Quando Maxon chegou ao seu quarto, encontrou Kriss sentada em sua cama, distraída, vendo algumas fotos que Maxon tirara antes mesmo da seleção.
— Onde esteve o dia todo? – ela perguntou, depois que ele fechou a porta.
— No jardim. – ele respondeu.
— Sozinho? – ela pressionou
— Com America. – ele confessou. Sabia que Kriss sofria com ele e nunca, jamais, a enganaria. Falaria a verdade. Além do mais, já era hora de pedir o divórcio.
— Com America? – ela gritou, já nervosa. – O dia todo com America? Olha Maxon, quando você a trouxe para o palácio, eu aceitei, afinal quem sou eu pra negar? Você faria de qualquer jeito! Mas eu não vou admitir que você a troque por mim, está entendendo? Você é príncipe, será rei! – Kriss estava muito nervosa, gritando e gesticulando. – Não pode se dar ao luxo de manter um relacionamento extraconjugal! Eu não vou aceitar ser corna na frente do país inteiro! Não vou, ouviu bem?
Maxon suspirou, e resolveu falar tudo logo de uma vez:
— Tem razão. Não posso me dar ao luxo, e também não é justo com você. Kriss, eu quero o divórcio.
— O que? – ela gritou, agora muito mais nervosa. – Ficou louco? Você é rei! Não pode se divorciar de mim pra se casar com outra! Não pode!
— Sim, eu posso. Por favor, Kriss, não torne isso mais difícil. America e eu nos amamos, e não vamos ficar separados. – ele disse, ainda calmo, enfatizando o “não”.
— Desista! Eu não vou te dar o divórcio!
— Kriss, por favor! Você receberá uma boa quantia na partilha dos bens, pode reconstruir a sua vida em qualquer lugar do mundo que quiser.
— Você não entende? O único lugar do mundo em que eu quero estar é AQUI! Não quero dinheiro nenhum! Eu só quero ficar aqui! Maxon, eu te amo!
— Sinto muito, Kriss. Mas eu não te amo, quero o divórcio e vou ficar com America.
— Eu vou evitar! Você não vai se casar, haja o que houver! – ela gritou e saiu do quarto dele, batendo a porta.
Maxon tomou um banho e se deitou, mas não conseguiu dormir. Aquilo fora uma ameaça? Tudo bem, Kriss poderia tentar qualquer coisa com Maxon. Mas e com America? Ou Owen? Não, Maxon não se perdoaria se isso acontecesse. Porém achava que Kriss dissera isso em um momento de raiva. Esperaria ela se acalmar para conversarem de novo e decidirem tudo. No outro dia, escolheria o melhor advogado que trabalhasse para o governo. Queria que tudo corresse o mais rápido possível para, enfim, poder se casar com quem sempre desejou.

No dia seguinte, America acordou pensando novamente no aniversário de Owen. Se mexeu várias vezes na cama, tentando voltar a dormir, mas foi inútil. Se levantou e viu Melanie sentada, lixando as unhas.
— Bom dia! – America cumprimentou a criada.
— Bom dia, senhorita! Já vou preparar o seu banho.
A criada preparou a banheira para America, e logo ela já estava sob a água quentinha da banheira. Ficou ali por alguns minutos. Estava pensando em algo para o aniversário de Owen. Então, teve a ideia de voltar para Carolina, só por uns dias, para ficar na casa da mãe, e matar a saudade dela e dos irmãos. Seria bom para Owen também, para viver normalmente por alguns dias de novo.
Saiu da banheira, se secando com a toalha. Depois, vestiu um vestido florido, que deixava parte das costas a mostra. Penteou os cabelos e calçou sapatilhas cor de rosa.
Tomou o café, enquanto conversava com Louise e Melanie. Depois, pintou as unhas enquanto elas limpavam o quarto, e Owen ainda dormia. Mal tinha terminado, quando bateram na porta. Ela se levantou alegre, sabia que era Maxon.
— Bom dia! – ela disse.
— Bom dia! – ele disse e se aproximou para beijá-la.
— Quer entrar? – ela perguntou, após o beijo. – Owen ainda está dormindo.
— Não, deixe-o dormir. Quer dar um passeio?
— Claro. – ela disse e entrelaçou seus braços.
