Apocalipse escrita por MapleWolf


Capítulo 26
Cara


Notas iniciais do capítulo

A-do-le... Taaaa! ~le mete um tapa na testa do Josh, fazendo ele cair pra trás.
Peraí, peraí, uq ser aquilo? Num creio, é uma... Uma...! Recomen... ~le desmaia

Hey Yoo!! Leitoras, Leitores...

Tommy, seu lindo :3 Tem ideia de como é emocionante acordar e ver que tem uma nova recomendação na fanfic? Meio que eu comecei a dançar e acabei derrubando o meu celular... Hihihih =^^= MUITO OBRIGADA!! SEU LUGAR ESTÁ GARANTIDO NO MEU KOKORO ♥ ♥ ♥
~le dançando outra vez no quarto

— Eu acho que você tinha que falar algo mais... ~Josh, esfregando a testa

Ehh? Ah, é verdade... Bem, como eu disse, estou devendo um capítulo (agora não mais :D), por isso ele está sendo postado paralelamente hoje... Éérrr... E esse capítulo meio que foi dividido em dois (visão da Lizzie e visão do Nick) e por isso será:
"Os Dois Lados de um Mesmo Conflito: Cara/Coroa"
Mas como o título ia ficar muito extenso, vai ser só "Cara" e "Coroa"...

— Boa Leitura!
~May ♥

Não peraí, puxa uma aba nova aí é põe esse link: m.youtube.com/watch?v=L1e7BSdw7vI



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O inverno chegou mais cedo naquele ano, ao abrir a janela a ruiva notou que já havia uma camada relativamente alta de neve que cobria o vidro, mas ela não se importava. Era como se todos os seus sentimentos estivessem congelados em seu coração. Ela não sentia absolutamente nada. Passou a noite em claro, apenas sentindo as lágrimas pelo seu rosto, encharcando o travesseiro, mas sem emitir nenhum som.

O silêncio reinava naquele apartamento, nem mesmo Aika ousava latir. Lizzie continuava sentada no sofá maior, abraçando seus joelhos, quando Ellie surgiu na sala, esfregando os olhos.

– Cadê o Josh...? - ela perguntou, ainda sonolenta.

A garota mais velha respirou fundo, seria melhor poupá-la da verdade que ainda lhe corroía por dentro.

– Ele saiu da cidade para procurar alguma coisa com um grupo. - a ruiva respondeu, levantando o olhar e sorrindo, sua voz soou doce, ainda que estivesse um pouco embargada.

Ellie sentou ao seu lado e sentou da mesma forma. A ruiva suspirou e a olhou com um semblante mais sério.

– Vou ter que sair também... - ela começou. - Mas eu não posso levar você. Vou pedir para o Vincent ficar com você, certamente o Nick vai comigo e a Alice vai estar bem ocupada na Casa Branca...

A garota menor assentiu.

– Mas você volta? - a menina indagou.

– Volto.

– Promete?

– Prometo. - Lizzie estendeu o dedo mindinho para a menina, que fez o mesmo, e as duas fizeram um cumprimento. - Agora vá comer alguma coisa enquanto eu arrumo as nossas coisas.

*** *** *** *** *** 

Alguns minutos se passaram e logo as duas garotas já estavam na porta de Vincent. A ruiva bateu suavemente e aguardou até que o homem abrisse.

– Bom dia...? - Vincent as cumprimentou um pouco surpreso, a julgar pela aparência, parecia ter acabado de acordar.

– Bom dia. - a ruiva respondeu e suspirou em seguida. - Não vai convidar pra entrar?

Vincent assentiu e deu espaço para as garotas entraram. Elas entraram, Ellie se dirigiu para a sala, enquanto Lizzie parou no pequeno corredor e esperou o homem fechar a porta.

– O que a trás aqui logo cedo? - Vincent indagou com um sorriso amigável.

– Preciso da sua ajuda...

– Então venha. - o homem foi na frente, passando pela sala e chegando na cozinha.

A ruiva sentou-se na em uma das cadeiras que tinha em volta da mesa. O homem pôs duas xícaras sobre a mesa e depois um bule. Sentando à frente da garota, Vincent voltou a indagar:

– Chá?

– Sim, por favor. - ela esperou o homem encher a xícara e logo após continuou. - Você deve estar sabendo sobre a morte do Josh...

– Estou ciente disso, mas... O que eles disseram  é verdade?

Lizzie balançou a cabeça negativamente e suspirou.

