Hits and misses escrita por Just a Writer


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Quanto ao capítulo anterior: Por favor NÃO ME MATEM hahaha! Eu sei que estão bravas! E leiam as notas finais ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/652590/chapter/5

Enquanto o corpo de Ethan era preparado para enterrar, fui em casa para tomar um banho e conversar um pouquinho com Owen. Encontrei ele na sala assistindo televisão.
— Oi meu amor – me sentei ao seu lado e dei um beijo na cabeça.
— Oi mamãe. – ele disse, ainda com os olhos na televisão.
— Olha pra mim. – pedi e ele obedeceu. – Precisamos conversar, está bem? – ele fez que sim com a cabeça. – O papai já te contou sobre o papai do céu?
— Sim, ele disse que é um moço muito bonzinho, que mora lá em cima – ele apontou pra cima – e que gosta de mim igual o meu papai. – ele explicou, na inocência de seus três anos.
— Isso mesmo. E o papai foi morar com o papai do céu hoje. – eu disse, torcendo para que ele entendesse.
— Lá no céu? – ele perguntou, com os olhinhos brilhando.
— Sim, meu amor. Lá no céu. Você não vai mais poder ver ele, nem eu. Mas lá em cima, - eu apontei pra cima – ele pode ver todos nós, ta bom? – ele fez que sim com a cabeça – Precisamos ser fortes e ficar felizes. Ele quer ver a gente feliz, entendeu? – ele fez que sim novamente com a cabeça e me abraçou.
Depois de contar para minha mãe e May que Ethan havia partido, pedi para elas ficarem com Owen durante a noite, porque eu iria para o velório e não queria que ele fosse também.
Sabe aqueles velórios tristes, em que não aparece ninguém? Pois é, assim foi o de Ethan. Não por não ser querido, mas porque era sozinho no mundo. Alguns amigos e parentes distantes apareceram. Passei toda a noite ali, mas nem se quisesse conseguiria pregar os olhos. Olhando para seu corpo, bem ali na minha frente, me lembrei de nossos momentos alegres, do grande pai que foi para Owen, mas principalmente do quanto sofreu na sua vida. Pelo pouco que me contou, ele e Mariah, a mãe de Owen, foram muito apaixonados durante o tempo que viveram juntos. A gravidez de Owen foi um sonho realizado, mas a mãe nunca o conheceu. Imagino o quanto Ethan devia ter sofrido com a morte de Mariah.
O enterro foi no dia seguinte, de manhã, acompanhado por poucas pessoas, entre elas James e Kenna (pois James era o melhor amigo de Ethan), e feito sob orações simples de um padre da região.
Depois do enterro, voltei para casa. Owen ainda dormia, mas minha mãe estava acordada.
— Bom dia. – eu disse quando a encontrei na cozinha, tomando café da manhã.
— Bom dia. – ela disse e me lançou um sorriso compreensivo. – Como foi?
— Ah, tava bem triste. – eu disse, colocando um pouco de café na xícara e me sentando. – Foram poucas pessoas.
— Gostaria de ter ido – ela comentou – mas você sabe que depois do seu pai, não consigo mais.
— Eu sei. – eu disse e sorri. – Vou tomar um banho pra tentar dormir um pouco.
Fiquei um bom tempo no banho, sem saber como pensar ou o que fazer. Primeiro, tinha que resolver toda a burocracia da adoção de Owen.
Depois do banho, me deitei em minha cama e consegui dormir por umas duas horas. Um sono pesado e sem sonhos.
Eu consegui facilmente ficar com a guarda de Owen, afinal não havia mais ninguém com quem ele pudesse ficar. Os meses foram passando lentamente, eu não tinha muita vontade de sair nem de fazer nada, mas Owen me dava forças. Ele sim estava sendo muito forte, apesar de às vezes sentir muita falta do pai e também ficar desanimado, mas nós fazíamos de tudo para ele ficar bem. Ele continuava indo a mesma escola, e eu gostava de eu mesma levá-lo. Conheci sua professora e vários de seus coleguinhas.
Todos os fins de tarde, minha mãe checava a caixa do correio. Em um dia, havia uma carta para mim.

Angeles, 19 de março de 2046
Cara senhorita America Singer,
Informamos que sua alteza Maxon Schreave, príncipe de Illéa, requisita sua presença no palácio de Illéa, na província de Angeles, por alguns dias. Seguindo as instruções de sua alteza, um veículo do palácio irá busca-la em sua casa, para seguir viagem até o palácio, no dia 19 de abril de 2046. Ressaltamos que isto é uma ordem do príncipe que, portanto, não poderá ser descumprida.
Atenciosamente,
Edwin Gillies – Assistente pessoal de Maxon Schreave.

Li e reli a carta várias vezes. Como assim? Eu não queria ir ao palácio de novo, ainda mais com Kriss lá! Qual seria o propósito de Maxon? Isso era ridículo! Na minha cabeça, ele não podia me obrigar a ir até lá, mas o que estava escrito na carta dizia que sim, ele podia.


Narrado por Maxon Schreave.
Minha vida foi literalmente um inferno durante meses. Não suportava tocar Kriss, mas também não suportava vê-la chateada pelos cantos do palácio. Por isso, evitava a todo custo vê-la. Descobri lugares no palácio onde eu nunca havia estado, li um monte de livros da biblioteca e até tentei aprender algum instrumento, é claro.
Agora eu via que a minha escolha apressada, enquanto eu estava com raiva, estava afetando a minha vida, a de Kriss, que não tinha nada a ver com isso, e – eu esperava – a de America também.
Passei o dia do aniversário de um ano do meu casamento com Kriss num canto bem afastado do jardim, pensando em America. Então eu tomei uma decisão: Não ia mais perder tempo. Ia usar o meu poder como príncipe para trazê-la de volta a mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Parece que Maxon finalmente se deu conta da burrice que fez! Será uma reconciliação? Não percam o próximo capítulo!
Quanto a data da carta, bom, a Seleção não tem um ano específico, só sabemos que foi após a terceira guerra, então estou supondo que a terceira guerra foi em 2040, assim a seleção ocorre em 2045, e America recebe a carta em 2046 ok? Beijos e comentem!