Caminharam até chegar ao jardim, e se sentaram no banco deles.
— Maxon, eu estava pensando... – ela começou, torcendo para que ele concordasse com a ideia dela. Sabia que era perigoso, mas não custava tentar. – O aniversário do Owen está chegando...
— E o que você tem em mente? – ele perguntou, curioso.
— Bem, eu queria passar uns dias lá em casa com ele. Estou com saudades. Eu sei que é perigoso, mas vamos tomar cuidado.
— America... Eu não sei se é uma boa ideia.
— São só alguns dias, Maxon. Por favor. – ela suplicou. – Há riscos em qualquer lugar em que estejamos.
— Tudo bem, tem razão. Mas eu vou com vocês.
— Vai? – ela perguntou, confusa. Sabia que Maxon tinha vários deveres a serem cumpridos no palácio.
— Vou... Eu posso?
— Sim, claro que sim! Quando podemos ir?
— Quando é o aniversário dele? – Maxon perguntou, afinal não sabia a data exata.
— Dia nove de junho. – America respondeu. Faltavam exatamente duas semanas.
— Podemos ir semana que vem, que tal? Assim ficaremos tempo suficiente para que vocês matem a saudade.
— Por mim está ótimo! Obrigada! – ela disse e o abraçou.
— Não há de quê, America, você sabe que só fico feliz quando você também está feliz. – ele disse, e se levantou, para levá-la de volta ao quarto. - Mudando de assunto, eu estava pensando... Tem planos pra hoje a noite?
— Hmm... – ela fingiu pensar. – Não é como se tivéssemos muitas opções aqui dentro do palácio, então não.
— O que acha de jantarmos juntos? – ele sugeriu, um pouco nervoso.
— Claro. – ela sorriu.
— Acha que pode deixar Owen com as criadas hoje? Queria um tempo só com você.
— Claro, vou falar com elas. Que horas você vem? – ela perguntou, quando chegaram em frente ao quarto.
— As nove, pode ser?
— Pode. Até mais tarde, então.
— Até mais tarde. – ele disse, e a beijou na testa.
America entrou no quarto, e encontrou Owen já de banho tomado, assistindo televisão com as criadas.
— Bom dia, meu amor. – ela se aproximou dele e deu um beijinho em sua cabeça.
— Bom dia, mamãe.
— Meninas, será que dá pra vocês ficarem com o Owen um pouco hoje a noite? Maxon quer jantar comigo. – ela disse, mordendo os lábios para esconder um sorriso.
— Hmmmmmmmmmm. – as criadas brincaram juntas.
— Ah, parem com isso! – America riu. – Vocês podem?
— Claro que sim, senhorita. Não se preocupe. – Louise respondeu pelas duas.
— Obrigada. – America sorriu. – Ah, e eu precisava de uma roupa pra hoje a noite. Vocês tem alguma sugestão?
— Eu tenho! – Melanie gritou e foi correndo ao guarda-roupas. – A senhorita desde o primeiro dia disse que queria usar só suas roupas, ou alguma mais simples aqui do palácio. Mas esse vestido já estava pronto quando chegou, e é um dos meus favoritos. – Melanie explicava enquanto tirava o plástico que protegia o vestido. Quando terminou, levantou o cabide para que ela pudesse ver o vestido.
Era lindo, todo prateado, de uma manga só. Era de renda e justo até pouco abaixo do quadril, e depois descia em uma saia de seda bem leve.
— Uau! – America disse. – Vai ser perfeito! Obrigada meninas! Mas e o sapato? Não tenho nenhum que combine.
— Nem eu. – Melanie disse, e Louise concordou.
— Já sei. – Melanie disse. – Podemos reformar esse. – ela disse, mostrando um scarpin marrom de America. – A senhorita quase nunca usa.
— E se não der certo? – America perguntou, receosa.
— Vai dar, eu já fiz com os meus. Só vou precisar de algumas coisinhas, mas tem na sala de costura. Posso?
— Pode. – America disse, e foi só isso para que Melanie saísse correndo do quarto.
America ficou quase o dia todo com Louise e Owen, e as duas brincavam com o menino. Melanie chegou lá pelas seis, quando o sol já se punha.
— Pronta? – ela disse, escondendo os sapatos atrás de si.
