Dean e May escrita por esterjuli


Capítulo 9
O Beijo


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei. Demorei bastante pra postar. Me desculpem. Peço que não abandonem a fic, porque eu demoro, mas eu volto (Bom, quando a fanfic tem futuro). Espero que gostem, porque foi feito com muito carinho pra vocês!



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Pov. May

Vi os dois dando um abraço de despedida e então, para minha surpresa (ou mesmo decepção), Susan se afastou um pouco dele e passou a aproximar seus lábios do dele, enquanto lentamente fechava os olhos. Não queria ver aquilo, mas já era tarde demais. Eles se beijaram. Tipo, como assim? Esperava isso da Susan, mas do Dean? Ele nem parecia gostar mesmo dela nem nada, pra mim ele só era amigo dela por dois motivos. Primeiro, porque ela não saia do pé dele e segundo pela popularidade que ele ganhava quando andava com ela. Será que? Não ele não seria capaz.

Meus pensamentos foram interrompidos por um barulho de motor, voltei pra terra e percebi que o motorista da Susan tinha chegado, ela, claro, estava radiante, com certeza mal esperava pra compartilhar pra Deus e o mundo que ela tinha beijado o Dean. Hunf. Voltei a vagar nos meus pensamentos, até perceber que o Dean estava voltando pra dentro de casa e eu continuava próxima da porta. Corri feito o vento, fiz sinal pro Rich pra avisar que o Dean tava entrando e pulei no sofá. Em seguida, comecei a rir pra dar a impressão de que a um bom tempo estávamos conversando algo super interessante, algo que com certeza era melhor do que espiar ele e Susan lá fora.

Ele entrou, sorrindo. Porém não era um sorriso exagerado, ele parecia bem tranquilo. Na verdade, se eu não tivesse visto com os meus próprios olhos que ele tinha acabado de dar o primeiro beijo dele, eu nunca adivinharia que algo de diferente havia acontecido. Ele sentou no sofá ao nosso lado. Pegou o balde de pipoca e ficou lá sentado. Eu e o Rich nos entreolhamos e depois olhamos para ele.

— Não tem nada para nos contar, Dean? – eu disse, com cara de quem já sabia que a resposta seria positiva.

— Por que acham que eu teria? – ele perguntou, ainda tranquilo, arqueando uma das sobrancelhas. Tremi por dentro, pensei que talvez ele desconfiava que tínhamos espiado. Tentei inventar uma desculpa o mais rápido possível. Por sorte, o Rich foi mais rápido do que eu.

— Há! Como se sua cara não entregasse. Você tá se esforçando demais pra parecer tranquilão. Tem que ter acontecido alguma coisa. – ele respondeu, confiante. E eu fiquei boba. Fazia sentido, talvez estivesse fingindo. É, acho que não sou tão boa observadora.

— Bom, na verdade. Eu estou tranquilo de verdade. Mas, vocês me pegaram, aconteceu algo diferente mesmo. -  ele disse dando um sorrisinho.

— Que foi?! – perguntei, me esforçando para parecer que eu realmente não sabia de nada.

— É... que eu e a Susan. Sabe? – ele disse, esperando que adivinhássemos. Mas como queríamos que ele dissesse claramente o que houve, fizemos caras de desentendidos. – Vocês já entenderam. Mas eu vou dizer, já que querem. Eu e a Susan nos beijamos, satisfeitos? – ele falou e fizemos expressões de surpresa. No caso do Rich, foi uma expressão positiva de surpresa, já a minha, bom... nem tanto.

— Olhaaa sóo! O ruivinho perdeu o BV. – Rich brincou, enquanto foi bagunçar o cabelo do Dean.

— E quem te disse que eu nunca tinha beijado? – ele disse, parecendo estar com toda a sinceridade do mundo. Mas, nós rimos. Nos conhecíamos o bastante pra saber que era o primeiro beijo dele. – Tá, tá bom. Foi meu primeiro beijo sim. Mas não acho que seja grande coisa.

— Ah não, imagina. Só vai ficar gravado na memória pra toda a sua vida. – eu respondi, provocando.

