Enquanto conversávamos, o Eduardo ficava cada vez mais tenso, e a minha temperatura ia subindo pois eu sentia mais frio e percebia que eu tinha começado a suar, o Paulo andava de um lado para o outro, e a Jéssica também me parecia inquieta. Então o Dudu simplesmente abriu a boca e começou :

-Eu tenho que te falar uma coisa, e se eu não falar o Paulo vai me bater!

-Como vai te bater?

-Ele já sabe de muita coisa, e depois você confirma com ele se quiser, mas Juna, eu sei que você ainda está doente, mas te devo uma explicação, aquele dia, na escola , quando você me viu beijando a Ana, por incrível que pareça era proteger a você. Eu sei que parece estranho, mas é a verdade, ela ameaçou inventar um boato sobre você e espalhar na escola inteira, para te infernizar para sempre! Você deve estar pensando que é mentira mas é verdade, ela fez isso na minha outra escola, assim que neguei ficar com ela, eu não gostava dela, eu não gostava de ninguém, não sabia nem o significado dessa palavra até conhecer você, por isso beijei ela, não iria deixar aquela garota te infernizar, você sofreria cada vez mais, e foi horrível pra mim ver você sofrendo e com muita raiva de mim, concordo eu fiz a pior coisa da minha vida, mas eu queria proteger você, somente á você! 

O que? Mas como?! Isso era meio estranho, meio não totalmente estranho.

-Mas Eduardo – parei para tossir – como você vem me dizer isso agora, logo hoje?!

-Porque eu contei ao Paulo, e pensei que ele poderia me ajudar, ele falou com a Jéssica e eles confirmaram tudo isso que eu disse, converse com eles depois, e você verá que é a verdade. Juna, tenta acreditar, precisava falar isso pois não agüentava mais sofrer te vendo doente e com essa angustia de se sentir traída por mim.

Eu não sabia o que dizer, estava confusa como tudo aquilo pode ter acontecido, então o Eduardo passou de vilão a mocinho, mas eu não iria perdoar ele assim tão derrepente, eu queria uma prova de que ele gostava de mim, mas ao mesmo tempo queria abraçá-lo e dizer o quanto gosto dele. Mas não podia ser assim tão impulsiva, tinha que me controlar, parecia que tudo vinha na minha cabeça ao mesmo tempo.

-Juna, por favor me fala alguma coisa?!

O Eduardo perguntava, e agora as mãos suadas eram minhas. Ele tinha me protegido? Ele se importava tanto assim comigo, eu queria gritar, e pular, mas também tinha que pensar em muita coisa, ele me fala isso logo no meu aniversário.

-Eduardo, eu não sei o que falar! Uma parte de mim quer te abraçar a outra quer te bater, você tinha outras maneiras de me proteger, mas você beijou a Barbie não cor de rosa, preciso pensar!

-Pensar?! Pense o tempo que quiser, faço tudo para poder te beijar novamente, sentir sua mão na minha, ver o vermelho das suas bochechas ao te beijar no rosto..

Ele estava sendo perfeito, mas eu comecei a me sentir tonta, e tudo começou a girar, então ficou tudo escuro e eu acabei desmaiando eu acho, logo naquela hora, no instante em que eu iria dar a minha resposta.