Apocalipse escrita por MapleWolf


Capítulo 41
Esperança


Notas iniciais do capítulo

Hey yoo! Leitoras, Leitores...

Já falei pra vocês que meus horários estão todos errados? Eu disse pra mim mesma: vou postar na sexta... E o que aconteceu? Poisé, não postei :v Tinha esquecido completamente do casamento da minha tia, que foi nesse sábado, e tava eu toda histérica, já que ia ser a "abre alas" do evento -q
Capítulo passado eu comentei o quanto minha vida estava corrida... Poisé, a maratona começa essa semana e eu nem terminei meu relatório ainda... QUE SACO! Tô ficando loka já -q
Mas vou fazer o meu melhor...

—Boa Leitura!
~May ♥



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O céu nublado e escuro do lado de fora deixava a prisão com um aspecto sombrio, principalmente quando o vento forte sibilava, dando a impressão de lamúrias suplicantes dos ex-presidiários que perderam suas vidas ali.

Por mais que estivessem protegidos dentro das quatro paredes da cela, o vento frio entrava pela pequena janela gradeada, que não tinha vidro, resfriando o local. Nick, que tremia de frio na cama superior do beliche, se remexia a todo o momento, tentando se aquecer sob os edredons, fazendo as ripas rangerem consideravelmente, dando a impressão que, a qualquer momento, poderiam se partir, chocando-se com a ruiva na cama debaixo.

— Dá pra você parar com essa merda? Ou prefere levar uma facada? - Lizzie indagou, ainda encolhida, contudo, sua voz soava ameaçadora.

— Tá acordada ainda? - o rapaz indagou de volta, parando de se remexer.

— Lógico! Com você dançando aí em cima, nunca que vou conseguir dormir!

— É que tá frio... - ele rebateu.

— Não me diga! Se você não tivesse comentado, eu nunca ia perceber! - respondeu a garota, irônica.

— Você fica muito chata quando tá com sono...

— Sério? Pau no seu cú! - o silêncio reinou por uns instantes, enquanto o vento sibilava nervosamente do lado de fora. - Se tá com tanto frio assim, deita aqui.

Nick ficou em silêncio por alguns instantes, assimilando o que tinha acabado de ouvir. Saltou da cama de cima, notando que a garota tinha lhe dado um espaço. Rapidamente deitou ao lado de Lizzie, sentindo que sua cama estava realmente mais quente. A ruiva o observou por alguns instantes, depois se ajeitou para que ficassem mais próximos.

Aos poucos o rapaz foi parando de tremer. Ponderou por alguns instantes, enquanto observava a garota ao seu lado, que parecia bem confortável.

— Li? - ele sussurrou.

— O quê?

— Você tá de TPM? - o rapaz arriscou, desconfiando das atitudes da outra.

— Isso não é da sua conta. - a ruiva respondeu secamente.

— Claro que é! Vai que você decide me sufocar com o travesseiro! - Nick rebateu, fazendo-a dar uma leve risada.

— Cala a boca e dorme. - foi tudo o que ela disse, antes de ignorá-lo por completo.

*  *  *

Outra manhã fria corria tranquilamente e, como era rotina, Lizzie estava do lado de fora da prisão, observando a neve cair. Fazer isso lhe trazia nostalgia. Sua irmã estava sentada ao seu lado dessa vez, olhando fixamente para o portão principal, onde o aglomerado de infectados se espremia contra as grades grossas.

— Seu cabelo já tá cheio de neve. - a ruiva comentou, puxando com a ponta dos dedos alguns flocos.

Lilian voltou o olhar para a irmã, certamente gostaria de dizer o mesmo, mas o cabelo avermelhado estava protegido pelo gorro da jaqueta. Apenas remexeu os cachos, tirando um pouco da neve.

— Você veio de lá de fora, certo? - começou a morena, voltando o olhar para o portão. - Qual é a sensação? Digo, sabendo que você pode ser atacada...

