Brown Eyes escrita por Leonardo, Leonardo Alexandre


Capítulo 8
Capítulo Bônus - Ask Us


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores...
Misericórdia que faz quatro meses e cinco dias que eu não ponho a cara aqui... Mas entendam, é um Ask Us, tem que dar um tempinho pras pessoas perguntarem...
Espero que curtam e eu dedico esse capítulo para Pauli, BiaFelix, Anninha e 17 essas divas que eu tanto amo... E a todas as leitoras e leitores, até fantasminhas... Tenho um carinho imenso por cada um de vcs que me acompanharam até aqui e tals...
Enfim, boa leitura...



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Todas as mesinhas do Segundo Ano B foram removidas e agora havia apenas duas fileiras de cadeiras no fim da sala e uma no começo. Nas de trás estavam os pais dos alunos e nas da frente, os pequenos e Shinara.

A única mesa que estava em seu devido lugar era a da professora, mas atrás dela, quem estava sentada era uma garota de 19 anos, quase vinte. Seus cabelos cacheados caindo de forma meio infantil até poucos centímetros abaixo dos ombros emoldurando um rosto de um moreno claro enfeitado com um sorriso torto que ao mesmo tempo era fofinho e a deixava com uma expressão abobalhada, era Leoa Santana (ou Déborah), a autora.

Todos a olhavam esperando que dissesse alguma coisa, então ela esfregou as mãos uma na outra e começou. — Bom, eu os reuni aqui hoje para responder algumas perguntas de pessoas que vocês não conhecem, mas tem um grande carinho por vocês. Não são obrigados a revelar nada que não queiram, ok? — Recebendo murmúrios positivos, Leoa pegou um papel do amontoado sobre a mesa. — As primeiras perguntas são da Gina Hell.

— Autora, como você consegue escrever tão bem? De onde vem a sua inspiração?

Por sorte, Leoa tinha uma cor de pele que ajudava a disfarçar o leve rubor em suas bochechas. — Ah, bom... Eu acho que praticar me ajudou bastante. Ainda tenho muito o que melhorar, é claro. Mas obrigada pelo elogio, essa retribuição dos leitores é muito importante pra mim. Sobre a minha inspiração pra essa fic...  — Um sorriso divertido brotou em seus lábios. — Digamos que ela tem nome, sobrenome e alguns piercings. Haha.

— E qual seu personagem favorito?

— Ah, qual é? Isso não é uma pergunta justa. Temos a Bibi que tem um gênio forte e é divertida de acompanhar, a Karen que é tão intensa e complexa. Temos Anninha e Ceci que são as estranhas mais fofinhas da vida, e a Shinara que é um amor de pessoa. E nem comecei a falar do lindo do Gusta que é um príncipe charmoso e alegre. Não dá pra escolher só um, são todos os meus xodozinhos. — A autora sorriu um tanto quanto nostálgica por saber que teria que dizer adeus a eles. — Vamos as próximas perguntas que são da... Anninha Luíza Rodrigues.

— Karen, quando você olha pra Shi, o que você sente?

— Bom... — Karen passou os dedos pelo cabelo e franziu o cenho, tentando encontrar as palavras apropriadas. — Eu não sei explicar. Exatamente. É uma espécie de paz misturada com alegria, segurança, admiração e... Sei lá. Ela conseguiu se provar uma verdadeira amiga nesses poucos meses que nos conhecemos e, por isso, me desperta os sentimentos mais positivos possíveis.

— Awn. Você é gracinha, pequena. — Shinara sorriu emocionada.

— Shi, ela também tem uma pergunta pra você. — A autora retomou a palavra.

— Ok. Pode mandar.

— O que te motivou a tentar dialogar com a menina de olhos achocolatados, mesmo sabendo que ela não falava?

— Eu... Hm. Como posso explicar? Eu tive empatia pela Karen, senti que ela precisava realmente de alguém que estivesse disposta a ouvir não só suas palavras, mas seus gestos e... Ela tem olhares que dizem milhões de coisas a quem se atenta o bastante pra interpretar; e eu quis ser essa pessoa. Respeitando o tempo e o espaço dela, é claro.

Não só Karen e Esther miravam a professora com profunda admiração, como também os alunos, os pais dos alunos e até mesmo a própria autora.

— Shinara, eu te daria um abraço se você existisse.

— Ah, Leoa, estamos dentro da fic. Vem aqui. — A loira se levantou e abriu os braços.

A autora franziu o cenho, levemente encabulada, mas se levantou e foi. Seguida de Ka, Esther, Gusta, Bibi, Anninha, Cecília e logo Shinara estava cercada em um enorme abraço coletivo.