— Eu duvido. Acho que depois de alguns anos nem vou lembrar. – ele disse, cheio de certeza. – Já vou ter tantos pra lembrar que o primeiro não vai ser grande coisa.

— Que horror, Dean. – eu disse, indignada.

— Ué, mas um beijo é só um beijo. – ele disse.

— Como assim? Você não acha que é preciso ter um motivo, ou que ao menos você tem que gostar um pouco da pessoa? – perguntei, incrédula.

— Na verdade, não. Hoje, por exemplo, só aconteceu. – ele disse, se espreguiçando, na maior tranquilidade.

— Mas a pergunta que não quer calar. Foi você que beijou ela? – Rich perguntou, curioso. Eu engoli seco.

— Não, foi ela – Dean disse, com cara de vitorioso. Eca.

— Caraca! Tá podendo, hein? – Rich parabenizou Dean, alegre. Não podia dizer que me sentia do mesmo jeito.

— Tá, Dean. Entendo que você disse que não precisa haver um motivo. Mas, você poderia ter se esquivado quando ela foi te beijar. Se você não fez isso, você deve ao menos gostar dela, não? – perguntei, sem saber se eu esperava receber uma resposta positiva ou negativa. Senti que ele e Rich quiseram rir como se pra dizer que um homem nunca desviaria de um beijo da Susan, mas em respeito a mim, seguraram o riso.

— Pra ser sincero, não. – ele disse. Essa resposta causou em mim um misto de alívio e de inquietação pelo modo de pensar dele. – Mas acho que tem motivos sim, primeiro, ela é bonita. – Rich assentiu exageradamente. E eu revirei os olhos. – Segundo, ela é popular e se eu desviasse, todo o nosso trabalho de hoje iria por água a baixo.

— Então, resumindo, você beijou ela pra não afetar sua popularidade? – eu perguntei, um pouco irritada. – Mesmo que você não sinta nada por ela, você quis agradar e se prestar a isso?

— Mas May, eu apenas troquei o útil pelo agradável. Não é como se tivesse sido ruim. - ele respondeu, sem entender minha irritação.

— É May, se fosse eu, eu com certeza não desviaria. Mesmo que ela seja um pouco chata, ela é linda. – Rich concordou com Dean.

— Então, pra vocês, o que importa é que ela seja bonita? Não importa quem ela seja por dentro ou a afinidade que vocês têm com ela? – eu perguntei.

— Tipo isso, não que eu não seja romântico nem nada. Mas é que pra mim não é uma grande coisa. – Dean tentou amenizar as coisas. Mas pra mim só piorava.

— Bem-vinda ao mundo dos homens, May. – Rich complementou.

— Eu realmente não consigo entender isso. Por mais que você diga que vai esquecer, eu sei que não vai. Você já percebeu que pra sempre, ela vai ser a primeira? Que, no fim das contas, isso é importante, apesar de não parecer pra você. Já pensou que o seu primeiro beijo não foi nada especial? – eu disse, gesticulando excessivamente, como faço quando estou nervosa. – Sem contar que é a Susan, Dean. Tipo, ela não é legal.

— Ela é legal comigo – ele disse, dando de ombros.

— Ah! Claro. Sinto dizer que só com você. O resto do mundo ela trata como lixo. – eu respondi, me exaltando um pouco.

— Ah, não exagera vai. Você só diz isso, porque ela trata você mal. – ele disse, já se irritando.

— E isso não importa?! Pra você tanto faz se ela me trata mal? – disse, agora realmente irritada.

— Não foi isso que eu quis dizer – ele falou, percebendo a besteira que tinha dito.

— Pois foi o que pareceu pra mim. – eu disse, cruzando os braços.

— May, você tá fazendo a maior tempestade por nada. Não é como se eu fosse namorar ela ou algo do tipo. Foi um beijo, caramba. – ele respondeu em um tom mais alto.