— Nada de muito interessante... - Lizzie respondeu, após algum tempo ponderando. - Se você for rápida, pode conseguir fugir deles. Mas os mortos não são o grande problema, os vivos é que são.

Lilian ficou em silêncio, abraçando os joelhos e ponderando a respeito.

— Mas eu ainda prefiro me aventurar por aí a ficar presa em lugares como esse. Pode me chamar de claustrofóbica se quiser. - a ruiva acrescentou, sorrindo para a irmã. - Você não tem vontade de sair?

— Às vezes... Mas as pessoas que saem quase não voltam... E quando voltam, na maioria das vezes são pedaços... Então eu fico com um pé atrás.

— Você pode vir comigo se quiser, quando eu for buscar a Aika. Garanto que voltaremos inteiras.

As duas trocaram um sorriso. O silêncio reinou por um tempo. Enquanto observavam os guardas trocarem de turno, Nick se aproximou, parando em pé ao lado das gêmeas.

— Bom dia. - ele as cumprimentou.

— Bom dia! - Lilian respondeu, enquanto a outra apenas lhe deu um sorriso como resposta.

— Estava conversando com o pai de vocês agora pouco... Ele é uma cara legal. - sorriu para as duas depois voltou o olhar para o portão. - Ele me pediu pra te convencer a ficar, mas sabe, eu não faço milagres... Além disso, ele perguntou se é realmente necessário voltar na sua casa, e eu respondi que, enquanto você não trouxer a collie, você não vai aquietar... E então ele perguntou se a gente não precisa de um grupo de escolta ou coisa do tipo.

— E o que você disse? - a ruiva indagou.

— "Não, obrigado." - voltou o olhar para Lizzie e sorriu. - Mas, tenho certeza que ele não ficou satisfeito... Então ele deu um tapinha nas minhas costas e sorriu, dizendo em seguida: "Toma conta da Lizzie, então."

— O pai já te aceitou como genro. - comentou a morena, provocando a irmã. 

Nick deu uma leve risada, desviando o olhar para a torre de vigia, enquanto Lizzie apenas balançou a cabeça. Voltaram a ficar em silêncio. Enquanto se perdia em seus pensamentos, a ruiva notou um movimento do outro lado do portão, um carro se aproximava rapidamente, emitindo o som alto de buzinas. Um homem da torre gritou algo em francês para os outros, notando que o carro não pararia. 

Outros homens correram para o portão, tentando abrir as trancas o mais rápido possível, enquanto mantinham alguma distância dos braços esticados dos infectados. 

— Eles estão abrindo o portão...! - Nick comentou, ainda imóvel. - Isso vai dar merda... 

O rapaz começou a andar na direção do pequeno portão que separava a entrada da prisão do pátio, onde estavam estacionados os carros. Lilian lançou um olhar de desespero para sua irmã, enquanto a ruiva apenas revirou os olhos e levantou sem pressa, tirando a neve das roupas.

— Bando de babacas... - Lizzie comentou, seguindo na direção do rapaz. 

O portão se abriu, permitindo a entrada dos infectados, que foram para cima dos homens fardados. Por mais que os tiros dos policiais pudessem derrubar alguns, o desespero fazia com que eles errassem a mira, gastando mais balas que o necessário, resultando na morte de alguns. Nick escolheu um rifle no caixote de armas e começou a se aproximar, checando a munição e logo apoiando a soleira da arma em seu ombro. Lizzie fez o mesmo, parando ao seu lado da mesma forma.

Os tiros precisos acertavam a cabeça dos infectados, fazendo uma espécie de barreira de corpos, já que caíam quase no mesmo lugar. O carro adentrou em alta velocidade, derrapando um pouco no amontoado de corpos, entretanto, conseguiu avançar o suficiente para que o portão fosse encostado outra vez, deixando uma brecha. Com uma freada brusca, o veículo parou na frente da dupla. Alguns homens desceram apressadamente, puxando um rapaz com a perna esquerda decepada.