— Okay, okay. Agora tenho que voltar a fazer as perguntas. — Leoa se recompôs e tornou a se sentar, pegando os papais. — Onde eu estava mesmo? Ah sim, Anna Luíza. E a próxima é para... Anninha e/ou Ceci.

— Vencer a timidez não é algo fácil. Mas pela amizade, vocês conseguiram. Acreditam que a amizade pode abrir novas portas?

Cecília agarrou o braço da amiga e se encolheu, mas Anna Luiza sorriu e sussurrou. — Ei, respira. Tá tudo bem, você consegue.

Ceci assentiu e respirou fundo, então começou a falar baixinho. — Eu acho... Que sim, pode. Eu ainda sou tímida e retraída, mas estar com a Anna e “ser estranha com ela”, como ela costumar dizer, me deixa mais... Confiante. De certa forma. Bem... É isso.

— Obrigada, Cecília. Muito esclarecedor. — Leoa sorriu e mirou a última pergunta de Anna Luíza Rodrigues. — Essa vai pro Gustavo.

— Você sempre teve uma quedinha pela professora. Passou quando se esbarrou na Karen? DIZ QUE SIM, PELAMOR DE DEUS, TEM QUE SER GUSTAREN!

— An? Como assim? — Gustavo fez uma expressão confusa e mirou Karen, inclinando a cabeça por trás dos ombros de Gabrielle.

— N-n-nada, Gusta. Ela só tá brincando. — A garota respondeu ficando absurdamente vermelha de vergonha, mas o colega não notou e apenas deu de ombros, voltando à posição inicial. — Anninha! — Karen exclamou em um sussurro olhando para a garota através da tela do computador. — Você sabe que sou tímida e fica me fazendo ficar vermelha na frente do crush? Pensei que éramos amigas. Se bem que essa é uma das funções das amigas, né? Affs. Saudade solidão. #SQN

Leoa mordeu com força o lábio inferior para conter uma risada e, em seguida, pigarrou e disse. — As próximas perguntas são... Da Pauli.

— Autora, Gustaren foi real?

— Será. Eu espero que muito seja real porque tanta química acumulada pode causar uma explosão, né? — Murmurou soltando uma risadinha.

— E o que aconteceu com Esther? Tipo, ela arranjou alguém? E a relação com a Karen? Melhorou?

— Sim, a relação dela com a Karen melhorou consideravelmente. Não foi fácil, não foi rápido. Mas melhorou. E a próxima pergunta é da... Bia Felix.

— Tem um carro, uma casa, compra um livro por semana, professora, 25 anos? É sério? Shinara de onde você tira tanto dinheiro?

— Minha família é bem de vida, por assim dizer. Meus pais são donos de uma rede de fábricas de almofadas, travesseiros, colchões e afins. Não sou a mais velha, então não tive que assumir os negócios. Minha casa foi um presente de formatura, mas o carro eu suei pra pagar porque não gosto muito de ficar usando grana dos meus pais. Só que eles não veem problema de eu usar de vez em quando.

— Certo. Valeu, Shi. Agora são as perguntas da... Lorena Lovatic. (do Whatsapp, não do Nyah!).

— Autora, porque a Bibi é tão temperamental e o Gusta é todo fofo?

— Digamos que a Bibi, por ser menina, acabou observando e reproduzindo as atitudes da mãe que também é um tantinho ciumenta e autoritária. E o Gusta sempre foi de boa com a vida e recebeu tudo de amor, carinho e atenção (e puxão de orelha quando necessário) tanto da mãe quanto do pai e da Gabrielle diva ♥. Gustavo apenas reflete o que lhe dão, afeto. E agora é pra Shi.

— Shinara, você é lésbica?

A loira riu sem graça e, nervosa, esfregou as mãos antes de responder. — Bom, eu não me definiria como lésbica ou bi. Eu só... Gosto do jeito das pessoas independente do gênero, aparência ou outra coisa qualquer. Acho que é melhor gostar do conteúdo que do exterior. Já tive relacionamentos com mulheres, não me arrependo.

— Muito bem, Shi. Ela ainda segue com mais uma pergunta.

— Você ficaria ou namoraria com a Esther?

— Err... Eu... Eu acho que... — Shinara riu ainda mais nervosa e direcionou brevemente o olhar para Esther, baixando a cabeça logo na sequência. — Pro-próxima pergunta.