– Eles mataram o Josh porque ele sabia demais, e viram atrás de você se eu contar também, então por ora vou deixar em sigilo. - ela fez uma pausa e tomou um gole de chá, depois olhou no fundo dos olhos de Vincent. - Eles viram atrás de mim também, por isso vim pedir sua ajuda.

– Claro, de qualquer modo eu ainda estou te devendo... - o homem suspirou, os vestígios de culpa ainda eram visíveis em seus olhos.  - Do que você precisa?

– Preciso que você fique com a Ellie... Você é a pessoa mais confiável para isso agora.

O homem engoliu em seco, mas concordou.

– E o que você vai fazer? - ele indagou.

– Ainda não sei, mas tenho que pensar em algo antes que eles façam isso. - a ruiva terminou de tomar a xícara de chá e tomou fôlego. - Talvez eu saia da cidade e fique um bom tempo fora... Mas me prometa que se algo acontecer você vai sair da cidade e manter aqueles dois a salvo.

– Eu prometo. - ele segurou em suas mãos geladas e a fitou no fundo dos olhos. - E quanto a você?

– Eu provavelmente voltarei pro Canadá...

– Então espere aqui, tenho algo para você... - ele se levantou e tomou rumo para um corredor que ficava logo depois da sala.

Ellie e o filho de Vincent passaram ligeiramente para a sala ao perceberem que o homem havia saído. A ruiva a fitou sem dizer uma palavra até que a menina se aproximasse, sorrindo. A garota mais velha puxou sua mochila e começou a remexê-la, atiçando a curiosidade dos menores.

– Tenho algo pra você... - ela disse, e em seguida tirou um boneco de pano de dentro da bolsa. Aparentava ser um pouco velho, seu macacão azul desbotado estava um pouco sujo e a camisa de manga longa que usava por baixo estava um pouco rasgada.

Lizzie estendeu a mão na direção da menor e lhe deu o boneco. A menor acariciou a cabeça do boneco, por cima do boné de pano que tinha as mesmas cores de suas roupas, e depois sorriu para a maior.

– Quero que você cuide dele enquanto eu estiver fora. - a ruiva completou. - Ele é muito especial para mim...

Ellie assentiu e abraçou o boneco. O homem voltou e colocou um rádio policial sobre a mesa, afrente da garota. Ela olhou para o rádio e depois para Vincent.

– Eu deveria ter lhe dado isso muito antes... - ele coçou a nuca. - Desculpa... Outra vez... Vai ser bem útil caso algo aconteça, só precisa de pilhas.

Ela assentiu, guardou o rádio na mochila e voltou-se para Vincent, o abraçando em seguida.

– Obrigada. Espero revê-lo em breve. - ela o afastou e depois voltou-se para Ellie, a abraçando carinhosamente. Por algum motivo aquele abraço lhe lembrou um pouco do abraço de despedida que dera em sua irmã, talvez porque as chances de se reverem eram muito pequenas.

Ao se soltarem, a ruiva sorriu, mas um sorriso triste. Depois tomou rumo à porta.

Aika ainda estava a sua espera do lado de fora, então as duas seguiram de volta, indo na direção do prédio em que ainda estava alojada. Outra vez perdida em seus pensamentos, sentiu o sabor da solidão voltar, e o gosto já não era tão bom quanto antes. Por alguns instantes sentiu calafrios e a sensação de ser vigiada, até que Thomas surge em sua frente.

– O Alex está te procurando... - disse o moreno.

– Que ótimo... - ela disse em tom de tédio. - Eu já ia vê-lo de qualquer forma...

O rapaz sorriu e seguiu caminho com a garota. Por mais que estivessem juntos, a caminhada foi silenciosa, só era possível ouvir o som da neve sob seus pés.

Não demorou muito para chegarem. Sem pestanejar, a ruiva seguiu caminho para a sala que Alex geralmente ficava e após ouvir um "entre" do lado de dentro respirou fundo e entrou.

Imediatamente ela sentiu um clima de tensão, avistando Olívia em um canto perto da janela e David atrás da cadeira de Alex, com o semblante sério. "Ah, que dia perfeito..." ela ironizou consigo mesma. Nick também estava presente, cabisbaixo, fitando o chão, aparentemente emergido em seus pensamentos.

Ela arqueou uma sobrancelha e parou no centro do cômodo, notando os rostos estranhos que lhe eram bastante familiares. Alex então tomou a palavra:

– É você que ajuda a Íris no canil, não é?