Enquanto uma dupla carregava o ferido na direção da prisão, outro jovem, este vestido com um sobretudo preto manchado de sangue e com o olho direito coberto por um tapa-olho, ia na frente abrindo caminho. 

— Lilian! Ainda bem que está aqui! - ele disse para a morena. - Um dos integrantes do grupo perdeu uma perna, precisamos parar o sangramento!

A garota rapidamente se pôs de pé, fazendo um sinal para eles levarem o corpo para dentro. Nick ainda pensou em perguntar se eles precisariam de ajuda, porém, Lizzie seguiu na direção contrária, notando a brecha no portão, por onde alguns infectados se espremiam. 

— Vamos ver aqueles idiotas... - disse ela, travando o rifle e segurando-o com firmeza contra o corpo. 

Sem outra opção, ele a seguiu. Ao chegarem aos limites da prisão, notaram um dos homens feridos, tinha sido mordido no pescoço, e perdido um pedaço do mesmo, o sangue se espalhava rapidamente por toda a sua roupa, sujando até sua parceira, que o tinha nos braços. Enquanto o rapaz se apressou em atirar nos infectados que se arrastavam portão adentro, Lizzie se agachou ao lado da mulher.

— Ele foi mordido... - disse ela, em estado de choque, com lágrimas escorrendo em seu rosto.

— Pois é... Eu percebi... - Lizzie respondeu, passando os olhos no sangue, que se espalhava na neve, e depois no semblante da mulher, com uma expressão indiferente. - Você vai deixá-lo sofrer dessa forma?

A mulher fitou os olhos verdes da ruiva por alguns instantes, depois engoliu em seco e balançou a cabeça em sinal negativo.

— Ótimo. Então acabe logo com isso. - Lizzie orientou, dando um leve sorriso e depois voltando a ficar séria. 

Ela respirou fundo e apontou o seu revólver prateado na cabeça do companheiro, contudo, suas mãos tremiam consideravelmente, dificultando a execução de tal ato. A mulher fechou os olhos e recolheu a arma.

— Eu não consigo... - disse a policial. 

Lizzie apenas revirou os olhos e se pôs de pé, tirando sua arma, que estava escondida sob a jaqueta, na cintura. Olhou para o homem nos braços da mulher, lágrimas escorriam de seus olhos, estes que suplicavam uma morte rápida e indolor. A ruiva apontou a arma na cabeça do policial, lhe dando um sorriso gentil, depois puxou o gatilho, abrindo um buraco em sua testa. Voltou o olhar para Nick, que apenas observava a cena, inexpressivo:

— O portão não vai fechar com todos esses corpos aqui. - ela comentou.

— Eu sei, seria melhor se a gente os arrastasse muro afora, fazendo uma fogueira com eles depois... - Nick respondeu. 

A ruiva assentiu, travando a pistola e guardando-a outra vez sob a jaqueta. Deixaram os rifles encostados na parede, prontos para arrastar os corpos falecidos na neve, quando os homens das torres se aproximaram:

— Precisam de ajuda? - um deles perguntou.

— Seria bom... - a ruiva respondeu. - Só que seria mais inteligente se um policial ficasse em cada torre, assim não tem risco de mais ninguém morrer à toa. 

O homem voltou-se para o pequeno grupo, orientando os demais. 

*  *  *

Após terminarem de arrastar os corpos até certa distância no exterior da segurança da prisão, e posteriormente queimá-los, o grupo voltou e trancou o portão. Os policiais voltaram aos seus afazeres cotidianos, enquanto Nick e Lizzie voltaram para dentro. Lavaram o sangue de suas mãos e voltaram para o bloco de celas. 

O local parecia calmo, mas ainda havia pessoas visivelmente inquietas, sentadas em frente a uma das celas. O homem do tapa-olho estava escorado no corrimão da escada, olhando fixamente para dentro da cela em que o grupo estava sentado em frente. A dupla se entreolhou, mas ficaram em silêncio, tomando rumo à escada, sentando os últimos degraus superiores.

