Capítulo  6 – A passagem pelo grande rio.

A neblina não mais cobria o céu de Century, já estava claro e os viajantes aproximavam-se do cais mais próximo. Era um pouco antes de o sol estar a pino e o mais importante é que não havia nevado.

— Hoje o dia está lindo! — disse Diana animada.

— Sim, se andarmos rápido chegaremos ao cais rapidamente. — respondeu Eleinor.

O cais situava-se muito longe do castelo e do condado, por isso não era muito movimentado, muitos barcos repousavam sobre as águas do rio.

— Tenho um barco nesse cais, podemos usá-lo para chegar às montanhas — disse Eleinor.

Com o barco em mãos, conseguiram embarcar  e navegar para o norte, até chegarem às frias montanhas. As correntezas estavam fracas, então vários troncos ficavam boiando em frente ao navio, atrapalhando a viajem, por isso, Bergonie foi para frente, e começou a queimar cada objeto que atrasava a jornada, enquanto isso, já podiam avistar a Torre Norte, que ficava cada vez mais perto, e assim, o tempo passava e a noite caía.

Aerus olhava para o horizonte sentindo a brisa noturna sobre seus cabelos dourados, e Diana somente o observava hipnotizadamente, e como ele estava sozinho fora falar com ele, enquanto Eleinor conversava com Bergonie.

— Eleinor, matar o Dragão de Gelo não é mais uma de suas tarefas! — disse Bergonie tentando fazê-lo desistir de tal façanha.

— Este dragão irá destruir o castelo se não for detido, e além do mais, diz à lenda que, quem comer o coração do dragão terá a vida eterna, apesar de muitos terem falhado, eu sei que vou conseguir — respondeu Eleinor.

— Me responda, este homem cuja Diana conversa, é seu amigo? — perguntou Bergonie.

— Sim ele também tem uma tarefa como a minha e estamos trabalhando juntos por enquanto — respondeu Eleinor olhando para Aerus.

Bergonie nada respondeu.

Ainda faltavam muitos dias para chegar às montanhas, naquela noite dava para ver muitas estrelas no céu; Bergonie estava relaxando com um cachimbo olhando para o céu e pensando novamente.

— Olhando para as estrelas novamente Bergonie? — perguntou Eleinor.

— Só estava me lembrando de...

No momento que o mago iria completar a sua frase, Diana olhou desesperada, gritando para que parassem o barco, pois ela havia visto um grande barco e uma serpente enorme logo à frente, e sem motivo aparente, Bergonie continuou a falar:

— Era exatamente isso que eu ia falar, há uma lenda que em um tempo distante, esse rio era guardado por uma enorme serpente chamada de “A Vigilante”, e qualquer barco que entrasse nesse rio, seria devorado por ela, por isso, toda noite, falam que seu espírito volta para o rio e luta com o chamado barco fantasma.

Eram lendas há muito esquecidas pelos homens de Century, mas sábios de outrora e magos ainda guardavam lembranças e histórias fantásticas para contar. Diana ficou impressionada com o conhecimento de Bergonie, e pediu para que ele contasse mais sobre essa lenda. O Navio fantasma, que em noites de lua cheia, confrontava-se com a grande serpente em uma luta inacabável. A lenda foi ficando para trás enquanto a companhia continuava sua jornada, talvez nunca mais vistos, e agora, apenas uma lembrança. As montanhas se aproximavam...