Leoa riu e olhou para a tela sussurrando “Eu shippooo. Meu, elas são muito fofas. Shinesther na veia”, depois pigarreou. — Também temos algumas anônimas. Começando com uma pra nossa querida Anna Luíza.

— Anninha, você namoraria com a Ceci?

— Eu? — A garota sorriu grande. — Quando eu crescer, eu vou casar com ela por que ela é a melhor pessoa do mundo todo. Te amo, Ceci.

— Ooooooown. Eu também te amo, Anninha.

As meninas tímidas se abraçaram ao passo que seus pais trocavam olhares surpresos e chocados, mas sem esboçar qualquer outra reação.

— Ah, que fofo. — A autora comentou. — Agora é pra Esther.

— Sempre vimos a Ka como uma geniazinha de oito anos, então acho que seria legal você contar pra gente algumas pérolas de quando ela era criança. Ou mais criança, no caso.

Karen deu um tapinha na própria testa ao ver sua mãe abrir um sorriso e tomar ar para contar seus micos de infância, ou no caso, ainda mais infância.

— Ela e a Bonnie adoravam assistir Cavalheiros do Zodíaco e depois ficar encenando no meio da sala e a Karen sempre gritava bem alto “Colicaaa do Dagão”. E isso sem mencionar que na época em que eu tinha tempo de acompanhar Pretty Little Liars, em qualquer horário que passasse, ela logo corria pra me chamar “Rápido, mãe, tá passando Pirulito Laies”. — A morena riu enquanto sua filha se afundava na cadeira. — Mas tem uma situação que nem batendo a cabeça bem forte vou esquecer, eu estava arrumando as prateleiras do quarto dela quando achei um caderno de desenho. A mamy dela era muito boa desenhando e a Karen quis tentar também, eu decidi dar uma olhada e eram muito fofos, sério. Então ela entrou de repente e disse “Arn! Mãe! Isso é particular. Não dá pra viver em uma casa onde não se tem privacidade. Não posso lidar com isso, simplesmente não posso.” E saiu gesticulando e resmungando. Com seis anos, imagina a miniatura de gente?

Risos preencheram a sala do Segundo Ano B enquanto Karen grunhia cobrindo o rosto escarlate com ambas as mãos.

A autora pigarreou para retomar o tom, mesmo que um resquício de diversão ainda permanecesse em sua voz. — Obrigada, Esther. Agora para Gustavo e Gabrielle.

— Gêmeos lindos e divos do meu core, o que vocês querem ser quando crescer?

— Eu quero me tornar um espetacular fabricante de objetos de vidros. — O loirinho entoou de peito estufado.

— Nossa, como você é bobo, menino. — E sua irmã logo tratou de alfinetá-lo.

— Ninguém te perguntou nada, Bibi. — Gusta cruzou os braços e deu língua.

— Perguntaram sim. — A ruivinha devolveu os gestos.

— Então responde e me deixa em paz.

— Eu quero ser uma bombeira. — Disse em tom superior, fazendo pose. — Pra salvar um montão de gente e ser super importante na minha cidade.

— Mas assim você pode quebrar suas unhas, Bibi. — Uma das coleguinhas de Gabrielle murmurou se inclinando para frente para que a ruiva pudesse vê-la a algumas cadeiras de distância.

— Oh. My. God. Então eu preciso urgente rever os meus conceitos. — Declarou indignada.

A autora estava com os lábios comprimidos para não rir acompanhando a discursão, porém depois de respirar fundo algumas vezes, conseguiu voltar a se concentrar nos papeis em sua mão. — Uau. Isso é meio constrangedor. Temos uma pergunta para a Bonnie, mas é claro que ela...

Um som alto de rodinhas em uma superfície de madeira interrompeu a fala de Leoa, e então, além do teto, surgiu uma rampa de um branco-perolado e em corpo branco em alta velocidade desceu por ela em um skate da mesma cor, fazendo um looping e parando de pé no chão.

— Did you miss me? — Bonnie Pfeifer proferiu com sorriso charmoso e os braços cruzados.

— Essa é a sua esposa? — Shinara sussurrou para Esther.

— É.

— Uau.

— Eu sei.

Esther, Karen, Leoa e Shinara olhavam perplexas para a mulher/fantasma enquanto os outros na sala apenas expressavam curiosidade.

Ela estava linda, assim como era quando estava viva. Porém totalmente em branco-perolado, desde o par de all stars passando pela calça jeans colada, a camisa regata e a jaqueta de couro até os cabelos que, em vida, eram vermelhos.

— Entrada maneira, né? Já podem reagir. — Bonnie descruzou os braços, pondo as mãos nos bolsos da calça.