Em poucos minutos, Lilian saiu da cela, limpando as mãos ensanguentadas em um trapo branco. Os homens se levantaram, aguardando que a morena dissesse algo.

— Eu parei o sangramento, e tive que cauterizar, mas ele está bem. - Lilian disse, após passar os olhos por cada semblante preocupado, exibindo um sorriso gentil.

Suspiros de alívio preencheram o vazio. O homem de sobretudo foi até Lilian e a abraçou apertado, agradecendo-a. Assim que se afastaram, a mesma senhora que tratou os ferimentos da dupla saiu da cela, mas nada disse, seu semblante era indiferente e o olhar frio. Ela passou por todos sem dirigir uma palavra sequer, levando consigo uma bandeja.

Lilian acompanhou-a se afastar, com os olhos, depois foi até a escada, sentando um degrau abaixo do que Lizzie estava.

— O que houve? - a ruiva indagou.

— Um cara foi mordido, então eles deceparam a perna dele e o trouxeram o mais rápido possível... - a gêmea respondeu, puxando a manga da jaqueta, que ainda estava acima dos ombros.

— Decepar o lugar da mordida...? - Nick indagou, ponderando a respeito. - Isso funciona?

— Se for rápido, sim, pois a "doença" não se espalha pela corrente sanguínea por tempo suficiente para contaminar tudo. Mas, se demorar muito, o sangue fica contaminado e o resto vocês provavelmente sabem... - Lilian acrescentou.

— Faz sentido... - Lizzie comentou.

A ruiva apoiou os braços cruzados nos joelhos e voltou o olhar para o local, agora sem o clima de tensão e ansiedade de antes, notando que o homem do tapa-olho os observava, com curiosidade no olhar. Ela arqueou uma sobrancelha e depois voltou o olhar para a irmã.

— Qual é o problema daquele cara?

A morena voltou o olhar para o homem, depois sorriu.

— Aquele é o Jon, ele é o líder de um dos grupos de busca. - a morena explicou, depois levantou e desceu alguns degraus, voltando-se para o homem. - Já conheceu a minha irmã?

Jon voltou o olhar para Lizzie, comparando-a com a morena, franziu o cenho e voltou o olhar para Lilian:

— Eu não sabia que você tinha uma irmã...

Lilian apenas sorriu:

— Essa é a Lizzie, e aquele é o Nick. - ela os apresentou.

A ruiva apenas acenou com a mão, enquanto o rapaz permaneceu do mesmo jeito que estava. Jon acenou com a cabeça, depois escondeu as mãos nos bolsos e deu meia volta, indo na direção da saída do bloco. A morena voltou a sentar-se onde estava.

— Vocês sabiam? - Lilian indagou, abrindo um sorriso.

— Sabíamos o quê? - a ruiva rebateu.

— Acharam algumas anotações de um suposto "antídoto"... - a morena fez aspas com os dedos depois puxou a manga da jaqueta, de forma que cobrisse suas mãos. - Faz um tempo já, desde então estão trabalhando em cima disso, mas ainda não houve resultados que se digam satisfatórios...

Lizzie coçou o queixo, ponderando sobre o que acabara de ouvir. Nick fitou a morena, um tanto intrigado, depois voltou o olhar para a garota ao seu lado:

— Você não disse que tinha achado umas anotações parecidas?

— Disse. Só que eu não peguei. E o que eu faria com elas? Não tenho muita noção de química e ciências... - ela respondeu, depois voltou o olhar para a irmã. - Por um grande acaso, não encontraram as anotações em Ottawa, né?

— Acho que sim... O Jon é que sabe... - disse Lilian.

— Ah, que ótimo! - a ruiva respondeu com um sorriso. - Não vou ter que viajar tão cedo!


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Notas finais do capítulo

e.e Nem vou comentar nada, façam suas teorias

~May ♥



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