A Guardian's Diary 4 - Of Dark and Cold escrita por Lino Linadoon


Capítulo 13
Capítulo 12 - Intervenção em um sonho


Notas iniciais do capítulo

Opa, eu voltei!
Demorei porque eu tenho que fazer uma bosta de TCC, pois é D:
Mas pelo menos eu vou estar livre depois :p
Aproveitem o capítulo



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   Domenicha pulou para fora do túnel em um movimento rápido, se balançando para se livrar do resto da neve em seu pelo e voltando à sua forma humana. Ela se esticou e correu para a casa no alto da colina.

   Mas não conseguiu passar pela porta de primeira, na verdade, deu de cara com uma parede felpuda cinza-azulada.

   “Ei! Oi, pai!” Ela sorriu para o Pooka.

   “Está bem atrasada.” Coelhão disse simplesmente, cruzando os braços. “Porque demorou tanto?”

   “Ah, qual é pai? Eu só estava me divertindo com alguns amigos…” Domenicha deu de ombros.

   “Que amigos?” O Pooka perguntou, sério. Domenicha entendia sua preocupação, ela mesma ficaria preocupada depois da “amiga” que havia feito algum tempo atrás, que ela ainda não via fazia um bom tempo, aliás.

   “Ora, amigos!” A garota sorriu, como se fizesse pouco caso daquilo. “Sandman e Celennis. Sabe, aquele garoto estrela que apareceu aqui machucado e tals…”

   “Ah, sim, sei.” Coelhão assentiu.

   “Então…” Domenicha deu leves tapinhas no braço de seu pai antes de soltar um longo bocejo. “Pelo menos estou em casa, huh? Eu vou indo para a cama, ok? Boa noite, pai.” Ela se levantou na ponta dos pés, o bastante para suavemente beijar a bochecha felpuda do Guardião, então seguiu pelo corredor até seu quarto.

   Coelhão observou enquanto sua filha se retirava e suspirou. Ele se preocupava com a garota, principalmente desde Demetria. Mas dessa vez era sobre Celennis… O Pooka ainda não sabia como se sentir em relação ao garoto; seria ele mesmo uma estrela? Bem, ele parecia ser uma estrela, mas porque nunca antes ele tinha seguido os rastros de Sandman, ou do Homem da Lua, ou até mesmo dele, o último Pooka vivo — com exceção de Domenicha, mas ela era uma híbrida de qualquer modo.

   Mas que Coelhão ia ficar de olho naquele garoto, e em qualquer pessoa nova que se aproximasse de sua família, isso ele ia ficar.

—G—

   Domenicha voou sobre as árvores coroadas com auréolas brancas de neve, dando cambalhotas no ar do mesmo jeito que sua mãe fazia. Ah, se ela pudesse realmente voar desse jeito, mas ela ainda não tinha um cajado então…

   Ela deu uma olhada para baixo, vendo uma sombra escura em uma clareira esbranquiçada, e já dava muito bem pra saber quem era.

   Dando uma repentina guinada junto com o vento, Domenicha desceu, tocando o chão com a mesma delicadeza que Jack Frost, conseguindo ficar em cima da pequena camada de neve, em que ela sabia que qualquer um que não fosse um espírito do inverno iria afundar.

   A forma escura de Demetria a encarou com os braços fechados e uma pose um pouco cabisbaixa, uma aura de sombras estranhas a envolviam. Domenicha ergueu uma sobrancelha, mas não ousou se aproximar; sabia muito bem que se aproximasse aquele sonho maravilhoso se transformaria em nada mais que um pesadelo.

   “Ola, você.” Domenicha acenou. “Faz tempo que a gente não se vê…”

   Demetria não respondeu à isso, apenas fez uma careta.

   “Você anda bastante feliz ultimamente…” Disse simplesmente.

   “Porque não estaria?” A albina deu de ombros. “Logo é natal… E eu fiz um novo amigo…”

   “Sim, uma estrela.” Demetria murmurou, encarando Domenicha com aqueles olhos de cor estranha. “Você tem certeza que quer ser amiga de uma Estrela? Eles são criaturas bem poderosas… E perigosas…”

   Domenicha bufou, notando o que a garota estava querendo fazer.

   “Bem, sendo que meu padrinho é uma estrela, eu realmente não me importo de ficar com eles.” Ela afirmou com um sorriso torto digno de Jack Frost. “Ele é bem poderoso realmente, capaz de proteger todos nós de certas pessoas…”

   As bochechas cinzentas de Demetria ficaram mais escuras, e seus olhos e pose melancólicos mudaram instantaneamente.

   “Ok, você pode confiar em Sandman… Talvez.” Aquela última palavra veio mais suave, como se não devesse ser ouvida. “Mas e esse garoto? Celennis, não é? Como você sabe se pode confiar nele?”

   Domenicha deu de ombros, como se fosse uma pergunta óbvia.

   “Sandy confia nele.” Disse. “Então eu confio.”

   Aquela pelo jeito não era a resposta que Demetria esperava.

   “Sério?” Ela murmurou, a voz sibilante, irritada. “Então você confia mais nele do que em mim?”

   “Bem, ele não tentou atacar meus amigos nem machucou a asa de ninguém!” Domenicha retrucou.

   E novamente Demetria pareceu acanhada, cruzando os braços e virando os olhos para o lado.

   “Foi um acidente. Eu não quis fazer aquilo.” Murmurou.

   “Sei…”

   “Mas a culpa foi dele.” Demetria continuou como se a albina não tivesse dito nada. “Eu não quis que aquilo acontecesse. Mas ele me afrontou, eu pensei que ele me atacaria. Então me defendi.”