— Quer saber, pra mim um beijo é grande coisa! Pra mim não é como se fosse um ato esquecível, pra mim tem que haver sentimento. E eu apenas tô decepcionada que você não pense isso. Você é o melhor amigo, não quero que desperdice esses momentos. – disse. Comecei a frase mais exaltada, mas depois percebi que eu realmente estava fazendo o maior show e comecei a falar mais brandamente.

— Vamos parar com isso, antes que vocês voltem a ficar esquentadinhos. Vocês apenas têm que respeitar a opinião um do outro e pronto. Dean, tente ouvir a visão da May e May entenda que o Dean pensa diferente de você e pronto. – Rich mediou uma reconciliação. Mas eu não estava muito no clima.

— Desculpa, tá. Eu realmente exagerei. Acho que tudo bem você pensar diferente. Não tem como eu impor minha opinião sobre você. Mas, isso não significa que eu não esteja chateada com você. Até porque não se trata apenas de uma escolha sua, a Susan parece gostar de você e como você beijou ela, ela provavelmente acha que é correspondida. É chato pra ela – eu disse, tentando ser o mais calma possível.

— Olha só, não era você que não gostava dela? – Dean perguntou em tom zombeteiro.

— Gostar é diferente de se colocar no lugar. Eu apenas penso que se tivesse acontecido comigo, se você me beijasse, sem gostar de mim e eu descobrisse eu iria ficar bem triste. – eu disse. Percebi que o Dean e o Rich estranharam meu exemplo e riram, só aí percebi o que eu tinha falado e corei um pouco. – Parem com isso, foi um exemplo. – eles continuaram rindo. Então comecei a rir também.

— Ok, May. Acho que entendi seu ponto. Até já sei o que fazer. É só ela não descobrir que eu não gosto dela – ele disse confiante, como se fosse a melhor ideia do mundo. Olhei pro Rich que olhou pra mim.

— Eu conto ou você conta? – perguntou o Rich.

— Deixa que eu conto. – disse – Dean, o que você está dizendo é que você vai fingir que gosta dela? – ele assentiu. – Então, você sabe que, muito provavelmente, você vai se tornar o mais novo namorado dela, né? – respondi e ele arregalou os olhos.

— Opa, opa. Como assim? Mas temos 12 anos. – ele disse.

— Você acha mesmo que a Susan pensa assim? Pode esperar, amanhã é capaz dela te pedir em casamento. – eu disse, rindo. – Se você não gostava da pegajosidade dela antes, pode se preparar. – ele pareceu preocupado. – Bom, missão cumprida, finalmente você entendeu a gravidade da situação. Susan não tem limites. Agora você vai ter que arcar com as consequências. Ruivinho. – falei e dei uma risada maléfica.

— É soldado, daqui pra frente, sua vida será diferente, - Rich disse – Não fará mais parte do time dos solteiros. Vai sair pra fazer compras no shopping aos sábados, ao invés de jogar basquete. Ouvir as reclamações da sua amada sobre a falta de sapatos dela e nunca mais o veremos. Foi bom te conhecer. – ele terminou e eu dei um toca-aqui nele.

— O que foi que eu fiz? – Dean começou a se questionar.

— Bom, é isso. Se quiser deixar essa vida e não aceitar namorar com ela, terá o meu apoio. – Rich disse. – Na verdade, vou ficar muito feliz. Serei o primeiro na fila pra ser o seu substituto. – ele terminou com um sorrisinho e recebeu um olhar zangado do Dean e meu.

— Não tá ajudando, Rich. – eu disse. – Bom, acho que pra mim, chega dessa conversa. O importante é que coloquei sua cabeça pra funcionar. – eu disse, enquanto levava o balde de pipoca pra cozinha. – Cuidado ou em breve você pode se tornar o Sr. Valentine. – eu ri.

— Meu sonho. – Rich falou com cara de bobo. Dei um peteleco na orelha dele.

— Agora preciso subir pra estudar um pouco. Tchau, Rich! Até amanhã. – abracei ele que ainda alisava a orelha. - E boa noite pra você, Sr. Valentine. – falei com deboche. Fui respondida com uma almofada voando em minha direção. Apressei o passo e subi as escadas rindo.