Lizzie assentiu, já estranhando o assunto do debate. O homem passou a mão na cabeça e suspirou.

– Então você sabe melhor do que ninguém que alguns cachorros desapareceram... Nós encontramos esses cachorros, totalmente transformados... E até o momento você é a principal suspeita.

A garota o fitou por uns instantes e depois voltou o olhar para Olívia, e depois para David.

– Acho que você gostaria de ouvir o depoimento da sua tia... - Alex completou.

– Eu a vi entrando naquele estádio velho, então eu a segui. - começou a mulher. - Lá dentro eu vi os cachorros, com aquela aparência morta... Ela me descobriu e me ameaçou, dizendo que a minha morte seria lenta e dolorosa.

Lizzie parou de ouví-la e balançou a cabeça lentamente, em sinal negativo. "Uma pessoa como você não merece ter nem o desprazer de receber uma tortura final antes de uma morte definitiva..." a ruiva respondeu-a mentalmente.

– Viu? Olha o jeito que ela olha pra mim! - Olívia replicou, com voz de choro.

Alex suspirou e olhou para o sobrinho.

– E você, Nick?

O rapaz olhou fixamente para atrás de Alex, mais especificamente, onde David estava e respondeu:

– É verdade, eu também vi... Ela estava transformando os cachorros em zumbis

A ruiva o fitou indignada e depois seu olhar se transformou em raiva, e ela o fuzilava com os olhos enquanto o xingava mentalmente com todos os palavrões que conhecia, tanto em inglês quanto em francês.

– Você não acha que devemos puní-la, Alex? - David sugeriu, com um leve esboço de um sorriso maligno.

– Por que não a executa aqui mesmo? - sugeriu Olívia.

O homem olhou para o sobrinho, este que suplicava com o olhar para que ponderasse melhor sobre isso.

– Não vou matá-la, Olívia, gosto dela. - Alex respondeu, fazendo a mulher ficar indignada e frustrada ao mesmo tempo, enquanto David estreitou os olhos e coçou a barba lentamente com o polegar. - Mas como punição, você terá que sair da cidade e não retornar outra vez.

Ela os olhou com ar de tédio e colocou as mãos geladas no bolso da jaqueta o fitando de um jeito sarcasticamente provocante:

– É só isso? - ela indagou com ar indiferente, ainda que seu olhar transmitia puro tédio, aquele era seu modo mais sutil de esconder a raiva e o ódio, ainda que tivesse que morder a língua para não sair do controle, nesse caso, fazendo-a sangrar. Alex assentiu e ela tomou rumo à porta, sem dizer mais nenhuma palavra.

Alex fechou os olhos e se encostou na cadeira, e, como se lesse os pensamentos de Nick disse em seguida:

– Vai logo atrás dela, se é isso que você quer...

O rapaz saiu em disparada pelo corredor, tentando alcançá-la, tendo que correr até o lado de fora.

A garota já estava relativamente longe, correndo na direção do portão do Norte.

– Lizzie! - Nick a chamou, mas isso só fez ela correr mais rápido. O rapaz apertou o passo é conseguiu alcançar a alça da mochila. - Me deixa explicar...

Ela virou a cabeça lentamente e o fitou raivosamente pelo canto dos olhos. Nick notou que escorria um pouco de sangue do lábio inferior da ruiva.

– Explicar o quê? O jeito que você foi pro lado inimigo?! Parece que aquela frase sua, "Estamos juntos a qualquer circunstância", foram meras mentiras bem contadas...! - ela mordeu o lábio inferior com força, fazendo mais sangue escorrer.

– Não foi isso! Me escuta, por favor! - Nick insistiu, puxando-a pelo ombro.

– Me solta...! - ela voltou o olhar para ele, outra vez o fuzilando com o olhar, ameaçadoramente. - Eu não quero ouvir! Você é um idiota, eu poderia deformar a sua cara agora mesmo, mas eu estou muito ocupada saindo da cidade por que você mentiu!

Ela se soltou bruscamente e o fitou nos olhos.

– Je reviendrai et vous tuer ensuite... ¹ - foram suas últimas palavras antes de continuar seguindo caminho.

O rapaz não insistiu em seguí-la dessa vez, apenas acompanhou ela se distanciar com o olhar.

Com passadas rápidas, ela logo alcançou o portão, pegando seu cavalo e se retirando da cidade em seguida, junto com a collie.