— Ai caramba, você tá mesmo aqui! — A autora exclamou com os olhos arregalados.

— Pois é. — Ela sorriu, então Karen e Esther se levantaram na intenção de correr em direção a fantasma, porém esta fez gestos de pare. — Cuidado, meus amores. Desculpa, mas não somos mais feitas da mesma matéria. Eu meio que não sou exatamente sólida nesse plano.

— Sério? E do que você é feita agora? — Leoa não conseguiu segurar as palavras a tempo. Quando viu, já tinha questionado.

— Eu não faço ideia. Nem na escola eu era boa em química, imagine morta. Mas você comentou que tem uma pergunta pra mim.

— Ah claro! Na verdade são duas. De anônimos.

— Bonnie, a Esther foi meio vaga sobre como vocês se conheceram. Pode contar mais detalhes?

— Com certeza. — A skatista jogou o corpo para trás, onde uma cadeira fantasma se materializou no mesmo instante. — Bem... Eu me lembro de ter demorado a perceber que ela usava óculos porque vivia com o cabelo na cara igual à Karen. A Esther me encabulou porque as outras garotas corriam muito atrás de mim no colégio, e ela? Ela sequer parecia saber que eu existia. Não estávamos nem no segundo bimestre do primeiro ano quando decidi conhecê-la melhor, desvendar a garota misteriosa que não me dava bola... Lembro como se fosse ontem, ela tava sentada num banco da praça da escola usando uma camiseta dos X-Man, jeans frouxos e um par de all stars quase tão surrados quanto meus. Me aproximei de skate e sentei ao lado dela dizendo um “oi”, ela fechou o livro, balançou a cabeça pra tirar o cabelo do rosto e virou pra mim com um sorriso tímido, retribuindo o “oi”. Nossa, que sorriso. Depois dessa, não tive dúvidas que de que eu a queria. E alguns meses depois, não tive dúvidas de que a amava. “Nossa, tão rápido, Bonnie?” É a Esther, véio! Semanas já são o bastante pra ela te cativar, se apaixonar é numa piscada.

Esther ficou vermelha, mas mantinha um sorriso radiante nos lábios. Que saudade tinha da voz da sua marrentinha.

— Oooooown. Pensei que c era menos gay e mais bad-girl. — A autora comentou.

— Cala a boca. — Bonnie revirou os olhos e cruzou os braços. — Eu era, né? Mas conheci a minha santinha e deu nisso.

— Haha. Vamos para a próxima.

— Essa é pra mamy da Ka. Como é que é... Você sabe... Morrer? Doeu muito? Você... Você se lembra do acidente?

— É, eu lembro. Bom... Doer, claro que doeu, afinal, eu morri num acidente de carro. Só que foi bem rápido porque eu desmaiei. Foi assim, eu vi aquele Jeep e percebi que não ia dar pra desviar, então só virei o bastante pra não pegar muito pra minha baixinha nem pra minha santinha. Aí, cara, eu senti uma dor filha da mãe, filha da mãe mesmo, véio. Pensa numa dor! Mas rapidin ficou tudo preto e pronto. Só que eu não fico pensando nisso, eu só penso no quanto eu tava feliz. Tipo, uns minutinhos antes, eu olhei pra Karen pelo retrovisor e depois pra Esther do meu lado, elas tavam tão lindas e fofas cantando alto e sorrindo. Me senti tão completa e em paz. É dessas coisas boas que eu prefiro lembrar.

Ao fim do relato, a sala ficou em silêncio por longos minutos. Até que a autora pigarreou e disse. — O-obrigada, Bonnie. Bem, nós... Temos uma última pergunta que é para... — Desviou os olhos para o papel um segundo e sorriu amarelo. — Mim.

— Leoa, você tem planos pro futuro dessa galerinha linda que conhecemos em BE?

— Planos? — A jovem bufou um sorriso. — Planos? Meu plano é que os ship’s divos casem, tenham filhos lindos e cachorrinhos peludos com olhos de cores diferentes porque cachorros de olhos diferentes são a coisa mais fofa do mundo. Mas a vida é meio imprevisível, né? — Depois de uma piscadela para a tela, a autora virou-se para seus amados personagens. — É isso pessoal. Foi muito bom estar com todos até aqui e conhece-los através dos capítulos, aprendi muito com vocês. Sobre amizade e confiança. Valeu, galera. De verdade. Vão pra casa antes que eu comece a chorar.

Um punhado de pessoas riu antes de levantar, porém logo estavam seguindo para a porta da sala colorida do Segundo Ano B.