— Pronta! – America disse, ansiosa. Melanie colocou os sapatos na frente de America, e ela não pôde acreditar no que o scarpin tinha se transformado.
— Uau, Mel! Você é incrível! – ela disse, pegando um dos sapatos. Agora estava coberto de glitter prateado.
— Eu sei, eu sei. – Melanie brincou. Agora se apresse, está ficando tarde!
— Está bem, já vou. – America disse e foi tomar seu banho.
Primeiro ela tomou banho no chuveiro, pois teria que lavar os cabelos. Depois, enrolou os cabelos numa toalha e mergulhou na banheira. A água estava deliciosa. Louise tinha colocado sais de lavanda na banheira, e America queria poder ficar ali para sempre. Se bem que, pensando bem, era melhor ir jantar com Maxon.
Saiu da banheira depois que Melanie entrou no quarto gritando para que ela se apressasse. America se secou e vestiu um roupão. Depois se sentou à penteadeira, e Louise começou a puxar seu cabelo pra lá e pra cá, secando, escovando e fazendo cachos, enquanto Melanie fazia a maquiagem. Quando terminaram, elas a ajudaram a vestir o vestido. Ela calçou os sapatos e colocou os brincos, e ficou esperando Maxon. Look America
— Uau! – Owen disse ao ver a “mãe” – Linda, mamãe!
— Awn, obrigada meu amor! – ela disse e deu um beijo no menino. – Escuta, a mamãe vai sair hoje, mas eu volto logo certo? Louise e Melanie vão ficar aqui com você. Comporte-se.
— Tá bom. – ele disse, e voltou a ver televisão.
America estava ansiosa. Batia os saltos no chão e estalava os dedos.
— Calma, senhorita. – Louise riu ao ver a situação e, ao mesmo tempo, ouviram uma batida na porta. America arregalou os olhos, e Louise a acalmou.
— Calma! Vai retocar o batom, eu vou abrir a porta.
— Tudo bem, obrigada.
America foi ao banheiro e retocou o batom, prestando atenção na conversa. Ouviu Louise cumprimentando Maxon e ele perguntando sobre ela.
— Oi. – America se aproximou, sorrindo sem graça.
— Oi... Uau. – ele disse, e ela ficou ainda mais sem graça. – Você está linda.
— Obrigada. – ela disse e o observou. Ele estava lindo, de terno e gravata azul.
— Então, vamos? – ele ofereceu uma das mãos para ela.
— Claro. – ela disse e entrelaçou suas mãos.
Foram para uma sala naquele mesmo andar. A mesa já estava posta, e a sala toda era iluminada por velas. As portas da sacada estavam abertas, fazendo com que uma brisa passasse pela sala.
— Maxon... Não precisava disso tudo.
— Claro que precisava. Venha. – ele a guiou até a mesa, puxando a cadeira para que ela pudesse se sentar.
A comida estava incrível, e depois de terminarem ficaram ali mais um tempo conversando, até America decidiu que já estava ficando tarde.
— Acho que é hora de voltar.
— Tem razão. – ele disse e se levantou, oferecendo sua mão para America se apoiar ao se levantar. Ela se levantou e, quando ficou em pé, acabou ficando muito próxima de Maxon.
— America... – ele sussurrou.
— Maxon... – ela disse, e logo ele colou seus lábios. Se beijaram com desejo, como se necessitassem imediatamente um do outro.
America começou a tirar o paletó de Maxon, e ele abriu o zíper do vestido dela, mas sem pararem de se beijar.
— Espera. – Maxon disse, parando o beijo. – America... Você tem certeza? É a lei e...
— Eu não posso esperar. – ela sussurrou, em seu ouvido. Rapidamente, ele a puxou pelo corredor para o cômodo ao lado, que era um quarto. Fechou a porta desesperadamente, e a deitou na cama que havia ali, ficando por cima dela. Ele desceu os beijos por seu colo, enquanto ela retirava sua camisa, e ele tirava seus sapatos com os próprios pés. Tiveram que parar o beijo para que Maxon tirasse dela o vestido, e ela teve que ajudar, afinal era longo e complicado de vestir e de tirar.
— Uau. – ele disse, depois de ter terminado de tirar, e ela mordeu os lábios, sem graça.
E foi ali, naquele quarto, e naquela noite, que tiveram a melhor noite de suas vidas.