   Domenicha quase riu com aquele comentário, mas o máximo que conseguiu soltar foi um som estranho, entre um bufar e uma risada, que fez Demetria erguer os olhos com uma expressão surpresa.

   “Oh, pobrezinha, tão indefesa!” Ela murmurou, mesmo sabendo que aquele comentário era um tanto rude e mal educado; mas ela não conseguiu segurar, era ridículo demais. “Sério mesmo? Vai pagar de vítima agora?”

   As bochechas de Demetria ficaram mais escuras e as sombras em sua volta pareceram fazer o mesmo, se tornando mais físicas e reais do que antes.

   “Porque você não confia em mim?!” Ela soltou em um sibilo estranhamente alto, como o de uma cobra. “Eu tentei tanto me aproximar de você com cuidado! Criar uma boa ligação entre nós duas! Porque você não quer ficar comigo?”

   “Primeiramente, você machucou o meu melhor amigo.” Domenicha respondeu rapidamente. “Segundo, você é filha de Breu! Eu sei que seu pai foi um bom homem um dia, mas agora ele não passa de um monstro! E você já me mostrou várias vezes ter puxado isso dele!”

   Aquilo foi o bastante, as sombras que rodeavam Demetria de repente se esticaram, como tentáculos negros, se afundando na neve branca e a fazendo derreter quase instantaneamente, revelando a grama rala e seca em baixo.

   “Eu. Não. Sou. O. Meu. Pai!” Ela sibilou, ou mais um menos rugiu, sua voz profunda e assustadora, de um modo que Domenicha jamais tinha ouvido antes, mas que lembrava muito aquela da festa de aniversário.

   Domenicha se preparou para o que quer que estivesse por vir, tomando sua forma de Pooka para ter certeza de ser mais forte; ela já sabia que Demetria era poderosa, e sabia que era bom estar à altura para uma luta com ela.

   Mas, antes que Demetria pudesse fazer alguma coisa, um chicote dourado desceu do céu nublado, mas ainda claro, atingindo o chão logo em frente da garota das sombras. Demetria deu um passo para trás, surpresa.

   “Sandy?!” Domenicha se surpreendeu, mas sabia que não devia; ela estava tendo um sonho maravilhoso agora à pouco, até a chegada da outra garota, então era de se esperar que Sandman estivesse de olho.

   O Guardião dos Sonhos desceu dos céus em sua nuvem dourada de areia do sono, se colocando em frente à sua afilhada.

   Demetria gemeu levemente.

   “Porque vocês Guardiões gostam de ficar se intrometendo em tudo!” Reclamou alto. “Meu pai tem toda a razão sobre vocês!” E se voltou para Domenicha. “E eu tentei afastar essa ideia... Eu só queria ser sua amiga!”

   “Eu não acho que você sequer tem ideia do que ser uma amiga é…” Domenicha falou honestamente, mas não conseguia se sentir levemente mal pela outra garota; a híbrida sempre foi cercada de tantos amigos… Viver sem uma companhia como aquela devia de ser tão ruim… Não admirava que Demetria quisesse amigos…

   Não, não! O que ela estava pensando? Se Demetria realmente quisesse amigos porque ela não tinha se envolvido com o grupinho de Domenicha? Não, ela simplesmente os ignorou e se focou na jovem apenas, dizendo que ela parecia “a pessoa perfeita” e ainda falando que “queria ela”. Havia algo de errado ali.

   Mas… Verdade seja dita, seus amigos não tinham sido legais para com Demetria…

   Céus! O que havia com ela?! Porque ela estava defendendo aquela garota?! Demetria devia de estar trabalhando para seus pais, ela devia estar de olho em Domenicha para trazê-la para o lado negro! Só podia ser isso.

   Enquanto isso, Sandman nada disse em imagens, apenas girou seu chicote, mostrando para Demetria que não hesitaria em usá-lo.

   A garota das sombras sibilou alto e correu para a floresta, as sombras à sua volta dissipando a cada passo que dava, até que ela desapareceu junto com eles.

   Sandman observou por um tempo, antes de se voltar para Domenicha, perguntando com suas imagens se a garota estava bem.

   “Sim, está tudo bem Sandman.” Ela o assegurou. “Nós só tivemos uma discussão.”

   Sandman fez uma careta, fazendo imagens apressadas em cima de sua cabeça.

   “Sim, eu sei que me aproximar da Demetria não é boa ideia!” Domenicha sibilou, o nervoso de antes voltando, mas ela conseguiu segurar antes de ficar pior. “Hoje ela ficou falando sobre você e o Celennis, que vocês Estrelas são perigosos e tal…”

   O Guardião dos Sonhos revirou os olhos.

   Ela é que é a pessoa perigosa aqui. Ele sinalizou. E que ela não ouse dizer nada sobre Celennis!

   Domenicha sorriu torto.

   “Você realmente gosta do Celennis, né, Sandy?” Perguntou em tom brincalhão, sem segurar a risada ao ver o rosto do homenzinho se pintar de dourado escuro. “Você é uma gracinha, Sandy!”

   Sandman bufou, embaraçado e fez alguns sinais acima de sua cabeça.

   “Ah, não, Sandy espe--”

—G—

   Domenicha abriu os olhos, fitando quase sem ver o teto de pedra de seu quarto. Ela grunhiu e apertou o rosto contra o travesseiro, mas não era como se Sandman fosse deixá-la voltar para o sonho.


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Notas finais do capítulo

Desculpe pelo capítulo pequeno, eu escrevi no meio da aula ^^'



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