Vamos passar apenas uma semana lá, foi o tempo que consegui no trabalho.

– Sério pai? Você convidou Richard? Eu não acredito! - gritei e fui abraçá-lo com as mãos sujas de cortar peixe.

– Cuidado para não me sujar Evelyn - disse meu pai rindo - só fiz isso porque confio em você e nesse seu namorado.

Comecei a rir e tornei a abraçá-lo. Ele não nos deu muito detalhes da viagem porque estava atrasado para o trabalho, então saiu.
Seus dias de licença para cuidar de minha mãe haviam acabado, eu que cuidaria dela agora.

– Evelyn - disse minha mãe sentada no sofá lendo uma revista - não se esqueça que amanhã você tem o tratamento de quimioterapia. Você vai sair com seu pai pela manhã.

– Pode deixar mãe. E daqui a pouco o peixe ao molho fica pronto. Vi essa receita na Internet.

– Muito bem - ela sorriu.

Passaram-se uns 10 minutos e a comida ficou pronta. Forrei a mesa com uma toalha e trouxe a panela com o peixe para a mesa, depois o arroz, os pratos, talheres e copos e por fim o suco.

Nos sentamos à mesa e então nos servimos. Várias vezes minha mãe elogiou a comida o que me deixou muito satisfeita. Conversamos sobre várias coisas e até falamos de Richard. Era muito bom ver minha mãe se recuperando, deveria ser assim que ela se sentia quando me via recuperando um pouco só do câncer. Eu não tinha esperanças de que um dia ficaria 100% bem, mas conseguia conviver com a ideia de que minha vida estava falsamente estável.

Depois do almoço minha mãe resolveu descansar um pouco e eu lhe pedi permissão para caminhar pela vizinhança.
Vesti meu velho jeans e uma blusa e saí. Resolvi ir de novo ao lago lá perto e me sentei num banco. Foi quando vi Richard aos risos com uma garota no parque que ficava para frente do lago. Me levantei e fui até eles.

– Ele é o seu namorado? - perguntei para a garota loira que estava com ele.

– O que? - ela perguntou, na mesma hora Richard percebeu que eu estava lá.

– Não é nada disso Evelyn... - disse Richard quando dei às costas e saí.

Ele puxou meu braço e me olhou perplexo. Eu o encarei e então soltei meu braço de sua mão.

– Evelyn a Sophie é minha prima, minha mãe a convidou para ficar lá em casa enquanto eu viajo - ele disse tentando se explicar.

– Que conversa furada Richard! Todo mundo sabe que quando homem quer esconder uma traição diz que a garota é sua prima! - gritei.

Richard começou a rir. Eu não entendi o porquê e fiquei com mais raiva ainda.

– Por que você está rindo? - perguntei nervosa.

– Porque você está morta de ciúmes! Não sabia que era tão ciumenta Evelyn! - ele voltou a rir.

– Posso jurar para você que sou prima dele, veja - a garota veio até nós e mostrou uma marca de nascença no braço - é igual a de Richard, acho que você já viu a dele. É uma marca de família.

Olhei para a garota e para Richard. Eu tinha tido um ataque ridículo de ciúmes e estava me sentindo péssima.

– Nos falamos depois Richard - e então saí em direção para minha casa.

Richard disse algo para a garota e então correu até mim e me parou. Ele me olhou e depois me beijou.

– Eu estava conversando com a minha prima e você sentiu todo aquele ciúme, imagina seu tivesse a abraçado - ele falou tentando não rir.

– Desculpa, eu sei que fui ridícula, não precisa rir.

– Eu adorei esse ciúme todo, de verdade - ele disse com um sorriso no rosto.

– Pode parar Richard.

Ele me acompanhou até em casa ainda rindo. Toda aquela cena de ciúmes tinha deixado ele se sentindo o máximo.


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