Enquanto Leoa organizava seus papeis, pouco antes que o cômodo estivesse completamente vazio, Bonnie levantou e sua cadeira fantasmagórica sumiu.

— Santinha. — Chamou. — Posso levar um lero contigo rapidão?

Esther tremeu no lugar e olhou para Shinara e Karen, que acenaram em concordância e saíram para que elas pudessem conversar.

— Eu ouvi que foi tática, tá? — A fantasma fez piada para descontrair o clima.

— Ué, funcionou. — Esther sorriu saudosa. — Senti falta da sua voz, marrentinha.

— Do meu sorriso também, aposto.

— Convencida. Nossa, como eu te amo. Você podia dizer que sentiu saudade também.

— Eu estou sempre com vocês. Dói te ver chorar, sabia? É a única oportunidade que vou ter de dizer isso, então, por favor, acredite: não foi culpa sua. Eu sei que você sabe, mas quero que acredite. Pode fazer isso por mim? — Ela fez um biquinho manhoso.

— Essa carinha não é nada justa. — Uma lágrima escorregou pela bochecha de Esther. — Entretanto, farei isso. Por você, minha marrenta.

— Ótimo. — Bonnie abriu um sorriso enorme. — E mais uma coisa. A loirinha... Ela é legal. Diga que eu agradeço por tudo que ela fez pela nossa baixinha. Alias, você devia chamar a mina pra sair, uma moça legal dessas. Terça-feira, sete e meia da noite na Pizzaria La Sorelle. É perto da casa dela, dá pra conversar, dar uma caminhada e tals.

— Pera aí, o que? — A morena ficou confusa.

— Vai por mim, faça isso. La Sorelle, sete e meia na terça-feira.

— Mas terça a gente teria que voltar cedo por causa do trabalho, não seria melhor sexta pra...

— Não! Tem que ser do jeito que eu to te falando.

— Por quê?

Bonnie abriu a boca, estufou o peito (um costume humano, embora não precisa mais tomar ar para falar) e, em seguida, arregalou os olhos como se lembrasse de algo muito importante. — Caramba, eu estou excedendo o tempo que eles me deram aqui.

— Mas...

— Tchau, Santinha. Foi muito bom te ver.

A fantasma se aproximou e beijou a testa de Esther, que não sentiu um toque exatamente. Foi mais como um formigamento.

— F-fo-foi bom te ver também, marrentinha. E, só pra constar... Você fica linda de branco.

— Sabe que se eu pudesse, usava preto. Mas é o que tem. Fazer o que? — Ambas riram e acenaram tchau. — Não vai esquecer, hein? Sete e meia, terça-feira.

— La Sorelle. Entendi.

Um skate fantasmagórico surgiu e Bonnie pisou nele, dando um único impulso que a levou em alta velocidade para cima em uma pista branca-perolada que ia se “materializando” conforme ela subia.

Esther ainda estava muitíssimo confusa, mas Bonnie era um fantasma, devia saber das coisas. Então seguiu para fora da sala. — Shi, você tem algum plano pra terça-feira?

A autora observou aquela cena com um sorrisinho de canto e pensando consigo mesma “Eita que Shinesther ainda vai render”.

Cinco Dias Depois

Esther e Shinara conversavam durante o caminho para a pizzaria. Karen estava bem ao lado, mas não se intrometia no assunto, deixando sua mãe e sua melhor amiga terem um momento de “privacidade”.

Chegando ao estabelecimento, a menor entrou na frente, dando de cara com uma das pessoas mais desprezíveis que conhecia: Nicole Lira. A psicóloga também viu sua antiga paciente, mas só demorou um segundo mirando-a antes de subir os olhos para as mulheres atrás da criança.

Karen se virou e percebeu que nem sua mãe nem Shinara notaram Nicole. Na verdade, não notaram nada ao redor por estarem ocupadas trocando olhares e risinhos bobos. Então um sorriso um tanto quanto maldoso se espalhou pelos lábios rosados da baixinha ao voltar o olhar para a psicóloga.

Agora acabou mesmo.


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Notas finais do capítulo

An? An? Eles não são uns amores?
Eu juro, se alguém escrever uma prequel Estonnie, eu faço uma one Shinesther (ou Gustaren, o que preferir) e dedico a essa pessoa... Palavra de honra...
Bibi revendo seus conceitos, Bonnie surgindo do teto, Annília, pérolas da Karen, esfregada de Shinesther da cara da falsiane, escrotiane, putiane, vadiane da Nicole Lira... Eu definitivamente nunca vou superar isso kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
xoxo
Atenciosamente, Leoa Santana...