*** *** *** *** ***

– Con!² Con! Con! Con! - ela repetia a cada soco que dava no tronco da árvore. Muito tempo havia se passado, a neve caia mais depressa, como uma nevasca cotidiana e fim de tarde. Seu rosto já estava encharcado com suas lágrimas, tanto de ódio quanto de raiva, o sangue no canto de sua boca havia secado e seus lábios estavam quase congelando, assim como o resto do corpo, mas ela parecia não se importar.

Continuava socando a árvore em ritmo moderado, suas mãos nuas já doíam bastante, mas ela insistia em continuar com o ato banal e doloroso. A collie já se cansara de ficar observando-a, e agora estava dormindo sob uma fina camada de neve, em algum lugar um tanto afastado. O cavalo estava encolido na neve, próximo da árvore que ela socava, como se já estivesse se acostumado a isso, apenas ficava ali parado, como se estivesse congelado.

Enfim ela se cansou, seus punhos já estavam sangrando de tanto tocar violentamente o tronco duro da árvore, Lizzie se rendeu ao cansaço e caiu de joelhos na neve, suspirando em seguida. Se manteve assim por um curto período de tempo e depois sentou-se no chão gelado, abraçando os joelhos. A ruiva sentia uma breve nostalgia em sentar-se desta maneira. Secou suas lágrimas, antes que congelassem em seu rosto e abaixou a cabeça entre os joelhos.

Lembrando-se das palavras de Steven, ela tentava converter sua raiva em outro sentimento, mas tudo resultava em ódio, talvez ódio fosse a resposta para seus problemas. Ficou um tempo assim até começar a ouvir o som de pés se afundando na neve. Levantou a cabeça rapidamente e viu um homem se aproximando, tomando bastante cautela por sinal, em suas mãos tinha uma besta, que estava apontada para ela.

Como se prevesse os movimentos daquele homem que lhe era tão familiar, ela levantou e esquivou-se, mas ainda sim a flecha foi mais veloz e atravessou sua cintura, soltando uma interjeição de dor levemente alta. Por sorte não acertando nenhum órgão. A dor era gritante, por alguns segundos ela ficou desnorteada, mas foi o tempo necessário para que o oponente recarregasse a besta e mirasse nela outra vez. A ruiva já estava exausta e sua visão parecia girar. Quando pôs os pensamentos em ordem, o homem já a tinha na mira, prestes a puxar o gatilho, quando um vulto preto e branco lançou-se ferozmente em um dos braços, abocanhando com força, fazendo-o desviar do alvo a acertar o chão.

Lizzie puxou o pé-de-cabra que estava levemente coberto pela neve e se lançou à frente, ainda zonza. Ele conseguiu se livrar da forte mordida de Aika, mas seu braço foi rasgado, com alguns nervos destruídos, junto com a roupa rasgada, sangrando consideravelmente. Quando deu por si mesmo, a garota já o golpeava na mão que ainda segurava a arma, quebrando três ou mais ossos. A ruiva levou um tempo para levantar sua arma outra vez, mas em compensação trouxe-a para baixo com mais força e velocidade, golpeando a cabeça do seu oponente, dessa vez fazendo uma rachadura extensa no crânio.

O homem caiu, mas ela continuou golpeando-o, até que sua cabeça estivesse totalmente aberta, manchando a neve de vermelho. Ela avistou outro rosto desconhecido e ao mesmo tempo familiar recuar na direção de uma luz, mas não deixou que ele continuasse, puxou a arma presa na cintura, sob a jaqueta, com muito cuidado para não abrir ainda mais a ferida, e atirou no alvo, gastando mais balas que o necessário, sua visão ainda estava um pouco embaralhada, mas conseguiu derrubá-lo.

– David... Sua morte será beeem lenta, e beeeem dolorosa... - ela comentou em voz alta, com um leve sorriso no rosto, antes de cair de joelhos outra vez.


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Notas finais do capítulo

¹ Eu vou voltar e te matar em seguida
² Babaca
—--> É bem provável que esteja errado, eu não manjo nada de francês, só de inglês mesmo... Aí eu peguei no tio Google :3

I - Hate - Everything about Youuu! Why - Dooo III - Love you?! ~le eu e Josh cantando

Agora é oficial genty, podem me matar :3 Ou vocês preferem esperar pra ver o que eu vou fazer com o Nick? (Karol com K surtando horrores agora)

Então, o que vocês acham que o David fez dessa vez pra fazer o Nick ficar contra a Lizzie? Quero comentários u h u

~May



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