Cheguei no quarto, peguei meu livro de ciências e comecei a estudar na minha escrivaninha. Como o dia tinha sido cansativo e já não era tão sido, acho que acabei por me deixar vencer pelo sono. Não me lembro quando, nem como. Só sei que de repente eu não estava mais no meu quarto. Eu estava em um lugar que parecia ser o lado de fora da casa do Dean, olhei ao redor para ter certeza. É, era oficialmente a frente da casa dele. Qual não foi a minha surpresa quando vi que o dono da casa estava de frente a mim, bem perto. Na verdade, mais próximo do que o normal. O mais louco é que ele me olhava de um jeito diferente, olhava diretamente nos meus olhos, com aqueles olhares que vemos em filmes de romance.

Só disso já comecei a sentir meu rosto esquentar. Mal sabia eu que ainda teria muitos motivos para isso. Ele, subitamente, começou a se aproximar de mim (mais do que já estava). Percebi que seu corpo continuava imóvel, mas ele aproximava o rosto do meu. Ele colocou suas mãos, delicadamente, em meu rosto, movendo-o lentamente para cima, a fim de que eu olhasse para ele (coisa que a essa altura, eu não era capaz). Assim que o olhei nos olhos, senti que meu rosto inteiro ficara vermelho. Eu já não tinha controle sobre mim mesma, fechei os olhos, então ele aproximou os lábios dos meus e me beijou. Foi uma sensação de outro mundo. Que não durou muito, pois percebi o que estava acontecendo, era um sonho! E mais do que isso, era um sonho lúcido. Saí do beijo, extremamente envergonhada, deixando um Dean confuso. Corri até a entrada das cartas e abri a escotilha. Me deparei com o Rich espiando. Ele se assustou e correu pro sofá. Entrei na sala e vi ele e a Susan fingindo que estavam em uma conversa super interessante.

Não demorou muito pra que eu acordasse (talvez algumas vezes falando “acorda”, mas nada além disso). Acordei corada e bem nervosa. Percebi que tinha dormido em cima dos livros, enquanto estudava. Olhei pro relógio e vi que já passava de 1 da manhã, é o sono tinha rendido. Sai apressada do quarto, precisava de um pouco de ar. Desci as escadas e fui na cozinha beber um pouco de água pra acalmar meus pensamentos que não paravam de pensar “Eu beijei o Dean”. Bebi uns 3 copos de águas, quando estava no último tomei um baita susto. A tia Lucy chegou na cozinha.

— May? Com insônia também? – ela perguntou.

— N-não, não é nada não. Eu só desci pra beber água, porque eu tava estudando. Não agora, mais cedo. Estudando ciências e.. ah! Só que acabei dormindo e só acordei agora. – falei, rindo de nervoso.

— Calma, mulher. – ela disse, rindo – O que houve? Teve um pesadelo?

— N-não sei. – respondi quase inconscientemente, corei ao perceber o que isso poderia significar.

— Como assim, não sabe? A gente geralmente sabe se é um sonho ou pesadelo. – ela disse, enquanto pegava uma xícara pra preparar o chá dela.

— É que esse foi um caso... estranho – eu respondi, nervosa.

— Não quer compartilhar? – ela perguntou, solidária. A tia Lucy é a minha maior confidente, talvez se eu contasse me sentiria melhor. Mas acho que seria muito vergonhoso contar o sonho. Talvez eu devesse contar o que o sonho me fez quase que concluir. Senti meu rosto ficar vermelho.

— Tia Lucy, é que... – eu disse, fazendo uma pausa pra respirar – eu acho que...

— Que... – ela perguntou, curiosa.

—  Eu acho que eu gosto do Dean.


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Notas finais do capítulo

Uaaau! Quantas emoções! Espero que vocês tenham gostado de ler esse capítulo tanto quanto eu gostei de escrever! Deixem comentários, sejam elogios ou críticas construtivas. Tudo isso me ajuda a ter motivação e a melhorar a fanfic. Muito obrigada por terem lido! :)



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